Conhecimento Prof.º Adriano Paiva A filosofia e as suas origens no Ocidente • Ter o prazer em conhecer: essa é uma atitude filosófica! A filosofia é de fundamental importância na formação do ser humano crítico e responsável que, acima de tudo, tem o interesse em conhecer o mundo que o cerca. Mas o que é o conhecimento? • Quais são as maneiras pelas quais podemos obtê-lo, além da filosofia? E, afinal de contas, quando, onde e como surgiu o conhecimento filosófico? A seguir, tentaremos encontrar respostas a essas indagações. Pensar e Conhecer: A capacidade de pensar • O ser humano é o único animal do planeta capaz de pensar sobre o mundo que o cerca. • Foi a capacidade de pensar, interligada a outros atributos específicos da nossa espécie, que nos possibilitou sermos o que hoje somos! • Em outras palavras: a evolução da espécie humana está totalmente ligada à sua capacidade de pensar, pois foi assim que o homem criou mecanismos de sobrevivência e adaptação ao meio no qual ele vivia, conseguindo fazer uma coisa que nenhum outro animal foi capaz de fazer: interferir sobre a natureza e adequá-la às suas necessidades. Pensar e Conhecer: A capacidade de pensar • A atividade de pensar, ou seja, a capacidade de refletir sobre as coisas que nos cercam, é aquilo que chamamos de razão. Quem nunca ouviu a expressão: “o homem é um animal racional”? • E é aqui que entra a filosofia. Refletir sobre o sentido da vida, os seus valores e como viver de forma feliz e correta, entre outras coisas, é o ofício da filosofia. Veja que “filosofar” e “pensar” são duas atividades inseparáveis. Pensar e Conhecer: A capacidade de pensar • Entretanto, a prática filosófica busca conhecer e compreender o mundo que nos cerca; isso implica um pensamento organizado e voltado para o conhecimento. Portanto, nem sempre quando pensamos sobre alguma coisa estamos necessariamente filosofando. Não é tão simples assim. Para filosofar, é preciso ter interesse em conhecer. As formas de Conhecimento • O conhecimento mitológico: • foi a primeira tentativa de explicação do mundo feita pelo homem, ainda que de uma maneira fantasiosa. Os mitos são carregados de imaginação e crença, o que nos leva a concluir que não passam por uma sistematização do conhecimento. • A questão da crença, inclusive, aproxima o mito da religião. O mito é uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo. Trata-se de uma maneira de a sociedade explicar os fenômenos que a cercam, assim como uma tentativa de explicar a si próprio. A filosofia surgiu na Grécia como um esforço de superar o conhecimento mítico. • Mito: relato fabuloso, de caráter religioso, que diz respeito a seres que personificam agentes naturais. O mito tende a fornecer uma resposta e uma explicação satisfatórias. Possui igualmente uma função que assegura a coesão social. RUSS, J. Dicionário de filosofia. São Paulo: Scipione. 1994, p. 187. As formas de Conhecimento • O conhecimento filosófico: • Trata-se de um tipo de conhecimento essencialmente teórico adquirido por quem o pratica por meio de uma exaustiva reflexão crítica acerca da realidade, da ação humana e dos seus valores. • O filósofo não se contenta em “contar uma história” sobre as origens do mundo e do ser humano; ao contrário, busca entender e explicar racionalmente essas origens, através da sistematização do pensamento. Este raciocínio está ligado a um encadeamento lógico que visa a não cair em contradições. É a razão tentando buscar a realidade e a verdade das coisas. A obra denominada O Pensador, esculpida por Rodin em 1880, representa a atitude filosófica. As formas de Conhecimento • O conhecimento científico: • desenvolvido a partir do conhecimento filosófico, é uma forma de conhecimento elaborada através de métodos rigorosos de investigação, entre eles a utilização da experiência, que busca obter leis de explicação racional e de validade universal para os fenômenos analisados. • Antes de mais nada, a ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas.CHAUI, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2003, p. 111. As formas de Conhecimento • O conhecimento pelo senso comum: • Trata-se de um conhecimento espontâneo resultante das experiências vivenciadas pelos seres humanos no cotidiano da sua existência, isto é, no seu dia a dia. Por não ser um conhecimento adquirido de maneira mais sistematizada, um dos grandes problemas que podem ser gerados pelo senso comum é o preconceito em geral. • Não respeitar as minorias e desprezar uma pessoa pela cor da sua pele, por exemplo, são resultados do desconhecimento e da falta de informação mais elaborada. Já o chamado bom senso, que é mais estruturado e crítico, pode ser considerado uma primeira superação do senso comum. • Senso comum: compreensão de mundo que é fruto de crenças e tradições, das quais nos aproximamos por meio dos sentidos, da memória, dos hábitos, dos desejos, da imaginação, da razão. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos projetos de vida, adquirimos convicções e confiança para agir. ARANHA, M. L. A., MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005, p. 144. As formas de Conhecimento • O conhecimento pela arte: • Toda obra de arte expressa uma visão de mundo, pois representa a maneira pela qual seu autor percebe a realidade que o cerca, entre outras coisas. Portanto, quando nos deparamos com uma obra de arte e buscamos interpretá-la, estamos adquirindo um tipo de conhecimento que tem relação com nosso interior, ou seja, com nossa subjetividade. • Contudo, esse tipo de conhecimento é tão complexo quanto o filosófico e o científico, pois requer sensibilidade e proximidade com a história da arte. Quais são os fatos e os mistérios que envolvem a obra Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci entre 1503 e 1507? Toda obra de arte traz consigo significados e visões de mundo. As formas de Conhecimento • Algumas das áreas de atuação da filosofia são a epistemologia (que trata sobre o “conhecimento”), a ética (que trata da origem e da natureza dos “valores da vida e da felicidade”), a estética (responsável pelo conceito de “beleza” e da natureza e pela função da “arte”), a política (que reflete sobre o “poder” e o “Estado”) e a lógica (que estuda como obter a exatidão do “raciocínio”).