amebíase - et@llcorp 2001

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AMEBÍASE
Protozoário: Entamoeba histolytica
Filo: Sarcomastigota
Classe: Sarcodina
Ordem: Amoebida
Gênero: Entamoeba
Organismos móveis e incorporam alimentos através de pseudópodes. Algumas
formas não patogênicas podem ser encontradas no sistema gastrointestinal do
homem – E. coli, E. hartamanni, E. policki, Endolimax nana e Iodamoeba
butschilli.
Amebíase é predominante nas regiões tropicais e subdesenvolvidas, sendo que
a porcentagem mundial, que possuem E. histolytica na luz intestinal varia entre
5 a 50% dependendo do país, 10% destes exibem sintomas clínicos que vão
desde os não específicos de doenças gastrointestinal até disenteria, colite,
ameboma. Dos indivíduos sintomáticos 2 à 20%, progredirão para invasão
extra-intestinal e formação de abscesso, especialmente do fígado.
TRANSMISSÃO se dá através da ingestão de alimentos e água contaminados
com cistos tetranucleados, ocorrendo o desencistamento no íleo com formação
de oito amebas metacísticas que irão migrar para o ceco, onde se colonizam.
Medidas que visam diminuir consideravelmente a prevalência de amebíase são:
educação sanitária, melhora das condições socioeconômicas, ampliação da rede
de água tratada e do esgoto, coleta do lixo, combate aos insetos, tratamento
adequado dos doentes e portadores assintomáticos.
Formas assintomáticas
Cerca de 90% dos indivíduos infectados por Entamoeba histolytica exibem
infecção assintomática e constituem um vasto reservatório para o parasito.
Porém alguns desses indivíduos podem tornar-se sintomáticos desde que o
parasito avirulento comensal adquira virulência e venha a invadir a mucosa
intestinal.
Formas sintomáticas
Amebíase Intestinal
São duas formas principais: disenteria amebiana, mais rara, e colite nãodisentérica, mais freqüente e responsável por grande número de pacientes
infectados.
Disenteria amebiana – Disenteria aguda, com presença de muco e sangue nas
fezes que, dependendo da gravidade do caso pode chegar a 28 evacuações por
dia, enquanto em casos menos grave o número de evacuações diárias varia
entre 6 e 10. O paciente apresenta dores abdominais, náuseas, vômitos e
tenesmo. Fezes ácidas, pH5,5 a 6,0, com pouco exsudato celular, algumas ou
numerosas hemácias degeneradas, alguns neutrófilos, poucas bactérias.
Colite não-disentérica – Esta forma manifesta-se com evacuações diarréicas ou
não. As fezes são pastosas ou semilíquidas, contendo muco e pouco sangue, e o
portador fazendo até cinco deposições por dia, ocorrendo freqüentemente
períodos de funcionamento normal, com alternância de períodos de diarréico. O
paciente sente desconforto abdominal, com cólicas flatulência
Amebíase Extra-Intestinal
1. Amebíase hepática aguda não-supurativa e necrose coliquativa.
2. Amebíase cutânea
3. Amebíase de outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, etc.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico laboratorial de E. histolytica é feito tradicionalmente através do
exame parasitológico das fezes, em que geralmente são encontrados de cistos
em fezes consistentes e trofozoítas em fezes diarréicas ou semidiarréicas.
Alguns aspectos devem ser considerados no auxílio do diagnóstico de E.
histolytica , o tipo de recipiente utilizado par a coleta deve ser o fabricado
especialmente para o transporte de amostras fecais, que normalmente são
fornecidos pelo próprio laboratório. A quantidade de amostra para a análise
deverá ser em torno de 30g, pois pequenas quantidades de fezes poderão não
ser suficientes para um diagnóstico seguro. O tempo entre a coleta e a análise
deverá ser breve não ultrapassando 30minutos. O material deverá ainda ser
preservado fazendo o uso de fixadores específicos (MIF, APV, E SAF), quando
o tempo de análise ultrapassar os trinta minutos. O número de amostras a ser
coletado deve ser se possível várias coletas em dias alternadas, que irão
propiciar um maior percentual de resultados positivos. Ainda devemos
considerar a análise macroscópica das fezes, considerando-se a consistência, a
cor e o aspecto líquido com muco e sangue deverão ser observados e anotados
na ficha do paciente.
Pesquisa direta do parasita nas fezes
 Método Direto a Fresco Utilizando Salina à 37
A pesquisa direta, tem como objetivo pesquisar formas móveis de amebas nas
fezes.
A técnica consiste em colocar uma pequena porção de fezes misturada com a
salina entre lâmina e lamínula, dando preferência às partes mucosanguinolentas
quando presentes, e observar ao microscópio num aumento de 400x, em busca
de presença de formas móveis de amebas, bem como o tipo de movimento
apresentado pelo microrganismo. As formas móveis observadas emitem
pseudópodes finos, longos e rápidos partindo de vários pontos do corpo do
parasito. Pode ainda ser observado um ectoplasma é hialino e distinto, o
endoplasma é granuloso e de fácil observação, os vacúolos digestivos, que
podem aparecer com hemácias fagocitadas ou com conteúdos hemoglobínicos,
são bem observados no endoplasma. O núcleo, normalmente não é observado
nas preparações à fresco.
 Método Direto a Fresco Corado Pelo Azul de Metileno
Esse método tem por objetivo pesquisar formas vegetativas de amebas em
fezes diarréicas, procurando evidenciar suas estruturas citoplasmáticas e
nucleares. Observa-se uma perfeita distinção entre o ectoplasma e o
endoplasma, o primeiro corado em azul claro e o segundo mais fortemente
corado, observando-se vacúolos digestivos contendo uma ou várias hemácias
coradas em azul escuro. O cariossoma apresenta-se como um pequeno ponto
central ou ocasionalmente excêntrico corado em azul escuro.
 Método de Coloração Pela Tionina (identifica formas vegetativas e císticas)
 Método de Coloração Pelo Triocrômio (identifica cistos e trofozoítos)
Quando a fixação do esfregaço é adequada, observam-se com clareza as
estruturas citoplasmáticas e nucleares dos protozoários e o citoplasma cora de
verde azulado. Já a cromatina nuclear dos trofozoítos e dos cistos, bem como
os corpos cromatóides dos cistos, hemácias e bactérias dentro dos trofozoítos
coram em vermelho púrpura. Outros materiais existentes no esfregaço como
leveduras, células teciduais, etc. tomam uma cor verde. Os cistos de E.
histolytica tomam uma cor púrpura menos acentuada que os cistos da E. coli.
 Pesquisa de Cistos nas Fezes Pelo Método de Faust
Este método fundamenta-se em uma diferença de densidade em que os cistos
flutuam quando tratados por uma solução de sulfato de zinco a 33% com
densidade 1,180. Permite a identificação de cistos, que são corados com lugol.
 Técnica de Coloração por Hematoxilina Férrica
A hematoxilina férrica utilizando fezes preservadas é sem dúvida, o método
que maior segurança oferece na identificação e no diagnóstico da E. histolytica.
Os trofozoítas apresentam uma cor cinza-azulada, diferenciando-se de
estruturas de tonalidades escuras. Seu tamanho varia entre 15 a 60 micra.
O citoplasma é distinto e observa-se uma nítida diferenciação entre o
ectoplasma e o endoplasma, principalmente se a forma observada estava
emitindo pseudópodes quando da sua fixação. O ectoplasma apresenta-se
hialino com uma coloração cinza-clara, diferenciando-se do endoplasma, que se
apresenta granuloso e mais intensamente corado. No seu interior pode-se
observar uma ou mais hemácias coradas de negro, evidenciadas nitidamente por
um halo claro em toda sua parte externa. O núcleo geralmente não é central,
permanecendo em local afastado da emissão dos pseudópodes, corando suas
estruturas em negro. O cariossoma geralmente é central, mais corado, os
grânulos de cromatina são escuros e distribuídos uniformemente no interior da
membrana nuclear.
A forma pré-cistica é geralmente esférica, podendo apresentar-se oval,
corando em azul-acinzentado e não apresentando diferenciação entre o
ectoplasma e o endoplasma. O vacúolo ocupa 2/3 do parasito, que é o vacúolo de
glicogênio, pouco corado. Os corpos cromatóides, corados em negro, se
apresentam como um ou dois bastonetes de tamanhos diferentes. O núcleo se
apresenta um pouco maior na forma pré-cistica. O cariosoma é grande, de
aspecto geralmente uniforme.
Já nos cistos pode-se observar uma nítida membrana cística corada em negro e
o citoplasma se apresenta em uma cor cinza-azulada contendo um vacúolo de
glicogênio grande e não corado. Os corpos cromatóides, mais freqüentes nos
cistos imaturos, coram em negro e apresentam-se em quantidades variáveis,
porém dificilmente são observados nos cistos tetranucleados.
Pesquisa de Amebas nos Tecidos
A pesquisa de E. histolytica nos tecidos é realizada através da coleta do
material por biópsia, e examinada imediatamente a fresco e após coloração
especial.
Pesquisa de Amebas nos Exsudatos
As formas vegetativas de E. histolytica poderão ser encontradas nos
exsudatos (escarro, vômitos e principalmente em material coletado por punção
de abscesso hepático). A amostra deve ser examinada a fresco e corada pela
hematoxilina férrica.
Testes Imunológicos
Os testes imunológicos são positivos em 95% dos casos de pacientes com
abscesso hepático amebiano, em 70% dos pacientes com amebíase intestinal
invasiva. As técnicas imunológicas mais usadas atualmente são hemaglutinação
indireta reação de fixação do complemento, aglutinação do latéx,
imunofluorescência indireta e ELISA.
A reação de hemaglutinação e a fixação do complemento são muito sensíveis,
tendo o inconveniente de deixar dúvidas se a infecção é recente ou antiga,
sendo que por estas técnicas não é possível avaliar se os anticorpos são da fase
crônica ou aguda.
O teste de aglutinação do látex é cara e não tão sensível quanto ao da
hemaglutinação.
A imunofluorescência indireta é um método muito bom, com boa sensibilidade e
especificidade, porém os títulos são baixos em todas as fases da amebíase
ulcerada.
O ELISA é o teste mais usado, pois é de fácil execução e muito sensível.
DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS CARACTERES UTILIZADOS PARA A
DIFERENCIAÇÃO DAS AMEBAS PARASITAS DO TRATO INTESTINAL
Entamoeba hartmanni (comensal)
Formas vegetativas pequenas, entre 4 a 10 micra, movimentação ativa. Em
preparações com hematoxilina férrica observam-se no citoplasma vacúolos e
detritos, mas nunca hemácias. Possui cistos semelhantes aos da E. histolytica
porém menores.
Entamoeba coli
Vivem como comensais na luz do intestino grosso. Nas preparações a fresco em
fezes recentemente emitidas apresentam-se geralmente com emissão de
pseudópodes lentos e não-direcionais menores e mais largos que os de E.
histolytica. O citoplasma não fagocita hemácias, e no seu vacúolo é possível
evidenciar bactérias e outros detritos intestinais, com núcleo bem visível. A
forma pré-cistica apresenta características bem semelhantes às da E.
histolytica. Os cistos de E. coli são maiores, medindo de 10 a 30 micra de
diâmetro
Iodamoeba butschilli
É uma ameba pequena, comumente encontrada no porco, com incidência em
torno de 14% no homem. Seu tamanho varia de 8 a 30 micra, em média 13
micra.
Endolimax nana
É uma das menores amebas que parasitam o homem e seu tamanho varia de 10 a
12 micra. Nas preparações a fresco observa-se essa pequenina ameba emitindo
pseudópodes largos e rombos de formas lenta, contendo bactérias e vacúolos: o
núcleo geralmente é visível.
Entamoeba dispar
E. dispar e morfologicamente muito semelhante a E. histolytica e está
associada somente a um estado de portador assintomático. O diâmetro médio
do trofozoíto ‘’e de 25 micra, e têm um núcleo simples de 3 a 5 micra de
diâmetro que contém uma fina cromatina periférica e um nucléolo central. Não
possui eritrócitos em seus vacúolos. Cistos com 12 micra de diâmetro, e podem
possuir de 1 a 4 núcleos, dependendo da maturidade.
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