UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA: CITOLOGIA PROFESSOR: THIAGO LOPES Importância do Citoesqueleto e da Matriz Extracelular para o Câncer e Metástase I. Matriz Extracelular (MEC): Estrutura e Funções Os tecidos animais e vegetais não são constituídos apenas por células, mas também por um espaço extracelular preenchido por um complexo de componentes fibrosos e protéicos denominados de matriz extracelular (MEC). Esta se constitui em proporções variadas de proteínas e polissacarídeos distribuídos de forma diferente entre os vários tecidos do organismo, os quais são responsáveis pela diversidade morfológica, funcional e patológica dos tecidos, fornecendo substrato adequado para o crescimento e diferenciação dos variados tipos celulares do organismo, favorecendo assim a sobrevivência dos tecidos. Possui uma vasta variedade de formas e funções, tais como a matriz calcificada forma a estrutura dura de ossos e dentes, parede celular de bactérias e plantas, cutícula de vermes e insetos e conchas de moluscos. A maior parte da MEC é secretada localmente.. Dentre os constituintes da MEC referenciam-se vários tipos de macromoléculas (proteoglicanas e glicosaminoglicanas) que formam um leito constituído por um gel onde se encontram imersos todos os constituintes da matriz, além de proteínas fibrosas como colágeno e elastinas, ambas com função estrutural e as glicoproteínas alongadas e adesivas, como laminina, tenascina e fibronectina. Em suma, as matrizes extracelulares são constituídas por malha de diferentes combinações de colágenos, proteoglicanos, ácido hialurônico e várias glicoproteínas como fibronectina e a laminina, que preenchem a maioria dos espaços intercelulares. A adesão das células à vizinhança das matrizes extracelulares determina o seu formato, mantém a função celular adequada e a integridade do tecido. A matriz extracelular também auxilia no ancoramento das células, sinaliza o tráfego celular e dirige a diferenciação celular. O controle do comportamento celular parece originar em resposta às interações célula – matriz. As proteínas adesivas da matriz não apenas promovem a adesão celular como também estimulam a migração celular. A matriz também pode exercer seu efeito na diferenciação celular agindo como fator indutor, fazendo com que as células capazes respondam à ativação por hormônios ou por outros fatores solúveis, ou a própria matriz pode fornecer o sinal indutivo. A adesão celular exerce papel importante na transdução de sinal e, portanto, está envolvida na transferência de informação entre células (reconhecimento). A ligação das células à matriz extracelular também sinaliza para dentro do citoplasma e leva a reorientação do citoesqueleto e a mudança no comportamento celular como, por exemplo, no estímulo à proliferação celular. Interações e ligações entre as células e componentes da MEC são realizadas por receptores específicos denominados integrinas, que são proteínas transmembranas com um domínio extracelular que se prende a componentes da MEC e um citoplasmático ligado à porção do citoesqueleto constituída por actina. Existem quatro classes principais de receptores celulares envolvidos nas interações célula – célula e célula – matriz: caderinas, selectinas, seuper família de receptores de imunoglobulinas e as integrinas acima citadas. Câncer e Metástases O câncer é atualmente uma das principais causas de morte. O quadro atual é caracterizado pela existência de tratamento de elevado custo e índice terapêutico relativamente reduzido. Qualquer que seja a causa, o câncer (ou neoplasia) é essencialmente uma doença de células, caracterizada por um desvio nos mecanismos de controle dos processos de proliferação e diferenciação celular. O crescimento tumoral resulta de um desequilíbrio entre proliferação celular e apoptose e é influenciado pela angiogênese (formação de novos vasos), enquanto o potencial metastático é influenciado por alterações na interação célula – célula e célula – matriz. Os tumores benignos são essencialmente bem delimitados, crescem geralmente de forma esférica e não invadem os tecidos ao seu redor, enquanto os tumores malignos apresentam como sua mais importante propriedade a capacidade de invasão de tecidos vizinhos. Esse processo de invasão e alastramento, denominado metástase, pode avançar até atingir o sistema circulatório, permitindo que as células malignas ganhem vias de disseminação e atinjam outros sítios, distantes do local original, e neles iniciem novas colônias e células neoplásicas. Portanto, a metástase é definida como o processo de disseminação de células de um tumor primário para um local distante. Nos estágios iniciais do desenvolvimento, normalmente quando o tumor tem menos de 2 mm de diâmetro, a nutrição da massa tumoral faz-se essencialmente por difusão a partir dos tecidos vizinhos. Supernando este tamanho, os tumores passam a depender de vasos sanguíneos próprios para que não entrem em degeneração e necrose. Além disso, naturalmente, os novos vasos sanguíneos formados servem como vias de disseminação das células malignas para outros focos de colonização. MEC X Câncer e Metástases O papel da matriz extracelular no microambiente tumoral não está limitado somente a atuar como barreira física à neoplasia, mas funciona como um reservatório para proteínas ligantes e fatores de crescimento que influenciam o comportamento do mesmo. A capacidade das células malignas destruírem a membrana basal e os demais componentes tem sido relatada ao potencial invasivo das neoplasias. A influência da MEC no comportamento das neoplasias ocorre em vários mecanismos relacionados à proliferação, progressão e invasão tumoral. Durante o processo de invasão tumoral, as células neoplásicas atravessam dois tipos de matriz (membrana basal e estroma intersticial) e reações bioquímicas entre células normais e a MEC influenciam no processo de invasão tumoral e neoplasia. Os constituintes da MEC contribuem diretamente ou indiretamente no processo de tumorigênese, pelo fato desta estrutura conter componentes potencialmente antiadesivos, moduladores de adesão, proliferação e migração celular. Adicionalmente a MEC pode regular o comportamento celular por vários mecanismos: primeiro através da composição de suas proteínas em um determinado tecido e segundo por interações sinérgicas entre fatores de crescimento e moléculas de adesão ou por receptores que medeiam a adesão de seus componentes. A excessiva degradação da MEC pode acarretar o desenvolvimento de várias condições patológicas, tais como, artrite reumatóide, fibrose, osteoartrite e doenças autoimunes. A degradação da matriz consiste em um evento chave na invasão e metástases de tumores. Durante a formação da metástase, há uma série de barreiras estruturais que contém colágeno que a célula deve passar. A matriz extracelular e a membrana basal devem ser quebradas para a intra –invasão e extra – invasão. Esta se dá por ação de enzimas trasnmembranas proteolíticas capazes de digerir a matriz extracelular e membrana basal. A membrana basal abaixo das células endoteliais presentes em muitos órgãos é uma contínua barreira para o processo metastático e é constituída na sua estrutura de substância colagênica. Assim, tecidos, tanto no sítio primário quanto no secundário, requerem a degradação da matriz extracelular para permitir a invasão das células neoplásicas e a disseminação. Estas proteínas são denominadas metaloproteínas (MMPs), que atuam desorganizando a matriz. Essas enzimas podem ser produzidas tanto pelo estroma tumoral como pelas próprias células neoplásicas. O aumento na produção dessas enzimas tem sido associada com o fenótipo invasivo em vários tumores. Não há dúvidas de que as MMPs são as maiores contribuidoras para o processo metastático. Bibliografia Consultada Sites: www.scielo.br www.praticahospitalar.com.br Nome: Fabiane Camilo Lopes Curso: Ciências Biológicas 2o Período EAD Campus: Realengo