12.09.2011 - Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais

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Clipping - Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais
ÍNDICE
"Ainda há muita pesquisa a ser feita", diz Suzuki, Nobel 2010 ...........................................................2
Gays pedem o fim do preconceito............................................................................................................3
O mapa das hepatites ................................................................................................................................3
11/09/2011 - Quando o indivíduo desorganizado protesta, a esquerda ataca ou Marcha a favor
da corrupção petista! ..................................................................................................................................7
VALOR ECONÔMICO -SP | EMPRESAS E TECNOLOGIA
AIDS
12/09/2011
"Ainda há muita pesquisa a ser feita", diz Suzuki, Nobel 2010
Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo
Trinta e poucos anos depois de ter a publicação de sua pesquisa rejeitada por uma prestigiada revista no meio acadêmico, o
químico japonês Akira Suzuki, laureado com o Prêmio Nobel em Química em 2010, é aclamado pelas indústrias farmacêutica e
química por sua descoberta inovadora. Suzuki, que completa hoje 81 anos, foi responsável pelo desenvolvimento de um
processo conhecido como acoplamento cruzado catalisado por paládio (reação Suzuki). Significa, na prática, a união de duas
moléculas diferentes por átomos de carbono, com o paládio como catalisador.
Esse mecanismo permitiu às indústrias farmacêuticas, por exemplo, desenvolverem medicamentos mais eficientes para
combater pressão arterial - o Valsartan, da suíça Norvartis, é um deles, além de tratamentos anticancerígenos e combate à
AIDS. Indústrias químicas, como a Basf, sintetizam importantes fungicidas utilizando como reação importante o acoplamento
cruzado de Suzuki. Nas telas oled também são utilizadas a síntese desenvolvida pelo acadêmico.
Em entrevista ao Valor, Akira Suzuki disse que ainda há muito a ser feito no setor químico e critica os jovens pesquisadores
que afirmam que não há mais nada a fazer pelo setor. "Acho isso uma ideia errada. Podemos produzir as mesmas coisas de
outra forma ou buscar novas descobertas (...). Temos que aprender a fazer isso."
As indústrias químicas e farmacêuticas são as mais beneficiadas pelo processo desenvolvido pelo acadêmico
Suzuki usou como exemplo as matéria-primas renováveis e citou o avanço do Brasil nessa área. "O Brasil, por exemplo, usa o
etanol. Em outros países, utilizam a gasolina, de origem fóssil e matéria-prima finita. Criamos uma situação de não
sustentabilidade para nossos descendentes. Deveríamos mudar a forma de uso desses combustíveis fósseis. Nesta sala, por
exemplo [onde a entrevista foi concedida], há várias matérias orgânicas, como plásticos, polietileno (PE), polipropileno (PP),
que usam petróleo como matéria-prima. Podemos produzir os mesmos materiais de forma eficiente e mais prática com ajuda
de novos conhecimentos de química."
O acadêmico visitou o país entre os dias 31 de agosto e 5 de setembro, a convite da empresa química Umicore, que produz o
catalisador de paládio utilizado na síntese de Suzuki. "Os setores farmacêuticos e de defensivos são os que mais demandam
pelo produto", afirmou Antonio Carlos Aidar, diretor da Umicore.
Suzuki disse que "gastou" pelo menos um terço de sua vida para se dedicar à sua pesquisa. Formado em química pela
Universidade de Hokkaido, no Japão, onde concluiu seu Ph.D. e trabalhou como professor assistente, Suzuki ficou dois anos
nos Estados Unidos, entre 1963 e 1965, onde trabalhou com o também químico Herbert Charles Brown, na Universidade
Purdue. Ao retornar para o Japão, tornou-se professor efetivo em Hokkaido.
No ano passado, foi laureado com o Nobel de Química junto com os pesquisadores Richard Heck e Ei-ichi Negishi. Em
comum, os três pesquisadores trabalharam na ligação entre átomos de carbono catalisado pelo metal paládio. Em 1979,
Suzuki trilhou um caminho diferente de seus colegas, no qual a reação dos átomos ocorreu em diversos meios com diferentes
substratos. Além disso, os resíduos da reação Suzuki, derivados de ácido bórico, são menos poluentes do que as substâncias
geradas pelas reações feitas antes da descoberta do químico japonês.
"São várias as aplicações hoje", afirmou o químico. Desde o ano passado, Suzuki toma diariamente um medicamento da
americana Merck Sharp & Dohme (MSD), que também utiliza o processo de acoplamento cruzado desenvolvido por ele. "Criei
um processo que permite a fabricação dos medicamentos. Não os medicamentos em si, que foram desenvolvidos pelos
laboratórios. Não sei falar das vantagens dos medicamentos desenvolvidos pelas farmacêuticas. Só sei o que me contam.
Falam que não há problema quando uso é prolongado, tem menos efeito colateral, não prejudica fígado", afirmou o acadêmico.
Antes de decidir pela química, Suzuki pensou em ser matemático. "Mas dois livros me levaram a escolher o caminho da
química. Um deles foi sobre química orgânica, escrito por um professor Harvard. O segundo foi escrito pelo professor Brown
[Herbert Charles Brown. Akira trabalhou como americano na Universidade de Purdue quando ficou por dois anos nos EUA]. Os
dois livros me levaram para o caminho da química orgânica, que é praticamente o oposto da matemática, que é exata",
afirmou.
"Nunca imaginei ganhar um prêmio Nobel. É claro que todo cientista sonha um dia. Tive a feliz notícia no ano passado de ser
laureado. Aos 81 anos, continuo uma pessoa comum. É assim que eu me sinto. E felizmente tenho muita saúde. Quanto ao
prêmio, não é muito comum conversarmos com pessoas que foram laureadas. Não pensamos que somos super-homens por
causa disso. Somos simples. Continuo a mesma pessoa até agora. Estou aposentado. Na minha idade, é praticamente
impossível pensar em novas pesquisas que levariam anos para ser desenvolvida", disse o químico.
CORREIO BRAZILIENSE - DF | CIDADES
LGBT
12/09/2011
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Gays pedem o fim do preconceito
Do alto de um trio elétrico, uma drag queen anunciava ao microfone: "Hoje, Taguatinga é gay". Assim, às 15h de ontem, teve
início a 6ª Parada do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual, Transgênero, TRAVESTI e TRANSEXUAL (LGBT) da região. A
expectativa dos organizadores era a de atrair 50 mil pessoas para a Avenida Comercial Norte, onde ocorreu o encontro. De
acordo com a Polícia Militar, o público ficou entre 8 mil e 10 mil homens e mulheres.
O tema do evento era Taguatinga contra a Homofobia, Cidade Moderna é Cidade sem Preconceito. Os organizadores, Fábio
Dias, o Fabinho, e Juliana Ávila, querem chamar a atenção da comunidade para o respeito à diversidade sexual. "O público
gay é bem recebido em Taguatinga. A sociedade aqui nos apoia. Mas ainda é preciso evoluir, fazer trabalho nas escolas, para
educar a população", afirmou Fábio.
Alguns vieram de fora para prestigiar a festa, como a drag queen Pamela Butterfly, de Recife. Com 2,1m e de salto alto, ela
chamava a atenção de quem passava. "Vim para mostrar o meu trabalho e lutar contra a homofobia", explicou a drag,
considerada a mais alta de Recife.
A venda de bebidas alcoólicas para menores ocorreu sem nenhuma fiscalização. O comandante de policiamento major Ricardo
Lobato, do 2º Batalhão de Taguatinga Sul, afirmou que a Polícia Militar pediu o apoio da Vara da Infância e do Conselho
Tutelar, mas reconheceu que firmar parcerias em fins de semana é complicado.
A festa dividiu opiniões em Taguatinga. Alguns foram para a janela para ver o movimento. Batiam palmas e até dançavam.
Outros se incomodaram com o barulho e com o lixo deixado pela festa. No próximo domingo, o Plano Piloto receberá a 14ª
Parada do Orgulho Gay de Brasília, com o tema Reprovar a Homofobia, Lição de Cidadania. A concentração será no Eixão, na
altura da 112 Sul, às 14h.
REVISTA FAPESP | CIÊNCIA
AIDS | CAMISINHA | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | CONTRACEPTIVOS | HEPATITE
10/09/2011
O mapa das hepatites
Levantamento identifica quantos são e onde estão os portadores de diferentes formas da enfermidade no país
O Brasil começa a conhecer, por fim, as dimensões de um grave problema de saúde que os especialistas vêm chamando de
doença silenciosa: as hepatites virais, enfermidades que apresentam os mesmos sinais clínicos, embora sejam causadas por
tipos distintos de vírus que se alojam no fígado e disparam uma inflamação que o agride. Na quinta-feira 28 de julho, Dia
Mundial da Hepatite, o Ministério da Saúde divulgou os resultados do mais amplo levantamento sobre essas enfermidades já
feito no país. Durante sete anos, um batalhão de quase mil pesquisadores chefiados pela hepatologista Leila Beltrão Pereira e
pelo epidemiologista Ricardo Ximenes, ambos da Universidade de Pernambuco (UPE), e pela biomédica Regina Moreira, do
Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, entrevistou e colheu amostras de sangue de 26.102 pessoas em todas as capitais
brasileiras e no Distrito Federal.
O cenário delineado por esse trabalho ganha contornos mais definidos com os achados recentes de outras equipes brasileiras.
Em vez de levantar a taxa de pessoas infectadas na população, o grupo do médico e bioquímico João Renato Rebello Pinho
na Universidade de São Paulo (USP) foi atrás de comunidades dispersas pelo país em que sabidamente o índice de infecção é
elevado, a fim de mapear as variedades do vírus em circulação. Outro trabalho, do qual participaram pesquisadores da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), projetou a evolução das
taxas de hepatite até o final desta década. Vistos em conjunto, esses resultados podem orientar com mais precisão o combate
às hepatites.
As conclusões preliminares do levantamento populacional, o Inquérito nacional de prevalência de hepatites virais, revelam um
quadro melhor que o reportado anteriormente pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência internacional classificava
o Brasil como tendo alta concentração de casos de hepatite A; baixa de HEPATITE B, com exceção da Região Norte, onde
seria elevada; e intermediária da HEPATITE C. Segundo o estudo encomendado pelo ministério, a prevalência das três formas
mais comuns de hepatite oscila de moderada - caso da A nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste - a baixa, como ocorre
com a B e a C, menos frequentes e mais agressivas. "Esse trabalho muda o mapa das hepatites no Brasil", afirma Leila,
coordenadora da pesquisa. "A concentração de casos só é alta na Amazônia, mesmo assim em algumas regiões como a do rio
Javari [na divisa do Brasil com o Peru]", diz.
A análise do sangue de 6.468 crianças e adolescentes mostrou que, em média, 39,5% apresentavam anticorpos contra o vírus
da hepatite A, a mais frequente no mundo, que a cada ano atinge 1,4 milhão de pessoas. A detecção desse anticorpo é um
sinal de que eles já tiveram contato com o agente causador da enfermidade, mas não significa que estivessem doentes no
momento da pesquisa. Transmitido pelo consumo de água e alimentos contaminados, o vírus da hepatite A não causa grandes
danos ao organismo de crianças e adolescentes. Cerca de metade dos infectados nem chega a apresentar sinais da
enfermidade. Na outra metade, após 15 a 45 dias de incubação, o vírus pode provocar febre, mal-estar, desconforto
abdominal, deixar a pele e os olhos amarelados (icterícia) e a urina cor de Coca-Cola, consequência de uma inflamação
passageira no fígado. Quase sempre o vírus é eliminado do corpo sem exigir tratamento específico além de repouso, embora
existam casos raros, em geral entre adultos, em que a infecção progride de modo agressivo e leva à morte em poucas
semanas (ver quadro). Passada a fase aguda da infecção, a pessoa se torna imune ao vírus.
"Vinte anos atrás a proporção de crianças e adolescentes infectados pelo vírus da hepatite A era de 90%", conta o
hepatologista Flair José Carrilho, professor titular de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP e responsável pela
parte do levantamento realizada no estado de São Paulo.
Um dos motivos da redução na taxa de hepatite A, de acordo com o governo, é a melhora do saneamento básico. O número de
domicílios com água tratada aumentou de 78% para 83% na última década e o de residências com acesso à rede de esgoto,
de 47% para 55%, segundo comparação entre os censos de 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
A distribuição dos casos de hepatite A, como se pode imaginar, não é homogênea. A frequência cresce do Sul para o Norte do
país - vai de 31% nas capitais sulinas a 58% nas da Região Norte -, onde a rede de água e de coleta de esgoto é menor.
"Esses números mostram a influência do acesso ao saneamento, que é menor nestas capitais e favorece a circulação do
vírus", observa Dirceu Greco, diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, AIDS e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde. Atualmente técnicos do ministério e especialistas de diversas regiões avaliam os custos e os benefícios
de incluir no Programa Nacional de Imunização a vacina contra hepatite A, hoje distribuída só em áreas de alto risco. "Com a
redução da prevalência dessa hepatite entre crianças e jovens, surge o risco de que as pessoas passem a se infectar mais
tarde na vida, quando aumenta a probabilidade de complicações", diz Greco.
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O quadro se torna mais complexo quando se analisam os dados das hepatites B e C. Os pesquisadores mediram no sangue
de 19.634 participantes com 10 e 69 anos de idade a presença de três proteínas indicadoras de infecção pelo vírus B e uma
pelo C. Verificaram que 7,4% já haviam sido contaminados pelo vírus B, embora só 0,4% apresentasse hepatite no momento
da pesquisa, e que 1,4% havia contraído o vírus C.
À primeira vista, esses números são mais animadores que os da OMS, mas a redução nas taxas das hepatites pode não ser
tão expressiva assim. Os documentos da OMS se baseavam em dados antigos, de estudos feitos com poucas pessoas - em
geral, doadores de sangue - e em áreas restritas. "O resultado do levantamento nacional não chega a ser uma surpresa para
os médicos", afirma Fernando Gonçales Junior, da Unicamp. "Testes feitos nos bancos de sangue já indicavam taxas de
infecção ativa de 0,5% para a HEPATITE B e 1,4% para a C", conta.
Num trabalho feito em parceria com pesquisadores estrangeiros e com o gastroenterologista Henrique Coelho, da UFRJ,
Gonçales reuniu informações de 150 artigos científicos latino-americanos sobre hepatite e dados fornecidos pelo sistema de
saúde de quatro países (Argentina, Brasil, México e Porto Rico) para alimentar um modelo matemático capaz de projetar a
evolução da HEPATITE C nos próximos anos. A tendência, descrita em artigo na Liver Internacional de julho, é que o número
total de casos aumente, mas a proporção se mantenha estável (em 1,5% no caso do Brasil) até 2021.
A limitação do inquérito nacional, segundo os especialistas, é ter sido feito apenas com a população das capitais e do Distrito
Federal, embora a amostra seja grande e representativa de um quarto dos brasileiros. "O inquérito tem grande valor por
mapear essas enfermidades em nível nacional, mas não podemos esquecer que as doenças têm fatores socioeconômicos e
ambientais como determinantes, em especial a hepatite A", afirma a médica sanitarista Rosangela Gaze, do Laboratório de
História, Saúde e Sociedade da Faculdade de Medicina da UFRJ. "A frequência dessa hepatite pode variar bastante, mesmo
nas capitais", diz a pesquisadora.
Caso os índices obtidos no levantamento possam ser extrapolados para toda a população, calcula-se que existam 3,5 milhões
de brasileiros com as formas mais graves de hepatite - cerca de 800 mil com HEPATITE B e 2,7 milhões com HEPATITE C -,
seis vezes o número estimado de portadores do vírus da AIDS. "É mesmo um número grande", reconhece Greco, do
ministério. Juntas, as pessoas com essas duas formas de hepatite, que aumentam o risco de desenvolver cirrose e câncer de
fígado ao longo da vida, ocupariam uma cidade como Salvador, na Bahia, a terceira maior do país. "Esses dados vão gerar
uma discussão importante sobre o financiamento da terapia das hepatites, que é bastante dispendiosa", afirma Carrilho. "O
Sistema Único de Saúde não tem como bancar tudo", diz.
Por sorte, nem todos os infectados precisam de tratamento. Estudos internacionais que acompanharam a evolução natural das
hepatites indicam que até 90% das pessoas que contraem o vírus B sofrem uma inflamação aguda, que dura poucas semanas,
e conseguem controlar a proliferação do vírus sem desenvolver hepatite crônica. Mesmo assim, a quantidade de pessoas que
precisaria de medicação é elevada: cerca de 160 mil. Entre os portadores do vírus C, cujo tratamento é menos eficaz, o
número é quase 10 vezes maior, já que apenas em 20% dos casos a infecção não se torna crônica.
Só uma pequena parcela, porém, descobre a doença e chega ao serviço público de saúde - em geral quando o problema está
avançado e os sinais clínicos são evidentes. "Esses casos costumam ser mais graves, com menos chance de cura", diz
Carrilho. Na última década, o ministério contabilizou 104 mil casos de HEPATITE B e 70 mil de HEPATITE C (ver quadro). E
em 2010 gastou entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões para custear o tratamento de 24 mil pessoas com uma dessas duas
formas de hepatite.
Uma das razões do subdiagnóstico é que a evolução das hepatites B e C é muito lenta. Podem-se passar de 20 a 30 anos até
que o fígado, órgão esponjoso e macio ao toque, comece a enrijecer em consequência da cirrose, cicatrização de lesões
causadas pelo vírus e pela ação do sistema de defesa do organismo - nesse estágio, costumam surgir varizes no abdômen e
no esôfago, aflorar na pele pequenas veias com formato de teia de aranha e aumentar o risco de hemorragias. "O professor
Luiz Caetano da Silva, um dos pioneiros da hepatologia no Brasil, costumava dizer que o fígado sofre calado", lembra Carrilho,
de quem foi aluno no doutorado.
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O ministério tenta ampliar a detecção precoce com campanhas para a realização de testes. Em agosto começaram a ser
distribuídos para 17 centros públicos kits de diagnóstico rápido das hepatites B e C, que reduz o tempo de espera pelo
resultado de duas semanas para meia hora. Este ano também começou a ser avaliado pelos quatro maiores hemocentros do
país (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco) a versão brasileira de um teste molecular para identificar no
sangue o vírus da HEPATITE C - e não os anticorpos, que permanecem no organismo mesmo após a eliminação do vírus.
Desenvolvido pela equipe de Antonio Gomes Pinto Ferreira e Marco Aurélio Krieger, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em
parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, o exame é
produzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, o Bio-Manguinhos, e deve diminuir de 70 para 10 dias o
tempo de diagnóstico.
O risco de contaminação por HEPATITE C em transfusões sanguíneas é baixo no país, conta Ester Sabino, chefe do
departamento de biologia molecular da Fundação Pró-Sangue/HEMOCENTRO de São Paulo. A cada 200 mil bolsas de
sangue, uma está infectada pelo vírus. Ester acredita, porém, que a adoção do teste molecular produzirá o efeito observado
nos Estados Unidos, onde é usado desde 2000: baixar a taxa de infecção para uma bolsa a cada milhão.
"Com o desenvolvimento de testes de maior sensibilidade e especificidade, as hepatites vêm se tornando mais visíveis e
detectadas mais frequentemente", diz Rosangela, que em seu doutorado investigou a influência das mudanças tecnológicas no
diagnóstico das hepatites nos séculos XVIII e XIX por meio do estudo das teses acadêmicas da Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro, hoje integrada à UFRJ. "Mas não houve a mesma evolução em termos de tratamento e prevenção", afirma.
Cinco ou seis medicamentos são usados - isoladamente ou combinados - para tratar as hepatites mais graves. Contra o B, os
médicos costumam indicar lamivudina, adefovir, tenofovir ou entecavir, que podem ou não ser associados a um composto que
imita uma molécula de ação antiviral produzida naturalmente pelo organismo, o interferon. Na maioria dos casos, esses
compostos controlam de modo eficiente a reprodução do vírus, mas não o eliminam do organismo. É que o vírus da HEPATITE
B em alguns casos insere um trecho de seu material genético (DNA) entre os genes da célula infectada e assume o controle.
Assim, ele consegue se manter dormente em algumas delas e anos mais tarde voltar à ativa, motivo por que muitos portadores
do vírus B voltam a ter hepatite após um transplante de fígado.
As terapias que funcionam contra a HEPATITE B, no entanto, nem sempre dão certo contra a C, mais agressiva e letal. Uma
das estratégias mais adotadas contra a HEPATITE C é a associação de interferon e do antiviral ribavirina. A combinação, que
costuma curar apenas 40% das infecções por algumas variedades do vírus C, deve ganhar nos próximos meses o reforço de
dois outros compostos: o telaprevir e o boceprevir, já aprovados para comercialização pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, que elevaram para 70% o índice de sucesso nos testes clínicos.
Por trás do sucesso parcial dos tratamentos estão as características genéticas dos vírus da hepatite, que variam muito. Desde
a identificação do primeiro agente viral da hepatite - o vírus B - por Baruch Blumberg em 1965, outros cinco tipos já foram
descritos: A, C, D, E e G (ver quadro). Mas as sutilezas não acabam aí. A sofisticação dos métodos de diagnóstico permitiu
diferenciar os tipos em subtipos - os genótipos, descritos por números ou letra maiúscula. E estes em subsubtipos: os
subgenótipos, representados por números ou letra minúscula.
Há seis anos a equipe de João Renato Rebello Pinho, do Laboratório de Gastroenterologia e Hepatologia Tropical do Instituto
de Medicina Tropical da FMUSP, trabalha na identificação dos genótipos e subgenótipos dos vírus do Brasil e de outros países
da América do Sul. O objetivo é saber quais variedades circulam por aqui e onde estão. Os dados obtidos até agora, descritos
em quase uma dúzia de artigos científicos, refinam o conhecimento sobre as hepatites na América do Sul e devem ajudar a
reconstituir a história evolutiva dos vírus B e C no continente.
"Não esperávamos encontrar uma variedade tão grande", afirma a microbióloga colombiana Mónica Viviana Alvarado-Mora,
aluna de doutorado de Pinho. Em parceria com equipes de outras regiões do Brasil e também do Chile, da Colômbia e da
Venezuela, o grupo de Pinho identificou pela primeira vez na América do Sul uma variedade do vírus da HEPATITE B que se
pensava ser exclusiva da África. Trata-se do vírus B do subgenótipo E, encontrado em Quibdó, comunidade de
afrodescendentes no oeste da Colômbia. Testes moleculares que calculam a taxa de acúmulo de mutações no material
genético ao longo do tempo sugerem que essa variedade do vírus foi introduzida uma só vez nessa região da América do Sul,
mas não se sabe quando.
Cruzando a Colômbia, Mónica coletou amostras de sangue em comunidades de quatro diferentes regiões e, pela primeira vez,
identificou a taxa de prevalência das hepatites e os genótipos dos vírus B e C mais comuns no país. Entre os vírus B,
encontrou duas das quatro variedades do genótipo F, mais comum entre os ameríndios, e uma do G, segundo artigo publicado
este ano na Infection, Genetics and Evolution. Também viu algo inesperado: a elevada prevalência do subgenótipo A2, típico
de europeus, na capital, Bogotá. Já do vírus C, a variante mais comum foi a 1b, sinal de que na Colômbia a transmissão dessa
forma de hepatite se deve mais à transfusão de sangue infectado do que ao uso de drogas injetáveis. "A taxa de infecção vem
caindo desde a adoção pelos bancos de sangue dos testes para detectar o vírus C", afirma.
O grupo encontrou ainda evidências de que a vacinação contra a HEPATITE B é efetiva no Brasil. "A imunização contra o vírus
B vem reduzindo a prevalência do vírus da hepatite Delta [ou D] genótipo 3, encontrado só na Amazônia", diz Mónica.
Diferentemente dos outros vírus, o D é defeituoso e só invade células infectadas pelo B. "Essas informações são importantes
para definir a melhor estratégia de tratamento e para o desenvolvimento de testes de diagnóstico mais específicos", afirma
Pinho.
O mais eficaz, porém, é se proteger ao máximo do contágio. Uma das maneiras é evitar o contato com sangue e outros fluidos
corporais, usando PRESERVATIVO nas relações sexuais e limpando adequadamente objetos de uso cotidiano, como alicates
e talheres. Até 100 vezes mais infeccioso que o vírus da AIDS, o vírus da HEPATITE B está presente no sangue, no sêmen e
na saliva. A forma mais frequente de transmissão no Brasil é a prática de sexo sem CAMISINHA, embora também ela possa
ocorrer pelo compartilhamento de objetos de uso pessoal ou um simples beijo.
Outra maneira de evitar a HEPATITE B é a vacinação. "Desde os anos 1980 existe vacina segura e eficaz contra a HEPATITE
B", lembra Rosangela, "mas no Brasil ainda imunizamos muito menos pessoas do que poderíamos".
Desde 1998 o Programa Nacional de Imunizações recomenda a vacinação logo após o nascimento. Hoje 85% das crianças
brasileiras com até 18 meses de idade recebem as três doses. Mas essa taxa cai para menos de 30% entre os adolescentes,
que estão para iniciar a vida sexual. "Muitos recebem a primeira dose, mas não tomam as demais", comenta Gonçales, da
Unicamp. Na opinião de Rosangela, é preciso adotar estratégias para lembrar a população. "A HEPATITE B é veiculada mais
facilmente do que outras doenças sexualmente transmissíveis e não podemos esperar que as pessoas se lembrem de tomar
todas as doses", diz.
A comercialização de uma vacina contra a HEPATITE B desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, baixou de US$
90 para R$ 1,5 o custo das três doses. Neste ano o ministério ampliou a faixa etária de vacinação gratuita para até 24 anos - a
partir de 2012 a vacina será oferecida para pessoas com até 29 anos. "Queremos imunizar toda a população nessa faixa", diz
Greco.
Contra a HEPATITE C ainda não há vacina. Mas um resultado apresentado em 3 de agosto na Science Translational Medicine
traz alguma esperança. O grupo de David Klatzmann, da Universidade Pierre e Marie Curie, na França, chegou a uma possível
estratégia para produzir uma vacina recombinante. Os pesquisadores inseriram cópias de genes do vírus da HEPATITE C no
vírus do sarampo e aplicaram em camundongos e macacos. Tanto o organismo dos roedores como o dos primatas produziram
anticorpos contra uma ampla variedade de vírus da HEPATITE C.
>Artigos científicos
1. KERSHENOBICH, D. et al. Trends and projections of hepatitis C virus epidemio-logy in Latin America. Liver International. v.
31. sup. s2. pp. 18-29. Jul 2011.
2. NAKATANI, S. M. et al. Development of hepatitis C virus genotyping by real-time PCR based on the NS5B region. PLoS One.
v. 5 (4). Abr. 2010.
3. ALVARADO-MORA, M.V. et al. Molecular epidemiology and genetic diversity of hepatitis B virus genotype E in an isolated
Afro-Colombian community. Journal of General Virology. v. 91, p. 501-8. 2010.
OS PROJETOS
1. Estudo da variabilidade genotípica dos vírus das hepatites B e C na Colômbia - nº 2007/53457-7
2. Estudo da diversidade genética do vírus da HEPATITE C e hantavírus circulantes no estado de São Paulo - nº 2000/11457-1
3. Estudo da prevalência e genotipagem do vírus da HEPATITE B no estado do Paraná, Brasil - nº 1999/09551-0
Modalidade
1., 2. e 3. Linha Regular de Auxílio a Projeto de Pesquisa
Coordenador
1., 2. e 3. João Renato Rebello Pinho - IMT/USP
Investimento
1. R$ 260.277,97 (FAPESP)
2. R$ 1.169.490,33 (FAPESP)
3. R$ 129.862,29 (FAPESP)
CADA MINUTO |
LGBT
11/09/2011
11/09/2011 - Quando o indivíduo desorganizado protesta, a esquerda ataca ou Marcha a
favor da corrupção petista!
O Brasil é acostumado ao protesto da esquerda, mas indivíduos às vezes marcham sem bandeiras vermelhas
Adrualdo Catão José Dirceu
No Brasil de hoje – tirando os esquerdistas radicais, presentes nas universidades – protesto da esquerda só se for a favor do
governo. As entidades de sempre, financiadas com dinheiro público, vão para a rua dizer amém ao PT. UNE, CUT, MST e
congêneres são hoje o lado “povo” do poder e, portanto, não têm do que reclamar. Seus líderes enchem o bolso de dinheiro
com convênios e repasses. Em troca, dão seu protesto a favor ou seu silêncio cúmplice.
Para essa turma, gritar “Fora FHC” não é golpismo, mas marchar contra a corrupção sem bandeiras partidárias é!
Alguns diriam que isso faz parte do jogo. Com a chegada ao poder, a esquerda brasileira continua na liderança dessas
associações, que costumam se autodenominar “movimentos sociais”. Mas a verdade é que “movimento social” no Brasil não
representa o povo coisa nenhuma. Isso ficou claro com os recentes protestos contra a corrupção.
Em Brasília, onde o protesto teve mais densidade, fala-se em 30.000 participantes protestando contra a corrupção. A
importância da marcha pegou até os jornalistas de surpresa. Normalmente simpático à esquerda e ao governo do PT, o
jornalismo tratou o evento com desdém. Nem chegou a dar destaque nos noticiários.
Mas isso é só a parte boa da história. A reação de alguns esquerdistas foi o que mostrou sua a face mais reacionária. Vejamos
o que disse um dos blogues mais adorados pelos “progressistas”, o da tal Maria Fro:
“Cansei de procurar nas imagens da manifestação de hoje ‘contra a corrupção’ um não ariano, não encontrei”.
Hum! Que interessante! Maria não foi protestar. Ela preferiu catalogar as espécies e raças presentes na manifestação.
Segundo ela mesma, só achou “arianos”. Que coisa! Maria Fro é mais uma dessas racialistas que os progressistas adoram. E
daí, senhora? Se fossem só “arianos”, estariam eles proibidos de protestar? Vai criar uma comissão análoga à da UNB para
classificar as pessoas pela raça? Que tal criar cotas para o cargo de manifestante.
O deputado ex-BBB Jean Willys também não gostou da marcha contra a corrupção e desdenhou dos manifestantes:
“Minha marcha é a do Grito do Excluídos; das Margaridas; dos sem-terra; do orgulho LGBT; do combate ao trabalho escravo e
ao racismo”.
Da fala de Jean no Twitter e de suas outras postagens podemos concluir que uma coisa exclui a outra, não é? Se você é a
favor dos “sem-terra”, você deve ser a favor da corrupção, e se é contra a corrupção, deve ser contra os “sem-terra”...
Esse Jean Willys está se mostrando um oportunista de carteirinha. Sua causa está deixando de ser igualitária para se
transformar numa luta de “gays contra héteros”. É isso que lhe dá audiência. Sabe aqueles regimes autoritários que sempre
estão “em guerra”? Isso justifica a importância da luta, entendem? Num regime de tolerância, Jean não teria o que dizer. Por
isso está sempre em guerra. Todo mundo que discorda de Jean é chamado de racista ou homofóbico. É sua defesa contra
tudo e contra todos.
Jean exercita aquela contradição típica das esquerdas fascistas. Povo só serve quando é a favor. O próprio Jean Willys
afirmou que plebiscito sobre casamento gay não é interessante, pois o povo não é “bem informado” para escolher sobre essa
questão. Lembram? Clique aqui para ver.
Mas agora ele se superou. Seu partido, é bom que ele saiba, surgiu de um inconformismo com os rumos tomados pelo PT, que
expulsou dos seus quadros parlamentares descontentes com a safadeza e a canalhice política (parafraseando Heloísa
Helena). Quem ele pensa que é para ridicularizar cidadãos brasileiros que saem às ruas para protestar? Quer dizer que
protesto contra FHC pode, mas contra Dilma não pode?
Pois é, amigos. Essa é a esquerda que temos no poder. Só quem pode protestar é quem tem o aval das bandeiras vermelhas.
Eles acham que são donos do “povo”. A tática, como todos sabem, é fascista. Forjar uma legitimidade majoritária e desdenhar
das manifestações contrárias ao poder.
Para esse povo, o indivíduo não tem vez nem voz. Ele paga impostos, trabalha duro, mas não pode protestar, não. Tem que
ficar caladinho e agradecer seu emprego ao PT. Como todos sabemos, tudo de bom no Brasil se deve a Lula. Tudo de ruim, a
FHC.
São alguns de nossos esquerdistas: autoritários, populistas e simpáticos à José Dirceu. Triste.
E já tem gente preparando a ofensiva reacionária! Vem aí a “Marcha a favor da corrupção, desde que seja petista!”
Ps.: E a oposição? Diante de tantos escândalos, a oposição se faz de morta. O PSDB de Aécio Neves faz reuniões secretas
com Eduardo Campos enquanto o DEM briga com os seus ex-aliados, que agora estão no PSD. Mais do mesmo. Nem apoiou
nem deu repercussão aos manifestos. Nem liderou nem vai liderar nenhuma ação conjunta contra o governo. Afinal, são todos
muito patriotas e querem o bem do país. Enquanto a oposição é covarde, o governo é voraz.
Estou no Twitter: @adrualdo Adrualdo Catão
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