INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA GIOVANNA TEREZA RAPOSO NANI PEREIRA CONHECIMENTO SOBRE MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA TERESINA-PI 2017 GIOVANNA TEREZA RAPOSO NANI PEREIRA CONHECIMENTO SOBRE MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro servindo como um de Terapia dos Intensiva, requisitos para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Mestre Janderson da Silva Soares Co-Orientadora: Prof. Mestra Campelo TERESINA-PI 2017 Sônia Mª Araújo PREVENÇÃO DA PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro servindo como um de Terapia dos Intensiva, requisitos para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Mestre Janderson da Silva Soares Co-Orientadora: Prof. Mestra Campelo Aprovada em Sônia Mª Araújo . BANCA EXAMINADORA Prof.º Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Presidente (Orientador) Prof.º Dr. Douglas Ferrari Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinador Prof.º Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinador NOME. Prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica: uma revisão integrativa. 2016. 45fs. Monografia (Curso de MESTRADO DA SOBRATI, Teresina, 2017. RESUMO Introdução: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente no ambiente de terapia intensiva, elevando a mortalidade, o tempo de internação e os custos hospitalares. A implementação de medidas especificas para a prevenção da PAVM é baseada em diretrizes para a prática clínica, elaborada por órgãos governamentais e associações de especialistas. Objetivo: Investigar nas bases de dados virtuais cientificas de 2003 a 2013 artigos relacionados ao conhecimento sobre as práticas de prevenção da PAVM. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, onde através dos critérios de inclusão da pesquisa, apresentou uma amostra de 13 artigos. Resultados: Após avaliação dos artigos observou-se que dentre as temáticas abordadas nos artigos destacou-se duas categorias: os protocolos ou medidas de prevenção da PAVM e o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a prevenção da PAVM. Conclusão: Aponta-se a recomendação de que as UTI que apresentem índices elevados de PAVM avaliem a viabilidade de se difundir as medidas preventivas e aplicação do protocolo de prevenção da PAVM, que irá checar e medir a adesão e os resultados do controle desta patologia nas unidades e também a necessidade de um aprofundamento por parte dos profissionais de saúde em especial dos enfermeiros de terapia intensiva sobre as medidas de prevenção da PAVM baseadas em evidencias cientificas para que assim diminua a incidência dessa infecção nas UTI agregados em um cuidado holístico e proposta através de protocolos. Palavras chaves: pneumonia; ventilação mecânica ;prevenção; Unidade de Terapia intensiva. ABSTRACT LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS BVS Biblioteca Virtual em Saúde CDC Center for Disease Control and Prevention UTI Unidade de terapia Intensiva IH Infecção Hospitalar IHI Institute for Healthcare Improvement PAH Pneumonia Adquirida no Hospital PN Pneumonia Nosocomial PAV Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica PAVM Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica FIO2 Fração Inspirada de Oxigênio PEEP Pressão Positiva Expiratória SUMÁRIO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................. 1.2 Questão Norteadora.............................................................................. 1.3 Objetivo ................................................................................................. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 2.1 Unidades de Terapia Intensiva ............................................................. 2.2 Infecção Hospitalar e pneumonia nosocomial ....................................... 2.3 Ventilação Mecânica ............................................................................. 2.4 Pneumonia Associada à Ventilação mecânica ..................................... 2.5 Fatores de riscos.................................................................................... 2.6. Epidemiologia ...................................................................................... 2.7. Prevenção................................................................................................ 3. METODOLOGIA ..................................................................................... 4. RESULTADOS ........................................................................................ 5.ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... REFERÊNCIA ......................................................................................... 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente hospitalar altamente especializado para onde são encaminhados os pacientes em condições criticas de saúde e risco eminente de vida. Neste sentido, necessitam da assistência continua de uma equipe treinada e capacitada para atender as mais diversas complexidades, mantendo vigilância constante, evitando os eventos adversos e beneficiando o paciente com o melhor atendimento. Os pacientes de alta complexidade que são encaminhados à UTI, podem ser submetidos a procedimentos invasivos, pois podem estar hemodinamicamente instáveis, precisando de monitorização por 24 horas, além da utilização de todo aparato tecnológico e capacitação profissional especializada (SILVA, H.G., 2010). Os pacientes mais graves da terapia intensiva são submetidos a diversos procedimentos invasivos como: cateteres venosos profundo, cateteres arteriais, sondas vesicais de demora, suporte ventilatório entre outros. Com o objetivo de monitorar e acompanhar o paciente de forma mais eficiente e segura. No entanto estes procedimentos citados anteriormente podem ser prejudiciais, pois dependendo do paciente e da sua hemodinâmica, os dispositivos utilizados para monitorar podem favorecer a proliferação de microorganismos patogênicos, agravando ainda mais o estado clínico do doente. As infecções hospitalares (IH), ou nosocomial, nesta situação estão caracterizadas como evento adverso (SILVA, H.G., 2010). De acordo com dados do Center for Desease Control and Prevention (CDC), a pneumonia é a segunda IH mais comum nos EUA, representando 15% de todas elas, e 27% das infecções adquiridas nas UTIs. A taxa de letalidade por pneumonia hospitalar é de 20% a 33%, sendo que alguns mostraram ate 60% (TABLAN OC et al, 2003. A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por diversos microorganismos, incluindo bactérias, micobactérias, clamídias, micoplasmas, fungos, parasitas e vírus. De modo indistinto, a pneumonia é um distúrbio que acontece em pacientes internados e ambulatoriais, gerando custos para seu tratamento (BRUNNER & SUDDARTH, 2009). Vários sistemas são empregados para classificar as pneumonias, mas classicamente tem sido categorizada em quatro tipos: bacteriana ou típica, atípica, anaeróbica/cavitária e oportunista. Um esquema de classificação mais amplamente utilizado categoriza as principais pneumonias como pneumonia adquirida na comunidade (PAC), PAH ou nosocomial, pneumonia no hospedeiro imunocomprometido e pneumonia por broncoaspiração (BRUNNER & SUDDARTH, 2009). Entre outros procedimentos invasivos importantes para assegurar a estabilidade hemodinâmica do paciente encontra-se o uso do suporte ventilatório. Apesar de salvar muitas vidas, a aplicação de uma pressão positiva nos pulmões, através de uma prótese colocada nas vias aéreas, pode gerar uma série de efeitos adversos. São bem reconhecidas: a instabilidade hemodinâmica, principalmente nos pacientes hipovolêmicos; a maior freqüência de infecções respiratórias, devido à redução dos mecanismos de defesa locais pela presença do tubo; e, mais recentemente, a lesão induzida pela ventilação mecânica, que está associada às altas pressões alveolares que são atingidas em algumas unidades decorrentes de um pulmão doente, bastante heterogêneo (CARLOS, 2006). Nesse contexto, a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente no ambiente de terapia intensiva, elevando a mortalidade, o tempo de internação e os custos hospitalares (KOENING, S; TRUWIT, J.D., 2010; ANVISA 2009). A implementação de medidas especificas para a prevenção da pneumonia associada à ventilação (PAV) é baseada em diretrizes para a prática clínica, elaborada por órgãos governamentais e associações de especialistas. Algumas estratégias são recomendadas e aplicadas na pratica clínica para prevenir esta infecção, como, por exemplo, o uso de protocolos de sedação mais adequados com pacientes mais interativos, a interrupção diária da sedação, a manutenção de posição semirrecumbente (30 a 45 graus) e a higiene bucal. Nesse sentido, é importante destacar a necessidade de atualização permanente dos profissionais de saúde (HUTCHINS et al. 2009). Diante desse panorama, é fundamental que ações de prevenção da PAV sejam prioritárias nas instituições de saúde, afim de promover segurança aos pacientes que necessitam de assistência ventilatória invasiva durante sua internação em UTI.(SILVA, et al.2014) Diante desse contexto considera-se esta pesquisa de suma importância no que se refere à prevenção da PAVM, que tantos danos financeiros e morais trazem ao paciente e ao Sistema de saúde. É importante também, no sentido de que ao identificar como estes pacientes estão sendo cuidados e como podemos montar estratégias para melhoraria da qualidade da assistência. Assim, espera-se que os resultados deste estudo possa subsidiar aos profissionais de saúde uma assistência de qualidade a pacientes que necessitam de ventilação mecânica e com isso prevenir infecções respiratórias, principalmente as pneumonias que são muitas vezes decorrentes dessa terapêutica. 1.1 QUESTÃO NORTEADORA O conhecimento dos profissionais de saúde em relação à prevenção e medidas de controle da PAVM. 1.2 OBJETIVO -Investigar nos bancos de dados científicos virtuais de 2003 a 2013 sobre o conhecimento dos profissionais de saúde em relação as medidas de prevenção e controle da PAVM. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Unidade de Terapia Intensiva As UTIs são historicamente consideradas como um setor hospitalar onde permanecem internados pacientes graves, com ou sem instabilidade hemodinâmica, que necessitam de assistência à saúde ininterrupta nas 24h por uma equipe variada de profissionais de saúde onde, em função do estado deles, estão propensos a incorporar rapidamente tecnologias, especialmente, relacionadas a equipamentos e medicamentos, necessários e importantes para o desenvolvimento do seu trabalho (CAMPOS; MELO 2011). A terapia intensiva surgiu a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado critico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante, centralizando os pacientes em um núcleo especializado. A UTI dispõe de assistência médica e de enfermagem especializada, cujos profissionais são chamados de intensivistas (CHEREGATTI; ALLINE LAURENTE, 2010). Portanto, é uma luta incansável a busca pela manutenção da vida dos pacientes críticos que necessitam de monitorização e suporte contínuo para preservação de suas funções vitais, na qual a maioria absoluta deles é submetida a procedimentos invasivos, tais como tubo orotraqueal, traqueostomia e ventilação mecânica, que prejudicam os mecanismos de defesa do trato respiratório, tendo como conseqüências as infeções hospitalares (GRAP et al. 2005). 2.2 Infecção Hospitalar e pneumonia nosocomial A IH, institucional ou nosocomial, segundo o Ministério da Saúde (MS) é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifeste durante sua permanência no hospital ou mesmo após a alta, uma vez que possa ser relacionada com a hospitalização (BRASIL, 1998). Sendo a mais comum a pneumonia adquirida no hospital (PAH) que é aquela que ocorre após 48 h da admissão hospitalar, geralmente tratada na unidade de internação (enfermaria/apartamento), não se relacionando à intubação endotraqueal e Ventilação Mecânica; podendo, entretanto, ser encaminhada para tratamento em UTI, quando se apresenta ou evolui de forma grave. Dentro deste conceito, deve ser considerado o tempo de incubação médio característico de cada germe (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2007). Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2007 devido a implicações etiológicas, terapêuticas e prognósticas, a PAH tem sido classificada quanto ao tempo decorrido desde a admissão até o seu aparecimento. A PAH precoce é a que ocorre até o quarto dia de internação, sendo considerada tardia a que se inicia após cinco dias da hospitalização. As IH preveníveis, em geral, estão relacionadas ao uso de equipamentos e/ou procedimentos específicos, apresentando, em sua origem, algum evento possivelmente alterável. Logo, atribui-se a falhas nos cuidados dispensados ao paciente, sendo freqüentemente causadas por microorganismos adquiridos no hospital. Tem-se como exemplo de infecção hospitalar a pneumonia nosocomial (CAVALCANTE et al, 2000). A PAH ocorre quando existe pelo menos uma das três seguintes condições: as defesas do hospedeiro estão comprometidas, um inóculo de organismos alcança o trato respiratório inferior e supera as defesas do hospedeiro, ou um organismo altamente virulento está presente (BRUNNER & SUDDARTH, 2009). Além dessas condições citadas há outros fatores de risco responsáveis para o desenvolvimento de pneumonias nosocomiais, são estes: idade acima de 70 anos, desnutrição, doenças de base, depressão do nível de consciência, doenças pulmonares e cardiológicas, uso de sondas ou de cânula nasogástrica, suporte nutricional enteral, posição do paciente e a elevação insuficiente da cabeceira, suporte ventilatório, intubação (presença do tubo orotraqueal) ou reintubação orotraqueal, traqueostomia, macro ou microaspiração de secreção traqueobrônquica, uso prévio de antimicrobianos, broncoscopia e broncoaspiração de microorganismos da orofaringe (AMARAL, 2009). 2.3 Ventilação mecânica Alguns procedimentos invasivos importantes para assegurar a estabilidade hemodinâmica do paciente, como a ventilação mecânica (VM), que apesar de trazer a garantia da respiração para o paciente, tem relação direta com os altos índices de pneumonias nas UTI (TABLAN et al. 2003). A VM se dá com a inserção de um tubo endotraqueal que é inserido pela boca ou nariz do paciente até a traquéia a fim de fornecer um via área permeável para pacientes que por si próprios não conseguem manter uma via aérea adequada. Os exemplos incluem os pacientes com dificuldade respiratória, pacientes comatosos, pacientes submetidos à anestesia geral ou pacientes com edema extenso das vias aéreas superiores (TIMBY, 2005). 2.4 Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) A PAVM é um processo infeccioso do parênquima pulmonar que acomete pacientes submetidos à intubação endotraqueal e VM por mais de 48-72h e para as quais a infecção não foi o motivo para iniciar a ventilação. De modo similar, a PAVM também é classificada em precoce e tardia. A PAVM precoce é a que ocorre até o quarto dia de intubação e início da VM, sendo a PAVM tardia a que se inicia após o quinto dia da intubação e VM (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2007; MENDONÇA, 2009). É a infecção nosocomial mais comum no ambiente de cuidados intensivos. Tem prevalência variável, com taxas desde 6 até 50 casos por 100 admissões na UTI( American Thoracic Society., 2005, RELLO; DIAS , 2003). A pneumonia associada à intubação endotraqueal e a VM ocorre em cerca de 10 a 25% dos pacientes que necessitam de suporte ventilatório mecânico invasivo por mais de 24 horas, com sua taxa de prevalência densa variando de 9 a 15 casos por 1.000 dias de ventilação mecânica. As taxas de mortalidade associada à PAVM variam de acordo com os critérios utilizados para seu diagnóstico: menores, se utilizados somente critérios clínicos, como presença de secreção purulenta, febre ou hipotermia, leucocitose ou leucopenia e infiltrado radiológico novo ou progressivo; e progressivamente maiores se associados critérios microbiológicos, como cultura de lavado broncoalveolar quantitativo positivo e deterioração da troca gasosa com necessidade de aumento da fração inspirada de oxigênio (FIO2) e níveis de pressão positiva expiratória (PEEP) (KLOMPAS et al. 2012; TORRES; BASSI; FERRER, 2012). O diagnóstico de PAVM à beira do leito leva em consideração uma combinação de achados clínicos, radiológicos e laboratoriais. Dados microbiológicos são utilizados como uma tentativa de refinar a acurácia diagnóstica, dada a baixa especificidade dos critérios clínicos isoladamente. Esses critérios incluem: presença de infiltrado persistente novo ou progressivo ou consolidação ou cavitação; E pelo menos dois desses critérios: febre (temperatura axilar acima de 38°C), sem outra causa OU leucopenia (<4.000 cel/mm3) ou leucocitose (>12.000 cel/mm3) OU surgimento de secreção purulenta ou mudança das características da secreção OU aumento da secreção (DALMORA et al.2013). 2.5 Fatores de riscos Conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2007) há alguns fatores de risco específicos que predispõem ao desenvolvimento de PAVM, como o uso prévio de antimicrobianos, antiácidos, bloqueadores de receptores H2, necessidade de reintubação, posição supina, uso de cânula nasogástrica, presença de traqueostomia e transporte dentro do hospital. Os fatores de risco podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Os não modificáveis são: idade, escore de gravidade quando da entrada do paciente na UTI e presença de comorbidades. Os fatores modificáveis estão relacionados à microbiota da própria UTI, justificando a importância de conhecer os agentes mais frequentes em cada local específico (CARVALHO, 2006). Ainda podem ser considerados fatores importantes a presença de comprometimento funcional (hipoxemia, com piora da relação pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio - PO2/FiO2), o aumento de biomarcadores, confusão mental ou surgimento de sepse grave/choque séptico. (DALMORA , 2013). 2.6- Epidemiologia As PN são desenvolvidas em ambiente hospitalar e não estão presentes, ou incubadas, no paciente no momento do seu internamento. Por ser uma das principais causas de morbimortalidade em indivíduos internados, e ainda impor altos custos à população, na medida em que aumenta a demanda terapêutica e tempo de permanência hospitalar, tem sido reconhecida como importante problema de saúde pública no mundo (LISBOA et al. 2007) Os organismos comuns responsáveis pela PAH incluem patogenos como espécies de Enterobacter, Escherichia coli, H. influenzae, espécies de Klebsiela, Proteus, Serratia marcesces, P. aeruginosa, Staphilacocus aureus e S. pneumoniae. Alguns fatores de riscos para a infecção são compartilhados e outros são próprios para organismos específicos; no entanto muitos pacientes com PAH são colonizados com múltiplos organismos (BRUNNER & SUDDARTH, 2009). Na dependência da doença de base e do agente causal, pode atingir 25 a 50% dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica, a despeito dos avanços na terapia antimicrobiana, da melhoria dos cuidados de suporte e das medidas de diagnóstico e de prevenção (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 2007). Vários estudos demonstram que a incidência dessa infecção aumenta com a duração da ventilação mecânica e apontam taxas de ataque de aproximadamente 3% por dia durante os primeiros 5 dias de ventilação.O desenvolvimento de pneumonia nosocomial e no ambiente de cuidados intensivos, especificamente da PAVM, tem morbidade significativa associada, prolongando o tempo de ventilação mecânica, bem como o tempo de permanência na UTI, com todos os custos associados a esse prolongamento(RELLO; DIAZ, 2003; RELLO . et al. 2002; BEKAERT et al 2011). Existem poucos estudos acerca da epidemiologia das PAVM no Brasil. Em estudos conduzidos em 99 hospitais do Brasil, as pneumonias foram responsáveis por 28,9% de todas as infecções nosocomias e, destas, 50% estavam relacionadas à ventilação mecânica. Assim é difícil definir a exata incidência da PAVM, devido à superposição com outras infecções do trato respiratório inferior, como traqueobronquites em pacientes ventilados (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 2007). 2.7 Prevenção da PAVM O cuidado com o paciente em ventilação mecânica é foco prioritário por se tratar de uma população com altos índices de morbimortalidade. Nesta perspectiva, foi criado pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) o Bundle de Ventilação onde são instituídas medidas para a prevenção da PAV baseados em evidências científicas (INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). Os pacientes ventilados mecanicamente apresentam altos riscos para sérias complicações como: PAV, trombose venosa profunda (TVP) e sangramentos gastrintestinais induzidos por estresse. Foi considerado que um pequeno conjunto de intervenções preventivas, baseadas em evidências para pacientes em ventilação mecânica, reduziu a PAV. Uma revisão feita pelo IHI identificou cinco elementos de cuidado para prevenir esses eventos em pacientes ventilados que são sustentados por ensaios clínicos nível 1 de evidência, são eles: elevação da cabeceira do leito entre 30º e 45º; interrupção diária da sedação e avaliação diária da possibilidade de extubação; higiene oral com clorexidina a 0,12%; implementação da profilaxia da úlcera péptica; e, implementação da profilaxia da trombose venosa profunda (INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). A seleção de intervenções para um programa de prevenção da PAVM depende da avaliação dos pacientes, dos recursos disponíveis e da habilidade da equipe de saúde de agir em concordância com o programa, para prevenir a ocorrência de colonização do trato aerodigestivo e a aspiração de secreções contaminadas para as vias aéreas superiores, que são os dois fatores principais para a patogenese da PAVM (BRASIL, 1999; GUIMARÃES; ROCCO, 2006). 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de pesquisa Trata-se de uma revisão integrativa sobre o conhecimento e prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica , visto que ela possibilita sumarizar as pesquisas já concluídas e obter conclusões a partir de um tema de interesse. Uma revisão integrativa bem realizada exige os mesmos padrões de rigor, clareza e replicação utilizada nos estudos primários conforme a definição de Beyea (1998). A revisão integrativa da literatura permite que pesquisas anteriores sejam sumarizadas e conclusões estabelecidas a partir do delineamento das pesquisas avaliadas, possibilitando a síntese e análise do conhecimento científico acerca do tema investigado. Assim, seguimos as etapas: identificação do problema, seleção da amostra, definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, análise, apresentação e discussão dos resultados, bem como apresentação da revisão (BROOME, 2000; WHITTEMORE, KNAFL, 2005). De acordo com Lakatos e Marconi (2010), pesquisa bibliográfica ou de fontes secundária é aquela desenvolvida com base em materiais já publicados em livros, revistas, redes eletrônicas, e que estão acessíveis à população em geral. Para Gil (2009), a pesquisa bibliográfica é aquela desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. 3.2 Descritores A busca dos descritores se deu através da consulta a base de dados Descritores em Ciências da Saúde (Decs) e foram selecionados os seguintes descritores: Pneumonia, Ventilação Mecânica; Prevenção; UTI. 3.3 Busca eletrônica A busca dos artigos utilizados no presente estudo se deu por meio da base eletrônica BIREME ou Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com artigos indexados em bases de dados Scielo (Scientific Eletronic Library online) o u BNDF e foi realizada de 10 a 18 de novembro de 2016. O levantamento foi feito a partir dos descritores para selecionar os artigos que respondessem ao objetivo.A busca foi feita a fim de selecionar e filtrar artigos que interessassem a pesquisa. As buscas nas bases de dados eletrônicas proporcionaram a obtenção de 2.726 publicações relacionadas com os descritores Pneumonia, Ventilação Mecânica, quando selecionado texto completo reduziu para 1.052 publicações, e por fim escolhendo idioma português surgiram 138, dos quais 91 estavam disponíveis. Desses, 28 publicações se relacionavam a temática escolhida. Porém, como o foco da pesquisa é prevenção da PAVM utilizaram-se outros descritores mais específicos na BVS: pneumonia, ventilação mecânica e prevenção. Dessa busca encontrou-se 17 artigos, sendo 4 repetidos. Desse modo restaram apenas 13 publicações como amostra desse estudo por estar inserido na limitação temporal de 2003 a 2013, adequar-se aos critérios de inclusão e responder a questão norteadora. 3.4 Critérios de inclusão e exclusão Foram incluídos na pesquisa artigos encontrados na Bireme ou BVS, indexados nas bases Lilacs ou BNDEF e Scielo, disponíveis em texto completo, idioma em português, nos anos de 2003 a 2013, incluídos na temática e respondendo o objetivo do estudo. Os artigos que não se relacionavam à temática, bem como os que se apresentavam em outro idioma e fora do limite de tempo traçado ficaram fora da pesquisa. 4. ANÁLISE DOS DADOS Para análise dos dados, foram montados uma caracterização dos artigos com tabelas explicativas e discussões das categorias selecionadas de acordo com os artigos agregados ao objetivo do estudo. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS A seleção dos estudos foi realizada mediante a leitura criteriosa do título e resumo, a fim de verificar a adequação com a questão norteadora. Na seqüência foram delimitadas as variáveis para análise, como: ano de publicação, metodologia abordada, o cenário dos estudos, bem como o enfoque temático para análise e discussão dos dados. Dessa forma foram definidas as seguintes categorias: Categoria I-Protocolos ou medidas de prevenção das PAVM e Categoria II-O Conhecimento dos profissionais de saúde sobre a prevenção da PAVM. Os anos de 2010 e 2012 aparecem como os de maior produção, considerando-se que 07 artigos foram publicados nesse período. Por outro lado, evidenciou-se que os anos de 2003, 2004, 2005, 2007 e 2009 não houve produções com a temática em questão; os anos de 2008 e 2011 retrataram o menor número de produções sobre a problemática com apenas 02 produções. Nos anos de 2006 e 2012 teve 02 publicações cada um, somando 13 no total. No que concerne a categoria profissional dos autores, destaca-se, autoria de Enfermeiros na quase totalidade dos artigos com 10 publicações e de médicos com 3 publicações. Dos 13 artigos selecionados para compor este trabalho, 03 foram encontrados na base de dados MEDLINE, 05 na base de dados da BDENFenfermagem (BRASIL) e 05 na base de dados do LILACS. As revistas que se destacam com produções científicas foram: a Revista de Enfermagem UFPE com 02 publicações, e a Revista Brasileira de Terapia Intensiva com 02 publicações. As outras 09 revistas apresentaram apenas 01 publicação cada. Em relação às abordagens metodológicas utilizadas nas 13 produções científicas, prevaleceu a pesquisa quantitativa, com um total de 5 dos artigos que se utilizaram desse tipo de abordagem. Quanto às demais, 3 foram qualitativa, ao passo que 2 eram quanti-qualitativa e 2 não apresentavam informação esclarecedora.Oito dos artigos determinados pelos parâmetros escolhidos se adequaram a categoria I- A colaboração dos mesmos será mostrada nos tabelas a seguir: TABELA 1 – Protocolos ou medidas de prevenção da PAVM Título do artigo Autores Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica: Análise de Fatores epidemioló gicos na Confecção de estratégias de Profilaxia e Terapeutica Protocolo de enfermage m na prevenção da pneumonia associada ao ventilador: Comparaçã o de efeitos Avaliação das medidas de prevenção e controle de pneumonia associada à ventilação mecânica Edgard do Carmo Neto, Paulo Cesar de Souza, Frederico Azevedo, Marcelo Elísio Lugarinho . Hamanda Garcia da Silva Leandra Terezinha Roncolato da Silva , Ana Maria Laus, Silvia Rita Marin da Silva Canin, Miyeko Hayashid a Periódico (vol,.nº,.pá g,.ano) Rev. Bras. Ter. Intensiva. vol. 18 Nº 4, 2006 Revista 2010 Rev. Latino-Am. Enfermage m nov.-dez. 2011;19(6) Objetivos Resultados O objetivo deste estudo foi definir três aspectos: mortalidade e incidência de PAVM antes e após a implantação de protocolo para profilaxia de pneumonia (primários); mapeamento microbiológico (secundário) como instrumento de otimização terapêutica. A incidência de PAVM mostrou tendência à redução considerável após a implantação do protocolo de profilaxia, porém os resultados sugerem não haver impacto na mortalidade, sendo necessário estudo prospectivo de maior amostra para conclusões definitivas. Testar os efeitos da aplicação de um protocolo com intervenção de enfermagem aos clientes ventilados mecanicamente, em resposta a implantação da sistematização de prevenção da PAVM. A intervenção do enfermeiro realizada diretamente na assistência ao paciente e na educação da equipe de enfermagem contribui para prevenir que os pacientes ventilados mecanicamente desenvolvessem a PAVM o que demonstra a efetividade da sua utilização. Objetivou-se avaliar a qualidade da assistência à saúde prestada em uma unidade de terapia intensiva, quanto ao uso das medidas de prevenção e controle de pneumonia em pacientes de alto risco, submetidos à ventilação mecânica. Conclui-se que, embora essas práticas avaliadas estejam instituídas na unidade, há necessidade de avaliações sistemáticas das intervenções para que outras estratégias educativas sejam discutidas e implementadas pela equipe de saúde. Bundle de prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica: uma construção COLETIVA Impacto da aspiração supra-cuff na prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica Sabrina Guterres da Silva1, Eliane Regina Pereira do Nascimen to, Raquel Kuerten de Salles Carolina Ramos de Souza, Vivian Taciana Simioni Santana. Texto Contexto Enferm, Florianópoli s, 2012 Out-Dez; 21(4): 83744. Higiene bucal com clorexidina na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica Higiene bucal: prática relevante na prevenção de pneumonia hospitalar em pacientes em estado crítico Carolina Contador Beraldo, Denise de Andrade J Bras Pneumol. 2008;34(9): 707-714 Isa Rodrigues da Silveira1, Flávia de Oliveira Motta Maia, Juliana Rizzo Gnatta, Rúbia Aparecida Lacerda Sousa Brito Acta Paul Enferm 2010;23(5): 697-700 Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(4):40406 Objetivou a construção coletiva de um bundle de prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica, por profissionais de enfermagem e fisioterapia da Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público de Santa Catarina. O objetivo desta revisão foi verificar, na literatura, a importância da utilização da aspiração com dispositivo supra-cuff em pacientes críticos submetidos à intubação orotraqueal ou traqueostomia na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica.. O objetivo dessa revisão foi analisar criticamente as evidências disponíveis sobre o uso tópico de clorexidina na higiene bucal de pacientes adultos, hospitalizados em UTI, na prevenção da PAVM Acredita-se que a implementação dessas recomendações possa auxiliar a prática assistencial, contribuindo para redução das taxas de pneumonia associada à ventilação mecânica. Este artigo objetivou atualizar o conhecimento a respeito dos aspectos microbiológicos da cavidade oral e sua relação com a higiene bucal na prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica A revisão das práticas preventivas é essencial para a redução de pneumonias em pacientes em estado crítico, assim a higiene bucal com antisséptico, bem como a remoção da placa dental assume um importante papel ao reduzir a carga microbiana. Conclui-se que as cânulas com dispositivo de aspiração supracuff permitem a aspiração das secreções subglóticas, proporcionando benefícios aos pacientes críticos, uma vez que reduzem-se a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica e , conseqüentemente, os custos hospitalares. Conclui-se que o uso tópico de clorexidina na higiene bucal de pacientes sob ventilação mecânica parece diminuir a colonização da cavidade bucal, podendo reduzir a incidência da PAVM. Avaliação Alessandr Rev Min O objetivo com este da a Enferm. trabalho foi avaliar os Implementa Figueired 2013 procedimentos de higiene ção de o de jan/DOI: bucal na prevenção da novo Souza, 10.5935/14 PAVM. Foram avaliados Protocolo Aneliza 15os dados secundários da de Higiene Ceccon 2762.20130 comissão de controle de Bucal em Guimarãe 015 mar; infecção hospitalar entre um Centro s, 17(1): 177- 2008 e 2011, de Terapia Efigênia 184 apresentados por Intensiva Ferreira e frequência de ocorrência, para Ferreira. bem como a percepção Prevenção dos profissionais de de saúde na UTI sobre a Pneumonia implantação do protocolo Associada de higiene bucal à Ventilação Mecânica FONTE:BVS OU BIREME DE 2003 A 2013 Neste estudo, mostrou-se que a implantação de um novo protocolo de higiene bucal incorporado às medidas preconizadas pelo bundle de prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica teve um impacto importante e direto na redução dos índices Cinco dos artigos determinados pelos parâmetros escolhidos se adequaram a categoria II. A colaboração dos mesmos será mostrada nos tabelas a seguir: TABELA 2 - Conhecimento dos Profissionais de Saúde sobre a prevenção da PAVM. Artigos Autores Periódico (vol,.nº,.pág,.ano) Objetivos Resultados Prevenindo pneumonia nosocomial: cuidados da equipe de saúde ao paciente em ventilação mecânica invasiva Izaura Luzia Silvério FreireI, Glaucea Maciel de FariasII, Cristiane da Silva Ramos Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2006;8(3):377-97 O objetivo de identificar os cuidados prestados pelos profissionais e a associação entre a VM e o aparecimento de pneumonia. Esse estudo possibilitou identificar a incidência da VM e da PAVM e observar procedimentos realizados pela equipe de enfermagem, médica e de fisioterapia relacionados ao paciente intubado em VM. Forneceram dados para identificarmos a existência da associação entre a VM e o aparecimento de pneumonias em pacientes que necessitam desse procedimento. . Conhecimento Carla Mônica Ciência & Saúde O objetivo desse Concluímos que, de dos profissionais de saúde na Unidade de Terapia Intensiva sobre prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica Eficácia de Estratégias Educativas para Ações Preventivas da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica BUNDLE de Prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica: O que sabem os enfermeiros sobre o problema? Nunes Pombo, Paulo César de Almeida , Jorge Luiz Nobre Rodrigues Coletiva, 15(Supl. 1):1061-1072, 2010 estudo foi avaliar o conhecimento desses profissionais de saúde sobre a prevenção da PAVM em pacientes críticos internados nas UTI. maneira geral, independentemente da categoria profissional, o conhecimento,sobre a PAVM e fatores de risco a ela associada foi apenas regular e que a preparação dos profissionais estava abaixo do esperado, sendo em algumas situações bastante preocupante.. Fernanda Alves Ferreira Gonçalves, Virginia Visconde Brasil2 Ruth Minamisava, Carlos Roberto Caixeta, Lizete Malagoni de Almeida Cavalcante Oliveira, Jacqueline Andréia Bernardes Leão Cordeiro Esc Anna Nery (impr.)2012 out dez; 16 (4):802 – 808 Objetivou-se determinar a eficácia de estratégia educativa para melhorar o desempenho da equipe de enfermagem na realização de procedimentos preventivos da pneumonia associada à ventilação mecânica. Os resultados mostram que a intervenção educativa teve eficácia para a realização correta da montagem do VM com técnica asséptica, a higienização da língua e a manutenção da ordem correta tubonariz-boca durante o procedimento de higiene brônquica.. Andréia Macedo Gomes, Roberto Carlos Lyra da Silva Rev enferm UFPE on line. 2010 abr./jun.;4(2):60514 Avaliar o conhecimento dos enfermeiros de terapia intensiva sobre o Bundle de Ventilação; identificar que cuidados de Enfermagem são prestados pelos Enfermeiros na prevenção da PAV; correlacionar esses cuidados com aqueles recomendados pelo Bundle de ventilação. Constatou-se que os enfermeiros têm uma noção abrangente sobre alguns cuidados que contribuem na prevenção na PAV, porém não conhecem o Bundle de ventilação, tendo a necessidade de aprofundamento sobre esta prática. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar na Prevenção de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica Liane Lopes de Souza, Theo Duarte da Costa, Johny Carlos de Queiroz, Simone Maria Muniz da Silva Bezerra Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(11):6471-6, nov., 2013 Analisar as contribuições da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para a assistência de enfermagem na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar atua contribuindo para a prevenção e controle da pneumonia associada à ventilação mecânica pela equipe de enfermagem FONTE: Bireme ou BVS Com relação às temáticas focalizadas nestas produções, destacam-se os Protocolos ou medidas de prevenção da PAVM, com 05 artigos; Higiene Bucal na prevenção das PAVM com 03 artigos, sendo que como se trata de medidas para controle da infecção adéqua-se a tabela 1 e o Conhecimento dos Profissionais de Saúde sobre a prevenção da PAVM com 05 artigos descritos na tabela 2. Estas temáticas serão discutidas abaixo. 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 5.1 Categoria I- Protocolos ou medidas de prevenção da PAVM A pneumonia é a segunda principal infecção nosocomial em unidades de terapia intensiva, quando associada à ventilação mecânica, é a infecção que mais acomete os pacientes internados, sendo que sua incidência pode variar de 9 a 68%, dependendo do método diagnóstico utilizado e da população estudada (GUIMARÃES, ROCCO, 2006). Os fatores de risco para PAVM são diversos e podem variar dependendo do hospital, tipo de UTI e população estudada. Isso justifica a necessidade de vigilância local permanente e condutas específicas para prevenção e controle desses eventos adversos. (CARRILHO et al. 2006). Uma estratégia que tem sido adotada com sucesso para prevenção de PAV se refere à criação de protocolos dentro das UTIs, aplicados de forma multidisciplinar e auditados pelos Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (MENDONÇA, 2009). Em um dos estudos analisados, as medidas preventivas que compuseram o protocolo diário de prevenção de PAVM foram: elevação da cabeceira do paciente, a interrupção diária da sedação, a higiene oral com clorexidina, a mensuração diária do cuff do tubo orotraqueal, a checagem da sonda nasoenteral, profilaxia da trombose venosa profunda e profilaxia da ulcera gástrica, além disso a lavagem das mãos e aspiração endotraqueal com técnica asséptica também fazem parte das medidas de controle da PAVM (SILVA, 2010). O que se observa nesses protocolos de profilaxia é que muitos apresentam medidas preventivas em excesso, e que em muitas vezes não são aplicadas pelos profissionais de saúde de forma efetiva. Aplicar os protocolos na prática assistencial constitui-se um desafio. Estudos sugerem que esses sejam dinâmicos e implementados em conjunto com a equipe de saúde, para que haja motivação de todos os envolvidos, permitindo a avaliação contínua da assistência prestada e a criação de metas terapêuticas claras (SIMÃO et al. 2007; SCHWEITZER et al. 2011). Atualmente, têm sido bastante utilizados os Pacotes ou Bundles de Cuidados, os quais reúnem um pequeno grupo de intervenções que, quando implementadas em conjunto, resultam em melhorias substanciais na assistência em saúde. (INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). Nestes Bundles são instituídas medidas para a prevenção da PAV baseados em evidências científicas (INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). A implementação de tais medidas está relacionada à diminuição da incidência de PAV, sendo de grande relevância a implementação do Bundle de Ventilação durante a assistência de Enfermagem em unidades de terapia intensiva. Diferente dos protocolos convencionais, nos bundles nem todas as estratégias terapêuticas possíveis precisam estar inclusas, pois o objetivo desse modelo não é ser uma referência abrangente do arsenal terapêutico disponível, mas sim, ser um conjunto pequeno e simples de práticas baseadas em evidências que, quando executadas coletivamente melhoram os resultados para os pacientes. Destacam-se as seguintes medidas: Manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30º e 45º; Avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível; Profilaxia de Úlcera péptica; Profilaxia de Trombose Venosa Profunda; Higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral). Outras medidas que são indicadas na prevenção da PAV, porém não são baseadas em evidencias, mas merecem destaque são: Manter pressão do cuff entre 20-30 cm H2O, cuidados com aspiração de secreções e lavagens das mãos (INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). 5.1.1 DESCRIÇÃO DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS RECOMENDADAS PARA PREVENÇÃO DA PAVM - Elevação da cabeceira entre 30-45° A manutenção da cabeceira do leito elevada a 30-45° é uma das principais recomendações para evitar a broncoaspiração, principalmente nos pacientes que estiverem recebendo nutrição enteral. Essa medida, além de prevenir a broncoaspiração e, consequentemente a PAV, contribui para uma melhoria no volume corrente ventilatório, diminuindo inclusive os casos de atelectasia (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2007; INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010; TABLAN et al. 2003). Segundo o INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010 alguns estudos revelam que a manutenção da cabeceira elevada encontra algumas resistências na prática assistencial, com justificativas de que o paciente escorrega na cama o que leva ao risco de lesões naqueles com comprometimento da integridade da pele e, ainda, a possibilidade do paciente sentir- se desconfortável nessa posição. Diante das recomendações descritas na literatura, no bundle ficou definida a manutenção da cabeceira elevada entre 30-45° em todos os pacientes em VM que não tiverem contra indicação para essa posição (SILVA SG, 2010). - Avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível Com a interrupção diária da sedação, o paciente tem a chance de começar a ventilar espontaneamente ate ser extubado precocemente, o que diminui o tempo de VM e, por conseguinte as chances de se adquirir a PAVM (SILVA, 2010). - Profilaxia de Ulcera péptica A Úlcera de estresse que ocorre em muitos pacientes ventilados mecanicamente dificulta o tratamento e extubação precoce, uma vez que as complicações oriundas de um possível sangramento gástrico incluem complicações clinicas para o paciente. A alcalinização gástrica além de prevenir a úlcera de estresse, também previne uma forte inflamação pulmonar, caso ocorra broncoaspiração do conteúdo gástrico. Utilizam-se normalmente antagonistas H2 e antiácidos para prevenção da ulcera de estresse. Estudos relatam que uma vez o conteúdo gástrico alcalinizado, aumenta a chance de crescimento bacteriano, o que por sua vez também aumentaria o risco de PAVM, caso o conteúdo gástrico fosse broncoaspirado (PRUITT, JACOBS, 2006). - Profilaxia de Trombose Venosa Profunda (TVP) A trombose venosa profunda que traz grandes riscos como, por exemplo, embolismo pulmonar, pode dificultar a extubação precoce do paciente e aumentar seu tempo de ventilação mecânica. Por isso, a profilaxia da TVP é indicada para todos os pacientes acamados, principalmente nos casos dos pacientes graves que estão em ventilação mecânica e sedados. Nestes casos a profilaxia da TVP com anticoagulação é indicada. A anticoagulação deve ser repensada nos casos de pacientes que tem risco de sangramento ou nos casos que a anticoagulação é contra indicativa. A utilização de métodos mecânicos para profilaxia da TVP também podem ser usados como, por exemplo, a compressão pneumática intermitente (PRUITT, JACOBS, 2006). - Higiene oral com clorexidina 0,12% A higienização adequada da cavidade oral do paciente submetido à VM é imprescindível, pois nesses casos há diminuição da produção salivar e impossibilidade de mastigação, favorecendo aparecimento de biofilme dental, que pode ser um importante reservatório para patógenos e que, se broncoaspirados, podem causar a PAV. Existem vários relatos e evidências que associam a colonização microbiana da orofaringe e da placa dental à PAVM (PINHEIRO, 2007; BERGMANS, 2001; INSTITUT FOR HEALTHCASE IMPROVEMENT, 2010). Estudos recomendam a utilização do antisséptico Gluconato de Clorexidina 0,12% na Higiene Oral de paciente em VM, devido seu potencial antibactericida contra organismos gram-positivos e gram-negativos, incluindo os resistentes. A solução de clorexidina reduz, na saliva, 80%-90% de microrganismos, além de inibir o crescimento de leveduras e bactérias entéricas (MUNRO, 2009; AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2005; FAVERO et al, 2004). Nos trabalhos analisados sobre a temática, demonstrou-se que a implantação do protocolo de higiene bucal, o bundle de prevenção de pneumonia, em momentos diferentes, pode potencializar a redução dos indicadores de PAVM, sendo, portanto, recomendado sua incorporação no bundle como uma das medidas preventivas e eficazes. 5.1.2 MEDIDAS ADICIONAIS DE PREVENÇÃO PAVM Pressão do cuff entre 20-30 cm H2O O paciente crítico, geralmente, está dependente da ventilação mecânica, a qual é possível por meio de próteses como o tubo orotraqueal e a cânula de traqueostomia. Ambas apresentam o cuff, balonete indicado para o vedamento das vias aéreas inferiores durante a ventilação mecânica. A manutenção da pressão adequada do cuff deve assegurar a vedação da traqueia para impedir microaspirações de secreções subglóticas para o trato respiratório inferior,as quais são potencialmente causadoras de PAV. Ao mesmo tempo, a pressão não deve ser elevada, a fim de evitar o comprometimento da perfusão traqueal, pois a hiperinsuflação pode ocasionar isquemia local, que pode evoluir com estenose, Fístulas e traqueomalácia (HIGGINS, MACLEAN, 1997; CARDEN et al. 2005; LIZY C et al. 2011). Em geral, é recomendada uma pressão de cuff que varia entre 20 a 30 cm H2O. Porém a manutenção desses níveis pressóricos é um desafio, pois muitos fatores influenciam na pressão, entre eles o posicionamento do paciente, aspiração de secreções, temperatura central e alguns agentes anestésicos (LIZY C et al 2011). Na publicação analisada sobre a temática conclui-se que as cânulas com dispositivo de aspiração supra-cuff permitem a aspiração das secreções subglóticas, proporcionando benefícios aos pacientes críticos, uma vez que se reduzem a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica e, conseqüentemente, os custos hospitalares, além de não haver relação com efeitos adversos em larga escala (SOUZA, SANTANA, 2012). - Cuidados com aspiração de secreções Quando um paciente é submetido à VM, esse é exposto a fatores de risco para adquirir uma infecção, pois perdem a barreira natural entre a orofaringe e a traquéia e, se sedados, ficam desprovidos do reflexo da tosse, acumulando secreções acima do cuff da cânula endotraqueal, o que propicia maior colonização da árvore traqueobrônquica, predispondo migração dessas secreções para as vias aéreas inferiores (MENEZES, 2009). A aspiração endotraqueal é um cuidado importante para diminuir o acúmulo dessas secreções, manter as vias aéreas pérvias e reduzir o risco de consolidação e atelectasia, que podem levar a uma ventilação inadequada. A remoção das secreções é imprescindível, mas deve ser realizada com critérios e guiada por cuidados específicos para que não traga prejuízos aos pacientes (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2007; TABLAN OC et al. 2003; MENEZES, 2009). Durante muitos anos, a aspiração traqueal foi realizada rotineiramente a cada 1-2 horas visando remover as secreções e prevenir oclusões do tubo endotraqueal. Contudo, em virtude dos riscos de contaminação, atualmente é recomendado à aspiração somente quando necessário (PEDERSEN et al. 2009). Higienização das mãos A higiene das mãos com técnica correta antes e depois de qualquer procedimento é uma medida universal para prevenção e controle da transmissão das infecções (SILVA, 2010). Assim, pode-se concluir que a PAVM pode e precisa ser prevenida através do uso diário de procedimentos adequados e a monitoração continua da adesão a boas práticas. Todas estas medidas se executadas com rigor, refletem diretamente em uma assistência de qualidade, o que implica também em estudos específicos, programas de controle de infecção hospitalar e de educação permanente para a equipe de enfermagem, em especial, bem como para toda a equipe envolvida na assistência aos pacientes em uso de VM na UTI. 5.2 Categoria II- Conhecimento dos Profissionais de Saúde sobre a prevenção da PAVM. Nos tempos atuais, os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam, incessantemente, a forma ideal de prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em UTIs, com preocupação crescente com os custos pessoais, sociais e econômicos envoltos nessa atividade. Esses profissionais formam uma equipe composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, auxiliares de enfermagem e serviços, que colaboram direta ou indiretamente, de acordo com as necessidades de cada unidade (ZEITOUN, 2001). A PAVM é responsável pelo alto índice de morbimortalidade dos pacientes internados em UTI e é um desafio para os que fazem intensivismo prevenir e controlar a doença (TEIXEIRA, 2004). Segundo Pombo et AL, 2010 avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde nas UTI sobre prevenção de PAVM não é tarefa fácil, devido a muitas variáveis que estão envolvidas no processo de entendimento e ensinamento. Alguns profissionais de saúde não recebem orientação, informação ou treinamento sobre a forma ideal de se prevenir a ocorrência da PAVM. Por isso, a constante busca do conhecimento para uma assistência com mais qualidade é de primordial importância. Observou-se em um dos estudos analisado que é extremamente expressiva a quantidade de profissionais de saúde que estão atuando nas UTI com total despreparo sobre a prevenção da PAVM. Na pesquisa aproximadamente 50% dos profissionais são qualificados e os outros 50% sem qualificação e\ou com nível baixíssimo de conhecimento sobre o assunto. Em todas as variáveis: definição, epidemiologia, etiologia, diagnóstico, fatores de risco, prevenção, tratamento e manutenção de materiais e equipamentos para prevenção da PAVM; houve associação, sendo que os auxiliares/ técnicos de enfermagem obtiveram os piores conceitos, enquanto que os médicos e os fisioterapeutas obtiveram os melhores resultados. O que reforça a necessidade urgente de educação permanente neste tema (POMBO et al. 2010). Ainda sobre esse estudo os profissionais de nível superior estão mais informados que os de nível médio, concluindo-se que esses últimos necessitam de bem mais atenção que os outros profissionais. A VM é um método bastante utilizado em UTI, sendo os profissionais de enfermagem os que estão presentes continuamente ao lado do paciente, caracterizando um cuidado intensivo, com vigilância e assistência garantindo a continuidade da terapia implementada. Desta forma, os cuidados, sobretudo os de prevenção das complicações, são de responsabilidade, em grande parte, da Enfermagem (NEPOMUCENO, 2007). O cuidado com o paciente em VM é foco prioritário por se tratar de uma população com altos índices de morbimortalidade. A implementação de medidas preventivas baseadas em evidencias cientificas está relacionada à diminuição da incidência de PAV, essas medidas mencionadas anteriormente são os Bundle de Ventilação, que são de grande relevância durante a assistência de enfermagem (GOMES, 2010). Em outra publicação os dados mostraram que entre os cuidados mais citados pelos enfermeiros e fisioterapeutas, o único com excelente nível de evidência, foi a manutenção da cabeceira elevada a 30°-45°. As outras medidas citadas foram: a realização da higiene oral com antisséptico; realização da troca de filtro bacteriológico periodicamente ou quando saturados e o controle da pressão do Cuff. Outro cuidado bastante citado foi o uso do sistema fechado de aspiração, contudo, não há recomendação de preferência entre o uso de sistema aberto ou fechado de aspiração na prevenção da pneumonia relacionada à assistência à saúde (ÍSOLA, 2009; TABLAN et al. 2003). Em relação à lavagem das mãos, poucos profissionais citaram realizar tal procedimento para prevenir a PAV. Tendo em vista a importância deste cuidado para prevenção de qualquer infecção, se torna um cuidado fundamental na prevenção da PAV, embora não seja recomendado pelo Bundle. Curioso perceber que somente a minoria dos enfermeiros entrevistados citou a lavagem das mãos, que compõe a precaução padrão que deverá ser utilizada na profilaxia de qualquer tipo de infecção, inclusive a pneumonia relacionada à assistência à saúde. A lavagem das mãos é, de fato, um procedimento importante na prevenção da PAV e que deve ser executado por toda a equipe de saúde. O fato de poucos enfermeiros terem citado a lavagem das mãos como um cuidado na prevenção da PAV, pode estar relacionado a pouca importância que esta prática tem para a maioria enfermeiros, não a relacionando com transmissão da PAV (TABLAN et al. 2003.) Segundo SANTOS, 2004 a lavagem das mãos é considerada a ação isolada mais importante no controle de infecções em serviços de saúde. Porém, a falta de adesão dos profissionais a esta prática é uma realidade em diversas partes do mundo, elevando a infecção hospitalar a números assustadores. Sobre a aspiração endotraqueal, embora não seja uma recomendação do Bundle de prevenção da PAV, é um procedimento que visa remover as secreções e manter as vias aéreas do paciente permeáveis e deve ser realizado seguindo técnicas assépticas o que requer um exaustivo treinamento da equipe de enfermagem. Nesse assunto uma parcela dos enfermeiros citou aspiração das vias aéreas superiores como forma de prevenir a PAV. Sendo que poucos ressaltaram a importância de se utilizar técnica estéril, embora nenhuma recomendação quanto ao uso de luvas estéreis ao realizar aspiração traqueal possa ser feita. Esperava-se que mais enfermeiros citassem a técnica de aspiração de vias aéreas como uma conduta de enfermagem para prevenir a PAV. Porém, esses resultados demonstram que poucos enfermeiros relacionam a técnica de aspirar vias aéreas com a prevenção da PAV (FONTANELA, RICAS, TURATO, 2008; TABLAN et al. 2003). Percebeu-se com isso, que a maioria dos enfermeiros que participou do estudo não conhece as melhores evidências científicas para a prevenção da PAVM, e recomendadas pelo Bundle de Ventilação. Em outro artigo analisado os resultados mostraram que a intervenção educativa teve eficácia para a realização correta da montagem da VM com técnica asséptica, a higienização da língua e a manutenção da ordem correta tubo-narizboca durante o procedimento de higiene brônquica (Gonçalves, et al. 2012). Em relação aos médicos, outro artigo analisado revelou que a maioria não usava todos os equipamentos de proteção Individual (EPIs) necessários para a intubação (luvas, máscaras, óculos de proteção e aventais), mas usavam estes separadamente. Foi identificado também o não uso dos EPIs por parte dos profissionais que faziam procedimento de aspiração nos pacientes (FREIRE, FARIAS, RAMOS, 2006). De acordo com Gomes, 2003 afirma que as luvas devem ser usadas para tocar sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, objetos contaminados, mucosas e pele não íntegra. As máscaras e óculos servem para proteger as mucosas quando houver riscos de respingos e o avental para prevenir a contaminação das roupas e proteger a pele de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções. Esses EPIs também devem ser usados para diminuir a transmissão de um paciente ou fonte para outro paciente. Conclui-se que os artigos analisados anteriormente possibilitaram identificar a incidência da VM e da PAVM e observar os procedimentos realizados pelas equipes de enfermagem, médica e de fisioterapia relacionados ao paciente intubado em VM. Também permitiu verificar se estes profissionais de saúde conhecem as medidas de prevenção desta infecção. Isso ajuda a fornecer dados para identificar a existência da associação entre a VM e o aparecimento de pneumonias em pacientes que necessitam desse procedimento. 6.CONSIDERAÇÕES FINAIS A PAVM é considerada como uma patologia de alta letalidade nas UTI, e por isso deve ser prevenida através de ações e intervenções da equipe multidisciplinar, o que é sabidamente possível de ser realizada. A PAVM piora o prognóstico do paciente, aumenta as chances de complicações, aumenta o tempo de permanência nas unidades de terapia intensiva e, por conseguinte, o tempo de internação hospitalar e os custos despendidos para o tratamento também aumentam. Além disso, uma vez a PAVM acontecendo caracteriza uma assistência deficitária e um baixo índice desta unidade hospitalar (SILVA, 2010). Deste modo recomenda-se que as UTI que apresentem índices elevados de PAVM, avaliem a viabilidade de se difundir as medidas preventivas e aplicação do protocolo de prevenção da PAVM, que irá checar e medir a adesão e os resultados do controle desta patologia nas unidades. O CDC elenca medidas comprovadamente eficazes para prevenção da PAV, as quais envolvem quatro questões fundamentais, quais sejam: a educação dos profissionais de saúde sobre a prevenção e controle de PAV e outras infecções respiratórias; a vigilância e notificação de casos diagnosticados de infecção, a prevenção da transmissão de microrganismos e a redução de risco para a infecção. Essas medidas estão relacionadas com as principais atividades da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), regulamentada no Brasil através da Portaria 2616/98 do Ministério da Saúde (TABLAN et al. 2003; CARRILHO et al. 2004). Conclui-se que a PAVM, embora seja uma infecção que pode ser evitada pelo cuidado de enfermagem fundamentado nas melhores evidências científicas, poucos são os enfermeiros que o conhecem e o aplicam na prática, em que pese o fato de muitos serem especialistas em terapia intensiva, ou com vasta experiência na área. Deste modo, pode-se afirmar que o Bundle de Ventilação, além de não ser uma tecnologia conhecida e aplicada pelos enfermeiros e fisioterapeutas, inclusive especialistas e com vasta experiência profissional, ainda não foi amplamente implantado pelos grandes centros de terapia intensiva. O mesmo se pode dizer em relação aos cursos de especialização em enfermagem em UTI e aos cursos de atualização em assistência ventilatória, que nos parece, ainda não estão preocupados em oferecer conteúdos baseados nas melhores evidências voltadas para profilaxia da PAV. Sendo assim, há a necessidade de um aprofundamento por parte dos profissionais de saúde de terapia intensiva sobre as medidas de prevenção da PAVM baseadas em evidências científicas, pois com estas práticas diminuirá a incidência dessa infecção nas UTI. Além disso, as discussões sobre a temática devem ser mais aprofundadas nos cursos de especializações e o fortalecimento de uma educação permanente para os profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva deve ser construída para a ressignificação destes cuidados e minimização da PAVM agregados a Sistematização do cuidado interprofissional criterioso e holístico ao paciente .Evidenciasse na pratica interprofisional a atuação da fisioterapia intensiva neste interim em quase todas as práticas profilática da PAVM. A profilaxia quando bem empregada, traz resultados aceitáveis e minimizam os custos hospitalares e a recuperação precoce do paciente REFERENCIAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 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