Prestações caem e puxam vendas MARCELO EDUARDO DOS SANTOS O aumento dos recursos voltados ao financiamento habitacional, prazos de pagamento mais longos e o recente corte de juros que deixam as prestações competitivas frente ao aluguel aqueceram o mercado imobiliário na região. Segundo profissionais do setor que participam do Feirão da Casa Própria, no Mendes Convention Center, a tendência beneficia todas as classes sociais com uma fórmula já utilizada em outros setores da economia, como os dos eletrodomésticos e de automóveis: prestações que cabem no bolso. E isso estimula um fenômeno em Santos: as famílias estão se mudando para o bairro dos sonhos, o que gera uma rotatividade grande de imóveis. Segundo o superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Ademir Losekann, os prazos, antes de 25 anos, subiram para 30, reduzindo o tamanho da prestação. Já a cobertura do valor do imóvel, que era limitada a 80%, agora é de até 100%. Além disso, as taxas de juros caíram quase dois pontos percentuais em relação a 2007. Essas condições já repercutem nos números da Caixa. De acordo com Losekann, de janeiro a maio o banco financiou 1.757 imóveis, frente aos 1.095 de igual período do ano passado (alta de 60%). Considerando-se também de janeiro a maio, essas unidades movimentaram R$ 61,4 milhões em 2008 e R$ 123,3 milhões este ano, um aumento de 100,8%. O conselheiro regional do Creci, Carlos Ferreira, diz que as condições de financiamento estimulam uma migração de famílias entre os bairros. "Uns vendem o apartamento na Orla e vão para uma casa na Zona Noroeste ou Nova Cintra. Outros saem da Zona Noroeste e vão para o Campo Grande. Mas quem já está no Campo Grande, vai para a praia". Nos estandes do feirão, os vendedores perceberam que o trabalhador está disposto a fechar negócio. "Há uma procura grande com carteira de crédito", afirma a corretora da Hatec, Daniela Pancrazio. A carta de crédito é o financiamento liberado pela Caixa. Assim como no boom da venda de automóveis no ano passado, quando as prestações ficaram do tamanho do bolso dos motoristas, os valores menores também beneficiam o setor i mobiliário. No caso dos mais abastados, é possível financiar uma cobertura de R$ 2 milhões. Entre trabalhadores que ganham menos de R$ 1 mil, já dá para comprar um imóvel de R$ 50 mil. Fonte Jornal A Tribuna - 20 de Junho de 2009. http://atribunadigital.globo.com/bn_conteudo.asp?cod=418573&opr=76