ALUNOS POBRES E DIFICULDADESDE APRENDIZAGEM Ana Maria Falsarella Márcia Regina Savioli Uniban-SP Esta comunicação representa um estudo desenvolvido pelas autoras a partir de sua experiência como docentes em cursos de formação inicial e continuada de professores. O tema tem relação com as questões do fracasso escolar e da inclusão-exclusão escolar e social. Aponta o despreparo dos professores em distinguir problemas de aprendizagem solúveis através de ações pedagógicas adequadas daqueles que necessitam do auxílio de profissionais especializados. No trato das questões de aprendizagem dos alunos oriundos de setores pobres da população há uma “circulação de culpas” (da própria criança, de sua família e de seu grupo social ou dos professores e da escola) que impede um olhar mais individualizado sobre o aluno que passa por dificuldades. Mesmo reconhecendo que o fracasso escolar massivo de crianças oriundas das classes populares não se justifica, ignorar que uma parte delas necessita de ajuda especializada para superar dificuldades, como acontece com crianças dos estratos sociais mais favorecidos, é uma forma cruel de discriminação. Com a adoção dos ciclos com progressão continuada, sem medidas paralelas que lhe dessem sustentação, as crianças que fracassam na aprendizagem passam a constituir os “excluídos do interior”, condenados à “eliminação branda” (Bordieu, 2002, cap.IX), quer dizer, têm acesso à escola, nela permanecem e saem sem aprender os conteúdos básicos à sua sobrevivência na sociedade. “Desconhecer” o problema permite ao Estado omitir-se de promover melhorias nas condições de bem-estar social da população em seus aspectos da educação e da saúde. À medida que a identidade social é definida cada vez mais pela instituição escolar, conclui-se pela defesa de uma formação eficiente do professor como forma de evitar estigmas e rótulos que acompanham crianças que passam por dificuldades. Palavras – chave: formação docente, dificuldades de aprendizagem, fracasso escolar, inclusão-exclusão. 1