Gerenciamento de projetos [...] Gerente de Projetos, uma nova profissão A concorrência que se estabeleceu com a globalização está obrigando as empresas a melhorarem sua atuação em todas as suas áreas. Para melhor entender o tema, pode-se separar as áreas da empresa em duas categorias: As que são formadas de atividades rotineiras, onde cada operador executa a sua função. Para enfrentar a concorrência, uma técnica moderna é a melhoria contínua, que tem dado certo, pois as atividades são repetitivas e sempre existe a oportunidade de fazê-las melhor a cada ciclo; As que são formadas de atividades que são feitas uma única vez e pertencem a um projeto que também é único, não havendo, assim, a oportunidade de melhorias no próximo ciclo. As duas categorias de atividades são importantes - as atividades rotineiras darão respostas ao esforço de melhoria contínua a longo prazo e se a empresa for bem organizada e com alta produtividade. Ao contrário, as empresas mal organizadas terão respostas rápidas, pois as oportunidades de melhoria, decorrentes da baixa produtividade, aparecerão logo. As atividades de projetos têm outras características, que dependem das razões pelas quais foram montados os projetos, e independem do nível organizacional da empresa: ela estando bem preparada para cumprir e controlar suas rotinas, não prejudicará essa rotina para elaborar um projeto, da mesma forma que as empresas mal administradas estão sempre "apagando incêndios" e relegam os projetos a outros planos, embora as duas tenham concordado que os projetos são a coisa mais importante para a empresa. A origem dos projetos (mesmo nas empresas que o fazem formalmente) está ligada ao planejamento estratégico, que surge nas empresas para mudar as coisas radicalmente e, em geral, como uma espécie de tábua de salvação. Como exemplo, podemos citar: lançamento de uma nova linha de produtos, ampliação de uma área de produção, um novo layout, racionalização de um sistema de informação, automação de um processo, são coisas não rotineiras, que serão feitas uma única vez, com início e fim bem definidos. As empresas, muitas vezes, não estão preparadas para administrar projetos e sua execução é solicitada ao pessoal que elabora as rotinas do dia-a-dia, as quais são controladas. Estando a empresa preparada e organizada para isso, aplicar recursos nos projetos é prejudicar o andamento das rotinas; esta é a explicação de por que muitos planejamentos são relegados a segundo plano, por mais importantes que possam ser considerados. Para sanear o problema, as empresas precisam se preparar para administrar projetos, criar procedimentos, treinar pessoal para gerenciá-los. A atividade mais importante no gerenciamento é o planejamento - ela é o ponto central e causa do sucesso da realização do projeto. Para planejar, é necessário praticar uma seqüência de atividades simples e que, por serem simples, parecem desnecessárias. O que se tem a fazer é adquirir o hábito de fazê-las e, assim, naturalmente, praticar. 1 Define-se: O escopo, isto é, a descrição item a item do que foi contratado - é importante perguntar ao contratante se é isso mesmo que ele deseja; As atividades que serão necessárias para cumprir cada item do escopo, com sua precedência no encadeamento, montando a estrutura analítica do projeto (WBS Work Breakdowm Structure); O plano propriamente dito, que é colocar em cada atividade os prazos e os recursos necessários. Caso as atividades definidas sejam complexas e não permitam estas colocações, deve-se desdobrar as atividades em subatividades mais simples, até que se torne fácil a colocação dos tempos e recursos, podendo-se agora montar o gráfico de Gantt e a rede de caminho crítico; O orçamento dependerá da etapa anterior (plano) e dos custos dos recursos. É importante que assim os custos estejam distribuídos no tempo, podendose montar um fluxo de caixa que permitirá a construção da "curva s", a qual é um gráfico dos gastos acumulados no tempo; O sistema de controle - deve ficar estabelecido que a apropriação de dados é o principal instrumento para a garantia da precisão do procedimento. O sistema deve conter procedimentos para o controle da qualidade, pois sem qualidade as atividades entregues não são aceitas, não se consumando, assim, sua realização. Devem ser estabelecidas formas de comunicação, para que as providências saneadoras surjam a tempo e a hora. A alocação de um gerente em cada projeto é essencial para o cumprimento dos programas, ou seja, orçamentos, prazos e qualidade. Quando temos um responsável para realizá-los, com "poder", ele não poderá arranjar desculpas pela falta do cumprimento dos programas, além de ficar motivado e realizado profissionalmente por poder dizer "Eu fiz o projeto, é o meu produto" - cumprindo prazos, custos e qualidade especificados. A nova profissão "Gerente de Projetos" já está firmada no mercado e as pessoas com essa capacitação já se destacam, principalmente por ter adquirido o hábito de planejar e controlar. A grande diferença, ao se ter um projeto realizado em uma estrutura hierárquica funcional, é que nesta cada pessoa é responsável por uma única função e diz: "Eu fiz a minha parte, quanto aos outros, não sei." - perde-se, assim, a visão do todo e diluem-se as responsabilidades. Fonte GERENCIAMENTO de projetos. Disponível em: < http://www.projetoe.org.br/vteams/teles/tele_02/leitura_02_3.html>. Acesso em: 27 dez. 2006. 2