1 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA FERNANDO ACÁCIO BATISTA PERFIL DA FISIOTERAPIA NOS SETORES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DOS HOSPITAIS DO BRASIL SÃO PAULO 2016 2 FERNANDO ACÁCIO BATISTA PERFIL DA FISIOTERAPIA NOS SETORES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DOS HOSPITAIS DO BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientadora: Profª. Conforto de Sá SÃO PAULO Dra. Cláudia 3 2016 FERNANDO ACÁCIO BATISTA PERFIL DA FISIOTERAPIA NOS SETORES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DOS HOSPITAIS DO BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Aprovada em: ___/___/_______ BANCA EXAMINADORA Profª. Dra. Cláudia Conforto de Sá Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI DIRETORA ACADÊMICA Profº. Me Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinador Prof.º Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinadora 4 AGRADECIMENTOS Aos meu pais por terem me apoiado por toda está jornada de vida em minha profissão e por me entenderem em cada ausência devido ao trabalho e aos estudos. A minha esposa que esteve do meu lado por todos os momentos difíceis e também de crescimento na profissão, e que me aguentou as perdas de noites de sono em busca dos objetivos. Meus agradecimentos em especial ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI responsável pelo meu crescimento e formação profissional. Aos colegas de turma, pelos os momentos que compartilhamos juntos durante o mestrado. A todos os professores, pelos ensinamentos dados, em especial, a minha orientadora, e todos aqueles que foram de suma importância na minha aprendizagem, a todos o meu muito obrigado! 5 PERFIL DA FISIOTERAPIA NOS SETORES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DOS HOSPITAIS DO BRASIL PROFILE OF PHYSIOTHERAPY IN THE EMERGENCY AND EMERGENCY SECTORS OF HOSPITALS IN BRAZIL Fernando Acácio Batista1 Cláudia Conforto de Sá2 RESUMO A Fisioterapia intensiva tem se mostrado de extrema importância no contexto hospitalar atuando de forma global no paciente internado, promovendo assistência integral aos cuidados respiratórios e motores, assim proporcionando ao paciente um menor tempo de estádia, menor tempo de ventilação mecânica e melhor funcionalidade pós alta, com isso a Fisioterapia ampliou sua atuação para um nível emergencial com atuação no Pronto Socorro de unidades hospitalares com o objetivo de melhorar a assistência ao paciente que chega para a avaliação emergencial. O estudo teve como objetivo avaliar o perfil da Fisioterapia nos setores de urgência e emergência dos hospitais do Brasil. Foram utilizados três estudos por meio de revisão nas bases de dados Lilacs, Pubmed e Scielo com os descritores fisioterapia em urgência e emergência, fisioterapia respiratória, ventilação mecânica invasiva e não invasiva e oxigênioterapia. Podemos concluir que a partir dos dados disponíveis na literatura acerca dos procedimentos realizados pelo Fisioterapeuta, sua presença no setor de emergência e urgência poderá trazer grandes benefícios aos pacientes, pois com sua ampla área de atuação o profissional engloba uma boa parte dos atendimento com condutas que poderão alterar desfechos nestes grupos, porém a falta de dados contundente de estudos prospetivos na área ainda nos deixa em aberto os dados sobre tempo de internação, prevenção de intubação, gastos e mortalidade nestas pacientes que são já atendidos no setor. Assim mais estudos são necessários para elucidar melhor os resultados. . Palavras-Chave: Fisioterapia, Urgência, Emergência. 1 Fisioterapeuta. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI. São Paulo – SP.Email: [email protected] 2 Doutora. Professora de Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI. Diretora Acadêmica – SOBRATI. Email: [email protected]. 6 ABSTRACT Intensive physiotherapy has been shown to be of utmost importance in the hospital context, acting in a global way in the hospitalized patient, promoting integral care for respiratory and motor care, thus providing the patient with a shorter onset time, shorter mechanical ventilation time and better post- With this, the Physiotherapy expanded its performance to an emergency level with emergency room assistance in hospital units with the objective of improving patient care that arrives for the emergency evaluation. The objective of this study was to evaluate the profile of Physiotherapy in the emergency and emergency sectors of hospitals in Brazil. Three studies were used by reviewing the Lilacs, Pubmed and Scielo databases with the descriptors physiotherapy in emergency and emergency, respiratory physiotherapy, invasive and non-invasive mechanical ventilation and oxygen therapy. We can conclude that, based on data available in the literature about the procedures performed by the Physical Therapist, their presence in the emergency and urgency sector can bring great benefits to patients, since with their wide area of activity, the professional encompasses a good part of the But the lack of strong data from prospective studies in the area still leaves us open the data on hospitalization time, intubation prevention, expenditures and mortality in these patients that are already served in the sector. Thus further studies are needed to elucidate the results better. Keywords: Physiotherapy, Urgency, Emergency. 7 1. INTRODUÇÃO A Fisioterapia intensiva tem se mostrado de extrema importância no contexto hospitalar atuando de forma global no paciente internado, promovendo assistência integral aos cuidados respiratórios e motores, assim proporcionando ao paciente um menor tempo de estádia, menor tempo de ventilação mecânica e melhor funcionalidade pós alta (KAYAMBU, G; BOOTS, R; PARATZ, J, 2013). Portanto o Fisioterapeuta poderia ter sua atuação ampliada para um nível emergencial com atuação no Pronto Socorro de unidades hospitalares com o objetivo de melhorar a assistência ao paciente que chega para a internação (ALTHEMAN, 2007). Neste contexto a atuação da Fisioterapia em urgência e emergência é relativamente nova em nosso País e os dados demonstram que o Hospital São Paulo da Unifesp foi o primeiro a iniciar uma especialização voltada para a área, com o objetivo de triar os pacientes que apresentariam a necessidade de abordagem da Fisioterapia e assim prestar uma assistência adequada dentro do rol da profissão e da emergência (OGAWA, K; ET AL, 2009). Porém muito antes de iniciar está especialização, o Hospital do Grajaú em São Paulo já tinha experimentado o Fisioterapeuta inserido na urgência e emergência onde verificaram uma queda importante no número de intubações, menores dias em ventilação mecânica, menores complicações relacionadas em pacientes específicos e menor tempo de internação Hospitalar (ALTHEMAN, 2007). Dentro de um serviço de urgência e emergência existe uma classificação de risco para os pacientes que irá predizer a real necessidade de um atendimento imediato ou não, sendo assim a classificação é dividida em cinco níveis sendo: - Nível I: Pacientes que devem ser levados imediatamente à sala de emergência e prontamente atendidos; - Nivel II: Pacientes com emergência que devem ser atendidos com no máximo 10 minutos de espera; - Nível III: Pacientes que deverão ser encaminhados para a sala de observação e atendidos em até 60 minutos; 8 - Nível IV: Pacientes que poderão permanecer na sala de espera e atendidos em até 120 minutos; - Nivel V: Pacientes que poderão permanecer na sala de espera e atendidos em até 240 minutos; Está classificação é muito utilizada nos Prontos Socorros do Brasil e do Mundo e é conhecida como classificação de Manchester, cujo objetivo é triar os pacientes e prestar o atendimento adequado (SOUZA, C. ET AL, 2011). Assim o Fisioterapeuta em emergência poderá prestar sua assistência a paciente que se encontrem entre os níveis I e II, podendo em alguns casos estender a atuação para pacientes com nível III, sempre com o objetivo de diminuir as complicações relacionadas a doença atual que o paciente apresente e seja possível dentro do arsenal de atuação do profissional. 2 . OBJETIVOS O objetivo do presente estudo é verificar a atuação da Fisioterapia em urgência e emergência no Brasil e sua atuação frente a pacientes críticos internados em Pronto Socorro traçando o perfil das condutas realizadas nos atendimentos. 3 . MATERIAIS E MÉTODOS Estudo do tipo descritivo realizado através do levantamento bibliográfico com pesquisa nas bases de dados virtual PubMed, Medline, Lilacs, Scielo e Bireme. Foram utilizados os descritores Fisioterapia respiratória, Emergência, urgência, UTI, Ventilação não invasiva, assim como os descritores em inglês Chest Physiotherapy, Emergency, ICU e Non-invasive ventilation. Por se tratar de um tema novo utilizamos com critérios de inclusão estudos que abordavam o título de Fisioterapia em emergência para análise. Após análise dos estudos de 21 selecionados, apenas 03 destes abordavam diretamente a atuação do Fisioterapeuta em urgência e emergência dentro do Pronto Socorro Brasileiro com o perfil de atendimento dos pacientes. 9 4 . RESULTADOS Autor M F Id MHB MRP Asp VNI VM O2 (M) Gonçalves 49% 51% 68 8% Ogawa 49% 51% 65 78% 22% Taquary 53% 47% 05 100% 84,6% Atend UTI - Alta (T) Enf casa 3,8% 41,9% 42,8% 105 72,7% 5,7% 66% 18% 12,5% 40% 109 63,5% 24,6% 53,8% 7,7% 19% 76,6% 47 74,4% 14,9% Obtivemos três estudos que observaram as técnicas que foram utilizadas nos pacientes que deram entrada no Pronto Socorro, sendo dois estudos em adultos e um estudo em pediatria. Podemos notar também que os gêneros dos estudos não obtiveram diferenças importantes, porém em relação a algumas terapias podemos notar valores diferenciados o que pode ocorrer devido ao perfil dos pacientes em cada pronto socorro. No estudo de (OGAWA, 2009) que abordava perfis de pacientes com comprometimento cardiorrespiratório podemos notar uma grande participação da Fisioterapia que contemplou 57% dos pacientes que deram entrada no Pronto Socorro, sendo que destes 78% foram submetidos a manobras de higiene brônquica, já as manobras de reexpansão pulmonar contemplou 22% dos pacientes, ainda 66% foram submetidos a técnica de aspiração para remoção de secreções. Já em relação a suporte ventilatório 18% utilizaram a ventilação mecânica não invasiva e 12,5% a ventilação mecânica invasiva e como suporte de oxigênio foram obtidos está necessidade em 40% dos pacientes. Do total de 109 pacientes atendidos, 63,5 necessitaram ficar internados entre a UTI e Enfermaria e 24,5 foram direto de alta para casa. (GONÇALVES, 2014) verificou em seu estudo que contemplava adultos com média de 68 anos e que deram entrada no Pronto Socorro que quanto ao gênero 49% eram do sexo masculino e 51% do sexo feminino, onde 105 pacientes foram submetidos ao atendimento da Fisioterapia onde apenas 8% foram submetidos a manobras de higiene brônquica, 3,8% submetidos a ventilação mecânica não invasiva, 41,9% submetido a ventilação mecânica 10 invasiva e 42,8% utilizaram oxigênioterapia. Destes 72,7% necessitaram de internação hospitalar e apenas 5,7% foram de alta direto para casa. Já em relação ao estudo de (TAQUARY, 2013) com grupo pediátrico com uma média de idade de 5 anos, sendo 53% feminino e 47% masculino teve um número de 100% de terapia de higiene brônquica, o que é comum em crianças, pois a maior parte das internações são por quadros respiratórios, as manobras de reexpansão pulmonar comtemplou 84,6%, além disto a ventilação não invasiva foi realizada em 7,7% dos pacientes, 41,9% necessitaram de ventilação mecânica invasiva, 42,8% de oxigênioterapia, sendo que de 47 pacientes, 74,4% destes necessitaram de internação pós passagem ao pronto socorro e 14,9% foram de alta para casa. O gráfico acima demonstra os números totais de procedimentos que forma realizados na soma de dos estudos. Podemos notar que em sua maioria (140) pacientes necessitaram de manobras de higiene brônquica diversas, cujo objetivo era manter a permeabilidade adequada das vias aéreas e assim diminuir o desconforto respiratório que poderá ocorrer com o aumento da resistência em vias aéreas decorrente do excesso de secreção brônquica. Notamos que em seguida a utilização de oxigênio terapêutico com (124,54) decorrente muitas vezes de alterações na oxigenação, seja pelo mecanismo de difusão, distúrbio ventilação perfusão, shunt ou hipoventilação que levam a necessidade de incrementos na fração inspirada de oxigênio decorrente de alguma alteração pulmonar, 11 independente de qual sistema está sendo afetado no momento. Em terceiro vem a aspiração (97,22) que é o procedimento realizado para limpeza das secreções das vias aéreas em pacientes que não apresentam tosse eficaz ou em casos de uso de próteses ventilatórias artificiais. Uma grande parcela dos pacientes fez uso de ventilação não invasiva, cujo objetivo é reduzir o desconforto respiratório e evitar a intubação oro-traqueal nos pacientes, porem uma grande parcela acabou utilizando de ventilação mecânica invasiva para manter a integridade da oxigenação e homeostase. É notório que os condutas dos estudos não fogem muito do cotidiano de uma UTI, porém com um enfoque muito mais respiratório do que de reabilitação, já que o atendimento presa a vida no momento. O interessante dos estudos é que os perfis de pacientes podem variar de acordo com a região e o pronto socorro onde as coletas foram realizadas, denotando as diferenças em porcentagens de algumas terapias, a porcentagem da intubação e das internações necessárias. Assim como a idade pode ser um fato primordial, pois notamos que os estudos comtemplam crianças e idosos que são grupos mais susceptíveis a adquirir algumas doenças e usar o serviço hospitalar. Autor D. pulmonar D. cardíaca Dispneia Outros Gonçalves 44,6% 17,1% #### 38,3% Ogawa 57% 35% 62,5% 8% Taquary 69,4% 3,2% 26,1% 27,4% Na tabela acima podemos notar que entre todos os estudos as doenças pulmonares prevaleceram em maior porcentagem e que a dispneia foi um sintoma importante relatados pelos pacientes justificando a necessidade do Fisioterapeuta na emergência e não se esquecendo de que outros sistemas quando acometidos poderão levar a Insuficiência respiratória pulmonar aguda necessitando da avaliação e atuação do Fisioterapeuta. 5 . DISCUSSÃO A Fisioterapia em urgência e emergência se difere em cada país a depender da atuação do Fisioterapeuta e suas prerrogativas. Na Nova Zelândia o serviço de 12 Fisioterapia em urgência e emergência funciona por chamados telefônicos onde ao entrar em contato com o profissional ele se desloca para o atendimento (REEVE and PHYS, 2003). Já no Brasil este serviço ainda não existe, pois, o Fisioterapeuta fica na urgência e emergência por sistema de plantões (OGAWA, 2009). Em um outro levantamento na Austrália foi verificado que o Fisioterapeuta que atua com a dor lombar em emergência e urgência tem grande impacto na diminuição da dor aguda nestes acometimentos, sendo imprescindível sua permanência no setor (LAU, 2008). Em outro estudo realizado na Inglaterra o qual os pacientes decorrentes de traumas ortopédicos davam entrada no serviço de urgência e emergência, eram alocados para tratamento com médicos, enfermeira ou fisioterapeuta e os resultados foram idênticos, demonstrando que independente do profissional a equipe estava preparada para lidar com este tipo de pacientes no setor (MCCLELLAN, 2012). Podemos notar que existem grandes diferenças em relação a países e unidades de emergência e urgência que determine os atendimentos, mas no Brasil a atuação do Fisioterapeuta é voltada muito mais para a questão respiratória se concentrando no arsenal de técnicas respiratórias e uso de ventilação mecânica invasiva e não invasiva. Portanto notamos que dentre elas umas faz técnicas muito utilizadas foram as de higiene brônquica que tratam de manobras com o intuito de promover a desobstrução de secreções de pacientes que necessitem da técnica e que obtém ótimos resultados desde que a indicação seja precisa e o paciente realmente esteja com sinais que predizem aumento de produção de secreção (SHAWNA, 2014). No arsenal de técnicas respiratórias da Fisioterapia um Hospital de Porto Alegre desenvolveu um desenho de estudo com o objetivo de analisar se a compressão torácica associado ao aumento da pressão de suporte poderia promover um aumento na remoção de secreções em pacientes ventilados macânicamente, pelo qual o estudo foi dividido em dois grupos, sendo um grupo recebendo a compressão e o outro grupo compressão torácica e aumento de pressão de suporte. Assim foram verificados que o grupo com terapia associada obteve maior quantidade de secreção aspirada sendo 2,3 g contra 1,9 g do grupo controle (p = 0,004) (NAUE, 2014). Já no estudo de (LEMES, 2009) onde era realizado hiperinsuflações no ventilador na modalidade pressão de suporte e com o 13 paciente em decúbito lateral comparado apenas com o decúbito lateral isolado demonstrou 1,3 ml a mais de secreção removida em comparação ao grupo controle (LEMES, 2009). Portanto podemos notar que as técnicas de higiene brônquica que são realizadas na rotina da Fisioterapia apresentam o deslocamento maior de secreções, porém o maior problema para a comprovação de algumas técnicas se devem ao fator humano, pois ao realizarmos as manobras muitas vezes não conseguimos manter uma frequência adequada durante o tempo de atendimento, assim o uso de manobras nos ventiladores mecânicos e com uso do dispositivo máscara válvula (Ambu) vem nos auxiliar para facilitar o deslocamento, proporcionando o fenômeno do tixotropismo utilizando de mudanças de fluxo e com o princípio do Flow Bias (NAUE, 2014). Outra técnica muito comum e utilizada pela Fisioterapia é a aspiração de secreções que tem por objetivo remover o excesso de secreção do paciente, promovendo à diminuição da resistência de vias aéreas proporcionando um menor esforço e trabalho diafragmático para promover a respiração, onde em sua ausência poderá acarretar em desconforto respiratório e fadiga diafragmática podendo levar o paciente a necessitar de suporte mecânica invasivo, aumentando sua estádia no Hospital (AARC, 2004). Em paciente submetidos a prótese ventilatória está técnica tem se demonstrado eficaz para diminuição da resistência de vias aéreas, otimização do volume corrente, prevenção de rolhas e atelectasias, porém existem recomendações para o procedimento que são presença de secreções em vias aéreas artificiais, queda saturação de oxigênio, presença de curva denteada no slope fluxo-volume, queda de volume corrente ou aumento da pressão de pico, além de coleta de secreção traqueal (AARC, 2010). Outro ponto importante na aspiração de paciente em ventilação mecânica é que diminui a incidências de assincronias, o que já foi demonstrado que aumenta a mortalidade de pacientes ventilados, portanto é de extrema necessidade está monitorização contínua (BLANCH, 2015). Mas será que estas abordagens podem trazer algum desfecho para estes pacientes internados? Assim foi desenhado um estudo que comparou a presença de Fisioterapia 24 horas em comparação com 6 horas em serviços diferentes e os resultados foram promissores, pois no serviço com cobertura 24 horas o tempo de ventilação mecânica foi de 10 dias contra 15 dias no serviço com cobertura de 14 6 horas (p=0,001), além de menor tempo de internação hospitalar com 13,2 dias contra 21,6 dias (p=0,003) e menor taxa de infecção pulmonar (p=0,0043), demonstrando assim a eficácia de um acompanhamento integral da Fisioterapia, além da mortalidade tem sido 15% menor neste grupo (CASTRO, 2013). Vale ainda ressaltar que independente do paciente estar em uso ou não da prótese ventilatória invasiva, a presença de secreção pulmonar irá acarretar em um gasto metabólico maior ao diafragma, pois o mesmo aumentará o trabalho de contração para conseguir deslocar a quantidade adequada de ar e perfazer o volume corrente, onde caso isso não ocorra, a compensação se dá pelo aumento da frequência respiratória com o objetivo de manter o volume minuto adequado, porém mesmo assim com secreção presente e aumento da resistência de vias aéreas a tendência é que o paciente evolua para fadiga muscular respiratória caso não seja revertido este quadro. (AARC, 2010). O Fisioterapeuta atua também diretamente com a aplicação da ventilação não invasiva, com o objetivo de diminuir a intubação oro-traqueal e mortalidade em alguns grupos de pacientes (HESS, 2013). No Brasil a condução desta modalidade de tratamento é amplamente utilizada pela equipe de Fisioterapia e apresenta objetivos como reexpansão pulmonar, tratamento da insuficiência respiratória e até em associação a inaloterapia medicamentosa para reversão de quadros de broncoespasmo (HESS, 2015). A aplicação da ventilação não invasiva associada a técnicas de Fisioterapia respiratória para clearence mucociliar é descrita na literatura, porém seus resultados são obtidos apenas em pacientes hipersecretivos que realmente irão apresentar expectoração das secreções retidas e melhora da resistência de vias aéreas, cujo objetivo da pressão positiva nestes pacientes é estimular a tosse pelo deslocamento de fluxo contínuo, assim facilitando a expectoração e contribuindo para a higiene brônquica, além de que parece que o fluxo contínuo auxilia no tixotropismo das secreções traqueo-brônquicas (PIPER, 2006). Já em paciente que apresentem insuficiência respiratória aguda o uso da ventilação mecânica não invasiva apresenta bons resultados em alguns grupos de específicos, sendo um deles paciente em edema agudo pulmonar cardiogênico o que é muito frequente em pronto socorros decorrentes de descompensação da insuficiência cardíaca ou decorrente de infarto agudo do miocárdio e seus 15 resultados na diminuição da intubação e mortalidade neste grupo é altíssima, sendo a terapia de escolha associado a medicamentos neste grupo (VITAL, 2013). Assim a aplicação de ventilação não invasiva em pacientes com edema agudo pulmonar cardiogênico tem nível de evidência A como terapia de primeira escolha, assim o Fisioterapeuta no pronto socorro é de extrema importância para monitorizar e realizar a aplicação correta do dispositivo (PIPER, 2006). Porém na prática clínica quando admitimos pacientes com infarto agudo do miocárdio, independente de ser com supra st ou com infra st temos a ressalva sobre a utilização da ventilação não invasiva ou ventilação invasiva. Não temos estudos prospetivos ou controlados que nos demonstrem algum resultado sobre as duas terapias, mas em um estudo retrospectivo observacional Brasileiro foi demonstrado que pacientes com infarto que se submeteram a uso de ventilação mecânica não invasiva teve menor taxa de mortalidade do que os pacientes com prótese ventilatória invasiva (PESARO, ET AL, 2016). Outro grupo de pacientes que poderão se beneficiar do uso da ventilação não invasiva por admissões no serviço de urgência e emergência são os pacientes portadores de DPOC exacerbada pelo qual apresentam importante retenção de CO2 e acidose respiratória decorrente da hiperinsuflação pulmonar, que é comum em pacientes com perda de retração elástica brônquica e que respondem muito bem no uso do dispositivo tendo como recomendação nível A ante qualquer conduta invasiva (SIDHU and BERRERA, 2000). Vale ainda ressaltar que pacientes com DPOC com exacerbação leve sem acidose respiratória não apresentam uma resposta adequada no uso da ventilação não invasiva, pois o seu quadro é passível de tratamento apenas com terapias medicamentosas, deixando reservado a ventilação não invasiva para pacientes com exacerbações graves que apresentam retenção de Co2 e acidose respiratória, onde sua aplicação associada a terapias medicamentosa poderá reverter a insuficiência respiratória, promovendo desinsuflação pulmonar, melhora do deslocamento do ponto de igual pressão e assim evitando a intubação que poderá aumentar a mortalidade como já citado (SIDHU and BERRERA, 2000). A Ventilação mecânica não invasiva apresenta outras indicações como em pacientes com exacerbação da asma, pacientes com insuficiência respiratória aguda, pacientes imunocomprometidos entre outras aplicações que são baseadas em evidências e fazem parte do arsenal do 16 Fisioterapeuta no seu dia a dia no serviço e urgência e emergência com a finalidade de melhora do desconforto respiratório, diminuição da intubação e até mortalidade em alguns casos (HESS, 2013). Outra terapia muito comum de uso dos profissionais Fisioterapeutas são as manobras para aumento dos volumes pulmonares com o objetivo de realizar a reexpansão pulmonar em casos onde os pacientes apresentem atelectasias que serão passiveis de reversão com estas terapias. Uma destas terapias se enquadra com o uso de incentivadores respiratórios, cujo objetivo é o restabelecimento da capacidade pulmonar em pacientes clínicos ou pós-cirurgicos, porém estes artefatos não têm demonstrado grandes diferenças quando utilizados nestes pacientes, pois os desfechos como SpO2 e expansibilidade torácia são comprovados, mas os desfechos mais importantes como complicações pulmonares e tempo de internação não apresentam dados favoráveis (NASCIMENTO ET AL, 2014). Outra terapia muito utilizada é as inspirações profundas com pausa inspiratória com ou sem associação de elevação de membros superiores, cujo objetivo é gerar um maior deslocamento de ar na inspiração e durante a pausa inspiratória gerar um efeito de acomodamento e através dos poros de Kon, canais de Martin e Lambert gerar abertura de alvéolos que se encontram atelectasiados, porém em um estudo com pessoas previamente hígidas está terapia não demonstrou eficácia em aumentar o volume pulmonar (CHEN, 2011). Em outro estudo (MARTINEZ et al, 1999) foram avaliados pacientes com fraqueza diafragmática e redução dos volumes pulmonares e mesmo estes pacientes ao realizarem inspirações profundas por 2 minutos com ativação do diafragma, mas sem ganhos e alterações em volumes corrente, onde mais um estudo não trouxe evidências para este tipo de terapia. Em contrapartida o estudo de (MCKEOUGH,2003) em pacientes com diagnóstico de DPOC e também saudáveis demonstrou que a elevação de membros superiores acima de 90 graus poderá aumentar capacidade residual funcional, porém com redução da capacidade inspiratória. Mas precisamos de mais estudos para elucidar melhor este tipo de terapia que tem um grande uso na prática clínica do dia a dia. O uso do oxigênio medicinal também é uma das terapias utilizadas pelos profissionais de saúde e muitas vezes controladas pelo Fisioterapeuta com o 17 intuito de proporcionar uma fração inspirada de oxigênio maior para reverter a hipoxemia que o paciente apresente em determinado momento, além de diminuir a sensação de dispneia e promover maior conforto ao paciente (DRISCOLL, 2008). Porem alguns cuidados devem ocorrer em algumas patologias especificas, pois, efeitos adversos poderão ocorrer em alguns grupos de pacientes, tais como os pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica que poderão apresentar uma retenção de Co2 quando ofertado uma quantidade de oxigênio que leve a uma hiperoxemia, o que vem sendo difundido há anos, mas a real condição é que na oferta de oxigênio para o DPOC nós diminuímos a vasoconstrição hipóxica e desviamos fluxo sanguíneo para áreas poucos ventiladas aumentando a área de espaço morto, além de ocorrer uma aumento da PaCO2 quando administramos oxigênio pelo desvio da curva de dissociação da hemoglobina para a direita e assim os compensamos com o aumento do volume minuto, o que poderá não ocorrer em pacientes com DPOC devido sua gravidade estrutural pulmonar (ABDO, 2012). Outro grupo de pacientes que devemos manter um cuidado extremo na administração de oxigênio, são os pacientes com infarto agudo do miocárdio, onde é comum por protocolo a administração em todos os pacientes, mas (STUB et al, 2015) no estudo AVOID avaliou pacientes com IAM C/SST onde verificaram por experimento o uso de oxigênio versus grupo em ar ambiente, e os desfechos foram aumento nas enzimas CK, (1948 vs 1543 U/L; means ratio, 1.27; 95% IC, 1.04-1.52; P=0.01), maiores taxas de reinfarto (5.5% vs 0.9%; P=0.006), maior taxa de arritmias (40.4% vs 31.4%; P=0.05) e maior extensão do infarto após 6 meses (20.3 vs 13.1 g; P=0.04). Em outro estudo do mesmo grupo (NEHME ET AL, 2016) verificaram os efeitos das doses de oxigênio pelo qual foi instituída e mantida por 12 horas e observaram que a cada 100 litros de O2 nessas primeiras 12 horas estaria associado a um aumento de 1,4% nos níveis de Troponina (IC 95% 0.6% - 2.2%, p<0.001) e 1,2% de CK (IC 95% 0.7% - 1.8%, p<0.001). O interessante é que a V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia já definiu que a administração de oxigênio deve ser seguida de critérios como saturação periférica de oxigênio menor que 94%, congestão pulmonar ou desconforto respiratório, pois a aplicação em casos desnecessários poderá induzir a aumento da resistência vascular periférica, aumento da pressão arterial 18 e assim aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio e redução do débito cardíaco, assim faz necessário seu uso apenas em situações de extrema necessidade (PIEGAS, 2016). Todas estas condutas podem ser realizadas individualmente ou associadas visando o bem estar e a resolução do caso do paciente, assim evitando maiores complicações como retenções de secreções e desconforto respiratório, hipoxemia e insuficiência respiratória com necessidade de instalação de ventilação mecânica invasiva, pela qual tem o objetivo de assegurar a adequada oxigenação e ventilação no paciente, porém seu uso poderá acarretar a pneumonia adquirida pelo uso do dispositivo, assim como deixar o paciente propicio a o imobilismo, perda de força muscular, e lesões induzida pela própria ventilação mecânica que poderá agravar o estado atual do paciente, aumentando tempo de internação, gastos hospitalares e mortalidade (BLANCH,2015). 6 . CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos dados disponíveis na literatura acerca dos procedimentos realizados pelo Fisioterapeuta, podemos deduzir que sua presença no setor de emergência e urgência poderá trazer grandes benefícios aos pacientes, pois com sua ampla área de atuação o profissional engloba uma boa parte dos atendimento com condutas que poderão alterar desfechos nestes grupos, porém a falta de dados contundente de estudos prospetivos na área ainda nos deixa em aberto os dados sobre tempo de internação, prevenção de intubação, gastos e mortalidade nestas pacientes que são já atendidos no setor. Assim mais estudos são necessários para elucidar melhor os resultados. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AARC Clinical Practice Guideline Nasotracheal Suctioning. Revision & Update. Respiratory Care, September 2004 VOL 49 NO 9. AARC Clinical Practice Guidelines. Endotracheal Suctioning of Mechanically Ventilated Patients With Artificial Airways 2010. Respiratory Care, June 2010 VOL 55 NO 6. ABDO, WF; HEUNKS, LMA. Oxygen-induced hypercapnia in COPD: myths and facts. Critical Care, 2012, 16:323. 19 ALTHEMAN, F. Transformar. Revista Crefito. 2007;3:24-5. BLANCH, L; ET AL. Asynchronies during mechanical ventilation are associated with mortality. Intensive Care Medicine. 2015, 41:633-641. DOI 10.1007/s00134-015-3692-6 CASTRO, A.A.M; ET AL. Chest physiotherapy effect iveness to reduce hospitalization and mechanical ventilation length of stay, pulmonary infection rate and mortality in ICU patients. Respiratory Medicine. 2013;107:68-74. CHEN, SC ET AL. Immediate Effects of Arm Abduction Synchronized with Breathing Movement on the Chest Wall Kinematics in Healthy Adults. Journal of Medical and Biological Engineering, 2011, 32(5): 309-312. DRICOLL, BR; HOWARD, S; DAVIDSON, AG. BTS guideline for emergency oxygen use in adult Patients. Thorax 2008; 63 (Suppl VI):vi1–vi68. Doi:10.1136/thx.2008.102947. HESS, D.R. Aerosol therapy during noninvsive ventilation or high-flow nasal cannula. Respiratory Care 2015;60(6):880 –893. HESS, D.R. Noninvasive ventilation for acute respiratory failure. Respiratory Care. 2013 Jun;58(6):950-72. doi: 10.4187/respcare.02319. KAYAMBU, G; BOOTS, R; PARATZ, J. Physical Therapy for the Critically Ill in the ICU: A systematic Review and Meta-Análysis. Critical Care Medicine, 2013: Jun;41(6):1543-54. DOI: 10.1097/CCM.0B013E31827CA637. LAU, P.M; CHOW. D.H; POPE, M.H. Early physiotherapy intervention in na accident and emergency departamento reduces pain and improves satisfaction for patients with acute low back pain: a randomized trial. Australian Journal of Physiotherapy. 54: 243–249 LEMES, D.A. ZIN, W.A. GUIMARAES. F,S.. Hyperinflation using pressure support ventilation improves secretion clearance and respiratory mechanics in ventilated patients with pulmonary infection: a randomised crossover trial. Aust J Physiother. 2009;55(4):249-54. MARTINEZ, FJ; ET AL. Respiratory Response during Arm Elevation in Isolated Diaphragm Weakness. Am J Respir Crit Care Med. 1999;160:480–6. MCCLELLAN. C.M; CRAMP, F; POWELL, J. randomised trial comparing the clinical effectivennes of diferente emrgency department healthcare professionals in soft tissue injury management. BMJ, Open 2012;2:e001092. doi:10.1136/bmjopen-2012-001092. MSKEOUGH, ZJ; ALISON, JA and BYE, PTB. Arm positioning alters lung volumes in subjects with COPD and healthy subjects. Australian Journal of Physiotherapy. 2003; 49:133-7. NASCIMENTO JP ET AL. Incentive spirometry for prevention of postoperative pulmonary complications in upper abdominal surgery. Cochrane Database of 20 Systematic Reviews 2014, Issue 10.1002/14651858.CD006058.pub3 2. Art. No.: CD006058. DOI: NAUE, W.S; ET AL. Compressão torácica com incremento da pressão em ventilação com pressão de suporte: efeitos na remoção de secreções, hemodinâmica e mecânica pulmonar em pacientes em ventilação mecânica. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 2014;10(1):55-60. NEHME, Z ET AL. AVOIDInvestigators. Effect of supplemental oxygen exposure on myocardial injury in ST-elevation myocardial infarction. Heart. 2016 Mar;102(6):444-51. doi: 10.1136/heartjnl-2015-308636. OGAWA, K; ET AL. Intervenção Fisioterapêutica nas Emergências Cardiorrespiratórias. O mundo saúde. São Paulo: 2009;33(4): 457-466. PESARO, AEP; ET AL. Mechanical Ventilation and Clinical Outcomes in Patients with Acute Myocardial Infarction: A Retrospective Observational Study. PLoS ONE, 2016 11(3): e0151302. doi:10.1371/journal.pone.0151302. PIEGAS, LS ET AL. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arq. Bras. Cardiol. [Internet]. 2015 Aug [cited 2016 May 26] ; 105( 2 Suppl 1 ): 1-121. PIPER, A.J; MORAN, F.M. Non-invasive ventilation ant the physiotherapist: Current state and future trends. Physical Therapy Reviews 2006; 11: 37–43 REEVE, C.J; PHYS, G.D. A. A survey of physiotherapy on-call and emergency duty services in New Zealand. New Zealand Journal of Physiotherapy 31(2): 75-83. SHAWNA, L.S ET AL. AARC clinical practice guidiline: Effectiveness of nonpharmacologic airway clearance therapies in hospitalized patients. Respir Care 2013;58(12):2187–2193. SIDHU, U.S; BEHERA, D. Non invasive ventilation in COPD. Indian J Chest Dis Allied Sci 2000; 42:105-114. SOUZA, C. ET AL. Classificação de risco em pronto socorro: Concordância entre um protocolo institucional Brasileiro e Machester. Ver. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 19, nº 01, p 26-33, Feb. 2011. STUB, D ET AL. AVOIDInvestigators. Air Versus Oxygen in ST-SegmentElevation Myocardial Infarction. Circulation. 2015 Jun 16;131(24):2143-50. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.114.014494. VITAL, F.M.R, LADEIRA M.T, ATALLAH, ÁN. Non-invasive positive pressure ventilation (CPAP or bilevel NPPV) for cardiogenic pulmonary oedema. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 5. Art. No.: CD005351. DOI:10.1002/14651858.CD005351.pub3. 21