UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE MATEMÁTICA – EAD - REALENGO TRABALHO DE A1 – SOCIOLOGIA GERAL FICHAMENTO DA MATÉRIA Cesar Bezerra Teixeira – 2008.000.001 Rio de Janeiro, jun. 2008. NESPOLI, Ziléia Baptista, Sociologia Geral, Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, Rj, 2006 – ISBN 85-86912-11-5 FICHAMENTO DA MATÉRIA DE SOCIOLOGIA UNIDADE 2.0 – SOCIALIZAÇÃO, COMUNIDADE E SOCIEDADE 2.1 – SOCIALIZAÇÃO a) A Perpetuação da Sociedade pela Socialização Socialização é o processo de ingresso de “novatos na sociedade, ou seja, sua preparação para o convívio. A sociedade sobrevive aos indivíduos que a compõem, mantendo seu patrimônio cultural. Há padrões universais, mas alguns indivíduos optam por padrões alternativos. b) A Formação da Personalidade pela Socialização A personalidade é moldada com a socialização, sendo um processo de acumulação, onde novas experiências não apagam as anteriores. c) Mecanismos Sociais de Socialização A socialização possui 3 fatores: Educação – mais velhos ensinam os mais novos Experiências Sociais – o que se vê, ouve, etc... Participação em atividades Sociais 2.5 – A VIDA EM SOCIEDADE a) Grupo Social Um grupo não é o somatório de indivíduos que o compõem e sim a interação das características de seus componentes. O grupo é fortalecido pela troca e participação, contribuindo para o crescimento coletivo, sendo importante iniciar a convivência o mais cedo possível. A humildade é fundamental neste contexto, atribuindo-se igual importância a participação de todos. A vida em grupo beneficia a sociedade, estimulando o conhecimento e colocando os erros e acertos a serviço do fortalecimento moral dos indivíduos. b) Contato Social Há duas formas de atuação dos homens em sociedade: cooperação e oposição. Em qualquer uma destas formas a outra estará presente, com algum percentual. Processos sociais básicos são as formas predominantes de relações sociais, expressando-se de maneira distinta de uma sociedade para outra. Os processos básicos considerados na Sociologia Contemporânea são: a) cooperação, b) competição, c) conflito, d) acomodação, e e) assimilação. c) Interação Social Interação indica ação recíproca entre dois objetos. A Interação Social é uma ação consciente, modificando o comportamento e contribuindo para o autoconhecimento. A Interação só é assim considerada, quando for passível de observação, não se limitando ao plano objetivo, mas atingindo também o psiquismo individual. Existem gradações de interação, onde a influência de uma parte sobre a outra pode ser maior ou menor. Por exemplo numa viagem de ônibus a interação é quase nula, enquanto numa conversa entre amigos a interação pode ser intensa. d) Isolamento Social Isolamento social é a ausência de qualquer forma de contrato de um indivíduo com os outros seres de sua espécie. Tal isolamento completo é praticamente impossível de ser obtido na prática, existindo na verdade formas relativas de isolamento. O ostracismo, para os antigos gregos, era uma pena comparável à perda da vida, dada a importância do convívio social. A prisão é outro exemplo de isolamento, onde o indivíduo é privado de conviver com a parte “sadia” da sociedade. Mesmo dentro da prisão existe a solitária, forma extrema de isolamento, quando os detentos infringem os regulamentos da prisão. A pena de morte pode ser entendida como o isolamento total e definitivo, aplicada aqueles cuja conduta, não apresenta as mínimas condições de participar do convívio social. A reação dos seres humanos ao isolamento é tão grande, que os indivíduos mais solitários criam formas substitutivas de interação, com seres irracionais, antropoformizando animais plantas e até objetos, amenizando a solidão. A solidão afeta seriamente o equilíbrio mental dos indivíduos. Quando o isolamento se refere a grupos sociais, também são notados efeitos nocivos, como o empobrecimento cultural, estagnação e rigidez de estruturas. Tais características são particularmente notadas por elementos externos como viajantes e exploradores. e) Controle Social Controle social é o somatório de processos que a sociedade utiliza para obter dos indivíduos e grupos que a constituem uma conduta enquadrada nas expectativas gerais de comportamento. As respostas às expectativas surgem ainda na infância, desde os primeiros momentos de vida e é em torno destas expectativas que se organiza a nossa vida de relação, isto é, nossa conduta está basicamente condicionada por aquilo que o grupo espera de nós. Segundo Durkheim, o grupo exerce uma coação sobre os indivíduos, uma pressão social sobre as consciências individuais, sendo de fundamental importância para os professores do Ensino Fundamental e Médio o conhecimento de tais mecanismos. O controle social, ou seja a necessidade de amoldar a conduta dos indivíduos às regras do jogo social, pode atuar de infinitas formas e sob diferentes graus de intensidade. Tal gradação levou os sociólogos a classificar o controle sociais em dois grandes grupos: a) Controle do tipo Persuasivo, onde o grupo impõe suas exigências, sem recorrer ao uso da força ou da violência ostensiva; b) Controle do tipo Coercitivo, que se caracterizam pelo uso não da sugestão ou argumentação, mas da força e violência. Nos grupos primários(família e grupos de brincadeira), o controle persuasivo é geralmente suficiente para manter os indivíduos dentro dos padrões mínimos exigidos pelo grupo. À medida que a sociedade se torna mais urbana, as técnicas persuasivas perdem sua eficácia, sendo necessário o emprego da força e da violência. No meio rural o comportamento dos indivíduos é fortemente influenciado pela opinião familiar, o que não é comum nos centros urbanos. Esta diferença de atitudes pode gerar sérios conflitos entre indivíduos oriundos do meior rural, que tendem a manter seu comportamento original e o comportamento das grandes cidades. f) Institucionalização das Normas de Comportamento Dizemos que uma norma de comportamento está institucionalizada quando as expectativas do grupo em relação a ela são bastante definidas, e quando a maior parte dos membros do grupo a aceita como válida e a cumpre efetivamente (exemplos: casamento). As leis entram em ação, pelo menos teoricamente, quando os demais instrumentos de controle vão perdendo sua eficácia original e a coesão social corre perigo. A lei só surge na história da humanidade em época relativamente recente, expressando a necessidade de definir obrigações e direitos que são o produto de circunstâncias inteiramente novas no quadro das relações sociais. No passado a aplicação da justiça baseava-se em costumes. Aos olhos de hoje tais procedimentos podem parecer bárbaros. Os séculos trouxeram um grande avanço nas instituições jurídicas, principalmente no que se refere à igualdade perante à lei, de todos os indivíduos da sociedade. UNIDADE 3.0 – PROCESSOS SOCIAIS BÁSICOS A vida social é uma teia infinitamente complexa de ações humanas recíprocas, de processos de interação que se fundem num único processo total. Os processos sociais básicos são aqueles que representam categorias de ações sociais, que estão na base das demais. 3.1 – COMPETIÇÃO E RIVALIDADE A competição ocorre quando são escassos os meios para satisfação das necessidades humanas, levando os homems a competirem entre si. A competição consciente pode produzir nada mais que a intensificação do empenho de cada um, representando uma luta sem hostilidade (ex. Competições esportivas). A rivalidade ocorre quando os competidores não se limitam ao esforço de superarem uns aos outros, passando a, pelo menos, embaraçarem-se, podendo chegar à luta. Quando a rivalidade é acentuada passa-se da competição para o conflito. 3. – CONFLITO E ACOMODAÇÃO Conflito Denominamos conflito o processo em que duas ou mais pessoas ou grupos tentam ativamente frustrar os propósitos uns dos outros e impedir a satisfação de seus interesses, chegando inclusive a lesar ou destruir o adversário. Existem diversas classificações para os conflitos. Partindo de critérios ligados à natureza dos grupos envolvidos, temos a revolução, a guerra e o duelo. Segundo a forma de manifestação, o conflito pode ser aberto ou fechado. Segundo os motivos predominantes que dão origem ao conflito, ele pode ser classificado de religioso, econômico, político, ideológico, racial, etc. Os conflitos podem, ainda, ser organizados ou desorganizados, conforme se pautem ou não por normas e leis conhecidas e aceitas por ambas as partes. Acomodação Define-se acomodação como um processo social, consciente ou inconsciente, que consiste em alterar as relações funcionais entre pessoas e grupos, a fim de evitar reduzir ou eliminar conflitos e favorecer o ajustamento recíproco. Desde o nascimento até a morte somos levados a ajustar-nos a condições que nos são impostas, quer do meio natural quer do meio social. Os inadaptados tendem a ser eliminados no próprio processo, sobrevivendo aqueles cuja estrutura psicofísica está melhor preparada para a luta. A acomodação social pode processar-se em quaisquer dos campos das relações humanas, como o ecológico, o econômico, o religioso, o político, etc. É um processo transitório a que somos levados pelo próprio dinamismo da vida social, bem como pelas diferenças naturais ou sociais existentes entre os indivíduos e entre os grupos. Alterna-se com outras formas de interação, principalmente com o conflito, do qual a acomodação muitas vezes decorre quase, poderíamos dizer, espontaneamente, como condição mesma de sobrevivência das partes em litígio, seja no plano físico, seja no social. 3. – COOPERAÇÃO E ASSIMILAÇÃO Cooperação Conceituamos cooperação como uma ação coletiva, integrada, com vistas a um fim comum. A cooperação parece ter suas raízes não numa suposta “natureza associativa” do homem, mas nas suas limitações, na sua desvalia enquanto individualidade, frente aos obstáculos que lhe são postos pelo meio natural e pelos outros homens. Em todo o processo de cooperação, existem sempre presentes fatores compulsivos, mais ou menos evidentes. Essa coerção, disfarçada ou ostensiva, se origina no grupo e parece ser uma condição da própria eficácia da cooperação, a qual sem ela tenderia a degenerar-se e a perder sua funcionalidade. Assimilação Quando, no processo de ajustamento ao meio, as camadas mais profundas da personalidade são afetadas e ocorrem alterações substanciais no nosso modo de pensar e de agir, estamos vivendo não mais no campo da acomodação, mas ingressando numa nova área de relacionamento, que é a assimilação. Pode-se definir assimilação como o processo pelo qual indivíduos ou grupos, originariamente diferentes, fundem-se em uma unidade homogênea. Na assimilação, pode-se dizer que há substituição de um traço cultural por outro, ou mesmo de uma cultura por outra, pois, na realidade,esse processo implica em profundas modificações na atitude e no comportamento dos indivíduos. UNIDADE 4.0 – VALORES SOCIAIS E O INDIVÍDUO 4.1 – ATITUDES, INTERESSES E VALORES A motivação do indivíduo aparece no mundo social quando se fixa em determinado objeto ou numa categoria de objetos. Fala-se, então, da atitude de uma pessoa em relação a esse objeto, ou seja, da sua disposição interior para agir em relação a ele, de certa maneira. Tendo atitude em relação a um objeto, a pessoa atribui-lhe valor, que como a atitude, pode ser positivo ou negativo. Os objetos das atitudes hostis são portadores de valor negativo e os de atitudes favoráveis, de valor positivo. Interesse é a relação existente entre um objeto valorizado e a pessoa que, para com ele tenha atitude. O interesse está entre a pessoa e o objeto e não pertence diretamente nem a um nem a outro, é algo puramente abstrato. 4.2 – ATITUDES, INTERESSES E VALORES SOCIAIS Toda vida mental se processa em função da sociedade em que está inserida e, naturalmente, a formação de atitudes resulta, em última análise, também da reelaboração de padrões sociais. Nesse sentido toda atitude é social. Os interesses são sociais no mesmo sentido em que o são as atitudes de que decorrem, mas ainda, numa outra perspectiva, podem ser considerados sociais ou não, no que concerne à sua tendência a promover a associação das pessoas. Valores sociais são aqueles para os quais se voltam interesses convergentes ou comuns. 4.3 – DESEJOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM A motivação humana é complexa. O sociólogo americano W. I. Thomas faz um esquema sobre motivação humana, destacando quatro tipos fundamentais de desejos que buscam satisfação na sociedade: - o de correspondência afetiva; - o de merecer consideração; - o de segurança física e psíquica; o de novas experiências. Na interação humana, a pessoa estaria sempre procurando manter um equilíbrio pessoal de satisfações. Compreenderíamos a maior parte do comportamento individual se verificássemos qual dos quatro desejos está, em determinada situação, impelindo precipuamente as ações. Esta teoria serviu para Thomas explicar desajustamentos sociais de pessoas, mas ela ilumina, também inversamente, a fonte dos interesses e a função dos valores sociais como expressões de importantes necessidades de muitos indivíduos e como meios promotores de sua organização em grupos.