Curso: Bacharelado em Administração Unidade Temática: Gestão de Pessoas II Profº: José Paulo Silva TEXTO nº 04: Planejamento Estratégico de Pessoas - missão ASPECTOS GERAIS As organizações não existem no vácuo. E nem funcionam ao acaso. Como sistemas abertos, as organizações operam através de mecanismos cooperação e competição com outras organizações. Em sua interação com o ambiente, elas dependem de outras organizações e lutam contra outras organizações para manterem seus domínios de mercados. A estratégia organizacional constitui o mecanismo através do qual a organização interage com seu contexto ambiental. A estratégia define o comportamento da organização em um mundo mutável, dinâmico e competitivo. A estratégia é condicionada pela missão organizacional, pela visão do futuro e dos objetivos principais da organização.. O único integrante racional e inteligente da estratégia organizacional é o elemento humano: a cabeça e o sistema nervoso da organização. MISSÃO As organizações não são criadas a esmo. Elas existem para fazer alguma coisa. Todas as organizações têm uma missão a cumprir. Missão significa uma incumbência que se recebe. A missão representa a razão da existência de uma organização. Significa a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para o que ela deve servir. Uma definição da missão organizacional deve responder a três perguntas básicas: Quem somos nós? (qual a razão de ser da empresa) O que fazemos? (qual a natureza do(s) negócio(s) da empresa) E por que fazemos? (quais são os tipos de atividade em que a empresa deve concentrar seus esforços no futuro) A missão envolve os objetivos essenciais do negócio e está geralmente focalizada fora da empresa, ou seja, no atendimento a demandas da sociedade, do mercado ou do cliente. É importante conhecer a missão e os objetivos essenciais de uma organização, porque as pessoas não sabem por que ela existe e para onde ela pretende ir, elas jamais saberão o melhor caminho a seguir. E se não conhecem a missão da organização, as pessoas se tornam errantes e sem saber o caminho para a sua realização. 1 A missão funciona como um prognóstico orientador para as atividades da organização e para aglutinar os esforços de seus membros. Ela serve para clarificar e comunicar os objetivos, os valores básicos e a estratégia organizacional. Cada organização tem a sua missão própria e específica. A missão pode ser definida em uma declaração formal e escrita, o chamado credo da organização, para que funcione como um lembrete periódico a fim de que os funcionários saibam para onde e como conduzir os negócios. Assim, como todo pais tem os seus símbolos fundamentais e sagrados, como a bandeira, o hino e as armas, a organização deve preservar a sua identidade, tanto interna como externamente. Para tanto, a missão deve ser objetiva, clara e possível e, sobretudo, impulsionadora e inspiradora. Ela deve refletir um consenso interno de toda a organização e ser facilmente compreendida pelas pessoas de fora da organização. A missão deve traduzir a filosofia da organização, que é geralmente formulada por seus fundadores ou criadores através de seus comportamentos e ações. Essa filosofia envolve os valores e crenças centrais, que representam os princípios básicos da organização que balizam a sua conduta ética, responsabilidade social e suas respostas às necessidades do ambiente. Os valores e crenças centrais devem focalizar os funcionários, os clientes, os fornecedores, a sociedade de um modo mais amplo e todos os parceiros direta ou indiretamente envolvidos no negócio. Assim, a missão deve traduzir a filosofia em metas tangíveis e que orientem a organização para um desempenho excelente. É a missão que define a estratégia organizacional e indica o caminho a seguir pela organização. Muitas organizações bem sucedidas estão continuamente atualizando e ampliando a sua missão. Embora a missão seja relativamente fixa e estável, ela deve ser atualizada e redimensionada com o passar do tempo e com as mudanças nos negócios. A missão da organização deve ser cultivada com todo cuidado pelos dirigentes e difundida intensamente entre todos os funcionários para a conscientização e comprometimento pessoal de todos em relação ao seu alcance. Esse caráter missionário transforma as organizações – mesmo as produtoras de bens – em verdadeiras prestadoras de serviços ao cliente. O cultivo da missão faz com que todos os membros da organização procurem não apenas servir ao cliente, mas ultrapassar as suas expectativas e encantá-lo. Nas organizações bem-sucedidas, a formalização da missão é definida pelo nível institucional, com a ajuda participativa dos níveis intermediário e operacional da organização. No fundo, todos os membros, e não apenas alguns deles, precisam trabalhar juntos para a sustentação da missão da organização. A missão facilita a identificação dos valores que a organização deve cultivar. Quando todos os funcionários conhecem a missão e os valores que norteiam seu trabalho, tudo fica mais fácil de entender, inclusive saber qual o seu papel e como contribuir eficazmente para a organização. A moderna gestão de Pessoas não pode ficar distanciada da missão da organização. Afinal, a missão se realiza e se concretiza através das pessoas. São as pessoas que conduzem e garantem o alcance da missão da organização. Para tanto, torna-se necessário um comportamento missionário das pessoas: saber cumprir a missão organizacional através do trabalho e da atividade conjunta. É importante salientar que a alteração da missão da empresa pode provocar consequências positivas ou negativas em toda a sua estrutura organizacional. Em síntese: a) A missão da empresa exerce a função orientadora e delimitadora da ação empresarial, e isto dentro de um período de tempo normalmente longo, em que ficam comprometidas as crenças, expectativas, conceitos e recursos. 2 b) Na realidade, a missão da empresa representa um “horizonte” no qual a empresa decide atuar e vai realmente entrar em cada um dos negócios que aparecem neste horizonte, desde que seja viável sobre vários aspectos. DIFERENÇA ENTRE MISSÃO E PROPÓSITOS Propósitos são negócios identificados no horizonte desde que sejam considerados viáveis e interessantes para a empresa. Ou seja, são compromissos que a empresa se impõe no sentido de cumprir a sua missão. Representam grandes áreas de atuação selecionadas no contexto da missão estabelecida. Correspondem à explicitação de posições ou áreas de atuação projetadas para a empresa como um todo devidamente aceitas pelos seus administradores como desejáveis e possíveis. A missão deve ser entendida como uma identificação a ser seguida, mas nunca algo específico a ser alcançado. Sendo assim, a definição da missão da empresa é importante porque é neste ponto que se procura descrever as habilidades essenciais da empresa. Essas habilidades são tipicamente mais amplas do que as dimensões genéricas do produto ou serviço. M I S EMPRESA S Ã O PROPÓSITOS CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DE UMA MISSÃO A definição da missão da empresa é o ponto inicial para as macroestratégias e macropolíticas a serem estabelecidas, bem como fornece a direção em que a empresa vai implementar-se e determina os limites dentro dos quais serão escolhidas a postura estratégica relevante. Por isso, a definição da missão deve satisfazer a critérios racionais e sensatos que devem ser: a. Suficientemente empreendedores para terem impacto sobre o comportamento da empresa; b. Mais focalizados no sentido da satisfação das necessidades do cliente, do que nas características dos produtos fabricados; c. Capazes de refletir as habilidades essenciais da empresa; d. Entendíveis; e. Realistas; f. Flexíveis; e 3 g. Motivadores. TIPOS DE MISSÃO a. MISSÃO ABERTA. É aquela que estabelece uma satisfação genérica do ambiente, sem indicar os produtos e/ou serviços. b. MISSÃO FECHADA. É aquela que indica o produto ou serviço em que a a empresa atua (Extraído do livro: CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. RJ: Campus, 1999.) (Extraído do livro: OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1992.) 4