O CUSTEIO E A SUA APLICAÇÃO NA EMPRESA JÚNIOR DA FACULDADE LUCIANO FEIJÃO Adriana de Pinho Oliveira1 Ladyane Araújo Vasconcelos² Lara Paula Pessoa Araújo³ RESUMO O presente artigo tem como finalidade estudar os custeios, por absorção, variável e o custeio baseado em atividades e avaliar qual desses métodos de custeios é mais viável a se utilizar na Empresa Júnior da Faculdade Luciano Feijão. Para alcançar o objetivo proposto, o estudo, primeiramente traz reflexões gerais sobre os três sistemas de custeio, bem como suas vantagens e desvantagens e, ainda, descreve sobre os principais conceitos fazendo uma revisão bibliográfica sobre esses métodos. Este artigo, de natureza descritiva, segue com o levantamento de dados por meio de entrevista realizada junto aos integrantes da Empresa Júnior com base no instrumento de coleta de dados que é o questionário. De modo geral, os métodos de custeio quando adotados pela empresa precisam maximizar o retorno sobre o resultado financeiro e, assegurar, com isso, o equilíbrio indispensável para o sucesso de qualquer negócio. Palavras Chave: Custos. Métodos de custeios. Custeio ABC. 1 INTRODUÇÃO O novo mercado onde as coisas ocorrem com grande velocidade causando um crescente impacto nas organizações, tem ocasionado uma nova realidade no dia a dia das empresas, pois a concorrência e o moderno cenário empresarial influenciam os gestores a procurar novas técnicas de se administrar financeiramente uma organização. Dessa forma a contabilidade de custos vem auxiliando aos gestores na tomada de decisão, pois ao longo dos 1 Acadêmica do 5º semestre do curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. ² Acadêmica do 5º semestre do curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. ³ Acadêmica do 5º semestre do curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. anos, ela vem aparando as empresas na necessidade elementar de minimizar os custos, trazendo consequentemente a maximização dos lucros. Este trabalho tem como objetivo geral estudar a viabilidade da aplicação de custeios para a melhoria da gestão na Empresa Júnior, trazendo conceitos dos três métodos de custeios existentes, que são: Custeio baseado em Atividades ou custeio ABC, que é o custeio que ajuda a amenizar as distorções causadas pelo rateio dos custos indiretos. O custeio variável ou custeio direto, se restringe em avaliar os custos de produção somente os custos variáveis incorridos. E também o método de custeio por absorção, que é um método que registra todos os custos da produção, tendo dentro dele os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. A presente pesquisa também procura identificar, mediante levantamento bibliográfico, os métodos de custeios e propor qual o custeio mais adequado para a gestão da Empresa Júnior, procurando trazer benefícios aos integrantes da mesma. 2 TERMINOLOGIAS DE CUSTOS Para entender melhor, os custos são gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou de prestação de serviços, que “constitui a expressão monetária dos insumos e consumos ocorridos para a produção e venda de um determinado produto ou serviço”. (BERTÓ, BEULKE, 2006, p. 19) O custo é uma parte do gasto que é aplicado na produção tendo sido desembolsado ou não, contudo ele se subdivide em: direto, indireto, fixo e variável. O custo direto é aquele que pode ser quantificado e identificado a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Tem-se como exemplos, a matéria-prima utilizada para produção do produto, a mão de obra diretamente ligada à produção, a energia consumida por as máquinas entre outros. Os custos indiretos não são fáceis de serem identificados e nem medidos, pois segundo Bertó; Beulke (2006), eles apresentam essa característica de não poderem ser quantificados diretamente nas unidades que os mesmos são comercializados. Ainda para o autor citado acima: Constituem exemplos típicos desses custos e despesas: diversas modalidades de depreciação, locações de prédios, equipamentos, alguns serviços de terceiros, água, seguros, material de limpeza, de manutenção, despesas administrativas etc. (BERTÓ, BEULKE, 2006, p. 23). Já em relação à produção, tem-se o custo variável, que diz respeito ao valor total da relação direta com o volume de produção ou serviço, tendo esse valor constante por unidade, independentemente da unidade produzida. E também existe o custo fixo, que são os gastos que se mantêm constantes nas atividades operacionais, mesmo quando se produz em grandes ou pequenas quantidades. Bertó; Beulke (2006) ainda acrescentam que: “Quanto maior o montante físico, menor é a parcela de custo/despesa fixa em relação a cada unidade, e vice-versa”. 3 CUSTEIOS De acordo com Martins (1996, p. 23) “A contabilidade de custos surgiu com o aparecimento das empresas industriais, com a tarefa de avaliar e calcular os custos dos produtos fabricados”. A tamanha preocupação dos contadores, auditores e fiscais é fazer com que a implementação da Contabilidade de Custos possa resolver os problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, pois naquela época praticamente só existia a atividade comercial, utilizando a contabilidade financeira apenas para avaliação de patrimônio e controle de resultado. Ainda segundo o autor, os sistemas de custos precisam sempre levar em consideração a qualidade do pessoal envolvido em sua alimentação e em seu processamento, pois o sucesso de um mesmo depende do pessoal que alimenta e o faz funcionar. Nesse caso é obrigatório um treinamento e que se comece com formulários simples e com números fáceis de obter. Devido ao crescimento das empresas, a contabilidade de custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de ajuda no desempenho gerencial do estabelecimento. Não podendo esquecer que com essa competitividade no mercado houve a necessidade de as empresas ficarem mais flexíveis. Assim, a fim de evitar perdas e atividade insuficientes, uma corporação deve conhecer detalhadamente seus processos internos e entender como e onde incorrem os gastos. 3.1 Custeio por absorção Entende-se que o custeio por absorção são todos os custos ligados a produção sejam eles diretos, indiretos, fixos ou variáveis. Segundo Martins (1996, p. 42) o mesmo “Não é um principio contábil propriamente dito, mas uma metodologia decorrente deles, nascido com a própria contabilidade de custo”. É o método legal exigido no Brasil, com base na legislação tributária Brasileira. Ainda segundo Martins (1996) é considerado um método geralmente usado para assimilação dos custos de fabricação aos produtos elaborados. 3.1.1 Vantagens e desvantagens do custeio por absorção Uma das vantagens do custeio por absorção é que ele é aceito pelo fisco brasileiro, pois para Leone (2009), as principais vantagens estão no fato de os resultados serem aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo e para obtenção de soluções de longo prazo, onde, normalmente, as informações do custeio por absorção são recomendadas. Entretanto, nem sempre é útil como ferramenta de gestão de custos, por possibilitar distorções ao distribuir custos entre diversos produtos e serviços, possibilitando mascarar desperdícios e outras ineficiências produtivas. 3.2Custeio ABC O sistema de Custeio baseado por Atividades, conhecido como ABC, tem como objetivo principal a redução das distorções provocadas pelo rateio dos custos indiretos. Esse tipo de custeio não só é importante para a avaliação dos estoques, mas também ajuda na tomada de decisão por conter informações gerenciais. Para Martins (2009, p. 87) O ABC pode ser aplicado, também, aos custos indiretos, principalmente à mão de obra direta, e é recomendável que o seja; mais não haverá, neste caso, diferenças significativas em relação aos chamados “sistemas tradicionais”. A diferença fundamental está no tratamento dado aos custos indiretos. Nesse sentido, o autor afirma que existe diferença no tratamento dado aos custos, sendo composto pelos custos diretos que se afetam diretamente ao produto final e custos indiretos se atribuem em função das atividades necessárias ou utilizadas. 3.2.1 Vantagens e desvantagens do custeio ABC Das vantagens do custeio ABC vale a pena ressaltar que este método pode ser aplicado em todos os tipos de organizações, desde as indústrias até as organizações sem fins lucrativos. O autor Martins (1996, p.15) explica que “a metodologia do custeio Baseado em Atividades (ABC) aplicam-se também às empresas não industriais, pois atividades ocorrem tanto em processos de manufaturas quanto de prestação de serviços”. Outra a vantagem a se destacar desse tipo de custeio é que o mesmo fornece uma visão transparente dos fluxos dos processos da empresa, pois de acordo com Leone: É o sistema de custos ideal é aquele que tem capacidade de fornecer informações úteis para que os usuários internos das empresas possam avaliar os desempenhos tanto da empresa como de seus diversos setores, controlar os próprios custos, diagnosticar com facilidade as disfunções, os desequilíbrios, as superposições e os desperdícios, traçar planos e tomar as melhores decisões. (LEONE, 2009, p.252). Porém, mesmo com a facilidade de visualização dos processos e avaliação dos desempenhos da empresa e dos diversos setores existe a dificuldade de manter o envolvimento dos colaboradores da empresa, pois os mesmos se confundem com muitas atividades, que segundo (Leone, 2009, p. 253) “Muitas atividades invadem e cruzam diversos centros de responsabilidade. Trata-se de uma verdadeira matriz de funções e atividades, [...] no fundo, os responsáveis pelo o departamento perdem a noção de suas tarefas”. 3.3 Custeio variável Esse custeio considera como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos, o mesmo encontra-se voltado para quantidade na produção da empresa, onde se dividem os seus custos e despesas em gastos fixos e variáveis. O critério do custeio variável é muito útil para intervir no processo de planejamento e de tomada de decisões, até porque uma de suas potencialidades está centrada na análise da variabilidade das despesas e dos custos. (LEONE, 2009, p. 308). Entende-se que esse custeio está ligado a quantidade vendida, tendo com relação às despesas por custo de período e o custeio por absorção vinculado a quantidade vendida, por isso os dois métodos estão interligados. 3.3.1 Vantagens e desvantagens do custeio variável Observa-se que esse sistema é capaz de fornecer quantidades relevantes de informações como a contribuição marginal, que oferece assistência necessária na tomada de decisão para gestores das organizações. Outra vantagem está no fato que: O custeio variável é particularmente aproveitado pela administração com sucesso nos casos em que se deseja saber, com segurança, quais produtos, linhas de produtos, departamentos, territórios de vendas, clientes e outros segmentos (ou objetos) que são lucrativos e onde a Contabilidade de Custos deseja investigar os efeitos interrelacionados das mudanças ocorridas nas quantidades produzidas e vendidas, nos preços e nos custos e despesas (LEONE, 2009, p. 327). Diante dessas colocações, percebe-se que o custeio variável tem também como vantagem determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e os que devem ser excluídos da linha de produção, permitindo o uso mais racional desses fatores e também definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar uma eventual capacidade inativa e ainda definir em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido. No entanto esse mesmo sistema possui desvantagens, pois para Leone (2009) o custeio variável não obedece aos princípios fundamentais de contabilidade, ele não é aceito para demonstrações contábeis de uso externo, pois fere o Princípio Contábil da confrontação das receitas com os custos que contribuem para sua obtenção. 4 METODOLOGIA O presente trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica, tendo como finalidade abordar os diferentes sistemas de custeio e avaliar qual seria o melhor método a se utilizar na Empresa Júnior da Faculdade Luciano Feijão. Dentro dessa abordagem realizou-se também uma pesquisa qualitativa, que foi aplicada através de uma entrevista com o diretor geral da empresa para o levantamento de dados. Para Dias (1999), a pesquisa qualitativa se caracteriza principalmente, pela ausência de medidas numéricas e análises estatísticas, contendo os estágios reconhecidos do processo de pesquisa, formulação do problema, identificação das informações chave, coleta de dados e análise. Ainda segundo o autor, é um tipo de pesquisa que lida com informações mais subjetivas, amplas e com maior riqueza de detalhes do que os métodos quantitativos. O estudo realizado trata-se de uma pesquisa bibliográfica que segundo Santos (2005, p. 173) “A pesquisa bibliográfica é feita com base em documentos já elaborados, tais como livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, como jornais e revistas, além de publicações como comunicação e artigos científicos, resenha e ensaios críticos”. A metodologia utilizada foi divida em duas etapas: planejamento das perguntas e condução da entrevista. O questionário aplicado contem sete perguntas objetivas e foi respondido para levantar dados referente ao conhecimento que os gestores da Empresa Júnior tem em sistemas de custeio e também identificar o método mais adequado para ser utilizado pelos os mesmos. 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Certificou-se que a empresa pesquisada tem conhecimento que existem custeios a serem empregados na gestão de uma organização, porém percebese que os mesmos não detêm a ciência a fundo sobre o contexto de custos e suas aplicações. A empresa não utiliza nenhum método de custeio, porém foi observado que os gestores consideram importante a implementação de algum sistema de custos, para que se possam visualizar os custos variáveis que incidem no valor do serviço. Para eles o custeio mais viável para a empresa seria o custeio variável, pois é o tipo de sistema que segundo os entrevistados, envolve apenas os custos variáveis, sendo que os fixos são de responsabilidade da faculdade, porque atualmente somente trabalham com serviços a serem contratados, dai surge uma demanda de custo variável. Para os dirigentes, o custeio variável também é favorável pelo fato de, segundo os entrevistados, não depender do custo fixo para a formação do preço, sendo acrescentados apenas os custos variáveis. Entretanto, com base nos estudos bibliográficos realizados para a pesquisa, percebe-se que o melhor método de custo a ser empregado é o custeio por absorção, por se apoderar de todos os gastos relativos ao esforço de produção aos produtos ou serviços, mesmo esses gastos não sendo fixos, como é o caso da Empresa Júnior, porque é o meio de custeio que se utiliza dos custos tanto fixos como variáveis. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS . Após o desenvolvimento deste trabalho, percebeu- se que o custeio é um instrumento pouco notado em pequenas gestões, e também é difícil encontrar estudos voltados para custeios, tanto em seus conceitos quanto aplicações. Apesar disso, observa-se que é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento da gestão estratégica nas empresas, pois é possível ampliar a visão dos sistemas a serem trabalhados na organização. O seguinte trabalho realizado a partir de estudos científicos nos faz refletir sobre a certeza de que os custos influenciam nas atividades de uma organização. Foi possível observar na empresa estudada que nenhum tipo de custeio é utilizado para medir os custos que ela produz, entretanto após o levantamento de dados considera-se que o melhor método a ser utilizado seria com a implantação do custeio por absorção por ela trabalhar com poucos custos e em um pequeno numero de setores, apesar de ter sido identificado na entrevista, que para os gestores, o melhor sistema seria o custeio variável por atualmente a Empresa Júnior não possuir nenhum custo fixo, pois esses custos são de responsabilidade da faculdade. Conclui-se então que a empresa tem um melhor desempenho com a implantação do custeio por absorção, que é o sistema que apura o valor dos custos dos bens ou serviços, tomando como base todos os custos da produção incluindo os custos diretos, indiretos fixos e variáveis. 7 REFERÊNCIAS BERTÓ, D. ; J BEULKE, R. Gestão de Custos: São Paulo: Saraiva, 2009. LEONE, George S. G. Curso de Contabilidade de Custos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. DIAS, Cláudia. Grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisas qualitativas. Nov. 1999. 16p. [em fase de revisão]. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed.São Paulo: Atlas, 2009. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. SANTOS, Izequias Estevam. Manual de Métodos e Técnicas de Pesquisa Científica. 5ª ed. Niterói, RJ: Impetus, 2005. MIQUELETTO, Eluiz Maria. Formação do Preço de Venda: uma análise do processo de formação de preço em empresas madeireiras de grande porte de Curitiba e região metropolitana. Curitiba. 2008. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/49901558/21/Metodo-de-Custeio-por-Absorcao>. Acesso em 04 jun. 2013.