- Fundação Antonio Meneghetti

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Concurso cultural: Uma nova pedagogia para a sociedade futura
Luciane de Souza Mota
Titulo: Contar um conto e encantar um tanto
Ano de realização do trabalho: 2013
Introdução:
Diante da precariedade na prática da leitura, este trabalho objetiva ser um elo entre
a criança, a família e o hábito de ler.
Dentro do universo escolar, a educação infantil contribui com a criança , incluindo
ela no universo da leitura e da escrita, de forma que esta ação seja um facilitador da
aprendizagem e do desenvolvimento de diferentes competências.
Este trabalho, fundamentado na contação de histórias foi realizado com crianças
em idade de três a seis anos, em uma escola de educação infantil do município de São
Paulo – SP, durante o ano de 2013. A proposta tem como objetivo incentivar e facilitar o
acesso à leitura criando um espaço diferenciado e motivador, levando essa cultura para
além dos muros da escola. Através da contação de histórias, apresenta-se um
personagem que relata a importância do ato da leitura. A conclusão desta proposta deuse ao longo do ano letivo, observando a criança na construção de seu pensamento
subjetivo, utilizando seu imaginário no desenvolvimento de um leitor potencial.
Os contos encantam porque fazem rir ou chorar... o conto é um treino para as emoções.
(Tatiana Belinky)
Entender a realidade em que vivem e aprender a lidar com questões cotidianas muitas vezes não é tarefa fácil para os
pequenos.Então eles criam o seu universo, onde tudo é possível, e nele podem conviver com os seus pensamentos e soltar a imaginação.
(Ponto de encontro)
Relato da Experiência:
A contação de histórias é uma atividade alegre e exerce grande influência sobre as
crianças. Deve ser um momento significativo, atrativo diferenciado e prazeroso para quem
conta e encantador para quem ouve.
Este trabalho possibilita a contação de histórias na educação infantil. Na
impossibilidade dos alunos não terem em suas residências um espaço propício para um
momento do ouvir uma história, a escola faz-se oportuna.
Aproveitando o projeto pedagógico desta unidade escolar onde a leitura faz-se
presente, foi elaborado a apresentação de uma história no início do ano letivo, com o
envolvimento dos alunos e a presença dos familiares, com o intuito de sensibilizar esta
comunidade escolar para a importância do ler para os pequenos.
Ler para uma criança é antes de tudo um ato de generosidade e de responsabilidade de quem lê, que ao emprestar
sua voz par que o autor fale às crianças, também assegura a elas o direito de ingressarem nesse universo letrado.
(Orientações curriculares)
Escrevendo uma história em que o personagem principal é uma bruxinha,
personagem literário próximo das crianças pequenas, abre-se um espaço para contar e
encantar.
A escola é um espaço em que se trabalham diferentes habilidades e favorece o
desenvolvimento de novas competências , seguidos de novos hábitos. Nesse sentido a
contação de histórias contribui para a aquisição de novos conhecimentos, abrangendo
diferentes áreas .
...nas interações com parceiros de seu meio, em atividades socioculturais concretas, as crianças mobilizam seus
saberes e suas funçoes psicológicas (afetivas, cognitivas, motoras, linguísticas) ao mesmo tempo em que os modificam.
(Orientações curriculares-espectativas de aprendizagem e orientações didáticas)
Resumidamente esta história criada pela professora relata uma aventura de um
personagem chamado bruxa Máda . Ela recebe um e-mail de uma escola com o nome de
Emei Eduardo kneese de Mello, em nome da diretora, pedindo que sejam confeccionados
livros de histórias infantis. A bruxinha junta alguns elementos importantes para comporem
o livro como tintas, letras, bichinhos, seu caldeirão, pozinho mágico e chama as crianças
para dizerem as palavras mágicas ; surgem os livros: grandes,pequenos, coloridos.Como
finalização a bruxinha fala aos pais sobre a importância do ato de ler para o filho, de se
contar histórias.
O contador de histórias nos faz sonhar porque ele consegue parar o tempo nos apresentando um outro
tempo. (Cléo Busatto)
O espaço utilizado inicialmente foi o pátio da escola. As crianças estavam
sentadas no chão forrado com panos coloridos em semicírculos ao redor do “palco”; os
familiares, convidados para este momento estavam sentados em cadeiras ao redor das
crianças. Para compor este espaço de contação de histórias foram pendurados alguns
livros infantis (acervo da sala de leitura da escola); e para o cenário foi utilizado um
espaço simbolizando uma casa da D. Bruxa e alguns livros espalhados pelo chão,
propositadamente para que as crianças que estivessem próximas pudessem fazer uso
destes folheando, admirando, enquanto aguardavam a hora da história.
A técnica utilizada foi uma contação de história teatralizada, usado como técnica
um personagem vestido de bruxinha, com uma vassoura e alguns apetrechos femininos:
luvas, bolsa, guarda-chuva.
Este trabalho não parou aqui. Após o teatro as crianças puderam levar um livrinho
semanalmente para casa para que seus familiares pudessem contar a história para
elas.Ao retornarem na segunda-feira eram questionadas como havia sido esse momento
de contação com seus familiares.
Durante os meses que seguiram, a professora foi apresentando outras formas de
contação de histórias para os alunos da emei. Esse momento era sempre feito no coletivo
para que todos os alunos pudessem desfrutar deste agradável momento. Os locais eram
sempre diferenciados e sempre eram apresentandos diferentes contos, com diferentes
ferramentas.
O desenvolvimento das narrativas não é natural nas crianças, mas sim fruto da experiência socialmente
construída, a partir do contato com a escuta e a produção de narrativas.Além de um vasto repertório de histórias, as crianças também
podem desenvolver o que chamamos de “comportamento leitor.”(Orientaçóes Curriculares)
O contador de histórias exerce grande influência em quem ouve, principalmente
nas crianças, então é necessário usar esta ferramenta a nosso favor e sempre que
possibilidade houver devemos ler para as crianças, pois as histórias ouvidas despertem o
prazer de ler.
O contador de histórias cria imagens no ar materializando o verbo e se transformando ele própionesta
matéria fluída que é a palavra.( Cléo Busatto)
Parar para ouvir uma história, manter-se atento, embarcar na fantasia, faz-se
necessário usar habilidades apreendidas com maior ou menor intensidade, de acordo
com a subjetividade do aluno. Tais habilidades contribuem significativamente para a
aquisição de novos conhecimentos, podendo abranger diferentes níveis de aprendizagem
em momentos da vida escolar do aluno.
Seja narrando para uma ou várias crianças é fundamental que se conte com o coração
(Cléo Busatto)
“A experiência contínua, organizada e intencional de leitura possibilita as crianças o
conhecimento de um repertório significativo de histórias, a aprendizagem de
procedimentos e comportamentos leitores.Todos esses conhecimentos pressupõe a
construção de uma familiaridade necessária ao reconhecimento das regularidades entre
diversas narrativas, constituição do hábito. É na roda da leitura que as crianças ampliam o
repertório de histórias desde os contos tradicionais de fadas até os populares.”
(Orientações curriculares)
Um dos multiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é
lógico, pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia nas sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem
profunda nas pessoas que não conseguiram realizar esta aprendizagem.
(Estratégias de leitura)
Local da apresentação do trabalho:
EMEI Prof. Eduardo Kneese de Mello - Rua Nascer do Sol,1605 – Cidade
Tiradentes - São Paulo – Capital – fone:(11)2282- 1490
Esta unidade escolar está localizada na região Leste.
O bairro é formado por prédios voltados para a população de baixa renda.
Não há muitas opções de lazer no bairro; apenas agumas praças, com pequenos
parques e um Centro Educacional próximo à escola.
Os responsáveis por estas crianças trabalham fora e dedicam poucas horas aos
filhos; alguns pais trabalham até aos finais de semana.
Cabe aos professores se fazerem presentes e fazerem a diferença na formação
desses alunos.
Período de realização: de fevereiro a dezembro de 2013
Categoria: Pedagogia das crianças
Instituição envolvida: escola e comunidade escolar
Número de pessoas atingidas: 240 alunos e familiares
Função: professora
Bibliografia
SOLÉ,Isabel. Estratégias de leitura. 6ª ed.1998
BUSATTO,Cléo.Contar e encantar: Pequenos segredos da narrativa.8ª ed.2012
SÃO PAULO (SP), Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação
Técnica.Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e orientações didáticas
para Educação Infantil / Secretaria Municipal de Educação – São Paulo : SME / DOT,2007
Revista Ponto de encontro: revista da drogaria de São Paulo.ed. 45.Agosto /
Setembro 2013.P. 16
“A criança cria seu próprio mundo de fantasia a partir dos dois anos de
idade. Nele vivem seres imaginários com poderes especiais.”
(Tiaggo Lupoli – psicólogo pós – graduado em clínica psicanalítica)
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