Sanitarismo e Doença Editar Belém possui características regionais que influenciam decisivamente na sua urbanização e em todos os processos relacionados, incluindo aí as práticas em saúde pública. Feiras livres desprovidas da devida atenção dos meios competentes, além de vendedores ambulantes de produtos alimentícios típicos da região, são exemplos marcantes da clandestinidade que impera e se traduz em risco potencial para a população (Freitas & Noronha, 2007). Considerando o texto acima, discuta quais os patógenos e as doenças que podem surgir a partir das condições insalubres citadas acima. Que tipo de soluções podemos sugerir para o enfrentamento do problema sem impactar nas condições sócio-econômicas dos indivíduos que dependem destas práticas? 8 Comentários » 8 Respostas 1. editar isto em Setembro 17, 2009 às 12:53 am | Responder Karen Considerando-se as circunstâncias acima citadas, e que os tipos alimentícios comercializados nas ruas e feiras livres de Belém são extremamente variados (frutas, verduras, hortaliças, sementes, cereais, farinhas, carnes cruas, cozidas, salgadas, comidas típicas, etc.), os patógenos que podem ocorrer são microorganismos de diversos grupos, incluindo bactérias, fungos, parasitas e vírus, que causam principalmente doenças de caráter gastroentérico. Sintomas como diarréias, febre, náuseas, vômitos e dores abdominais são comuns às enfermidades geradas por estes agentes. Dentre as bactérias, as mais frequentes são: Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli, Vibrio cholerae, Clostridium botulinum, Campylobacter, Staphylococcus aureus , Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica, etc. Podem causar além de infecção, intoxicação alimentar proveniente das toxinas por elas produzidas. Os fungos de maior incidência são Aspergillus e Penicillium, encontrados principalmente em grãos e farinhas. No grupo dos vírus depara-se com os transmissores de hepatite A e rotavírus, e dos parasitas, contaminações por Strongyloides sp, Ascaris sp, Entamoeba sp e Giardia sp. O cumprimento das normas estabelecidas pela ANVISA, e uma fiscalização mais efetiva por parte deste órgão solucionaria uma grande parte desses problemas. Mas sabendo-se da dificuldade de execução destas atividades, uma saída mais prática seria a realização de palestras, oficinas ou minicursos oferecidos aos vendedores, a fim de educá-los. Fazê-los conhecer como os micro-organismos são potencialmente causadores de doenças, como atuam no organismo humano, o que fazer para prevenir esses males e oferecer alimentos seguros. o editar isto em Setembro 18, 2009 às 5:31 pm | Responder Francisco Oi Karen! Parabéns, faltou só explicitar outras patologias, embora vc tenha citado a hepatite e as gastroenterites. Podemos lembrar também da febre tifóide e paratifóide como problemas importantes e de notificação obrigatória pelo SINAN, além de outras doenças… 2. editar isto em Setembro 18, 2009 às 5:21 pm | Responder chicoteixeira Por que vocês acham que é tão díficil para a ANVISA fiscalizar as práticas dos vendedores de alimentos em Belém? Alguém saberia responder se a ANVISA já promove palestras, oficinas ou cursos aos vendedores ambulantes? 3. editar isto em Setembro 20, 2009 às 6:49 pm | Responder Darivaldo Em 2004 foram realizados cursos para vendedores ambulantes na cidade de gramado, feito em parceria pelo SEBRAE, SENAC, ANVISA entre outros, Ação do PAS. Até onde sei, apesar de a ANVISA criar regulamentos, a fiscalização fica por responsabilidade das vigilâncias municipais e estaduais. 4. editar isto em Setembro 21, 2009 às 9:31 pm | Responder Sarmento Dayse Dentro deste contexto podemos levar em consideração que muitas vezes esses alimentos ja vem contaminados do lugar onde os mesmos foram cultivados, tendo um contato com terras e águas contaminados. Em seguida, estes alimentos são transportados, nem sempre de forma adeguada, mas o fator principal a ser ressaltado é a influencia da temperatura e umidade, que estão presentes nas feiras das cidades tambem, que somado a falta de limpeza e estrutura adequada acaba sendo um banquete para os microorganismos, como citado acima. A presença de moscas, baratas, formigas e ratos favorecem a contaminação desses alimentos por parasitas e bacterias. E o clima quente e umido bem intensificado nessas feiras é um ambiente ideal para que fungos que estão em sua maioria no ar, se desenvolvam. Então, para a melhoria deste comercio, além de uma fiscalização mais intensiva e as palestras assistencias aos comerciantes, eu sugiro que a população também participasse denunciando a precariedade da feira de seu bairro, tentando chamar a atençao dos responsáveis pela fiscalização que a população não está sendo bem assistida e que não está calada perante esta situação. 5. editar isto em Setembro 27, 2009 às 3:00 pm | Responder Carréra jackeline No âmbito das condições insalubres de manipulação, estocagem e venda de produtos alimenticios em feiras livres,a principal doença que pode acometer consumidores é a intoxicaçao alimentar,causada por bactérias,parasitas,virus ou toxinas. Os consumidores,principalmente idosos e crianças(devido a baixa imunidade),são vulneráveis também à infecções por Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli, Vibrio cholerae, Clostridium botulinum, Campylobacter, Staphylococcus aureus , Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica, etc. Quem cozinha em casa ou no trabalho precisa ter conhecimentos básicos de higiene na manipulação dos alimentos.Por isso,as práticas de segurança alimentar mais recomendadas para evitá-los envolvem o controle das temperaturas de conservação e de cocção dos alimentos, a prevenção da contaminação cruzada, a eliminação de alimentos de fontes inseguras e a higiene pessoal. Em relação a fiscalizaçao e possiveis treinamentos aos manipuladores de alimentos realizados pela ANVISA na nossa cidade, a informação mais difundida no momento é em relação a venda de açai e frango abatido na hora. A preparação de açai hoje é padronizada e os locais de venda devem obedecer normas de higiene e segurança pra continuar funcionando e evitar principalmente a transmissão da doença de chagas através do vinho da fruta.E a mídia ja divulgou a proibição do abate de frango na hora, dentro de feiras e estabelecimentos, devido a grande precariedade(desses locais) e fonte de contaminaçao. O grande problema é a fiscalização intensiva em todo o nosso estado pra evitar burlações por parte de comerciantes. 6. editar isto em Setembro 28, 2009 às 10:27 am | Responder chicoteixeira Oi Jackeline! Poderia falar um pouco mais sobre o treinamento que a ANVISA realiza para os manipuladores de alimentos aqui de Belém? Um abraço! 7. editar isto em Outubro 3, 2009 às 3:15 pm | Responder Marília Sousa É do conhecimento de todos nós paraenses as condições precárias em que se encontram nossas feiras livres: alimentos expostos ao ar livre sem condições de conservação e refrigeração, frutas expostas à poluição local, bancas sem estrutura comercialindo pratos regionais…um ambiente propício à proliferação de muitos tipos de organismos, tais como bactérias e fungos,por exemplo. Com isso entendemos que não é a toa que doenças envolvendo distúrbios gastrointestinais tenham se tornado endêmicos na nossa região. As principais doenças verificadas são parasitoses envolvendo protozoários e helmintos, como giardíase, amebíase, ascaridíase, estrongiloidíase e há relatos de casos de balantidíase (protozoose comum em suínos que tem como hospedeiro acidental o homem). Além disso também encontram-se inúmeras infecções causadas por bactérias como salmonelas (casos encontrados na própria UFPA), shigelas, E. coli, Staphylococcus sp. e outras. No que diz respeito à medidas para solucionar tais problemas vejo grandes obstáculos. Na semana passada,eu estava em uma parada de ônibus quando agentes da prefeitura de Belém chegaram no local interditando um carrinho de batata-frita de um rapaz.Naquele momento todos que estavam presentes no local se indiginaram, mesmo sabendo do grau de higiene e riscos sanitários que aquela venda oferecia à população,porém o mais importante era a situação em que aquele cidadão iria se encontrar desempregado com família para sustentar. Existem movimentos do governo da cidade que oferecem barracas próprias para tal comércio, porém nunca se ouviu falar sobre a conservação contínua destes lugares, invalidando na minha visão todo o trabalho iniciado Diante disso vejo o tamanho da limitação que ainda existe por parte do nosso governo. Essa questão vai muito além de construções de “quadradinhos” para os trabalahadores autônomos se instalarem, mas envolve ações constantes, ponto que vejo ainda estar longe de nossa realidade. 1. fabio willians Carne e produtos cárneos representam um papel importante nas dietas das populações. A carne é um alimento perecível devido ao seu elevado teor de água, por isso constitui-se em um rico meio de crescimento para microrganismo, principalmente bactérias. A importância das bactérias em relação a carne reside no fato de que elas estão intimamente ligadas ao processo de deterioração, infecção e intoxicação alimentar. Em Belém, assim como vários municípios brasileiros existem falhas nos sistemas de inspeção e fiscalização de produtos, principalmente os de origem animal. No caso especifico da carne, é comum a presença de matadouros clandestinos e em péssimas condições de higiene. Desse modo é comum a comercialização desses produtos em feiras, mercados e açougues de Belém expondo à saúde pública inúmeras enfermidades veiculadas por alimentos contaminados. As principais bactérias patogênicas nas carnes e derivados são: Salmonella sp, Escherichia coli enteropatogenica, Staphylococcus aureus, Clostridium perfigens, clostridium botulinum. Sugestões: em decorrência das péssimas condições higiênico-sanitárias apresentadas em varias feiras, mercados e açougues de Belém, sugere-se • As autoridades competentes intensifiquem a inspeção e fiscalização a esses estabelecimentos • Sejam realizados periodicamente exames microbiológicos em amostras desses produtos para que seja feito um diagnósticos dos produtos comercializados • Sejam desenvolvidos trabalhos de educação sanitária e orientação aos manipuladores e consumidores, alertando-os sobre os riscos da ingestão de produtos contaminados. 2. editar isto em Setembro 30, 2009 às 3:21 pm | Responder chicoteixeira Muito bom seu comentário, principalmente com relação à importância da atividade de água para a contaminação. Um abraço! 1. editar isto em Outubro 7, 2009 às 7:40 pm | Responder elys Temos um exemplo muito claro de adequação e higienização aqui mesmo na UFPA…Com o Ver-o-pesinho. Muitos trabalhadores informais donos das barracas não possuíam nenhum tipo de cuidado no manejo dos alimentos e as mesmas ficavam expostas a ratos e moscas. Hoje nos deparamos com locais limpos e que possuem toda uma estrutura para conservação dos alimentos impedindo à proliferação de organismos como bactérias, fungos e até casos de doenças parasitárias. A Anvisa criou em 2007 a Rede de Comunicação de Vigilância Sanitária em Investigação de Doenças Transmitidas por Alimentos tendo o intuito de fortalecer a investigação de surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) e facilitar a articulação entre os serviços de vigilância sanitária, os laboratórios centrais de saúde pública e a vigilância epidemiológica. Desde sua criação, foram acompanhadas investigações de 84 casos de surtos, ocorridos em 21 unidades federadas (AP, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PR, PE, PI, RN, RS, RR, SC, SP, SE e TO). Os alimentos mais envolvidos em surtos foram: arroz, feijão, carne, batata, salada, ovo, queijo, água, leite, bolo, torta e pizza, sendo os principais agentes etiológicos detectados: Escherichia coli, Salmonela, Estaflococos e Bacillus cereus. A Prefeitura de Belém por meio do Projeto Ama Belém e em parceria com Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) em 2007 realizou cursos de capacitação de Manipulação de Alimentos, no Complexo Ver-o-Rio. O programa estava inserido no projeto de revitalização do Ver-o-Rio, que previa a capacitação dos profissionais que atuam com a venda de alimentos dessa área. Cerca de 65 profissionais foram atendidos. Foram abordados temas relacionados com: contaminantes alimentares; doenças transmitidas por alimentos; boas práticas para serviços e manipulação higiênica dos alimentos, todos obedecendo à resolução nº 216 da ANVISA, que estabelece os procedimentos das boas práticas para manipulação de alimentos. É importante ressaltar que, ao final do curso, os participantes receberam a carteirinha de “Manipulador de Alimentos”, confeccionadas pela Vigilância Sanitária do Município. O curso foi gratuito e teve como objetivo priorizar a higiene dos alimentos comercializados, garantindo assim uma alimentação saudável para os visitantes do Complexo Ver-o-Rio. Assim podemos ter de fato algo concreto para higienização destes locais de vendas de alimentos. Está é uma forma de resolver o problema dos trabalhos informais, possibilitando a estes manterem seus trabalhos e não causarem mal a população. Abraço -Elys 1. editar isto em Dezembro 1, 2009 às 2:50 pm | Responder Clédja Soares Certamente, as condições citadas no texto irão representar um sério risco à saúde da população, uma vez que os estabelecimentos e manipuladores de alimentos estejam desprovidos das boas práticas de manipulação. Vários patógenos estão envolvidos neste processo, dentre eles podemos citar: Escherichia coli, Salmonella typhi, Shigella sp., Yersinia sp., Vibrio cholerae, Clostridium botulinum, Campylobacter sp., Staphylococcus aureus, entre outros. A Vigilância Sanitária (VISA) faz o seu papel sim, ministrando palestras, oferecendo cursos, orientando e fiscalizando. Agora, é claro, que a população tem que ser um agente fiscalizador, observando as condições de higiene local e do manipulador; e denunciando para os órgãos fiscais,as possíveis irregularidades. Belém é muito grande, e às vezes o contingente de profissionais que trabalham nos órgãos fiscais, por exemplo, a VISA não são suficientes para atender as demandas que o mercado oferece, portanto se a população não fizer a sua parte, nós teremos um município com indicadores de saúde não desejáveis 1. editar isto em Novembro 10, 2009 às 9:30 pm | Responder Resposta ao 1° Fórum: Luciana Como citado por todos existem diversos microorganismos que podem ser veiculados por locais onde não existe saneamento básico, onde as condições de higiene são precárias. Uma possível solução para esse problema em relação à venda de alimentos seria a fiscalização como citado por alguns e a realização de atividades que visem educar a população a respeito desse assunto, concordo com essa alternativas e complemento afirmando que a melhor maneira para eliminar essa problemática seria primeiro realizar atividades de educação para conscientizar a população (vendedores e consumidores), depois realizar atividades de assistência aos vendedores para adaptar o seu estabelecimento as condições necessárias para a venda de produtos alimentícios e por ultimo a implantação de um sistema de fiscalização que assegure a realização de todas as normas impostas ao estabelecimento. Além dessas alternativas, podemos citar também, a importância da formação de profissionais capacitados para a implantação dessas atividades. Algo que podemos observar em alguns departamentos da UFPA, entre eles o Departamento de Engenharia Química e de Alimentos, o qual realiza inúmeras atividades, as quais baseiam – se em detectar determinado problema e a partir disso propor soluções para o mesmo, como exemplo, podemos destacar a “Avaliação microbiológica de chopinhos vendidos na cidade de Belém-PA”, onde o grupo constatou que dos 40 chopinhos, obtidos nos bairros do Guamá, Marco, Terra Firme e Jurunas, bactérias aeróbias mesófilas foram detectadas em 100% das amostras, enquanto os coliformes fecais foram detectados em 70%, assim como, o índice para os coliformes totais, o que revelou um quadro higiênico e sanitário preocupante. Após a identificação do quadro microbiológico dos chopinhos vendidos em Belém, o grupo produziu cartilhas informativas que foram distribuídas nos locais de coleta das amostras. Além dessa pesquisa, foram realizadas muitas outras por esse departamento dentro da UFPA (“Análise microbiológica de superfície de utensílios, utilizados em um restaurante da UFPA”, “Avaliação das condições higiênico-sanitárias de um restaurante universitário da cidade de Belém/PA” e “Análise microbiológica de sucos e salgados e implantação de treinamentos sobre Noções básicas de Microbiologia para manipuladores de alimentos das cantinas do campus da UFPA-Belém”), assim como, fora da mesma (“Pesquisa Avaliativa de restaurantes self service em Belém-PA”). 1. editar isto em Novembro 19, 2009 às 9:49 pm | Responder Nayla Nunes Olá Prof. , estou lhe enviando um comentário referente ao 1º Fórum da disciplina. Em relação à organização, as feiras de Belém não apresentam divisão por setores, haja visto que a comercialização de aves, carnes e hort-frutt ocorre no mesmo lugar. Além disso, não existem coletores de lixo suficientes, de forma que todo o resíduo gerado durante a comercialização é colocado no chão. Tal fato promove mau cheiro e atrai insetos e roedores, esta situação se torna mais crítica no setor de comercialização de pescado, tendo em vista o acúmulo de grande quantidade de resíduos proveniente da descamação e visceração, de forma que o setor de pescado está entre os ambientes mais sujos e fétidos da feira. É comum a presença de animais como cães e gatos, principalmente nos setores de carnes e pescado, pois é habito entre os feirantes alimentar esses animais com os resíduos provenientes da limpeza desses alimentos. Nos setores de lanchonetes, onde se preparam e comercializam lanches e refeições, falta abastecimento regular de água, os utensílios de preparo dos alimentos são velhos e sujos, o ambiente é sujo e os manipuladores não realizam as boas práticas de fabricação e manipulação de alimentos. É comum o trânsito de bicicletas e motos, colocando em risco a integridade física dos transeuntes e contaminando os alimentos com a poluição causada pela combustão dos motores dos veículos. As principais bactérias encontradas são: Clostridium botulinum, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Vibrio spp, Escherichia coli, Salmonella spp, Campylobacter spp, Yersinia spp, Shigella spp e Listeria monocytogenes, sem falar dos fungos e vírus presentes nesse ambiente. E as doenças são diversas, tais como: perturbações gástricas, envolvendo geralmente vômitos, diarréia, febres e dores abdominais, que podem ocorrer individualmente ou em combinação. Uma possível solução para essa problemática seria promover a conscientização dos feirantes por meio de palestras, mini-cursos ou até mesmos folders explicativos que visem demonstrar os malefícios da falta de higiene em seus ambientes de trabalho. Acredito que uma fiscalização mais rigorosa iria ajudar, porém não solucionaria definitivamente o problema; pois os trabalhadores precisam entender o motivo pelo qual devem manter bons hábitos de higiene e não pensar somente na fiscalização. Dessa maneira pode-se vislumbrar um futuro, mesmo que a longo prazo, de feiras mais bem estruturadas e em boas condições sanitárias de funcionamento. Atenciosamente, Nayla Nunes. 1. editar isto em Dezembro 11, 2009 às 6:09 pm | Responder Lorena Mendes Os problemas da falta de higiene nas feiras de Belém são evidentes e preocupantes, pois a Vigilância Sanitária pouco faz para tentar amenizar essa situação. O índice de analfabetismo no Estado é enorme, e essas pessoas que são privadas de uma educação básica, também não possuem muito conhecimento sobre higiene e de doenças causadas por alimentos contaminados. E são essas pessoas carentes que acordam cedo, fazem o transporte, o armazenamento e a venda de produtos alimentícios que adquirimos nas feiras de nossa cidade todos os dias. É obrigação do Estado e Prefeitura promover cursos e palestras para tentar conscientizar essa população (tanto de vendedores como os consumidores), que é a maioria em nossa cidade. Uma alternativa seria usar os meios de comunicação (rádio e televisão) com programas educativos, ou ainda a criação de cursos anuais gratuitos de como manter o estabelecimentos dentro das normas da vigilância sanitária, determinando como obrigatório a participação desses vendedores para que o seu comércio continue funcionando. A melhoria nas instalações é um pequeno passo para tentar mudar essa realidade, a feira do Ver-o-peso que é a maior feira livre do norte do país, é um bom exemplo de como uma reforma não muda muita coisa. Esteticamente a feira está mais bonita, mais isso não quer dizer que esteja livre de agentes contaminantes e em condições adequadas de comercialização de alimentos. A falta de uma quantidade maior de lixeiras, o modo como é realizada a manipulação dos alimentos e a armazenagem do mesmo, não permite uma total segurança para evitar essa contaminação. A presença de insetos (moscas, baratas, formigas entre outros) e animais (cachorro, gatos, ratos, etc) ajuda nessa falta de higiene. Enganam-se quem acha que são somente as frutas, carnes variadas, verduras e legumes estão sujeitos a contaminação. A venda de ervas e plantas medicinais também encontram-se contaminada. No ano passado foi desenvolvido um TCC no Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Farmácia da nossa universidade com plantas medicinais vendidas na feira do Ver-o-peso, foi pesquisado a presença de microorganismos (fungos em sua maioria) e o resultado foi que todas elas estavam contaminadas, ou seja, enquanto a população vai em buscar de tentar amenizar uma dor pode está adquirindo uma nova enfermidade. Muitos são os micro-organismos responsáveis por essas contaminações, dentre as bactérias, as mais frequentes são: Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli, Vibrio cholerae, Clostridium botulinum, Campylobacter, Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica. Além de infecção podem causar também intoxicação alimentar proveniente das toxinas por elas produzidas. Os fungos de maior incidência são Aspergillus e Penicillium, encontrados principalmente em grãos e farinhas. No grupo dos vírus estão os transmissores de hepatite A e rotavírus. Enquanto que dos parasitas encontramos o Strongyloides sp, Ascaris sp, Entamoeba sp e Giardia sp. Todos esses agentes causam principalmente doenças de caráter gastroentérico. Sintomas como diarréias, febre, náuseas, vômitos e dores abdominais são comuns às enfermidades geradas por todos esses grupos.