filosofia - CE MANOEL RIBAS

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COLÉGIO ESTADUAL MANOEL RIBAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
AV. BRASIL, 05 – HARMONIA – TELÊMACO BORBA – PARANÁ
CEP. – 84.275.000 - FONE – FAX – 42-3272-3699
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DISCIPLINA: FILOSOFIA
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Constituída como pensamento há mais de 2600 anos, a Filosofia, que tem a sua
origem na Grécia antiga, traz consigo o problema de seu ensino a partir do embate entre o
pensamento de Platão e as teorias dos sofistas. Naquele momento tratava-se de
compreender a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. Em suma, a
Filosofia surgiu quando alguns pensadores gregos se deram conta de que a verdade do
mundo dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por
divindades a alguns escolhidos, mas que ao contrário, podia ser conhecida por todos por
meio das operações mentais de raciocínio, que são as mesmas em todos os seres
humanos. Com a Filosofia, os Gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os
princípios fundamentais do que chamamos de razão, racionalidade, ciência, ética, política,
técnica, arte. Assim sendo, a história da Filosofia e as ideias dos filósofos que nos
precederam constituem, uma fonte inesgotável de inspiração e devem alimentar
constantemente as discussões realizadas pelos professores e pelos alunos em sala de aula,
pois a Filosofia procura tornar vivo o espaço escolar, onde sujeitos exercitam a inteligência
buscando no diálogo e no embate entre as diferenças a sua convivência e a construção da
sua história. É importante aqui ressaltar a dimensão política do filosofar. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação n.9394/96, no art. 36, determinava que ao final do Ensino Médio, o
estudante deveria “dominar os conhecimentos de filosofia e de sociologia necessário para a
cidadania”. O caráter transversal dos conteúdos filosóficos aparecia com clareza nos
documentos oficiais, cumprindo a exigência da Lei quanto à necessidade do domínio dos
conhecimentos filosóficos, mas sem exigência da introdução efetiva da disciplina na matriz
curricular das escolas de Ensino Médio. No Brasil, em linhas gerais, quando tomamos
contato com a história da disciplina de Filosofia, percebemos um movimento de afirmação e
busca do seu espaço, com a necessidade de justificar-se perante as demais disciplinas
diante da insistente, porém pertinente pergunta: para que Filosofia? Importante lembrar que
vivemos ainda um momento de defesa da disciplina de Filosofia, da consolidação no
currículo escolar e da luta pela sua legitimação diante da sociedade brasileira, uma vez que
seu reconhecimento legal se deu a correção da LDB de 2008, pela Lei 11.684. Assim sendo,
temos que a disciplina de Filosofia, no seu desenvolvimento no Ensino Médio tem uma
razão muito importante de ser, pois ela oferece aos estudantes uma possibilidade de
compreensão das complexidades do mundo contemporâneo, com suas múltiplas
particularidades e especializações e ainda, aplicabilidade frente ao questionamento da vida
do cotidiano.
A Filosofia deve explicar as diversas visões de mundo, as concepções de
sociedade e de homem e as diferentes linhas epistemológicas. Nesse sentido, ela fornece
ao aluno um método de reflexão sobre os problemas da ciência e da técnica, capaz de
superar o caráter fragmentário do senso comum, a parcialidade da ciência positivista,
possibilitando uma visão crítica da realidade, que permite uma ação transformadora do
homem que se quer e o tipo de estrutura que o determina.
A Filosofia reflete, também, sobre os aspectos sociais que condicionam o
pensamento filosófico e sobre o movimento dos aspectos internos a este pensamento.
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O caráter histórico do pensamento filosófico é explicitado a partir de uma prática
que é social e historicamente situada e não neutra. A Filosofia, tem como função, não a
contemplação do mundo, mas a direção da ação, seja para manter ou para transformar a
ordem social vigente.
Esta proposta se direciona no compromisso de democratização da escola brasileira
de Ensino Médio, que tem como aluno, o jovem trabalhador, sendo constantemente
expropriado de seus direitos de cidadão.
Decodificar a sociedade, bem como a problemática sócio-política e econômica que
a permeia, tem sido o alvo daqueles que praticam o Ato Filosófico. Ato esse, que de forma
reflexiva e questionadora, desvela a subjetividade humana trazendo à tona a compreensão
de quem é o homem e de que forma ele pode interagir com o meio na busca de sua real
transformação.
A prática pedagógica do ensino de Filosofia não pode estar restrita ao repasse de
conteúdos prontos e acabados, subordinados a uma metodologia que vise determinar
habilidades estanques; não podendo ser concebida como um corpo do saber que se adquire
sistematicamente ou se transmite livrescamente , mas como um conjunto de saberes
elaborados socialmente pela humanidade, que se dá nos mais diversos segmentos culturais,
tais como: nas artes, na política, nas ideologias, na sociologia, etc, permitindo a
compreensão da realidade através do pensar filosoficamente.
Para tanto lançamos mão da história da Filosofia, com suas escolas e seus
pensadores correlacionados com a sociedade atual e suas realidades específicas. Urge ao
educador, ter um posicionamento definido enquanto mediador do saber e transformador da
realidade que a cerca, propiciando assim uma relação dialógica entre educador e
educando, visando o exercício da reflexão filosófica e um posicionamento significativo frente
a mesma. Ao dar-se isto o indivíduo alcançará uma atitude concreta e real da realidade e
sobretudo um meio peculiar de construir seu conhecimento.
A Filosofia no Ensino Médio tem por meta primordial o resgate da prática reflexiva,
contribuindo assim para a formação plena dos indivíduos e ampliando a visão de mundo e a
compreensão do próprio indivíduo enquanto agente transformador da realidade social.
A propiciação de um ambiente favorável ao debate das ideias torna-se essencial.
Cabe ao educador orientar a prática do debate para que, assim, as "Filosofias" existentes
interajam com os educandos implicando-lhes uma tomada de decisão frente a tais
posicionamentos, pois enquanto disciplina do Ensino Médio, a Filosofia é um conjunto de
conhecimentos que apresentam características próprias, traduzindo continuamente as
relações entre teorias e experiências vivenciais.
A Filosofia é uma das formas de conhecimento e guarda especificidade em relação
a todas às demais, ou seja, em relação à ciência, à arte, à religião, ao senso comum.
Ela tem história e uma tradição que é tão ou mais antiga que as ciências, e no
entanto, por um certo período, no Brasil, não foi considerada um saber, como os outro
necessários que devesse ser socializado, que devesse juntamente com as ciências compor
um Currículo que realmente garantisse a leitura e a compreensão do mundo.
A trajetória percorrida pela Filosofia evidencia a existência de um ideal ou saber
científico que não se opõe ao filosófico. A ciência interessasse mais em resolver problemas
específicos, agrupar fatos por meio de leis científicas enquanto a filosofia busca alcançar
uma visão global, harmônica e crítica do saber humano.
Ao longo de sua história, a Filosofia, por meio de seus pensadores, explicou a
realidade sob diferentes formas ou métodos.
Sócrates usa um método que se divide em duas partes: a ironia e a maiêutica.
Assim, Sócrates, por meio de perguntas, destrói o saber constituído, para depois reconstruílo na procura de definição de conceito.
Platão, aperfeiçoa a maiêutica e a transforma em dialética.
Aristóteles aperfeiçoa e sistematiza as descobertas dos seus antecessores e
escreve o Órganon (“ instrumento de pensamento”), mais tarde denominado Lógica. O que
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ele desenvolve são as regras do pensamento concreto, por meio do encadeamento das
proposições e das ligações dos conceitos mais gerais para os menos gerais, de forma a
garantir o rigor da demonstração.
A história da filosofia e as ideias dos filósofos que nos precederam
constituem,assim, uma fonte inesgotável de inspiração e devem alimentar constantemente
as discussões realizadas em sala de aula.
A Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, aprovada em Dezembro de
1996, contempla a Filosofia como conhecimento necessário à formação da cidadania.
O ensino de Filosofia tem por objetivos:
 Compreender a Filosofia como condição primeira, como essência, como
princípio do conhecimento, refletindo criticamente verdades;
 Analisar a especificidade do conhecimento filosófico, articulando-o a prática
social;
 Conceituar Filosofia como uma reflexão sobre os problemas que a realidade
apresenta;
 Ter condições de ser construtor de ideias com caráter inusitado e criativo.
2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES;
 Mito e Filosofia
 Teoria do Conhecimento
 Ética
 Filosofia Política
 Filosofia da Ciência
 Estética
3. CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª Série
 Saber mítico;
 Saber filosófico;
 Relação Mito e Filosofia;
 Atualidade do mito;
 O que é Filosofia?
 Possibilidade do conhecimento;
 As formas de conhecimento;
 O problema da verdade;
 A questão do método;
 Conhecimento e lógica.
2ª Série
 Ética e moral;
 Pluralidade ética;
 Ética e violência;
 Razão, desejo e vontade;
 Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.
 Relações entre comunidade e poder;
 Liberdade e igualdade política;
 Política e Ideologia;
 Esfera pública e privada;
 Cidadania formal e/ ou participativa.
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3ª Série
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Concepções de ciência;
A questão do método científico;
Contribuições e limites da ciência;
Ciência e ideologia;
Ciência e ética.
Natureza da arte;
Filosofia e arte;
Categorias estéticas
Estética e sociedade;
4. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O estudo e o aprendizado de Filosofia envolvem atividades de leitura, de reflexão,
de discussão e de re-elaboração. Essas atividades pressupõem algumas práticas e técnicas
de trabalho intelectual de natureza didático-científica, ao que seria oportuno iniciar o aluno,
para que além de maior agilidade e prazer, possa ter melhor desempenho e aproveitamento
no seu estudo. Assim, o levantamento de informações sobre determinado autor, sobre o
contexto histórico-cultural de sua atuação, a explicitação do significado dos termos e
conceitos fundamentais ou desconhecidos; o levantamento de esclarecimentos sobre fatos,
autores e doutrinas a que o texto ou assuntos se referem; a explicitação do tema, do
problema e da ideia principal do texto, bem como do raciocínio que o autor desenvolve para
demonstrá-los; a esquematização do texto. Por fim, levantar-se-á para debate as questões
explícitas ou implícitas de determinada obra, texto ou assunto, tanto relativos ao seu
entendimento como à sua crítica, correlacionando-as ainda com a problemática da
atualidade naquele campo.
Para tanto, serão utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: aulas
dialogadas, expositivas, seminários, debates, pesquisas, leituras comentadas, produção
escrita individual e coletiva, análise de filmes, músicas, artigos de jornal e revistas entre
outros textos, que pode instigar o aluno a perceber suas relações com o cotidiano e o
conteúdo filosófico, despertando a sensibilidade do aluno, iniciando assim o trabalho
filosófico, que é a problematização, investigação, criação de conceitos, esse pode ser o
primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica. A abordagem teórica – metodológica
da disciplina de Filosofia deve ocorrer mobilizando os educandos para os estudos sem
dogmatismo ou doutrinação. É imprescindível que o ensino da filosofia seja permeado por
atividades investigativas individuais e coletivas que organizem e orientem o debate
filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.
Os assuntos relacionados às Leis que seguem serão trabalhados de acordo com a
DCE de Filosofia, são elas: Lei 10.639/03 História e Cultura Afro-brasileira, africana e
Indígena, Lei 13.381/01 História do Paraná; Lei 11.645/08 e 9.795/99 Meio Ambiente,
prevenção ao uso indevido de drogas; sexualidade humana; educação fiscal; enfretamento à
violência contra a criança e ao adolescente e serão trabalhados da seguinte forma:
 A História e cultura afro-brasileira, africana e indígena, como também a
História do Paraná, no que se refere às manifestações mitológicas, devem
ser abordadas no primeiro ano do Ensino Médio, ao serem trabalhados o
conteúdo estruturante Mito e Filosofia.
 Os conteúdos Educação Ambiental, Sexualidade Humana, Prevenção ao Uso
Indevido de Drogas e Enfrentamento à Violência Contra a Criança e o
Adolescente devem ser contemplados no segundo ano do Ensino Médio,
inclusos no conteúdo estruturante de Ética. Ainda nesse mesmo período de
estudos, devem ser contextualizados a Educação Fiscal inserida no
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conteúdo estruturante de Filosofia Política, como meio para incentivar e
preparar o estudante a participação na vida política.
 A Educação Ambiental e Sexualidade Humana, devem ser abordadas no
terceiro ano do Ensino Médio, porém sob a perspectiva da Filosofia da
Ciência, tema Bioética. O livro didático público de Filosofia do Estado do
Paraná trata dos referidos assuntos.
5. AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Filosofia terá caráter observatório, diagnóstico e
permanente, será baseada na reflexão, na visão crítica e na ação formadora e
transformadora do aluno.
A avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e
criativa que envolva o ensino-aprendizagem. A avaliação deve acompanhar o dia a dia do
aluno, orientar as possibilidades de desempenho futuro explicitando dessa maneira sua
forma diagnóstica. A avaliação tem que acontecer como processo do ensino, dando ênfase
a qualidade a formação e a continuidade e deve estar vinculada as diretrizes curriculares e
ao PPP da escola.
Critérios de avaliação:
 Interpretar textos filosóficos de modo significativo, filmes, recortes de filmes, músicas,
clips musicais, documentários, textos jornalísticos, etc;
 Produzir textos a partir de filmes, músicas, etc: (de modo reflexivo);
 Debater, defendendo sua posição de pensamento de forma argumentativa.
Instrumentos de avaliação:
 Pesquisas;
 Atividades em grupos ou individuais;
 Seminários;
 Avaliações formais sendo objetivas e subjetivas
 Relatórios;
 Provas com consulta;
 Resenhas, artigos.
A pontualidade na entrega de trabalhos, sendo que o descumprimento implicará
em ser considerado atividade de recuperação e demais recursos necessários para a
expressão do sucesso da aprendizagem.
A recuperação de estudos será oportunizado a todos os educandos que não se
apropriarem dos conteúdos no decorrer das atividades, retomando os conteúdos e
avaliações, nos seguintes instrumentos: provas objetivas e subjetivas, trabalhos e exercícios
avaliativos.
6. REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Martins, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
filosofia. São Paulo, Moderna, 1986.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo. Saraiva,
1993.
LDP – Livro Didático Público de Filosofia. Curitiba – SEED – PR, 2006.
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DCE – Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, Filosofia.
Secretaria de Estado de Educação. Curitiba, 2008.
Filosofia. Disponível em; <http://pt.wikipedia.org/wiki/filosofia> Acessado em 24-05-2011.
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