PERCEPÇÃO DE MUDANÇAS DECORRENTES DO TRATAMENTO NO PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO ALCOOLISTA Camila Barcelos Vieira1 Lorena Silveira Cardoso2 Marluce Miguel de Siqueira3 RESUMO Introdução: A OMS destaca a importância dos serviços de saúde mental de realizarem pesquisas e monitoramento para o estabelecimento das necessidades dos seus usuários, assim como para a avaliação das intervenções preventivas, terapêuticas e dos resultados do tratamento, a fim de garantir maior eficácia dos investimentos em saúde e verificar a efetividade das políticas públicas. Os processos avaliativos em serviços de saúde mental têm destacado a importância da avaliação dos resultados do tratamento na perspectiva do paciente. Objetivo: Mensurar a percepção de mudanças decorrentes do tratamento entre pacientes alcoolistas do Programa de Atendimento ao Alcoolista (PAA) do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Metodologia: Trata-se de um estudo avaliativo, descritivo com abordagem quantitativa e de corte transversal. A amostra foi de 42 pacientes atendidos no programa, selecionados por conveniência. Para a coleta de dados utilizou-se 1 – Enfermeira, Mestranda em Saúde Coletiva do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - UFES), Aperfeiçoamento em Substâncias Psicoativas e membro técnico científico do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e Outras Drogas (CEPAD-UFES). 2 – Enfermeira, Mestre em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - UFES), Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), membro técnico científico do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e Outras Drogas (CEPAD-UFES). 3 – Enfermeira, Doutora em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Professora Titular do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e Outras Drogas (CEPAD-UFES). um questionário socioeconômico e clínico e a Escala de Mudança Percebida versão paciente (EMP-paciente). Utilizou-se a análise univariada para a descrição das variáveis socioeconômicas, clínicas e da escala EMP-paciente. Resultados: A amostra foi predominantemente masculina (81%) e com idade entre 46 e 55 anos (42,5%), entre as características clínicas predominaram: tempo de tratamento no serviço maior que 4 anos (45,2%), tempo de abstinência entre 0 e 4 semanas (35,7%), os destilados como bebida de preferência (88,1%). Com relação à percepção das mudanças, de forma geral, 83,3% dos pacientes alcoolistas declararam estar melhor do que antes do tratamento, na maioria dos itens da Escala de Mudança Percebida (EMPpaciente), havendo percepção de piora apenas nos itens sexualidade (26,8%) e sono (16,7%). Conclusão: O presente estudo mostrou que a escala EMP é uma medida sensível para avaliar os resultados do tratamento, pois indica os pontos positivos e negativos do tratamento sobre a vida do paciente. Portanto, essas medidas podem ser úteis para melhorar a qualidade dos serviços e ampliar o tratamento oferecido, devendo ser consideradas tanto em estudos de avaliação quanto na rotina dos serviços. Descritores: Avaliação em Saúde; Saúde Mental; Alcoolismo. Parecer do CEP