1 SOBRATI - SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA ALESSANDRA NAZARÉ PEREIRA FRANCIELI FERREIRA BASTIDA LEITOS DE TERAPIA INTENSIVA NO NORTE DO MATO GROSSO SINOP/MT MARÇO/2012 2 ALESSAANDRA NAZARÉ PEREIRA FRANCIELI FERREIRA BASTIDA LEITOS DE TERAPIA INTENSIVA NO NORTE DO MATO GROSSO Dissertação de mestrado apresenta à Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, sob a orientação da Profº Ms. Kátia Silva da Rocha, como parte Do requisito para a obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva SINOP/MT MARÇO/2012 3 RESUMO Trata-se de uma revisão de literatura com base em estudos que classificam os tipos de leitos de unidade de terapia intensiva e a necessidades desse tipo de leitos para atender os usuários. Foi realizado busca em banco de dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DATASUS E CNEs para sustentação teórica foi utilizado livros específicos e revistas científicas com publicações a partir de 2006. O trabalho tem a importância de evidenciar a proporção de leitos de unidade de terapia intensiva em contra partida a sua demanda. Sabendo-se dessa necessidade de ofertar um número adequado, necessita-se ainda ver a situação demográfica do estado para que o atendimento seja realmente efetivo. Palavras-chave: Leitos, Terapia Intensiva, Demanda. 4 ABSTRACT This is a literature review based on studies that classify the types of beds for intensive care unit and needs this type of beds to treat patients. Search was conducted on a database provided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), DATASUS CNEs and theoretical support was used for specific books and journals with publications from 2006. The study is the importance of showing the proportion of beds in intensive care unit in the game against their demand. Knowing of this need to offer an adequate number, you need to still see the demographic situation of the state for the service is really effective. Keywords: Beds, Intensive Care Demand. 5 LISTA DE TABELA Tabela 01- Classificação dos Leitos de Terapia Intensiva 6 SUMÁRIO Introdução ........................................................................................................................7 Objetivo Geral ................................................................................................................7 Objetivos Específicos .................................................................................................7 Metodologia ......................................................................................................................8 Revisão De Literatura .....................................................................................................9 Discussão ........................................................................................................................11 Considerações Finais .....................................................................................................12 Referências Bibliográficas ............................................................................................13 7 INTRODUÇÃO O Surgimento das Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) se deram a partir da necessidade de melhorar e agrupar o de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos, como promover a necessidade de cuidados constantes em observações, tendo como assistência medica e de enfermagem 24 horas, centralizando em pacientes de núcleo comum. (MS,1998). O Estado do Mato Grosso é constituído por 141 municípios, com população total de 3.035.122 o que corresponde a 1,6% da população brasileira, sendo o segundo estado mais populoso da Região Centro-oeste ficando atrás só do Estado de Goiás. (IBGE 2010). A principal fonte de renda do estado é o cultivo de soja e arroz, partindo para um aumento significativo da agropecuária. (IBGE 2010) O Mato Grosso ocupa a 11° posição no ranking nacional de índice de desenvolvimento humano (IDH), sendo que 89,8% dos habitantes são alfabetizados, 25,2% assassinatos (100 mil/hab.) e mortalidade infantil é de 19,2 a cada mil crianças nascidas vivas, sendo a maior média do centro-oeste. Considerando que os municípios que disponibilizam leitos de Unidade de Terapia Intensiva questiona-se: são suficientes para o atendimento da demanda de pacientes da região do norte do Mato Grosso? Objetivo Geral: Levantamento de leitos em Unidades de Terapia Intensiva do Norte do Mato Grosso e a demanda dos usuários. Objetivos Específicos: -Identificar os tipos de Unidades de Terapia Intensiva nos municípios que disponibiliza o atendimento. -Levantar o número de leitos com relação a população demográfica do Norte do Mato Grosso. -Demonstrar a carência de assistência de leitos Unidade de Terapia Intensiva no norte do Mato Grosso. 8 METODOLOGIA Trata-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa e foram analisados dados publicados e documentados em revistas, livros e site da internet referentes artigos científicos que abordem o tema “Unidade de Terapia Intensiva e Perfil Epidemiológico”. Foram utilizados dados do IBGE, referente ao ano de 2010 sobre os números de leitos de UTI existentes e necessários e o crescimento demográfico da região Norte do Mato Grosso, bem como a portaria nº1,101/02 da OMS que preconiza o número mínimo de leitos hospitalares paca cada mil habitantes. Os dados em relação aos habitantes do Norte do Mato Grasso foram aplicados de acordo com a portaria citada acima para estimar o número mínimo de leitos necessário para atender essa população. 9 REVISÃO DE LITERATURA Toda instituição hospitalar que se destina a atender pacientes grave deve oferecer leitos de Unidade de Terapia Intensiva onde será ofertador um cuidado mais minucioso e monitorização constante. Segundo o Ministério da Saúde se considerarmos a população total brasileira, que é de 193.733.795 habitantes, bem como considerando o total de leitos de UTI existentes, que atualmente é de 27.737 leitos de UTI (SUS e não SUS), a cobertura assistencial é de 5,72%. Na região norte do Mato Grosso apenas três municípios apresentam leitos de U.T.I. prontos para atendimento, sendo eles Sorriso com 6 (seis) leitos S.U.S.; Sinop com 10 (dez) leitos sendo 6 (seis) S.U.S. e 4 (quatro) não S.U.S. e Colíder com 8 (oito) leitos sendo os mesmo S.U.S. Na capital Cuiabá são cadastrados 150 leitos sendo eles 62 (sessenta e dois) S.U.S. e 88 (oitenta e oito) não S.U.S., ainda na capital encontramos os três tipos de leitos preconizados pela Organização Mundial de Sáude, sendo 56 leitos tipos I, 71 leitos tipo II e 13 leitos tipo III. (Conforme gráfico anexado). Fonte: CNEs Gráfico 1: Classificação de Leitos de Terapia Intensiva Já no Norte do Mato Grosso se levarmos em consideração a população de 42 municípios que soma um total de 776.678 habitantes com relação ao número de leitos que é de 172 somando os leitos da capital Cuiabá (SUS e não SUS), sem utilizada a população residente da capital a cobertura assistencial é de 4, 5%, abaixo da média nacional, isso utilizando 5% do total de leitos hospitalares. (IBGE/2010) 10 Segundo a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) portaria n° 1.101/02 é preconizado o mínimo de leitos hospitalares: 3/1.000 habitantes e de leitos de U.T.I.: 4 a 10% do total de leitos hospitalares, ocupando ainda o 89º o Brasil dentre 192 países. De acordo com o Ministério da Saúde (2010), classifica-se os leitos de UTI em: UTI TIPO I => São as “UTI’s” que estão em processo de adequação à legislação vigente, ou seja, a Portaria GM/MS nº 3.432/98, no entanto continuam em funcionamento, porém estuda se a possibilidade dos respectivos leitos se tornarem leitos semi-intensivos. UTI TIPO II => São as Unidades de tratamento Intensivo, credenciadas em conformidade com a Portaria GM nº 3.432/98 (anexa), onde constam os critérios minimamente aceitáveis para atendimento a pacientes graves. UTI TIPO III => Devem atender aos mesmos critérios das UTI’s tipo II, uma vez que são critérios mínimos, no entanto são qualificadas, incluindo alguns recursos tecnológicos e humanos, como por exemplo, a ampliação do número de exames no hospital e maior número de equipamentos por paciente ou grupo de paciente; e enfermeiro exclusivo (um para cada cinco leitos), e fisioterapeuta exclusivo. 11 DISCUSSÃO A gestão deve se preocupar mais com o total de leitos disponíveis, para que a falta de manutenção dos mesmos não acarrete ainda mais a diminuição desses leitos em uso. Lembrando que a falta de leito intensivo gera também a falta de suporte para os mesmos, pois existe a necessidade de centro de diagnostico e imagem, laboratório especializado, salas de centro cirúrgico e clínicas para suporte assistencial, caso ao contrario será ineficaz a criação desses novos leitos. Desenvolver ações efetivas com a Central de Regulação lembrando que os princípios de equidade, universalidade e integralidade devem ser levados em consideração. A Central de Regulação no Mato Grosso já foi citada por secretários de saúde de outros estados como referencia de organização pela rapidez e eficiência nos agendamentos. Implantação do (COHPAC) Comissão Hospitalar de Organização e Qualificação da Atenção ao Paciente Crítico para que ocorra um elo entre a estrutura hospitalar e a estrutura de controle para avaliar criteriosamente a necessidade do usuário para o determinado leito. Implementação de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (S.A.M.U.) para que ocorra uma triagem eficiente melhorando a atendimento pré-hospitalar, diminuindo a mortalidade extra-hospitalar. O S.A.M.U. tem o objetivo de priorizar um atendimento com qualidade para que a chance de vida d paciente aumente, consequentemente as organizações de saúde devem dar suporte hospitalar para que o processo seja efetivo pensando na diminuição de tempo de internação. 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando-se que o objetivo do presente estudo foi de verificar a necessidade de uma maior implementação em leitos de unidade de terapia intensiva para fornecer aos usuários do Sistema único de Saúde os pressupostos na constituição federal artigo 6° e artigo 196°e a portaria n° 3.432/98 cálculou-se questões em número de habitantes x disponibilidade de leito sendo do SUS ou não, conseguimos observar a precariedade e a necessidade de implementação. Se fossemos nos basear nos dados que a portaria n°1101/02 solicita a capital do Mato Grosso (Cuiabá) precisaria de 2.330 novos leitos para atender somente a região norte, sem contar com os habitantes da capital. SINOP hoje com 6 leitos públicos precisaria de mais 17 leitos somente para os habitantes do município. A oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva no Mato Grosso está totalmente fora das exigências definidas dos padrões internacionais de atenção ao paciente crítico. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TRANQUITELLI, Ana Maria; CIAMPONE, Maria Helena Trench; Número de horas de cuidados de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva de Adultos, Rev Esc Enferm USP 2007; 41(3):371-7. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n.3432, de 13 de agosto de 1998. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI. Diário Oficial da União, Brasília, 13 de agosto de 1998.Seção 1, pag. 108-10. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/PORT98/GM/PRT-3432.pdf. Acessado: 02 de março de 2012. VILA, Vanessa da Silva Carvalho e ROSSI, Lídia Aparecida. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: "muito falado e pouco vivido". Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2002, vol.10, n.2, pp. 137-144. ISSN 0104-1169. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692002000200003. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, <http://www.ibge.gov.br > , acesso em: 24 de fevereiro de 2012. Disponível em: SEDTUR, Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Turismo, Disponível em: < http://www.sedtur.mt.gov.br > último acesso em: 05 de fevereiro de 2012, PADILHA, Katia Grillo; et al.Enfermagem em UTI: cuidando de paciente crítico. Barueri, SP: Manole, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 1101/GM Em 12 de junho de 2002. Disponível em: < http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM1101.htm> acesso em 10 de março de 2012. BRASIL, Ministério da Saúde. DATASUS, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, Disponível em < http://datasus.gov.br > acesso em: 10 de março de 2012. BRASIL. Ministério da Saúde, CNEs – Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, Disponível em <http://cnes.datasus.gov.br > acesso em: 13 de março de 2012. CORREA, Consuelo Garcia; CRUZ, Diná de Almeida Lopes Monteiro da; SILVA, Rita de Cássia Gengo e; Processo de Enfermagem em UTI, p. 1105-1136; in: Enfermagem em UTI: cuidando do paciente crítico/organizadores Katia Grillo Padilha, Maria de Fátima Fernandes Vattimo, Sandra Cristine da Silva, Miako. – Barueri, SP: Manoele, 2010.