1 o fenomeno "la niña" – caracterizaçãoe efeitos na chuva do

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FÓRUM PERMANENTE DE MONITORAMENTO DE TEMPO E CLIMA PARA A
AGRICULTURA NO RIO GRANDE DO SUL
Recomendações Técnicas da reunião de 17 de fevereiro de 2000
A SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO, divulga as recomendações
técnicas essenciais para o planejamento das culturas agrícolas do Estado, em função das
previsões meteorológicas e tendências climáticas para o próximo período, juntamente
com as principais instituições da área técnica, científica e setorial no Estado, para
elaboração, disseminação e acompanhamento das recomendações técnicas produzidas.
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O FENOMENO "LA NIÑA" – CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS NA CHUVA DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
O fenômeno La Niña, que vem ocorrendo desde junho de 1998, consiste da ocorrência
de águas mais frias do que a média na superfície do Oceano Pacífico equatorial. Esse
fenômeno determina no Rio Grande do Sul estiagem, principalmente, no final da
primavera e início do verão do ano de seu início, com “repique” no final do outono e início
do inverno do ano seguinte.
SITUAÇÃO ATUAL E PROGNÓSTICO
Como estava previsto, as temperaturas do Oceano Pacífico equatorial continuam abaixo
da média climatológica e os ventos dessa mesma região com velocidades ligeiramente
acima da média, dois indicadores da continuidade do fenômeno La Niña, influenciando o
regime de chuvas no Estado do Rio Grande do Sul.
Em janeiro de 2000 somente parte das regiões da Campanha e Depressão Central,
Fronteira Oeste e na divisa com Santa Catarina tiveram precipitações acima das médias
climatológicas, porém estas chuvas ocorreram de forma concentrada, ou seja, irregulares
na sua distribuição . As demais regiões continuam com acentuado déficit pluviométrico.
As previsões dos principais centros mundiais de tempo e clima, baseadas nos
indicadores oceânicos e atmosféricos, indicam a permanência de águas frias na
superfície do Pacífico equatorial para o trimestre fevereiro a abril de 2000. Ressalta-se
que estes modelos indicam um lento enfraquecimento do fenômeno La Nina, para os
próximos meses.
Para o Estado, a tendência é de ainda ocorrer chuvas abaixo da média
climatológica, sendo que no leste, a probabilidade é de que estas chuvas fiquem
próximo da média, com predominância de períodos com mais nebulosidade. Em relação
a temperatura, a tendência é de que as massas de ar frio comecem a atuar com maior
freqüência, causando temperaturas menores. Recomendamos que devido a oscilação
dessas massas, seja consultado os serviços de previsão de tempo com regularidade, que
fornecem informações com antecedência de 4 a 5 dias.
As previsões básicas são feitas por modelos, ainda em caráter experimental, e devem ser
usadas com cuidado, conforme recomendam os próprios centros que fazem essas
previsões.
A SAA/RS, em conjunto com a comunidade científica setorial, estará acompanhando o
monitoramento e as previsões sobre o fenômeno, analisando as informações e
divulgando ao público.
MEDIDAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS DA ESTIAGEM:
I - Orientações técnicas gerais ajustáveis a cada cultura:
1. Racionalizar o uso de
água e irrigar quando necessário, preferencialmente nos
períodos críticos das culturas;
2. Acompanhar as informações sobre o assunto e consultar a assistência técnica da
Emater, IRGA, Cooperativas e outros.
II - Orientações técnicas específicas:
PARA A CULTURA DO ARROZ:
1. Racionalizar o uso da água com ênfase em:
1.1 - Manejar a água com o mínimo de circulação entre os quadros, evitando desperdício;
1.2 - Suprimir a água de irrigação dos quadros tão logo seja possível. Por exemplo, em
solos pesados ela deve ser retirada 15 dias após o florescimento pleno. Em solos leves
suprimir após o completo enchimento de grãos.
PARA A CULTURA DA SOJA:
1. Tendo disponibilidade de água e condições para irrigação realizá-la preferencialmente
nos períodos críticos da cultura.
PARA AS CULTURAS DO MILHO, SORGO E FEIJÃO:
1. Tendo disponibilidade de água e condições para irrigação realizá-la preferencialmente
nos períodos críticos da cultura.
2. Fazer adubação em cobertura somente se o solo apresentar umidade adequada.
3. Colher assim que amadurecer, secar imediatamente e armazenar corretamente
PARA AS HORTALIÇAS:
1. Em hortaliças que precisam de maior espaçamento entre linhas, fazer a subsolagem
2.
3.
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profunda na linha de semeadura e proceder o plantio definitivo com irrigação
necessária à germinação. Caso não haja irrigação, evitar a produção de mudas em
recipientes(bandejas) que acarretem a "poda" natural do sistema radicular. Usar
cobertura morta e dar preferência à irrigação por gotejamento. Recomenda-se, no
caso de uso da irrigação, a procura de um técnico habilitado para dimensionar o
sistema e seu correto manejo. Aumentar a capacidade dos reservatórios nas regiões
onde isto for possível.
Em ambientes protegidos(túneis e estufas) proceder a abertura o mais cedo possível
(ao nascer do sol) e o fechamento pouco antes do pôr-do-sol, pelo risco de invasão
de insetos de hábito noturno.
Para o cultivo de hortaliças, principalmente folhosas, recomenda-se a utilização de
sombreamento, associado à irrigação com manejo orientado.
Em hortaliças – fazer monitoramento de pragas e doenças, especialmente brocas dos
frutos, trips e vaquinhas.
Para a irrigação, dar especial atenção à qualidade da água utilizada, com vista a
evitar a presença de contaminantes.
PARA A FRUTICULTURA:
1. Promover o manejo da vegetação , em pomares com coberturas verdes, de forma que
propicie a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo e
reter a umidade;
2. Usar o raleio de frutos (em bergamoteiras), com a maior brevidade possível, como
prática indispensável para melhorar a qualidade do produto;
3. Suplementar com irrigação, pomares com frutos em crescimento e ou maturação,
assim como pomares jovens para favorecer a disponibilidade de umidade no solo.
Utilizar cobertura morta ao redor das plantas, sempre que possível.
4. Realizar adubação somente quando o solo apresentar umidade adequada.
5. Realizar o monitoramento de pragas e doenças, especialmente para evitar que ocorra
o desfolhamento precoce das plantas.
PARA FORRAGEIRAS:
1. Aumentar o estoque de forragens na propriedade pela redução da carga animal e do
diferimento de potreiros, ou através de forragens conservadas (feno ou silagem);
2. Realizar o desmame , particularmente em vacas com baixa condição corporal e
novilhas de primeira cria.
3. Considerar o uso de suplementações estratégicas para as
necessitadas.
4. Retardar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes.
categorias mais
PARA OS CEREAIS DE INVERNO (TRIGO,CEVADA,TRITICALE E AVEIA):
Há uma perspectiva favorável em relação ao clima para a safra de inverno 2000 no Rio
Grande do Sul.
Participaram desta sexta reunião, as seguintes Instituições e Entidades, através de seus
representantes:
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Secretaria da Agricultura e Abastecimento – SAA;
EMATER / RS;
Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO;
Faculdade de Agronomia da UFRGS;
Centro Estadual de Pesquisas em Sensoriamento Remoto e Meteorologia (UFRGS,
SCT, INPE);
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
Secretaria do Meio Ambiente - SEMA
Instituto Rio - Grandense do Arroz – IRGA;
Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB/RS - MA;
EMBRAPA - Trigo;
EMBRAPA – Clima Temperado;
8º DISME – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET – MA;
Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul - FECOAGRO/RS;
Cooperativa Central dos Assentamentos do RS – COCEARGS;
Sociedade Brasileira de Agrometeorologia – SBA;
Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais – CRSPE/INPE
Centro de Pesquisas Meteorológicas – CPMET/UFPEL
Federação das Associações dos Municípios do RS - FAMURS
Este Alerta Agrometeorológico, ora elaborado, será divulgado através das
instituições/entidades participantes, bem como se buscará um meio de disseminação
mais eficaz, através de estações de rádio AM, municipais ou regionais, além da
disponibilidade na Internet, através dos seguintes sites: http://www.emater.tche.br,
http://www.cpmet.ufpel.tche.br, http://www.viarural.com.br e http://www.ufrgs.br/agro/tempoeclima .
A próxima reunião do Fórum está agendada para o dia 05 de abril de 2000.
Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2000.
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