Desenvolvimento de um sistema de irrigação automático Orientador: Rodrigo Grassi Martins Coorientador: Rodrigo do Prado Costa Alunos: Daruick Fagundes da Silva Cunha Gabriel Resende Miranda Marcossuel Leal de Assis Matheus Machado De Araújo Introdução Na agricultura irrigada é necessária uma utilização criteriosa e precisa da água afim de otimizar a produção, melhorar a qualidade final do produto e utilizar adequadamente os recursos hídricos e energéticos[1]. São necessários critérios de manejo para a aplicação de água em quantidades compatíveis com as necessidades de consumo da cultura. Uma maneira de garantir que os critérios de manejo sejam respeitados e simplificar o processo de manejo da irrigação consiste na utilização de um sistema automático de controle. Um sistema de controle consiste em subsistemas ou processos reunidos com o propósito de controlar as saídas do processo[2]. No caso dos sistemas de irrigação, essa saída consiste na quantidade de água a ser utilizada na irrigação. Justificativa Para realizar o controle de uma irrigação automatizada, é necessária a construção de um sensor para detectar a umidade no solo. Vários sensores podem ser utilizados para esse propósito, como, por exemplo, tensiômetros[3]. Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo construir um sistema de irrigação que seja capaz de captar parâmetros de interesse no manejo e controlar os elementos de irrigação, como, por exemplo, bombas de água e válvulas, de maneira automatizada. Metodologia Para desenvolver o sistema será utilizada a estrutura do diagrama de blocos da Figura 1. Um computador de pequena capacidade utilizado em sistemas embarcados (Microcontrolador) será utilizado para realizar o controle de irrigação. Ele irá medir a umidade do solo através de sensores desenvolvidos no projeto e irá acionar as bombas ou válvulas que liberam o fluxo de água. Um painel solar será utilizado para fornecer energia elétrica ao sistema principal, com exceção das bombas e válvulas que necessitam de grande quantidade de energia, superiores à capacidade do painel solar. Um display de caracteres também será incluído para permitir ao operador visualizar a umidade do solo e o estado de acionamento das bombas e válvulas utilizadas. Figura 1 – Diagrama de blocos do sistema Resultados Obtidos Um protótipo do sistema em escala menor foi desenvolvido em laboratório. A Figura 2 ilustra o sistema desenvolvido até o momento. Foi utilizado uma bomba de carro para simular a bomba utilizada no processo de irrigação, uma placa Arduino com um microcontrolador AVR e um protótipo do sensor de umidade do solo encontra-se montado no protoboard. Figura 2 – Protótipo desenvolvido Um sensor de umidade do solo foi construído. Esse sensor se baseia na variação da resistência elétrica entre dois pontos do solo de acordo com a quantidade de água presente. Quanto maior a quantidade de água, menor é a resistência elétrica entre dois pontos do solo. Essa resistência elétrica é conectada na base de um transistor, controlando a corrente de emissor do mesmo. Um outro resistor fixo é colocado no coletor de forma a gerar uma tensão que é proporcional à resistência elétrica entre os dois pontos do solo que é medida pelo microcontrolador através de um conversor analógico-digital. Um programa no microcontrolador recebe o valor da umidade do solo e toma a decisão de acionar a bomba de água. A bomba é acionada através de um relé que fecha o circuito de alimentação da bomba. O microcontrolador continua monitorando a umidade e encerra o processo quando a umidade do solo desejada seja atingida. O microcontrolador fornece ainda informações sobre a umidade do solo e o estado de acionamento da bomba através de um display de caracteres conectado ao sistema. Nos testes realizados em laboratório, pode-se verificar o funcionamento do acionamento para diferentes níveis de umidade do solo. Inicialmente simulouse a variação da umidade através de um potenciômetro para validar o algoritmo. Testes realizados com uma pequena amostra do solo foram capazes de demonstrar que o sistema é capaz de automatizar o processo de irrigação. Entretanto, o projeto deve evoluir, implementando o sensor e o sistema em placas de circuito impresso específicas e adicionando o sistema de alimentação com os painéis solares. Conclusão Um sistema de irrigação automatizado traz uma série de benefícios como a diminuição de erros de operação, economia de energia e recursos hídricos e melhorias na produção e qualidade final. Este trabalho demonstrou que através de um sistema computacional barato é possível automatizar o processo de irrigação. Bibliografia [1] Sousa, M.c.B.A.d., et al. (2011) "Manejo da irrigação na cafeicultura irrigada por pivô central nas regiões norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia" Bioscience Journal, v. 27, n. 4 p. 581-590. [2] Nise, N.S., Engenharia de Sistemas de Controle, 3 ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2002. [3] Queiroz, T.M.D., et al. (2005) "Avaliação de sistema alternativo de automação da irrigação do feijoeiro em casa de vegetação" Revista Engenharia Agrícola, v. 25, n. 3 p. 632-641.