SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
MARA CÉLIA REIS
O USO PRECOCE E PROLONGADO DE ANTIBIÓTICOS RELACIONADO Á
RESPOSTA NEGATIVA AO TRATAMENTO DO PACIENTE EM QUADRO DE
SEPSE - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
São Paulo
2013
O USO PRECOCE E PROLONGADO DE ANTIBIÓTICOS RELACIONADO Á
RESPOSTA NEGATIVA AO TRATAMENTO DO PACIENTE EM QUADRO DE
SEPSE - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Artigo apresentado para conclusão de
Mestrado Profissionalizante em Terapia
Intensiva, a SOBRATI – Sociedade Brasileira
de Terapia Intensiva, como artefato dos
requisitos para obtenção do Titulo de Mestre.
Orientadora: Enf.ª Mestre Marcela Milrea Barros
São Paulo
2013
MARA CÉLIA REIS
O USO PRECOCE E PROLONGADO DE ANTIBIÓTICOS RELACIONADO Á
RESPOSTA NEGATIVA AO TRATAMENTO DO PACIENTE EM QUADRO DE
SEPSE - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Artigo elaborado como requisito parcial para obtenção do Titulo de Mestre pela
Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva - SOBRATI
Data de Aprovação: ___/___/____
Conceito: __________
Banca examinadora
__________________________________
Prof. Dr. Douglas Ferrari.
Presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva - SOBRATI
_________________________________
Examinador 2
_________________________________
Examinador 3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos grandes responsáveis pela minha existência e caráter,
meus queridos pais:
Antônio de Oliveira Reis e
Maria de Lourdes Reis
E por fim ao meu Deus de aliança, pois todas suas promessas se cumpriram em
minha vida ao decorrer de mais esta conquista. As dificuldades vieram, mas Ele
sempre se fez presente me confirmando que jamais me dará uma tarefa sem que
para isso não me disponha de sabedoria, garra e determinação para cumpri-la.
Obrigado Meu DEUS!
O USO PRECOCE E PROLONGADO DE ANTIBIÓTICOS RELACIONADO Á
RESPOSTA NEGATIVA AO TRATAMENTO DO PACIENTE EM QUADRO DE
SEPSE - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Mara Célia Reis¹
Marcela Milrea Araujo Barros²
RESUMO
A SEPSE é um assunto de grande
relevância para o âmbito da saúde uma
vez que a mesma possui alta incidência,
alta letalidade e custos elevados, sendo a
principal causa de mortalidade em
unidades de terapia intensiva - UTI. O
objetivo do estudo foi identificar a relação
do uso precoce e prolongado do
antibiótico em paciente com diagnostico
de SEPSE, pois sabe-se, e está
claramente comprovado que, pacientes
reconhecidos e tratados precocemente
tem melhor prognostico. Nesse sentido, a
abordagem precoce do agente infeccioso,
tanto no sentido do controle do foco
infeccioso como da antibioticoterapia
adequada são fundamentais para a boa
evolução do paciente, porém pacientes
com
organismo
resistentes
aos
antibióticos que são utilizados no
tratamento
de
SEPSE
diminuem
consideravelmente as chances de um
prognostico satisfatório ao tratamento e
muitas vezes não apresentam chance de
sobrevida ao serem admitidos em UTI. O
presente artigo aborda as evidencias
disponíveis na literatura em relação às
principais estratégias para controle e
tratamento.
SUMMARY
The SEPSIS is a matter of great importance for
the health since it has a high incidence and
high mortality and high costs, being the main
cause of mortality in intensive care units - ICU.
The aim of the study was iden-tify the relationship of early and prolonged antibiotic in patients with sepsis, as it is known, and it is
clearly demonstrated that patients recognized
and treated early has a better prognosis. In this
sense, the early approach of the infectious
agent, both in the sense of control of the infectious and appropriate antibiotic therapy are
essential for good patient outcomes, but patients with the organism resistant to antibiotics
used in the treatment of SEPSIS decrease
considerably chances of a satisfactory prognosis to treatment and often have no chance of
survival when they were admitted to the ICU.
This article discusses the evidence available in
the literature on key strategies for control and
treatment.
Keywords: SEPSIS, UTI Antibiotic treatment.
Palavras Chaves: SEPSE, UTI, Antibiótico,
tratamento.
___________________________________________________________________
¹Enfermeira mestranda em unidade de terapia intensiva, especialista em unidade de terapia intensiva
neo e pediátrica, docente universitária e coordenadora de estágios do curso de enfermagem,
responsável técnica em CME, assessora técnica em equipamento medico hospitalares.
² Enfermeira Intensivista, Mestre em educação e pesquisa pela Universidade Federal de
Rondônia – UNIR Docente universitária.
INTRODUÇÃO
Diversos estudos destacam que, a resistência de bactérias aos antibióticos trás
diretamente a tona um problema de saúde pública em todo mundo, mesmo com a
restrição da venda aberta do antibiótico em farmácias e drogarias de todo Brasil o
número de pessoas que fazem uso de antibióticos sem a prescrição médica ainda é
elevadíssimo com isso podemos salientar que o grande responsável pela
disseminação dos genes de resistência e, por conseguinte de microrganismos
resistentes, é sem dúvida o próprio homem; seja pela atitude inconsequente ou pela
falta de informação, o uso irracional de antimicrobianos tem aumentado, a despeito de
todas as publicações, campanhas e informações acerca do fato.
Além do uso indiscriminado do antibiótico muitas vezes sem ônus a saúde de
quem esta fazendo o uso deste, o custo financeiro de uma terapia fracassada por
conta de microrganismos resistentes é muito grande, fazendo com que aumente ainda
mais os custos de saúde com tratamentos que não surtirão os efeitos desejados.
Bactérias resistentes geram novas consultas, novos exames diagnósticos, novas
prescrição, sem contar a provável internação e ocupação de leitos hospitalares.
Outro fato que desperta muito a curiosidade e a insatisfação a cerca dos
órgãos, instituições e profissionais que lutam no combate contra SEPSE é a prescrição
desnecessária realizada pelos prescritores que deixam a interrogação sobre a
capacitação e conhecimento a cerca da gravidade do assunto.
A alta mortalidade por SEPSE grave e choque séptico esta
intimamente relacionada inadequação da abordagem do agente
infeccioso. A conduta terapêutica, incluindo a antimicrobiana, vai
diferir, substancialmente, de acordo com o local da infecção primaria.
O controle do foco e pré-requisito para que as defesas do hospedeiro,
bem como a antibioticoterapia, tenham sucesso na eliminação do
agressor. Vários trabalhos demonstram que a escolha inicial
inadequada do esquema antimicrobiano pode levar a aumento
significativo da taxa de mortalidade em pacientes sépticos. (BATISTA
ET AL, 2011, p.02).
Outra problemática e também desafio trata-se á qualidade da informação que o
paciente detém para o uso do medicamento. A falta de informações durante a
consulta, seguida por pouca ou nenhuma orientação no ato da dispensação do
medicamento, faz com que o usuário abandone o tratamento precocemente, perca
administrações ou ainda os utilize desnecessariamente.
OBJETIVO
Estudar o perfil de prescrições de antimicrobianos, com o objetivo de conhecer
o padrão de utilização desses medicamentos, bem como relacionar ao uso
indiscriminado por automedicação gerando assim uma multirresistência a pacientes
que posteriormente venha a necessitar de tratamento com antimicrobianos. Os
resultados obtidos poderão subsidiar campanhas educativas para promover o uso
racional de antimicrobianos diminuindo os custos para o Sistema de Saúde e os níveis
de resistência bacteriana.
METODOLOGIA
Este artigo se caracteriza como uma pesquisa exploratória da revisão
bibliográfica, onde utilizou-se de material já elaborado, visando buscar e refletir sobre
o conhecimento técnico cientifica, respaldo legal e ético. Trata-se de uma revisão
estruturada da literatura, onde as principais fontes de buscas e levantamentos de
dados foram: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e em participações nas bases de
dados BIREME, LILACS, MEDLINE e SCIELO, além da utilização de artigos, também
foram consultados livros-texto de clínica médica, infectologia e terapia intensiva.
. Os critérios de inclusão foram: artigos de médico e de enfermagem, com
idioma em português, inglês; disponíveis online na integra; de artigos publicados entre
os períodos de 2004 a 2013, foram selecionados 13 artigos onde ao aplicar os critérios
de inclusões e exclusões na leitura dos artigos para introdução foram inclusos 08 entre
as bases de dados e exclusos 05 dos artigos.
O texto foi construído a partir de revisão da literatura com estratégia de busca
definida, Os termos utilizados foram:
Estratégia 1 – sepse (sepsis) + Antibiótico
Estratégia 2 – sepse (sepsis) + Unidade de Terapia Intensiva
Estratégia 3 – sepse (sepsis) + Tratamento
Estratégia 4 – sepse (sepsis) + Uso precoce de Antibióticos
Estratégia 5 – sepse (sepsis) + Uso prolongado de Antibióticos
DESENVOLVIMENTO
Aspectos Etiológicos
A SEPSE pode sobrevir como consequência de diferentes
processos infecciosos com distintas “portas de entrada” (focos
iniciais), os quais podem ser identificados através de uma cuidadosa
anamnese e de um minucioso exame físico. Todavia, há situações
em que os sinais e sintomas de SEPSE são as primeiras
manifestações da doença do paciente. Identificar a plausível origem
da infecção é importante para se pensar na provável etiologia de um
quadro de SEPSE, o que tem importância vital para a estimativa da
sensibilidade do microrganismo aos antimicrobianos (por exemplo,
diferenciando-se a infecção como comunitária ou hospitalar)
(BATISTA ET AL, 2011, p.02).
Aspectos Fisiopatológicos: Imunidade, Inflamação E Coagulação
O desenvolvimento da SEPSE depende das relações estabelecidas entre o
microrganismo e o hospedeiro, destacando- -se que muitos dos elementos relativos ao
desencadeamento desta entidade nosológica permanecem obscuros, provavelmente
pela falta de uma compreensão mais adequada das interseções entre imunidade,
inflamação e coagulação.
Diagnóstico
O diagnóstico é sugerido pelos achados clínicos e laboratoriais inespecíficos e
confirmado, posteriormente, pelo isolamento do agente etiológico (utilizando-se
culturas de diferentes materiais biológicos). “Métodos de imagem - como a radiografia,
a ultrassonografia, o ecocardigrama, a tomografia computadorizada e a ressonância
magnética -, podem ser de grande utilidade, não só para o diagnóstico, mas também
para a avaliação evolutiva” (Monteiro, 2013).
Tratamento
(Matos, 2013) “A abordagem terapêutica do enfermo com diagnóstico de
SEPSE continua a ser um desafio para o médico, a despeito de todo o avanço da
ciência contemporânea”. (Pinheiro, 2007) “O tratamento da SEPSE, da SEPSE grave,
do choque SÉPTICO e da disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS) incluem
as manobras de reposição volêmica, a abordagem da infecção, o emprego de
corticosteróides, a terapia anticoagulante, o controle glicêmico, o suporte ventilatório e
medidas terapêuticas adicionais.”
O diagnóstico precoce e o tratamento específico imediato
podem diminuir de forma significativa as taxas de morbi-mortalidade,
que variam de acordo com o tipo de microorganismo envolvido, com o
estado de imunocompetência e com a presença de complicações
associadas. Os sinais clínicos podem ser mínimos ou inespecíficos.
(MOREIRA, 2004, Pag., 02)
A experiência clínica e a abordagem do individuo, acompanhados de uma boa
investigação da patologia, constituem, a melhor forma de otimizar o diagnóstico e
conduzir o tratamento da SEPSE.
Prescrever
um antibiótico sem uma indicação precisa pode levar ao
desenvolvimento de resistência, à emergência de uma nova e até mesmo ao óbito do
paciente. quando o paciente recebe o medicamento apropriado para suas
necessidades podemos dizer que isso significa o uso racional deste fármaco, do
contrario podemos dizer que o prescritor que não tem essa visão da indicação do uso
de antibiótico pode trazer danos severos ao paciente e isso acontece muito na atenção
primária.
O sucesso da antibioticoterapia baseia-se no atendimento
personalizado, em identificar as características da doença infecciosa,
do agente etiológico e dos medicamentos a serem usados no
tratamento do paciente específico. São necessárias noções mínimas
de farmacologia, de microbiologia, da clínica das doenças infecciosas
e de relação médico-paciente com um enfoque integral no
atendimento. A arte do exercício da medicina e o conhecimento
específico sobre uso racional de antibioticoterapia são fundamentais
neste contexto, onde a clínica é soberana, e os aspectos técnicos são
cada vez mais complexos, específicos e multidisciplinares. A
aplicação de medicina baseada em evidência com a utilização de
pesquisas com elevado grau de robustez, como a aplicação dos
estudos que se caracterizam por ensaios clínicos randomizados e
análise sistemática deve ser utilizada. (PELLEGRIN, 2007, Pag. 04).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos artigos lidos, analisados e alguns aqui citados pode-se concluir
que o quadro de SEPSE está relativamente ligado ao uso do antibiótico, uma vez que
o paciente quando diagnosticado com SEPSE entra em um esquema de tratamento a
base do antibiótico, porém também com base em estudos científicos pode-se concluir
que pacientes que desenvolvem e apresentam o quadro de SEPSE sãs pacientes que
já não respondem ao uso do medicamento, e isso muitas vezes se dá ao fato deste
paciente estar com seu organismo totalmente resistente até mesmo aos antibióticos de
grande aspectro.
Sabe-se que no Brasil há um ciclo vicioso por parte do homem em utilizar o
antibiótico sempre que achar “necessário” apenas baseado em evidencias, e isso os
estudos deixam claro que é tanto por parte do prescritor quanto por parte do usuário.
Também por falta de instruções e maiores informações e esclarecimentos
quanto ao uso desta medicação, alguns usuários acabam por não realizar p
tratamento de forma disciplinar, pois hoje é muito comum o paciente chegar no pronto
atendimento apresentando alguns sintomas comuns de virose, gripe ou resfriado e
logo se prescrito e administrado um antibiótico como forma de profilaxia, e essa pratica
vem se tornando cada vez mais comum nos pronto atendimentos, principalmente
infantil.
Tal conduta deixa uma margem de preocupação muito grande com relação ao
organismos deste paciente, pois uma vez criado o ciclo vicioso de uso de antibióticos
esse organismo torna-se multirresistente e outrora que necessite de um tratamento
mais intensivo o mesmo não surtirá o efeito desejado por diversas situações, pois o
uso repetitivo de um antibiótico por exemplo de pequeno aspectro pode resultar na
resistência ao antibiótico de amplo aspectro.
O que surte também grande preocupação é que este paciente inicia sua porta
de atendimento na atenção básica e primária onde comumente podemos verificar o
uso rotineiro de antibióticos sem que para antes tenha existido uma investigação
acerca dos sintomas, queixas e evidencias apresentadas.
Por tanto conclui-se que o uso precoce, rotineiro e prolongado do antibiótico
está na grande maioria das vezes relacionado ao quadro de SEPSE bem como o
insucesso na tentativa de reversão do quadro.
REFERENCIA
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