Introdução Este artigo oferece uma visão acerca do estado da

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Introdução
Este artigo oferece uma visão acerca do estado da pesquisa sobre o estudo comparativo entre
a aprendizagem individual e a aprendizagem colaborativa salientando que até à data não tem
sido possível avaliar a supremacia da aprendizagem colaborativa dado que os resultados
obtidos são inconclusivos. È referido que estes resultados encontrados poderão ser fruto do
modo como a investigação tem sido conduzido.
Em função da situação, o artigo propõe o referencial teórico da carga cognitiva para tentar
identificar se a aprendizagem colaborativa pode ser mais eficaz e ou eficiente que a
aprendizagem individual, partindo do pressuposto que esta aprendizagem será considerada
mais eficaz se for obtida com menos esforço e os resultados da aprendizagem dos indivíduos
que compõem o grupo for superior à soma dos resultados da aprendizagem de indivíduos
considerados separadamente. Das pesquisas, ressalta também uma ligação entre a
complexidade da tarefa e a aprendizagem colaborativa sendo sustentado que tarefas mais
simples são melhor desenvolvidas a nível individual e tarefas complexas beneficiam se forem
desenvolvidas em grupo.
Discussão e Conclusão
Ao nível da pesquisa sobre a aprendizagem colaborativa, são repassadas conclusões de
pesquisas de vários investigadores sobre a aprendizagem colaborativa, chamando a atenção
para as descobertas mais interessantes.
Este artigo identificou quatro causas possíveis para os resultados contraditórios das pesquisas
sobre a eficácia e eficiência da aprendizagem colaborativa em relação à aprendizagem
individual, em conjunto com a dificuldade da perceção clara dos fatores determinantes da
eficiência e eficácia da aprendizagem colaborativa: falta de uma fase de testes que façam a
aferição do que é efetivamente aprendido em grupo; complexo padrão de interações entre
fatores cognitivos, motivacionais e sociais, difíceis de interpretar e prever; superficialidade do
enfoque das pesquisas em detalhes menos importantes preterindo aspectos fundamentais do
processo colaborativo, tais como a natureza/caraterísticas das tarefas a realizar e a
natureza/caraterísticas individuais dos estudantes inseridos no grupo; incidência no
desempenho do grupo em vez de na contribuição de cada membro do grupo.
Para obviar estes inconvenientes e compreender, analisar e projetar os procedimentos eficazes
da aprendizagem no geral, devem ser consideradas as estruturas que constituem a arquitetura
cognitiva humana e para tal a teoria da carga cognitiva é útil. Este arcabouço teórico, de acordo
com os autores, pode também fornecer um melhor entendimento acerca da eficácia e eficiência
da aprendizagem colaborativa quando comparada a um ambiente onde os indivíduos
aprendam de forma independente.
A abordagem da carga cognitiva da aprendizagem colaborativa, apresentado por este artigo,
promoveu a oportunidade de re-estudar e reinterpretar a aprendizagem em grupo.
A Teoria da Carga Cognitiva (TCC) preocupa-se com a aprendizagem de tarefas cognitivas
complexas onde os alunos são sobrecarregados pelo número de elementos de informação
interativa que precisam de ser processados simultaneamente, antes que a aprendizagem
significativa comece.
A TCC compreende três tipos de carga cognitiva: intrínseca, o que realmente tem de se
aprender, irrelevante ou estranha, determinada por informações e atividades que não
contribuem diretamente para a aprendizagem e relevante ou pertinente originada por atividades
e informações que promovem os processos de aprendizagem. A memória de trabalho tem de
lidar com todas estas cargas sendo que a aprendizagem pode melhorar ao reduzir a carga
irrelevante libertando espaço para a carga cognitiva relevante, por exemplo, o que se faz
através de uma conceção pedagógica adequada.
Esta teoria procura equilibrar as cargas cognitivas elevadas e os projetistas instrucionais têm
vindo a repensar o design em função do público-alvo; para ambientes de aprendizagem
individual ou em grupo pelo que os autores do texto julgam ser importante reavaliar a
perspectiva da carga cognitiva no sentido de apreciar como se fazem aprendizagens bemsucedidas em grupo.
A Teoria da Carga Cognitiva permite uma melhor compreensão dos aspectos da aprendizagem
colaborativa, como a complexidade da tarefa (ou seja, a carga intrínseca causada pelo número
de elementos numa tarefa de aprendizagem e da interação entre esses elementos) e
comunicação e coordenação de actividades em grupos de colaboração (por exemplo, custos de
transação podem causar uma carga cognitiva irrelevante ou relevante, dependendo da
situação).
O estudo de diferentes perspectivas de outras disciplinas científicas como uma maneira de
compreender a aprendizagem colaborativa em relação à aprendizagem individual - a
investigação cognitiva do cérebro sobre a interação inter-hemisférica.
Esta perspectiva, em
que os grupos são considerados como sistemas de processamento de informação compostos
de várias memórias de trabalho colaborativo, pode ser utilizada para gerar novas hipóteses e
estudar a eficácia e eficiência da aprendizagem colaborativa. Foi considerado como hipótese
que os indivíduos parecem ser mais eficazes em tarefas menos complexas, enquanto os
grupos parecem exibir aprendizado mais eficaz quando o problema mais complexo de resolver
tarefas foi utilizado. Estudos efectuados no domínio da investigação cognitiva do cérebro
corraboram esta ideia (Maertens e Pollmann 2005) uma vez que a capacidade do cérebro é
aumentada ao dividirmos tarefas complexas pelos 2 hemisférios do cérebro (isto é, a
transformação inter). Se a tarefa for muito complexa um só indivíduo não conseguirá processar
e relacionar todos os elementos de informação.
Nesse sentido quanto mais complexa for a tarefa de aprendizagem (isto é, quanto maior a
carga cognitiva intrínseca), mais eficiente e eficaz será a colaboração com outros indivíduos
(redução da carga cognitiva). Se estivermos perante tarefas pouco complexas, que podem ser
facilmente resolvidas por um único indivíduo, temos uma menor eficiência da aprendizagem em
grupo uma vez que ao grupo são necessários processos de comunicação e coordenação (os
custos de transação) impondo uma carga adicional sobre os seus membros,
independentemente de essa comunicação e coordenação, ser benéfica para a aprendizagem
ou não (Kirschner et al. 2008). Nesta situação há uma maior eficiência da aprendizagem
efectuada pelo individuo.
A comunicação grupal é o processo que permite ao grupo partilhar e discutir a tarefa de
aprendizagem, a informação relevante, e a solução da tarefa, bem como a comunicação que
visa chegar a uma base comum. A coordenação no grupo é o processo que gere as
interdependências entre o grupo e os membros, para que cada membro do grupo saiba
exatamente quais as actividades que os outros membros estão realizando ou vão realizar, a fim
de determinar o que efetivamente é uma actividade própria do momento e no futuro o que deve
comportar (ver Malone e Crowston 1990). A coordenação no grupo tem de ocorrer ao nível do
grupo propriamente dito e ao nível da tarefa (por exemplo, para se usar o editor de texto
comum, exige que os membros do grupo saibam exatamente onde os outros estão escrevendo
em qualquer momento, Dourish Bellotti e 1992; Gutwin 1997). De acordo com a TCC, estas
actividades de comunicação e coordenação podem impor qualquer carga cognitiva a estranhos
mesmo ao lidar com tarefas simples, porque estes processos de comunicação e coordenação
são adequados para a aprendizagem de um determinado tipo de tarefas mais complexas.
Para a prática educacional, é importante saber porque e quando a aprendizagem colaborativa
será superior à aprendizagem individual. Esta revisão sugere que a complexidade da tarefa (ou
seja, a carga cognitiva intrínseca) deve ser uma fator determinante para decidir qual o modelo
ou ambiente de aprendizagem a utilizar se se baseia num indivíduo ou num paradigma de
aprendizagem colaborativa.
Quanto maior a complexidade das tarefas de aprendizagem, o
mais provável é que a aprendizagem colaborativa leve a melhores resultados de
aprendizagem, – quer em termos de eficácia, eficiência, ou ambos, – que a aprendizagem
individual.
Embora a perspectiva da carga cognitiva pareça fornecer um importante contributo para
reforçar as perspectivas sociais e motivacionais de aprendizagem colaborativa, deve ser
efectuada uma última análise, às complexas interações entre os fatores cognitivos,
motivacionais e sociais que deverão ser investigados.
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