Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da - UNI

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DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIAS
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
DISCIPLINA: Gestão da Inclusão
CARGA HORÁRIA: 40h / a
SEMESTRE: 2º / 2010
PROFESSORA: Tatiana Papa Pimenta Quites
POR : Professora Tatiana Papa Pimenta Quites
“Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceitei a pessoa... quando
eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é a parte de nós
mesmos... quando eu aceito a Língua de Sinais, eu aceito o surdo, e é
importante ter sempre em mente que o Surdo tem o direito de ser Surdo”.
Terje Basilier, um Psiquiatra Norueguês surdo
Surdo é mais do que simplesmente um sujeito que não pode ouvir, possui mais uma diferença do que
uma deficiência.
Apitos de guarda, buzinas de veículos, fundo musical de um filme, o canto dos pássaros entre tantas
outras coisas que nos passam como corriqueiras, simplesmente para o surdo, não existem. O mundo
do surdo é basicamente visual. Esses sons não chegam a ele e quando chegam causam incômodos.
O surdo é antes de tudo uma pessoa que possui as mesmas necessidades básicas de uma pessoa
ouvinte, com os mesmos direitos de usufruir do seu espaço na família e na sociedade.
Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo
considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo,
aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Consistindo a
surdez na perda, maior ou menor, da percepção normal dos sons, verifica-se a existência de vários
tipos de portadores de deficiência auditiva, de acordo com os diferentes graus da perda da audição.
Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até
20 dB N.A (decibéis, nível de audição).
Entre as várias deficiências auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como condutiva,
mista ou neurossensorial.
CLASSIFICAÇÃO DE SURDEZ:
Perda entre 35 e 54 dB – LEVE

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

Essa perda impede que o sujeito perceba igualmente todos as fonemas da palavra.
Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida.
Em geral, esta pessoa é considerado como desatento, solicitando, freqüentemente, a
repetição daquilo que lhe falam.
Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da linguagem, mas poderá ser a causa de
algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita.
Perda entre 55 e 69 dB – MODERADA


Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessário uma voz de
certa intensidade para que seja convenientemente percebida.
É freqüente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos,
maiores problemas lingüísticos. .
Perda entre 70 e 90 dB – SEVERA


Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e poderá perceber
apenas a voz forte.
A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para utilizar a percepção
visual e para observar o contexto das situações.
Perda acima de 90 dB – PROFUNDA
A gravidade dessa perda é tal, que o priva das informações auditivas necessárias para
perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir de forma natural a linguagem oral.
Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões
começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de
máxima importância para a aquisição da linguagem oral.
Assim também, não adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a
percebendo. não se interessa por ela "feedback" auditivo não possui modelo para dirigir suas
emissões.
CAUSAS DA SURDEZ
São várias as causas que levam à deficiência auditiva. A deficiência auditiva condutiva, por
exemplo, tem como um dos fatores o acúmulo de cera no canal auditivo externo, gerando perda na
audição. Outra causa são as otites. Quando uma pessoa tem uma infecção no ouvido médio, essa
parte do ouvido pode perder ou diminuir sua capacidade de "conduzir" o som até o ouvido interno.
No caso da deficiência neurossensorial, há vários fatores que a causam, um deles é o
genético. Algumas doenças, como rubéola, varíola ou toxoplasmose, e medicamentos tomados pela
mãe durante a gravidez podem causar rebaixamento auditivo no bebê.
Também a incompatibilidade de sangue entre mãe e bebê (fator RH) pode fazer com que a
criança nasça com problemas auditivos.
Uma criança ou adulto com meningite, sarampo ou caxumba também pode ter como seqüela
a deficiência auditiva. Infecções nos ouvidos, especialmente as repetidas e prolongadas e a
exposição freqüente a barulho muito alto também podem causar deficiência auditiva.
Assim, a surdez pode ser congênita ou adquirida.
As principais causas da deficiência congênita são hereditariedade, viroses maternas (rubéola,
sarampo), doenças tóxicas da gestante (sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose), ingestão de
medicamentos ototóxicos (que lesam o nervo auditivo) durante a gravidez. Alcoolismo ou uso de
drogas pelos pais, antes e durante a gestação.
 Otites:
 Otite externa: infecção bacteriana da pele do conduto auditivo externo.
 Otite média: processo infeccioso e/ou inflamatório da orelha média, que divide-se em: otite
média secretora; otite média aguda; otite média crônica supurada e otite média crônica
colesteatomatosa.
É adquirida quando existe uma predisposição genética (otosclerose), quando ocorre meningite,
ingestão de remédios ototóxicos, exposição a sons impactantes (explosão) e viroses, por exemplo.
Ao se pensar em surdez e nas limitações que lhe são associadas, é natural que se
procure
conhecer as causas que a provocam e os meios de evitá-las.
IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das deficiências de audição é realizado a partir da avaliação médica e
audiológica. Em geral a primeira suspeita quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças
muito pequenas é feita pela própria família a partir da observação da ausência de reações a sons,
comportamento diferente do usual (a criança que é muito quieta, dorme muito e em qualquer
ambiente, não se assusta com sons intensos) e, um pouco mais velha, não desenvolve linguagem. A
busca pelo diagnóstico também poderá ser originada a partir dos programas de prevenção das
deficiências auditivas na infância como o registro de fatores de risco e triagens auditivas.
O profissional de saúde procurado em primeiro lugar é geralmente o pediatra, o qual
encaminhará a criança ao otorrinolaringologista, quando se iniciará o diagnóstico. Este profissional
fará um histórico do caso, observará o comportamento auditivo e procederá o exame físico das
estruturas do ouvido, nariz e das diferentes partes da faringe. O passo seguinte é o encaminhamento
para a avaliação audiológica.
No caso de adultos, em geral a queixa de alteração auditiva é do próprio indivíduo, e, no caso
de trabalhadores expostos a situações de risco para audição o encaminhamento poderá advir de
programas de conservação de audição.
LIBRAS: LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
LIBRAS, ou seja, Língua Brasileira de Sinais é a língua natural considerada a língua materna
das pessoas surdas, possuindo suas próprias estruturas gramaticais.
São basicamente diferentes das línguas orais por que se utiliza de um meio ou um canal
visual-espaço e não oral-auditivo, assim, articulam-se espacialmente e são percebidas visualmente.
Contrariando uma crença do senso comum, não existe uma única língua de sinais que seja
universal. Cada país possui a sua própria língua com seus respectivos sistemas de regras e
estruturas, variações regionais por influência culturais e sociais; assim existindo variações até mesmo
dentro de um país, de região para região.
A Língua de Sinais já é reconhecida oficialmente como língua natural dos surdos pela
Legislação Brasileira, Lei n°. 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 e regulamentada pelo Decreto n°
5626 de 22 de Dezembro de 2005.
DICAS DE CONVIVENCIA COM PESSOAS SURDAS
Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não
aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não.
Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene
para ela ou toque, levemente, em seu braço.
Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as
palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais
devagar.
Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta.
Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela.
Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna
impossível a leitura labial.
Usar bigode também atrapalha.
Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma
janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.
Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em
entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.
Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças subtis de tom de voz
que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os
gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.
Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contacto visual, se você desviar o olhar, a pessoa
surda pode achar que a conversa terminou.
Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela
está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita.
Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que
sejam entendidas.
Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é
tão importante.
Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao
intérprete.
Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e
outras preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e
concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa.
Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta
seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará
de tanto esforço para passar sua mensagem. Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua
conversa.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil, Secretaria de Educação Especial: Língua Brasileira de Sinais/ organizado por
Lucinda F.Brito et.al. Brasília: SEESP, 1997. V. III. (Série Atualidades Pedagógicas, 4)
Brasil, Secretaria de Educação Especial: Deficiência Auditiva/ organizado por Giuseppe
Rinaldi et. al. Brasília: SEESP, 1997. V. I. ( Série Atualidades Pedagógicas, n. 4)
CALDEIRA, José Carlos Lassi, Programa Comunicar / José Carlos L. Caldeira ...
Clínica Escola Fono, 1998. 5 v.
[et al.] Belo Horizonte:
CARVALHO, Josefina M. e REDONDO, Maria C. da F. Deficiência auditiva. Brasília: MEC - Secretaria de
Educação a Distância, 2001.
PIMENTA, Tatiana Papa. A Criança Surda e a Escrita. Belo Horizonte, 2002. 96 pág. Monografia apresentada
à Universidade do Estado de Minas Gerais - Faculdade de Educação - Curso de Pedagogia – CBH
QUADROS, Ronice Müller de, Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. – Porto Alegre: Artes Médicas,
1997.
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