carta

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Campinas, 26 de abril de 2009
Prezado senhor ministro da Educação
Meu nome é Viviane de Castro, sou aluna do ensino médio e me interesso muito por
assuntos que envolvam política, economia e a sociedade em geral. Há um certo tempo, numa aula
de sociologia, nosso professor sugeriu um trabalho sobre a atual situação do sistema educacional do
Brasil.
O senhor pode estar pensando que não tem nada a ver com um simples trabalho de escola de
uma aluna qualquer. Porém, senhor ministro, peço que tenha calma e que continue a leitura. Não
será em vão.
Bem, ao reunir dados de fontes diversas, pude perceber que nos últimos tempos, os
investimentos na área educacional do país foram mínimos, o que é muito preocupante, pois temos a
educação como base de toda a sociedade. Sei que isso soa como um clichê para o senhor, porém
como todos os clichês, não deixa de ser verdadeiro. Falhas no sistema educacional geram milhares
de outros problemas, como desemprego, fome, miséria e violência, por exemplo. Porém, o que
muitos não percebem é que esses problemas geram um ainda muito maior: o retardo no
desenvolvimento econômico do país. Sem qualificação necessária, os empregos que se consegue
adquirir são ruins, o que gera uma baixa renda per capita e, consequentemente, baixo PIB. Com
isso, a economia não cresce.
E para solucionar problemas educacionais, é muito comum vermos grandes obras de
construções de escolas, investimentos em merenda escolar e bolsas de auxílio, as quais nada mais
servem do que dar ao povo a ilusão de que medidas eficazes estão sendo tomadas. Desculpe-me a
ousadia, senhor ministro, porém o senhor há de convir que no Brasil pouco investimento
governamental é feito na área educacional para resultados a longo prazo. A maioria dos políticos só
pensa em adotar medidas com efeitos imediatos para ganhar a simpatia do povo que, iludido,
acabará elegendo essa maioria novamente. Isso acontece, senhor, porque os brasileiros não dão o
devido valor à educação, eles não veem a grande diferença que haveria se investissem nas bases da
sociedade, já que essas diferenças só aconteceriam daqui a anos, devido ao fato de que quando se
trata de mudar bases, trata-se de um longo processo. Porém, o brasileiro tem pressa.
Portanto, ministro, o senhor poderia ajudar muito. Mostre ao povo que de nada adianta
construir escolas se não há bons professores para lecionar, de que nada adianta distribuir merenda
escolar se daqui a alguns anos os alunos não serão capazes de comprar sua própria comida. Ajude
os brasileiros a enxergar o que eu enxergo agora. O problema da educação no Brasil tem solução,
sim, mas ela se inicia com os próprios brasileiros. Sei que o senhor se sairia muito bem. Promova
campanhas e atinja o povo. O senhor ganhará prestígio, e nós, melhores condições de vida.
Agradeço já a atenção.
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