83 – MATEMÁTICA APLICADA À GESTÃO CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO EXAME de 8 de Setembro de 2004 Nos exames desta cadeira avaliam-se os conhecimentos adquiridos, bem como a capacidade de estruturação do raciocínio lógico do aluno. O aluno tem, basicamente, tarefas dos seguintes tipos: identificar o problema proposto, efectuar cálculos (com justificações) e demonstrar o que lhe for pedido. Assim, em relação a cada um dos tipos: 1. Na identificação de um problema pretende-se que o aluno mostre que sabe a que assunto da matéria se refere o problema (p.e., dada uma série, saber dizer de que tipo de série se trata). 2. Na resolução de um problema, ou seja, quando tiver que efectuar cálculos, pretende-se que o aluno os indique de forma clara e numa sequência lógica, justificando, pelo menos os que conduzirem à conclusão do resultado. 3. Nas demonstrações, pretende-se que o aluno identifique a hipótese e através de uma cadeia de implicações, válidas e devidamente justificadas, atinja a tese. No que se segue dão-se indicações sobre as respostas às perguntas, bem como a distribuição da cotação por cada questão. Note-se ainda que pode haver diversas formas de resolver acertadamente a mesma questão, pelo que uma resolução diferente não está necessariamente errada. 1 1. Calcule, usando a regra de L’Hôpital: 1 x a) lim log x x 1 log x 1 b) lim x 0 x (1 valor) tgx (1,5 valores) Indicações de resposta: a) Para aplicar a regra de l`Hôpital, começar por transformar a diferença em quociente e proceder da forma seguinte: derivar o numerador; (0,2 valores) derivar o denominador; (0,5 valores) calcular o limite (0,3 valores) Resp: -1 b) Começar por transformar a expressão dada numa exponencial de base e. Obtém-se e log x cot gx . (0,5 valores) Aplicar agora a regra de L’Hôpital a log x . cot gx (1 valor) Resp: 0 2. Faça o estudo e esboce o gráfico da função real de variável real definida por f ( x) 2 x 2 3 x e x recorrendo a: cálculo do domínio de f; pesquisa de assímptotas; cálculo de zeros; estudo da monotonia e extremos; estudo da concavidade e pontos de inflexão. (5,5 valores) 2 Indicações de resposta: Df= Assimptotas: Horizontal: quando x+, y=0; quando x-, f +, (i.e., f não tem assimptota horizontal) f x Oblíqua: f não tem assimptota oblíqua m lim x x Zeros: x=0 ou x=-1/2 Monotonia; extremos Recorrendo às regras de derivação, obtém-se f x 2 x 2 x 3 e x . Os zeros de f são –1 e 3/2. Recorrendo a um quadro para estudar o sinal de f , verifica-se que em –1 há um máximo e em 3/2 há um mínimo. Concavidades: pontos de inflexão f x 2 x 2 5x 2 e x 5 41 5 41 e b= 4 4 Recorrendo a um quadro para estudar o sinal de f , verifica-se que em a e b há 2 pontos de inflexão e que f tem a concavidade virada para cima em ]-,a[ ]b,+ [ e tem a concavidade virada para cima em [a,b]. Os zeros de f são a= Gráfico de f: 3. Considere a seguinte série: x 52n1 4n n 1 Para os valores reais de x que tornam a série convergente, calcule a sua soma e indique o referido conjunto de valores de x. (2 valores) Indicações de resposta: 3 Começar por mostrar que a série é uma série geométrica: 2 1 x 5 x 5 n 1 4 x 52n1 = Para a série ser convergente tem que ter-se 4n n 1 n , com x 5 . x 5 2 4 1 . Resolvendo a inequação, obtém-se o intervalo de convergência ]-7,-3[\{-5}. A soma da série no intervalo de convergência é s 4 x 5 1 x 5 2 . 4. Calcule as primitivas das seguintes funções: log x a) (2 valores) x 12 b) 1 x 2x 3 3 (2,5 valores) Indicações de resposta: a) Atender a que Resp.: log x x 1 = x 1 log x . Resolver a primitiva por partes. 2 2 log x x log C x 1 x 1 b) Trata-se de uma primitiva de uma fracção racional. Começar por decompor o denominador em factores. Tem-se 1 1 P 3 =P x 1x 2 x 3 x 2x 3 1 A Bx C 2 Fazendo = , obtém-se 2 x 1x x 3 x 1 x x 3 1 1 2 A ; B ; C 5 5 5 Substituindo estes valores e primitivando, a primitiva pretendida 1 1 2 11 2 x 1 é log x 1 log x 2 x 3 3 arctg C 5 2 11 11 5. Represente graficamente e calcule a área da região do plano que satisfaz as condições: y 2 2x 1 x y 1 0 (3,5 valores) 4 Indicações de resposta: Começar por representar graficamente a região, atendendo a que y 2 2 x 1 é uma parábola cujo eixo de simetria é o eixo xx’ e x y 1 0 y x 1 . Os pontos de intersecção das curvas são x=0 e x=4. Tem-se: A área da região é dada por 0 4 1 / 2 0 2 2 x 1 dx 2 x 1 x 1 dx Recorrendo à fórmula de Barrow, obtém-se 6. Determine a função contínua x3 log f ( x) 2 5 9 5 3 2 2 f : 0 , que verifica et f t dt 3 x 0 0 Sugestão: Derive ambos os membros da igualdade. (2 valores) Indicações de resposta: O integral dado é um integral indefinido. Atendendo à sugestão dada e ao teorema fundamental do cálculo integral, tem-se sucessivamente: x3 t e log f ( x) 3 dt 0 f t x3 x3 f x e e 3x 2 3x 2 = 3 3 f x f x f x Como f(x)>0, então f x 3x 2 e x . Primitivando, vem f x e x . FIM 3 3 5