23 de maio de 2012 Nº 357 Tribunal de Justiça de SP mantém decisão de impedir dupla porta em hospitais públicos Michelle Raquel Junia* O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve por unanimidade a liminar que impede que os hospitais públicos geridos por Organizações Sociais (OS) no Estado destinem 25% de seus leitos para planos de saúde privados e pacientes particulares, como pretende o Decreto Estadual 57.108/2011. A decisão foi confirmada no último dia 15 de maio quando o TJ julgou o recurso proposto pela Fazenda do Estado de SP que pretendia manter os efeitos do decreto. O TJ entendeu que a liminar impedindo a privatização dos leitos deve ser mantida até que haja um julgamento definitivo da ação cível movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo contra a medida. A liminar, expedida pelo juiz Marcos de Lima Porte em agosto de 2011, reforça a afirmação do Ministério Público de que o decreto “favorece a dupla porta de entrada, selecionando beneficiários dos planos de saúde privados para atendimento nos hospitais públicos geridos por Organizações Sociais, promovendo assim, a institucionalização da atenção diferenciada com: preferência na marcação e no agendamento de consultas, exames e internação; melhor conforto de hotelaria, como já acontece em alguns hospitais universitários no Estado de São Paulo”. O Decreto 57.108 regulamenta a Lei Complementar 1.131/10, sobre o mesmo tema, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo no final de 2010. “Se a medida for implementada haverá uma situação aflitiva na saúde pública do Estado, uma vez que os dependentes do SUS perderão 25% dos leitos públicos dos hospitais estaduais de alta complexidade, que já são, notoriamente, insuficientes para o atendimento da demanda de nossa população”, declarou, no processo, o Ministério Público. Na época, a justiça determinou multa diária de R$ 10 mil “a ser arcada pessoalmente pelos agentes públicos” caso a decisão fosse descumprida. Com a decisão do TJ do último dia 15, a suspensão dos efeitos do decreto continua valendo, assim como a multa diária, caso o governo de São Paulo descumpra a determinação. Para o promotor de Justiça e Direitos Humanos da Área de Saúde Pública do Ministério Público de São Paulo, Arthur Pinto Filho, um dos autores da ação, a decisão do último dia 15 confirma o erro da reserva de leitos para a iniciativa privada. “Pela primeira vez, de maneira unânime, um tribunal de justiça estadual não aceita como normal, legal e ética a questão da dupla porta em hospital público. Essa foi a grande decisão”, observa. Ele lembra que há treze anos o tema já tinha vindo à tona com a iniciativa de outro procurador questionando a dupla porta no Instituto do Coração de São Paulo (Incor) da USP. “Essa ação foi proposta em 1999 e houve um massacre geral contra esse colega. Ele foi massacrado pela mídia e pelo Tribunal, que o consideraram um sujeito atrasado, que queria impedir o avanço da medicina no Brasil. Estes setores diziam que a dupla porta era muito importante porque traria dinheiro novo para os hospitais e assim viveríamos num jardim florido”, conta. Para o promotor, é a péssima avaliação das experiências de dupla porta em prática nos hospitais hoje que possibilitaram a mudança da opinião pública, com vários setores questionando a Lei 1.131. “Passados treze anos, com algumas experiências da dupla porta mostrando que isso é uma tragédia, é uma coisa inominável contra a população pobre, mostrando que gera um privilégio hediondo para quem tem possibilidade de ter um bom plano de saúde, porque os hospitais grandes só aceitam bons planos de saúde ou quem tenha dinheiro para pagar pelo tratamento, houve uma mudança de mentalidade no Brasil. Hoje, a maior parte da mídia entendeu que isso é uma hediondês”, reforça. Arthur lembra que o próprio Conselho Estadual de Saúde de São Paulo, presidido pelo Secretário Estadual de Saúde, questionou a lei, assim como os conselhos regionais de Medicina, Psicologia, o Sindicato dos Médicos e vários outros movimentos sociais. “Em abril do ano passado, chegaram aqui na sede do Ministério Público em passeata quase três mil pessoas trazendo um documento para que o Ministério Público tomasse providências contra essa lei. Foi uma manifestação belíssima, a população veio para o centro para mostrar insatisfação”, disse. E acrescentou: “Para ver a barbaridade que essa lei gerou, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde dos Estados, que congrega todos os secretários de todas as prefeituras, portanto, de vários partidos, representou ao Ministério Público dizendo: ‘olha, se essa lei for implementada, essa gente que não terá mais atendimento no hospital público estadual, irá para o hospital público municipal e nós não vamos aguentar’. Então, há uma unanimidade aqui em São Paulo contra a lei. Isso sensibilizou o juiz, o tribunal e a mídia”, diz. Ilegalidade - Os hospitais que seriam atingidos pela lei neste primeiro momento são o Hospital do Câncer Octavio Frias de Oliveira e o Hospital dos Transplantes. Apesar de os dois hospitais serem geridos por OS, o promotor Arthur Filho explica que, na teoria, o atendimento até então oferecido nessas unidades e em todas as outras administradas também por OS é 100% SUS, o que mudaria com a Lei 1.131/10, ferindo a Constituição e a Lei 8.080/90, que cria o sistema de saúde brasileiro. “O que o governo do Estado queria é que os hospitais administrados por OS fossem 75% SUS. Isso é ilegal, imoral e antiético”, pontua. O principal argumento do governo de São Paulo para implementar a reserva dos leitos é o ressarcimento das seguradoras de planos privados de saúde ao SUS pelo serviço prestado aos segurados nos hospitais públicos. Segundo a Secretaria, não haverá preferência por estes usuários e pacientes particulares em detrimentos das outras pessoas. Arthur discorda que esta deva ser uma motivação para a lei. “Os hospitais públicos atendem todos os brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil. Nós somos um dos quatro países que atendem estrangeiros de graça pelo SUS. Então, qualquer ser humano, tendo plano de saúde ou não, é atendido também no hospital público”. Segundo ele, “a diferença é que ele entra numa fila única, quer tenha plano ou não. Se ele não tiver o plano de saúde e for atendido no hospital público, o SUS arca com 100% da despesa dele, agora, se ele for atendido no hospital público e tiver plano de saúde, o SUS trata dele normalmente, como qualquer pessoa, só que depois o dinheiro gasto será ressarcido. Isso tem que haver, se não fosse assim, seria uma iniquidade o plano ter um ganho em cima do hospital público. Mas não precisa de reserva de leitos para este ressarcimento, ele tem que se dar posteriormente, primeiro se trata do homem, depois se recupera o dinheiro”, contesta. Para ele, a mudança que o governo pretende possibilita um lucro ilegal para os planos de saúde. “Os planos receberiam 25% dos leitos dos hospitais mais equipados de São Paulo sem gastar um tostão e ainda fariam propaganda: ‘olha, entre no meu plano que você terá o hospital do câncer, o hospital de transplantes’. Seria uma coisa nunca antes vista no Brasil, porque isso não tem paralelo em outros estados brasileiros”, critica. O professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz e membro do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, Geandro Pinheiro, concorda que existe um problema de ressarcimento dos gastos com clientes de planos de saúde dentro do SUS. Segundo ele, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nunca conseguiu fazer valer na prática este ressarcimento porque as operadoras questionam a regra na justiça. Geandro considera que é preciso pensar em outras formas de garantir este ressarcimento, por exemplo, com um sistema integrado de informações, que pode ser garantido com o cartão SUS. “Nunca se resolveu este problema de como fazer o ressarcimento. A ANS já tentou fazer por pacote, por exemplo, exigindo 10% do faturamento total do plano. Mas nunca deu certo. E aí os nossos hospitais públicos estão lotados de pacientes de planos privados. E São Paulo inova: ‘ah, tem uma forma de resolver isso, já que o ressarcimento não está dando certo, ao invés de pedirmos o ressarcimento, nós já destinamos 25% de leitos para os planos privados´. Acreditar que não haverá privilégio dos usuários dos planos e particulares é o mesmo que acreditar no papai Noel. Tem muitas pessoas que estudam a dupla porta e mostram claramente: se tem duas portas e uma está trazendo dinheiro, não há como não ter privilégio. Até no privado, se você tem um plano de saúde golden e o outro usuário tem um plano diamante, o usuário do plano diamante tem privilégio. Se não fosse assim não precisava pagar o plano diamante. Então, dessa forma, reitera-se hierarquizações”, reforça. O pesquisador acrescenta que, com a lei, o governo de São Paulo está invertendo a lógica da Constituição. “O SUS se complementa com o privado, isso está na Constituição, foi uma derrota que tivemos na época da constituinte, mas o que o governo de São Paulo está fazendo é dizer que o privado se complementa com o SUS”, diz. Para Geandro, a destinação da gestão dos hospitais para as organizações sociais prepara o caminho para propostas como a privatização de leitos, uma vez que flexibiliza a Reforma Sanitária. “A OS é um artefato antiético dentro do SUS, então, tudo é possível, inclusive uma loucura como esta. Dentro dessa flexibilização da reforma sanitária a vara verga muito, aí muitas vezes não se reconhece mais a reforma sanitária e nem o SUS. Essa proposta só foi possível com a flexibilização ética do SUS, que está completamente descaracterizado em São Paulo”, observa. O pesquisador complementa que com a OS há uma privatização da gestão, embora outros aspectos como o financiamento, a regulação e a prestação continuem públicos. “Em São Paulo, tentaram privatizar um pouco mais do que a gestão com essa lei, tentam privatizar também 25% da prestação e algum componente do financiamento”. EBSERH - Não é apenas em São Paulo que a dupla porta de entrada nos hospitais públicos está em discussão. Em todo o país, movimentos em defesa do SUS e trabalhadores dos hospitais universitários têm questionado a instalação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), aprovada no ano passado pelo Congresso, e criada para gerenciar os hospitais universitários. Cada universidade deve decidir se selará ou não um contrato com a empresa para a gestão do respectivo hospital. “A Empresa formaliza o problema da dupla porta que já existe nos hospitais universitários. Esta dupla porta hoje gera muita insegurança jurídica, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União muitas vezes ficam de olho, assim como os controles sociais, que também questionam, e, por muitas vezes, os hospitais são multados. A EBSERH pega todos estes problemas e dá uma possibilidade de resolvê-los. Então, as relações com o privado dentro da universidade, a dupla porta é uma delas, mas também há a relação com as farmacêuticas, as pesquisas sendo financiadas pelo setor privado, tudo isso pode passar a ser legalizado”, explica Geandro. O pesquisador reforça que os hospitais universitários, hoje, mesmo sendo públicos, mantêm dupla porta de entrada com privilégio para quem paga. “Boa parte da comunidade acadêmica acaba aceitando a EBSERH porque já pratica algo que é ilegal e que agora passará a ser formalizado. Tem histórias absurdas, como a de um hospital cujo setor de cardiologia tem leitos do SUS e leitos privados, com um total de oito leitos no setor, mas apenas sete travesseiros. A enfermeira foi distribuindo os travesseiros à medida que os leitos foram sendo ocupados, quando chegou o oitavo paciente, era um paciente que estava pagando, aí queriam que a enfermeira tirasse o travesseiro de um paciente do SUS para dar para este outro paciente que estava pagando. Exemplos como este acontecem desde longa data”, fala. De acordo com Geandro, os hospitais universitários foram entrando em crise, com subfinanciamento, falta de articulação ensino, docência e assistência, terceirização dos trabalhadores, crescente relação com o privado, falta de atualização tecnológica, entre outros aspectos. “A solução para isso é ter um investimento forte e uma clareza do papel desses hospitais que também são de ensino e pesquisa. O governo vê os mesmos problemas que nós vemos, mas apresenta soluções diferentes, prefere não resolver os determinantes sociais desse problema”, analisa. *Da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Judiciário derruba terceira tentativa do governo paulista Com a decisão da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça o Poder Judiciário de São Paulo barrou pela terceira vez a tentativa do governo paulista de destinar vagas de hospitais públicos a planos de saúde, suspendendo o decreto assinado em julho de 2011, prevendo que unidades de saúde geridas por OSs - Organizações Sociais "poderão ofertar seus serviços a pacientes particulares ou usuários de planos de saúde privados" em um limite de até 25% das vagas disponíveis. A liminar havia sido pedida pelo Ministério Público, que entrou com uma ação na Justiça para barrar o decreto. Em setembro do ano passado, outro pedido do governo para derrubar a liminar havia sido negado pela Justiça. Em nota, a Secretaria da Saúde afirma que "este atendimento já acontece hoje, mas até agora não havia possibilidade legal de cobrança, o que acaba onerando o caixa do SUS em cerca de R$ 500 milhões por ano." O promotor e as entidades médicas rebatem o argumento da secretaria. Afirmam que já existem uma lei federal e outra estadual que autorizam o governo a cobrar os atendimentos de pacientes dos planos nos hospitais públicos. O promotor diz que o próprio governo havia barrado em 2009 uma lei similar. A gestão atual afirma que as duas leis existentes são anteriores à lei das OSs e que, portanto, a cobrança aos planos de saúde nas unidades geridas pelas organizações não é possível. A Secretaria afirma também que a "manutenção da liminar transforma boa parte do atendimento a pacientes de hospitais gerenciados por OSs em paraíso das seguradoras e empresas de planos de saúde". Agora, cabe ao Estado esperar o julgamento do mérito da ação, o que ainda não tem prazo para acontecer. A CNTS apoia a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, de suspender a lei estadual que prevê a oferta de até 25% dos leitos de hospitais públicos administrados OSs para o atendimento de pacientes de particulares ou planos de saúde, por entender que a dupla porta é inconstitucional e só favorece aos planos de saúde. “Se as empresas de planos de saúde e seguradoras desejam ampliar e melhorar seus serviços que façam investimentos para isso. Não é justo privar a população que se utiliza do SUS, reduzindo ainda mais o atendimento, para atender os interesses desses grupos privados, que arrecadam altas somas de seus segurados e querem retribuir usando recursos da comunidade. A dupla porta é inconstitucional”, afirmam, em uníssono, o presidente da Confederação, José Lião de Almeida, e o diretor de Assuntos Trabalhistas e Judiciários, Joaquim José da Silva Filho. Encontro da Enfermagem reúne mais de 300 pessoas ao SinSaudeSP Um exemplo de mobilização e luta: é o que a categoria da enfermagem tem demonstrado nos últimos tempos, especialmente na busca pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais. E a presença de mais de 300 pessoas no Encontro de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, realizado no dia 12 de Maio, na sede central do SinSaudeSP, confirmou, mais uma vez, que os profissionais da saúde estão dispostos a participar de atividades sindicais que prestigiem a sua qualificação profissional. O Encontro de Auxiliares e Técnicos já é um evento tradicional realizado pelo Sindicato no mês de maio e seu objetivo é promover uma merecida homenagem aos que atuam na área, em sua data magna, 12 de maio, Dia do Trabalhador da Saúde - feriado da categoria, conquistado pelo Sindicato. Esta data deve servir também para lembrar toda a sociedade da importância de se valorizar estes profissionais, que devem ser mais reconhecidos em suas funções. Cabe ressaltar que os "anjos de branco" são protagonistas do sistema de saúde e coordenam toda a assistência ao paciente. A abertura do Encontro ficou a cargo do presidente do SinSaudeSP e da CNTS, Dr. José Lião de Almeida. Entre os presentes, representando o Coren-SP, destacaram-se: Rosalvo Rezende de Souza; Segundo-Tesoureiro da entidade e Marcel Willan Lobato, Conselheiro e Ouvidor. Durante este dia especial, também foram feitas diversas palestras, como a palestra magna: "Ações em Construção para a defesa do auxiliar e do técnico de enfermagem 30 horas já – piso salarial – relações trabalhistas", proferida pelo Dr. Joaquim José da Silva Filho, Secretário-geral do SinSaudeSP. Outros temas importantes abordados durante o evento foram: "De Olho nas Lutas dos Trabalhadores da Saúde", por Milton Gomes da Silva, diretor de Cultura; "Primeiros Socorros: As Novas Diretrizes", segundo os protocolos da AHA e PHTLS, pelo enfermeiro Carlos Alberto Ocon; "Enfermagem de Nível Técnico Frente ao Mercado de Trabalho: Desafios e Conquistas"; "Uso de Novas Tecnologias na Enfermagem – Visão Humanística e Integrada no Processo de Cuidar" e "Acidente de trabalho envolvendo a Equipe de Enfermagem". (Fonte: SinSaudeSP) Mais de 500 pessoas presentes no V Encontro dos Técnicos de Segurança no SinSaudeSP O V Encontro de Técnicos de Segurança do Trabalho do Setor Saúde e Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, realizado dia 11 de maio, na sede central do SinSaudeSP, reuniu mais de 500 pessoas e foi um sucesso de público. Entre as diversas autoridades presentes, que apoiam as bandeiras de luta do Sindicato e dos profissionais da saúde, destacam-se: Carlos Ortiz, Secretário Estadual de Emprego e Relações do Trabalho de SP; José Roberto Melo, titular da SRTE-SP; vereador Cláudio Prado; o auditor fiscal Dr. José Carlos do Carmo; Donato José Medeiros, Primeiro Secretário do Coren-SP; João Donizeti Scaboli, representante da Força Sindical nacional; Roberto Sargento, representante da Força Sindical SP; Dr. Mário Bonciani, do NEPES; Emerson Pacheco, representante da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Sul; Dr. Edson Ferreira da Silva, chefe de gabinete da Santa Casa de SP; Dra. Cristina Polachini, representante do Sindhosp; e Dr. Carlos Eduardo Valia, representando o Sindhosfil. Posse festiva da FEESSERS foi marcada pela euforia Realizada na nova sede do Sindisaúde de São Gabriel, na noite de 15 de maio, a cerimônia de posse da nova diretoria da Federação dos Trabalhadores da Saúde do RS FEESSERS foi marcada por um clima de muita euforia. Eram dois os motivos: era a primeira vez que representantes da quase totalidade dos sindicatos filiados se encontraram após as eleições e a festa abria as portas da nova sede da entidade local. Mais de duas centenas de pessoas, entre dirigentes e associados, autoridades e convidados lotaram o salão de festas da entidade, no Bairro São Luiz. Emocionado com a esmagadora vitória que o trouxe a mais um mandato, o diretorpresidente da FEESSERS, Milton kempfer, fez questão de agradecer a todos os sindisaúdes filiados que estiveram a seu lado ao longo dos últimos anos. Para ele, reeleito para o quarto mandato, “toda vitória só tem valor quando conquistada de forma coletiva. A emoção deste dia, visível no rosto de todos os presentes, marca a importância das lutas realizadas”. Ele citou a busca das melhorias das condições de trabalho, das 30 horas, da extinção do banco de horas, de salários dignos, pela denúncia dos assédios morais, pelo financiamento da saúde, entre outras. E fixou a maior de todas as metas da nova gestão: “trabalhar ainda com mais vontade, mais capacidade de luta e ainda mais voltada para os sindicatos do interior, visando sempre o bem comum para toda a categoria”. Milton ressaltou o espírito abnegado de integrantes da chapa única, que abriram mão de concorrer para poder ser formada a chapa 1 – Democracia e Luta – que saiu vencedora nas eleições para a diretoria da FEESSERS. Ele se referia a Jeisson Rex, do Sindisaúde Vale dos Sinos; Cláudio Martins, do Sindicato de Pelotas; Maria Tedesco, de Passo Fundo; Carli Wasem, de Lajeado; Ione Oliveira, de Cachoeira do Sul; Adylson Szymanski, de Erechim; José Luciano Viegas, de Pelotas; e Leda Carvalho, de São Gabriel. Autor do projeto de lei que instituiu, em 2009, O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora da Saúde em âmbito estadual, o agora secretário da Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, também partilhou da emoção do momento. Em seu pronunciamento, disse que é preciso cuidar dos trabalhadores em saúde, para que não adoeçam, porque muitas vidas dependem de suas vidas. “Sabemos que o ritmo de trabalho, a dupla jornada, o assédio moral, patrocinado pelas chefias, entre outros aspectos, podem causar a debilidade funcional. Por isso, é fundamental lutar não só pelo salário digno, mas essencialmente pelas condições de trabalho e pela saúde de quem cuida da saúde da população”, completou. O presidente do Coren-RS, Ricardo Rivero, enfatizou sua determinação em trabalhar aliado às principais instituições representativas de todos os trabalhadores em saúde, “para que o resultado possa ser o melhor para o todo”. Também salientou a importância desta convivência integrada entre o Coren e a Federação, que para ele, “será determinante para conquistas ainda maiores”. Também fizeram parte da mesa o provedor da Santa Casa de Caridade, Cícero Mesquita Carvalho, representando no ato o presidente da Fehosul, Cláudio Allgayer; Emerson Pacheco, representando a CNTS como seu diretor de Assuntos Culturais e Orientação Sindical; pela CNTSS, Terezinha Perissinotto, como sua secretária de Relações Internacionais; pela CUT-RS, Luiz Henrique Alves Pereira; Edgar Costa Sperrhake, como integrante da Comissão Eleitoral; e Eni Bahia, como integrante do Conselho Estadual da Saúde. Trabalhadores da saúde de Bagé, Canoas, Rio Grande, Rosário do Sul, Porto Alegre, São Borja, Pelotas, Sapucaia do Sul, Passo Fundo, Santana do Livramento, Lajeado, Alegrete, Santa Rosa, Três de Maio, Uruguaiana, Cândido Godói e Caxias do Sul integraram comitivas para participar da posse. Também estiveram presentes ao evento representantes dos sindicatos da Alimentação de São Gabriel e Alegrete, da Federação dos Rodoviários, dos Municipários de Livramento e do Simpro-RS. No início da noite, foi descerrada a placa inaugurativa da nova sede do Sindisaúde de São Gabriel. O presidente da entidade, Cassimiro Cruz, relembrou que ao assumir, em 2001, após um processo eleitoral tumultuado, foi necessário ingressar com um mandado judicial para ter acesso aos documentos. “A categoria estava há sete anos sem reajuste salarial, sem acordo ou convenção coletiva”, ressaltou. Cassimiro afirmou que depois foram muitas as conquistas e que dividia com os colaboradores, associados e amigos do Sindicato mais uma: a nova sede, “a vitória da verdade. A vitória de um trabalho em prol de todos. A vitória dos trabalhadores da saúde.” (Fonte: FEESSERS/Rosa Pitsch) Presidente do Sateal participa da Semana da Enfermagem Os movimentos da enfermagem alagoana estiveram reunidos na 73ª Semana Brasileira de Enfermagem, dia 17 de maio, organizada pela Associação Brasileira de Enfermagem ABEn em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem - Coren, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem - Sateal e o Sindicato dos Enfermeiros - Sineal. A vereadora por Maceió, Heloisa Helena, representou o Legislativo da capital. Em meio a uma plateia lotada de estudantes e profissionais, o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, ressaltou a importância da organização da categoria para alcançar espaços polí- ticos e instituir representatividade nas esferas municipal, estadual e federal. “A enfermagem ainda não despertou para a importância de estar representada nos três entes federativos do governo. Se compararmos as condições de trabalho atuais em vários municípios alagoanos com as praticadas no período da enfermeira Florence Nightingale podemos constatar que pouca coisa mudou. Os atendimentos continuam sendo feitos de forma improvisada”, ressaltou. O presidente do Sateal destacou ainda que a falta de valorização do profissional começa pela postura adotada. “Como podemos cobrar valorização se não nos valorizamos no exercício da função”, provocou. Mário Jorge ainda falou sobre a regulamentação da jornada de 30 horas semanais e a implantação do piso salarial nacional da enfermagem. A presidente do Coren, Lúcia Maria Leite, falou das medidas dos empregadores para desrespeitar a legislação do Conselho, bem como da precariedade do tratamento dispensado aos profissionais. “Entramos em hospitais em que os trabalhadores ficavam trancados atrás de grades e médicos chamavam a equipe de enfermagem de burros”, destacou, falando ainda das condições de atendimento às comunidades indígenas. Ressaltando a importância da aprovação da jornada de 30 horas semanais, não para os profissionais acumularem diversos empregos, mas para melhorar o atendimento à população, a vereadora Heloisa Helena lembrou que muitas vezes os enfermeiros criticam a postura do médico em determinados procedimentos e acaba fazendo a mesma coisa. Helena ainda falou sobre o significado do ato médico e da importância da união e participação social para acompanhar as ações do governo. I Forum Palmeirense de Enfermagem - O presidente do Sateal também foi um dos convidados do I Fórum Palmeirense de Enfermagem, evento que aconteceu nos dias 18 e 19 de maio, no Ifal de Palmeira dos Índios. Mário Jorge participou de uma mesa com representantes da ABEn, Coren e Sineal e falou sobre as movimentações nacionais para a regulamentação da jornada de 30 horas semanais, Ele enfatizou a diferenciação nas jornadas de trabalho entre as regiões e lembrou da necessidade de organização da classe, estimada em 1,5 milhão de profissionais em todo o país. "Semanalmente, as entidades estão reunidas em Brasília para pressionar os parlamentares e o governo federal a aprovar a regulamentação da jornada, assim como implantar o piso salarial nacional da enfermagem", disse, lembrando que trabalhadores realizaram greve de fome para chamar a atenção do ministro da Saúde. "Graças à nossa insistência o ministro Alexandre Padilha nos garantiu uma reunião, prevista para o dia 24 de maio", completou. Mário Jorge lembrou que são poucos os parlamentares alagoanos na bancada federal que apoiam a enfermagem. "É bom que isso seja dito porque a enfermagem vale voto também, tanto de quem trabalha quanto de quem recebe atendimento", completou. (Fonte: Sateal) Sindicatos de Alagoas ganham ações judiciais O Sateal venceu a ação judicial em que o município de Pindoba se recusava a descontar a contribuição sindical dos servidores públicos representados pela entidade. Em seus argumentos, citando decisões de tribunais superiores, o juiz convocado Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira reconheceu a legitimidade do Sindicato e a legalidade da contribuição, mesmo para não associados e servidores. “... A contribuição sindical é instituída por lei (previsão do artigo 578 a 591, da Consolidação das Leis do Trabalho) e é compulsória para todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de profissão liberal, independentemente de serem ou não associados a um sindicato. ... Impende salientar, ainda, a possibilidade de cobrança da contribuição sindical dos servidores públicos, aplicando-lhes, também a CLT, em razão de que estes podem organizar-se em sindicatos representativos da categoria, conforme consolidada jurisprudência”. Danos morais - Em mais um trabalho em defesa dos auxiliares e técnicos de enfermagem, o Sateal venceu na Justiça a ação movida por duas funcionárias dos setores de administração e coordenação de enfermagem do Hospital Santa Rita e Maternidade Santa Olímpia, do município de Palmeira dos Índios. As funcionárias acusaram o Sindicato de cometer danos morais por veicular panfleto em que trabalhadores denunciavam a forma de tratamento dispensado pelas profissionais, ambas lotadas em cargos de chefia da unidade. Acusação não acatada pelo Judiciário. O panfleto foi veiculado em 23 de novembro de 2011, durante manifestação que parou os serviços do hospital. Na ocasião, trabalhadores se queixavam de ações consideradas arbitrárias cometidas pela administração, com apoio da direção. Denunciaram que estavam atuando sob clima aterrorizante devido a transferências de setor sem qualquer justificativa, mudanças na jornada de trabalho e alterações nas escalas de revezamento implantadas há mais de dez anos. As medidas obrigavam os profissionais a trabalhar em regime de diarista, perdendo assim o direito aos feriados e as duas folgas aos domingos, ferindo a Convenção Coletiva de Trabalho, firmada em agosto de 2011. O Sateal ressalta que tem como seu único objetivo, diante das ações promovidas no âmbito administrativo e judicial, garantir os direitos dos trabalhadores. E de maneira alguma pretende manchar o nome de qualquer pessoa ou instituição de Saúde no Estado de Alagoas. Já o Sindicato dos Técnicos, Citotécnicos e Auxiliares de Laboratório de Análises Clínicas e Médicas no Estado de Alagoas - Sintecal conquistou, mediante recurso, a aplicabilidade da Lei 3.999/61 aos auxiliares e técnicos em laboratório, o que resultou na correção salarial. A ação tinha como oponente a Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, para quem a referida lei se aplica somente aos profissionais médicos. Em acórdão, os ministros da sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, decidiram “conhecer do recurso de revista por violação dos artigos 2º,b, e 5º da Lei 3.999/61 e, no mérito, dar-lhe provimento para, reconhecendo o direito dos substituídos ás diferenças salariais decorrentes da incidência do artigo 5º da Lei 3.999/61, restabelecer a r. sentença que condenou a reclamada ao pagamento de dois salários mínimos aos substituídos por quatro horas de trabalho”. Sitessch inaugura mais uma subsede A diretoria do Sindicado dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Chapecó e Região Sitessch inaugurou, dia 16 de maio, mais uma subsede do Sindicato. Depois da abertura do espaço em Concórdia, agora é a vez dos trabalhadores da saúde de Xanxerê usufruírem de atendimento rápido, facilitado e profissional em relação aos direitos da categoria. A subsede funciona na Rua Antonio Vitório Giordani, 164, térreo (SuperBrasão), no Centro e o atendimento informativo e de homologações de rescisões de contrato de trabalho e demais assuntos pertinentes à categoria e ao trabalhador será prestado pela diretora Sandra Mari Pescador. A inauguração contou com a presença da presidente do Sitessch, Maria Salete Cross, e do tesoureiro da entidade e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde CNTS e da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde em Santa Catarina - Fetessesc, Adair Vassoler. Para a presidente do Sitessch, além de facilitar o atendimento, a subsede vai permitir maior proximidade entre o Sindicato e a categoria, “tudo isso aliado à sua essência principal, que é a defesa do trabalhador”, declarou. Para Vassoler, o novo espaço representa a força da categoria e a necessidade de estar cada vez mais perto dos profissionais da saúde assistidos pelo Sindicato. “O espaço é para que o trabalhador se sinta mais próximo da entidade sindical e tenha acesso facilitado aos trabalhos prestados pelo Sindicato em prol da valorização da categoria e da saúde como um todo”, conclui o dirigente. Dia Nacional da Enfermagem - Para comemorar o Dia Nacional da Enfermagem, celebrado em 12 de maio, a diretoria do Sitessch efetuou a entrega de um cartão especial a todas as trabalhadoras do setor. O cartão marcou também a passagem pelo Dia das Mães, visto que muitas dessas trabalhadoras têm filhos e atuam em jornadas duplas de trabalho. Em Chapecó a entrega ocorreu durante a troca de turnos das trabalhadoras do Hospital Regional do Oeste – HRO, da Unimed e do Hospital da Criança. Além da mensagem de felicitações pelas duas datas, a diretoria da entidade sindical reforçou o pedido de mobilização em prol das 30 horas para a Enfermagem e a presidente do Sindicato, Maria Salete Cross, destacou que o Sitessch está e continuará sempre atuante, colaborando na defesa desta importante profissão. (Fonte: Assessoria de Comunicação do Sitessch) Fale com a CNTS E-mail: [email protected] - Sítio: www.cnts.org.br Tel: (61) 3323-5454