Formação-dos-Estados-Modernos

Propaganda
Formação dos Estados Modernos
Fragmentação Politica: Um dos marcos do fim da Antiguidade foi a queda definitiva
do Império Romano Ocidental na segunda metade do século V. A relevância do fato
advém não apenas da importância até então possuída pelo Império, mas igualmente das
poderosas transformações que seu colapso proporcionou. A partir de então, a Europa
Ocidental sofrera um intenso abalo em suas estruturas, algo que se mostrava notável
através do drástico processo de ruralização e do consequente enfraquecimento das
cidades e atividades comerciais.
Em decorrência deste cenário caótico, começaram a surgir lideranças políticas locais
que se colocavam na defesa de pequenos grupos populacionais. Em geral, tratavam-se
de nobres que dominavam condados, ducados e outras localidades menores. Ao invés
do imperador e seu exército, caberia agora a tais líderes combater às diversas ameaças
que então passaram a assolar a recém-formada sociedade medieval. Deste modo, as
instituições políticas sofrem um poderoso processo de descentralização, aspecto este
que viria a caracterizar a Europa Ocidental ao longo de boa parte da Idade Média.
Crise Medieval: No entanto, especialmente no desenrolar da Baixa Idade Média,
mudanças se sucederam em favor da revitalização comercial e urbana, processo este que
comportou igualmente a centralização territorial e política nas mãos dos monarcas. O
soberano surgia, então, como aquele que seria capaz de reorganizar as novas relações
sociais e econômicas, confrontando o caos que caracterizou a Europa Ocidental durante
a chamada “Crise Medieval do século XIV”.
Evidentemente que este processo de constituição das monarquias nacionais foi
bastante longo e tortuoso. Para seu sucesso contribuiu uma série de fatores, como a
criação de exércitos nacionais – que deveriam garantir a aplicação das determinações
reais – e a elaboração de legislações que submetessem todos os súditos ao Estado. Além
disso, as moedas e mercados nacionais foram unificados, assim como a cobrança de
impostos monopolizada pelo governo.
Com a crise medieval e o advento da Idade Moderna, os “Estados Nacionais
Modernos” são formados justamente a partir do fortalecimento do poder do rei e de seu
Estado. Tais governos se amparavam em uma enorme máquina burocrática, onde uma
grande variedade de instituições e cargos administrativos atuava com o objetivo de
consolidar o poder real. Surgiam, assim, as monarquias absolutistas.
Monarquia Absolutista: Nos diversos países da Europa onde o Absolutismo imperou,
o monarca buscou ampliar seu poder através da constituição de alianças com
representantes dos setores sociais mais importantes. Com a Igreja Católica, por
exemplo, diversos acordos foram feitos, buscando-se com isso transformar fiéis em
súditos obedientes. Ao mesmo tempo, nobres falidos eram sustentados pelo Estado e
passavam a integrar a base política do rei absolutista.
Em um momento de incremento das relações comerciais pela Europa e dessa com
outras regiões do mundo, o monarca absolutista preocupa-se igualmente em obter o
apoio da burguesia comercial. Esta, por sua vez, entende a aliança com o rei como um
fator fundamental à unificação dos mercados e à abertura de suas rotas comerciais pelo
mundo, aspectos essenciais ao crescimento de seus lucros.
Além do apoio de tais setores sociais, o Estado absolutista foi empoderado através
das teorias elaboradas por importantes pensadores do período. O inglês Thomas
Hobbes, por exemplo, buscou legitimar o absolutismo real em seu livro Leviatã. Nesta
obra, Hobbes afirma ser necessária a realização de um pacto social entre o rei e seus
súditos, a partir do qual estes últimos cederiam toda sua liberdade ao primeiro, que em
troca lhes garantiria uma sociedade pacífica e ordeira.
Salientando as fortes relações existentes entre a Igreja e o Estado absolutista, o
membro do clero francês Jacques Bossuet legitimava a ditadura monárquica como
sendo este fruto da vontade divina. Deste modo, o poder do rei seria um direito
concedido por Deus e, portanto, não poderia ser contestado.
De um modo geral, as monarquias absolutistas imperaram na Europa durante toda a
Idade Moderna. Suas estruturas começaram a ruir à medida que diversos grupos sociais
passaram a reivindicar o estabelecimento de organizações políticas mais liberais. Nesse
processo de depreciação do Absolutismo, as Revoluções Inglesas do século XVII e a
difusão dos ideais iluministas se apresentaram como acontecimentos fundamentais. E
como símbolo maior dessa crise, a Revolução Francesa, a partir da qual o Absolutismo
passa a ser identificado como o Antigo Regime.
Download