Feudalismo – Civilização Medieval – Igreja Medieval – Monarquias Medievais Aula 104 1. a) Nas numerosas heresias medievais, era recorrente a defesa de ideais como a “pobreza evangélica” e a “submissão exclusiva a Deus”, presentes no texto (dentre tantos outros, como a livre-interpretação da Bíblia, o sacerdócio universal e a simplificação da liturgia, elementos mais tarde incorporados pela Reforma Protestante). Todas essas teses se opunham à riqueza e ao poder da Igreja medieval – ao condenar o acúmulo de bens e a corrupção do clero, e ao negar a intermediação exclusiva dos clérigos entre os homens e Deus – consequência do monopólio da salvação pela Igreja. b) Como decorrência da cristianização da Europa e da fragmentação política associada ao feudalismo – fenômenos característicos da Alta Idade Média – a Igreja se convertera na única instituição efetivamente organizada e presente no conjunto do mundo feudal. Enriquecida por ricas doações (que a converteram na possuidora de um terço das terras feudais) e hierarquizada sob o comando unificado dos papas, a Igreja transformou sua autoridade religiosa num imenso poder político-econômico. Conforme avançava a Baixa Idade Média, entretanto, tornavam-se inevitáveis os conflitos entre os novos poderes em ascensão/reafirmação – especialmente as monarquias – e a Igreja, personificada no papado. Dos vários elementos de disputa entre Igreja e Monarquias, destacou-se a questão dos feudos eclesiásticos e dos direitos de suserania sobre os bispos (administradores locais dos bens da Igreja); basicamente, o problema em aberto era grave: os bispos deviam lealdade como vassalos ao papa (chefe universal da Igreja) ou aos monarcas (suseranos nominais de seus reinos)? Como resultado de numerosas situações de confronto – que se estenderam da Querela das Investiduras, no Sacro Império (séculos XI-XII) ao Cisma do Ocidente, na França (séculos XIII-XIV) – chegou-se em geral a acordos de dupla vassalagem, por meio dos quais os bispos faziam juramento de lealdade conjuntamente aos papas e aos monarcas. 2. a) A expressão “Idade Média” foi cunhada no contexto do Renascimento para designar o período entre o final da Antiguidade – e, por consequência, dos valores greco-romanos relacionados à racionalidade – e o momento em que tais valores estariam renascendo (daí “Renascimento”). Esse período de cerca de mil anos 1 seria marcado, segundo o homem renascentista, pelo predomínio dos valores religiosos imputados pela Igreja, atitudes místicas e discussões teológicas inúteis, entre outros aspectos. Em outros momentos da História, caracterizados também pela valorização da razão, como é o caso do Iluminismo, igualmente se fez um juízo de valor negativo em relação à Época Medieval, contribuindo, assim, para a consolidação do senso comum que entende ter sido aquele momento uma “Idade das Trevas”. b) O período comumente abarcado pela expressão “Idade Média” pode ser analisado historicamente, como pretende o próprio autor do texto. Na medida do possível, o historiador pode tentar fugir a anacronismos, evitando a transferência de valores do presente para julgar o passado. A partir do estudo de documentos da época e dos condicionamentos históricos de que estes emergiram, bem como de seus autores, é possível se aproximar da realidade da época, permitindo, para o caso da Idade Média, um conhecimento que não privilegia julgamentos de valor, negativos ou positivos. 3. alternativa C O quadro apresenta ao fundo um castelo fortificado e cenas de trabalho agrícola. Destacam-se atividades de coleta e, em primeiro plano, a semeadura e a utilização do arado. A existência de áreas que não estão sendo objeto de cultivo sugere a prática da rotação de culturas, o que é compatível com os elementos contidos na alternativa C. 4. alternativa B Segundo o texto, o Romantismo propôs um novo olhar sobre o Período Medieval. 5. alternativa C A corporação reunia artesãos do mesmo ofício e, entre outras funções, dava assistência aos órfãos e artesãos cuja idade os impedisse de exercer a profissão. 6. alternativa E De maneira geral, a economia da Alta Idade Média, centrada nos feudos, fundava-se na agricultura, que produzia gêneros consumidos dentro dos feudos. O comércio desempenhava um papel secundário no conjunto das atividades econômicas. 7. alternativa E Após um período de relativa prosperidade entre os séculos XI e XIII, ocorre no século XIV uma crise geral com retração do co2 mércio e prolongados períodos de falta de alimentos. Acrescentou-se a tal quadro a Peste Negra, que dizimou 25 milhões de pessoas na Europa. Tal é o contexto das chamadas “crises do século XIV”. 8. alternativa A A despeito do esforço evangelizador e das perseguições oficiais da Igreja Católica às velhas tradições pagãs, o Ocidente Medieval europeu preservou muitas reminiscências dos velhos ritos bárbaros e romanos na mentalidade, nas festas e nos hábitos cotidianos da população. 9. alternativa C A instituição do colonato prendia o camponês à terra, impedindo-o de mudar de senhor e região. 3