ANÁLISE FUNDAMENTALISTA INFOMONEY Conheça as

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ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
INFOMONEY
Conheça as diferenças entre as análises financeira, fundamentalista e técnica
Por: Equipe InfoMoney
20/10/06 - 09h33
InfoMoney
SÃO PAULO - Um dos fatores determinantes do sucesso dos melhores investidores no mercado de ações é a
sua capacidade de analisar as ações de forma apropriada, o que lhes permite comprar e vender os melhores
papéis no momento certo.
De forma geral, podemos dizer que a análise deve ser baseada no comportamento de uma série de variáveis,
não se restringindo somente à situação atual, mas também tirando lições do comportamento passado das
ações e, principalmente, tentando chegar a um consenso quanto ao desempenho futuro da empresa.
Desta forma, a análise se baseia em dados passados e presentes com o objetivo de determinar qual o futuro
da empresa.
Escolas de análise
Existem duas correntes ou "escolas" básicas de análise do mercado de ações: análise financeira e
fundamentalista (mais indicada para o médio e longo prazo) e análise técnica ou gráfica (mais recomendada
para análises de curto prazo).
De forma geral, as análises financeira e fundamentalista têm uma preocupação maior nos fundamentos da
empresa, sendo adotadas pela maioria dos analistas de bancos e corretoras de valores. Já a análise técnica
foca no estudo dos padrões de preços, podendo ser usada, deste modo, não somente no mercado de ações,
mas para todos os ativos financeiros que tenham uma série histórica de dados.
Para entender melhor o que cada tipo de análise propõe, vale a pena traçar um paralelo com um mercado
que você talvez conheça melhor, o mercado de imóveis.
Análise Financeira: verifique a qualidade
Você não compraria um imóvel sem antes checar coisas como a sua localização, área útil, área construída,
qualidade da planta, padrão de acabamento, áreas de lazer, garagens, etc. Em conjunto, essas variáveis
definem se o imóvel que você quer comprar é de qualidade ou não, sem levar EM consideração o preço. Da
mesma forma, a análise financeira ajuda a determinar a qualidade de uma empresa.
A análise financeira baseia-se, sobretudo, na análise dos demonstrativos financeiros da empresa para
determinar a sua posição financeira atual assim como desempenho futuro. Analisar os demonstrativos
financeiros da empresa, deste modo, equivale a estudar a planta do seu imóvel.
A planta não garante que a construção vai ser perfeita, mas dá mais segurança. Por outro lado, se existem
problemas com a planta, então você pode ter certeza que haverá vazamentos, trincas, etc. Da mesma forma,
os demonstrativos financeiros não garantem o desempenho futuro da empresa, mas podem trazer mais
segurança quanto a sua capitalização, capacidade de gerar lucros, etc.
Análise fundamentalista: levando em conta o preço
uma vez que você esteja satisfeito com a qualidade do imóvel de seu interesse, então a segunda pergunta a
fazer é: o vendedor está pedindo um preço justo pelo número de quartos? Ou pela área útil? Número de
banheiros? Pelo número de vagas na garagem? Ou talvez pelo padrão de acabamento?
Para tal, você deve comparar o imóvel que está analisando com imóveis similares no mercado. Isso dá
condições para determinar se o preço que está sendo pedido é justo ou não. O mesmo ocorre com a análise
fundamentalista. Para determinar o preço justo das ações da empresa, a análise fundamentalista baseia-se
em múltiplos de mercado de ações de empresas similares.
Os múltiplos de mercado são calculados, em sua maioria, dividindo o valor de mercado da empresa por uma
série de indicadores presentes nos demonstrativos financeiros (valor patrimonial, lucro estimado, fluxo de
caixa). Esses múltiplos são equivalentes aos que você calculou para o seu imóvel: Preço/Quartos,
Preço/Vagas, Preço/Área etc.
Assim como no exemplo do imóvel, você deve comparar os múltiplos de mercado da empresa com os
múltiplos de empresas similares. Por empresas similares entendemos empresas que atuem no mesmo
segmento de mercado (estejam no mesmo bairro), tenham mesma rentabilidade (mesmo número de quartos),
etc.
A comparação entre os múltiplos de empresas é chamada análise comparativa, que, no caso das empresas
pertencerem ao mesmo setor, é denominada análise setorial.
Análise técnica: comparando ao longo do tempo
Se você estiver satisfeito com a qualidade (análise financeira) e preço relativo (análise fundamentalista) do
seu imóvel, a última pergunta que você deve se fazer é se os níveis de preço atual para esse tipo de imóvel
estão em linha com os níveis históricos.
Se o preço do seu imóvel estiver bem abaixo do preço médio nos últimos cinco anos, por exemplo, isto pode
indicar que é um bom momento para compra. Já um preço muito acima da média pode indicar que talvez seja
melhor esperar um pouco antes de comprar.
A análise técnica baseia-se no princípio de que os preços de ações se movem em tendências persistentes
ao longo do tempo. Ou seja, os preços e volumes históricos de uma ação influenciam as flutuações futuras,
de forma que uma vez determinada a tendência, é possível saber qual o melhor momento para comprar ou
vender uma ação.
Balanço patrimonial: entenda mais sobre as contas desse demonstrativo financeiro
Por: Equipe InfoMoney
23/03/05 - 09h57
InfoMoney
SÃO PAULO - O balanço patrimonial é um dos tipos de demonstrativos financeiros existentes, porém muito
mencionado, pois serve para analisar o valor contábil de uma empresa, com base nas aplicações e origens de
seus recursos em um dado momento. Os números isolados podem aparentar ter pouca utilidade, mas em
forma de índices podem sinalizar aspectos como liquidez e endividamento.
A estrutura do balanço é dividida em duas partes, sendo que todos os ativos ficam do lado esquerdo e os
passivos e o patrimônio líquido do lado direito. As contas são classificadas em termos de prazo, sendo que as
de curta maturação (os chamados circulantes) ficam na parte superior. As contas da parte inferior são aquelas
de longo prazo.
Ativos: aplicações de recursos
Os ativos representam as aplicações de recursos da empresa, e incluem o caixa, títulos comercializáveis, os
estoques, os equipamentos, etc. Eles são contabilizados na parte esquerda do balanço patrimonial. São
classificados como ativos circulantes, ativos realizáveis a longo prazo e ativos permanentes, conforme o
prazo de maturação do ativo.
Para toda aplicação de recursos, é necessário um financiamento. Desse modo, a soma dos passivos e do
patrimônio líquido de uma empresa deve sempre ser igual ao montante de seus ativos. Esta talvez seja a
regra mais básica da contabilidade.
Passivos e patrimônio líquido
No lado direito do balanço patrimonial, ficam as contas de financiamento. Elas são divididas em passivo
(capital de terceiro) e patrimônio líquido (capital próprio). A relação entre essas suas divisões é importante,
pois mostra quão endividada uma empresa está. Vale citar que companhias com muito capital de terceiros,
em geral, estão mais sujeitas a riscos, mas seriam financiadas a um custo menor, por outro lado.
Outra análise que pode ser feita com base no balanço patrimonial é a do perfil das dívidas. É possível calcular
a parcela de passivos de curto prazo no montante total, sabendo quantas contas vencerão nesse e quantas
vencerão nos próximos exercícios. Outro cálculo interessante é a do capital de giro líquido, ou seja, a
diferença entre os ativos circulantes da empresa e os seus passivos circulantes. A empresa precisa equilibrar
os prazos de suas aplicações com o de suas origens.
Indicadores e evolução das contas
Embora a análise dos números isolados seja pouco usual, pois, ao contrário do demonstrativo de resultado, o
balanço analisa estoques e não fluxos, é sempre interessante analisar índices derivados do balanço. Estes
podem ser comparados com os de outras companhias do setor ou mesmo com os de outros anos. A evolução
das contas pode ser bastante elucidativa sobre o rumo da empresa.
Uma distinção importante do balanço em relação a outros demonstrativos é que ele mostra a situação da
empresa em um momento específico, não se referindo a um período. Por exemplo, o balanço pode mostrar a
situação em 31 de dezembro, porém não no quarto trimestre.
Assim, ele é uma espécie de "fotografia" da situação da empresa, ao contrário do demonstrativo de
resultados, que funciona mais como um "filme", como, por exemplo, dos fluxos, como receitas e despesas,
referentes ao quarto trimestre.
Por fim, vale citar que o valor contábil (o valor dos ativos do balanço patrimonial da empresa) geralmente não
indica o valor real da companhia. Mesmo com limitações, o balanço patrimonial, é certamente um instrumento
útil na análise da situação das empresas.
Entenda o funcionamento de uma empresa analisando o demonstrativo de resultados
Por: Equipe InfoMoney
22/09/06 - 11h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Conhecer a estrutura dos principais demonstrativos financeiros é um passo de suma
importância para poder analisar uma empresa e, conseqüentemente, estar mais preparado na hora de investir
no mercado de ações. É através dos demonstrativos que se pode analisar a situação passada da empresa e,
com base nisso e em outras variáveis, buscar projetar o futuro.
Para quem não está familiarizado com estes termos, vale lembrar que os principais demonstrativos
financeiros de uma empresa são o balanço patrimonial, o demonstrativo de resultados - descrito abaixo - e o
demonstrativo de origens e aplicação de recursos.
As principais contas
O demonstrativo de resultados detalha e quantifica o que a empresa recebe (receitas), o quanto gasta
(despesas) e o resultado líquido dessas operações (lucro ou prejuízo) em um determinado intervalo de tempo.
Com base na análise do lucro ou prejuízo da empresa, o empresário pode estimar o quanto pode retirar da
companhia, ou, em caso de prejuízo, o quanto precisa investir para equilibrar sua situação financeira. Pode-se
dizer que o demonstrativo de resultados é organizado de acordo com o processo de produção da empresa,
como ilustrado abaixo:
+ Receitas brutas da empresa: o que a empresa recebe pelos produtos que vende.
- Custo de produtos vendidos: despesas diretamente ligadas à produção (matérias-primas, custo de energia,
etc.)
- Despesas gerais e administrativas: despesas indiretamente ligadas à produção (gastos com funcionários,
despesas administrativas e de vendas).
- Despesas financeiras líquidas: juros relacionados à dívida que a empresa levanta para financiar suas
atividades
= Resultado Operacional: lucro/perda gerado pelas atividades (ou operações) da empresa
+ Resultado não-operacional: soma das receitas e despesas não-diretamente vinculadas às atividades da
empresa, tais como ganhos ou perdas na compra de ativos ou venda de ativos.
= Lucro ou prejuízo antes de impostos
- Impostos e contribuições pagas: equivale a deduções de imposto de renda, etc.
= Lucro Líquido: é igual aos ganhos ou perdas líquidas da empresa no exercício, é a parcela do lucro
disponível aos acionistas. Dependendo de sua política da companhia, ela pode reinvestir os lucros na
Empresa ou distribuir parte deles na forma de dividendos aos acionistas.
Analisando o fluxo
Ao contrário do balanço, que representa uma "fotografia" das atividades da empresa em uma data específica,
o demonstrativo de resultados representa um "filme" das suas atividades durante o período a que se refere.
Ou seja, o demonstrativo de resultados do primeiro trimestre traz o resultado acumulado no trimestre (a conta
vendas, por exemplo, traz todas as vendas executadas durante todo o trimestre, e não somente no último dia
do trimestre).
Demonstrativo de origem e aplicação de recursos: analisando o fluxo de caixa
Por: Equipe InfoMoney
25/09/06 - 11h18
InfoMoney
SÃO PAULO - Além do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultados, um importante demonstrativo
utilizado pelos analistas, quando do estudo das empresas de capital aberto, é o demonstrativo de origens e
aplicação de recursos.
Conhecido no Brasil pela sigla DOAR, este demonstrativo é de grande utilidade para analisar a situação do
fluxo de caixa de uma empresa. Através dele, fica fácil entender como circula o fluxo de caixa, que serve para
identificar a forma na qual a empresa está gerando recursos (origens) e a maneira como ela está utilizando
esses recursos (aplicações).
Origens de recursos
Uma empresa tem várias origens para os recursos que possui em caixa. Algumas destas podem ser
operacionais, resultado das atividades da empresa, como o caso do lucro/prejuízo líquido do período, da
redução de estoques, do atraso no pagamento de fornecedores etc.
Outras origens podem ser financeiras, como o levantamento de novas dívidas, novos investimentos de capital
por parte dos sócios, etc.
Aplicações de recursos
O mesmo raciocínio pode ser aplicado para a forma com que a empresa aplica seus recursos. Uma empresa
pode aplicar os seus recursos na sua atividade operacional, o que inclui, por exemplo, os gastos com a
compra de estoques, compra de máquinas, pagamento de fornecedores, aumento das vendas a prazo etc.
Ou ela pode usar esses mesmos recursos para fins financeiros, como por exemplo, quitação de dívidas,
pagamento de dividendos aos sócios etc.
Em termos simplificados, pode ser dito que, quando as origens, ou seja, os recursos obtidos pela empresa,
superam as suas aplicações, o caixa da empresa aumenta. Por outro lado, se a empresa tem aplicações
maiores do que as origens em um determinado período de tempo, então nesse mesmo período o seu caixa
diminui.
Diferença entre Demonstrativo de Resultados e o DOAR
Mas qual a diferença entre o demonstrativo de resultados e o fluxo de caixa de uma empresa? Afinal, de
maneira simplificada, ambos medem o quanto esta empresa recebeu e gastou em um determinado período. A
diferença é que, enquanto o demonstrativo de resultados dá uma idéia do lucro ou prejuízo da empresa, o
fluxo de caixa dá uma idéia de como esses resultados estão efetivamente refletindo no caixa da empresa.
Assim, a diferença entre eles é composta pelas despesas que não representam desembolso de caixa. Pois é,
por mais estranho que pareça a princípio, algumas despesas servem para abater o lucro que a empresa
obtém antes do pagamento de impostos, mas não têm efetivamente um impacto no caixa da empresa.
Esse é o caso, por exemplo, das despesas com a depreciação de equipamentos, que não afetam o caixa da
empresa, mas reduzem o lucro tributável, assim como o valor dos ativos desta empresa. Portanto, a diferença
entre as duas demonstrações é que estas despesas estão incluídas no demonstrativo de resultado, mas não
no fluxo de caixa da empresa.
Vale lembrar que, além das demonstrações financeiras acima existem outras, como é o caso, por exemplo, da
demonstração de mutações de patrimônio líquido.
Análise financeira: conheça os indicadores mais usados pelos analistas
Por: Equipe InfoMoney
26/09/06 - 10h07
InfoMoney
SÃO PAULO - Analisar os demonstrativos financeiros de uma empresa é uma forma importante de medir seu
desempenho. No entanto, a maior parte dos analistas não considera apenas os números que constam nos
principais demonstrativos, como o balanço patrimonial, o demonstrativo de resultados e o demonstrativo
de origem e aplicação de recursos.
É através da análise de indicadores financeiros, calculados a partir dos dados disponíveis nos
demonstrativos, que os analistas obtém uma fotografia mais clara da situação e desempenho recente das
empresas. Dentro da análise financeira, os indicadores de uma empresa podem ser agrupados em quatro
categorias.
Indicadores de Rentabilidade
Permitem avaliar os lucros da empresa em relação a um dado nível de vendas, ativos, e capital investido. A
análise vertical (exibição dos itens do demonstrativo como porcentagem de vendas) é particularmente útil na
comparação do desempenho de uma empresa entre períodos diversos. Os indicadores mais utilizados são
retorno sobre patrimônio liquido, retorno sobre ativos e retorno sobre vendas (ou margem líquida).
Margem Operacional - determina a porcentagem de cada real de venda que restou após a dedução de todas
as despesas, à exceção do imposto de renda. É definida como resultado operacional dividido pela receita
líquida de vendas. Caso uma empresa tenha um resultado operacional de R$ 10 milhões e vendas de R$ 100
milhões, a margem operacional será 10%, ou seja, a empresa ganhou R$ 10,00 (antes de imposto) para cada
R$ 100,00 vendidos.
Margem EBITDA - em geral, os analistas preferem essa medida ao invés da margem operacional, pois exclui
despesas financeiras e depreciação. O EBITDA, expressão em inglês para lucro antes de juros impostos,
depreciação e amortização, é visto como uma aproximação do impacto das vendas no caixa da empresa, de
forma que a margem EBITDA dá uma idéia de retorno em termos de dinheiro em caixa.
Margem Líquida - determina a porcentagem de cada real de venda que restou após a dedução de todas as
despesas, inclusive o imposto de renda. É definida como lucro líquido dividido pela receita líquida de vendas.
Funciona de forma semelhante à margem operacional, porém, neste caso, o lucro líquido é utilizado, já
incluindo o que foi pago em impostos.
Retorno sobre Patrimônio - mede o retorno para os acionistas do capital investido na empresa (calculado
como lucro líquido/patrimônio líquido). Por exemplo, um lucro de R$ 20 milhões para uma empresa de R$ 100
milhões de patrimônio significa um retorno de 20% sobre o capital investido por acionistas. Esse retorno pode
ser comparado com o de outras empresas (do mesmo setor), ou de outros investimentos (ex.: poupança,
renda fixa etc.).
Indicadores de Estrutura de Capital
Permitem analisar a posição de endividamento (quanto de capital de terceiros está sendo usado para
financiar a empresa), a capacidade da empresa em gerar caixa suficiente para pagar os juros e principal de
suas dívidas (cobertura de juros), e/ou garantir o crescimento sustentado de suas atividades (taxa de
retenção).
Endividamento Total/ Patrimônio - expressa a relação entre o que a empresa deve a terceiros e o que foi
investido pelos acionistas. Um índice elevado pode dificultar o levantamento de novos financiamentos, ou
pressionar a capacidade de geração de caixa da empresa (já que grande parte do lucro será usada para
pagar juros e principal de dívidas assumidas).
Cobertura de juros - mede a capacidade da empresa de pagar os juros contratuais da sua dívida sem
comprometer a sua geração de caixa. Às vezes uma empresa possui um endividamento alto, mas a sua
cobertura de juros é muito boa. Nesse caso, o alto endividamento pode ser resultado da estratégia da
empresa em buscar formas mais baratas de financiamento. A fórmula mais comum é a divisão do lucro antes
dos juros e impostos (EBIT) pelas despesas financeiras brutas.
Indicadores de Liquidez
Medem a capacidade da empresa satisfazer suas obrigações de curto prazo na data de vencimento, ou seja,
refere-se à solvência da situação financeira global da empresa. Os principais indicadores de liquidez são
capital circulante, índice de liquidez corrente, liquidez seca e liquidez geral.
Liquidez Corrente - indica o quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação ao quanto tem a
pagar no mesmo período. É definido como ativo circulante dividido pelo passivo circulante. Em geral esperase que esse indicador esteja acima de 1, pois caso contrário a empresa pode ter dificuldades para pagar suas
obrigações de curto prazo.
Indicadores de Atividade
São usados para medir a rapidez com que várias contas da empresa são convertidas em vendas ou caixa.
Entre os indicadores mais utilizados estão: giro de caixa, giro de estoques, e período médio de cobrança.
Giro de Caixa - em geral, quando o índice de liquidez corrente de uma empresa é baixo, isso significa que o
giro de caixa é alto, ou seja, o dinheiro que a empresa recebe pelas suas mercadorias vendidas é
rapidamente usado para financiar suas atividades.
Assim como muitos dos índices aqui discutidos, recomendamos comparar o índice da empresa com o de
outras empresas do setor em que atua. Os índices financeiros podem variar de setor para setor ou de acordo
com as condições conjunturais (taxas de juro, crescimento da economia, etc.).
Comparando empresas: entenda os indicadores fundamentalistas
Por: Equipe InfoMoney
27/09/06 - 11h42
InfoMoney
SÃO PAULO - A análise fundamentalista adiciona o componente preço aos indicadores financeiros da
empresa. Isso porque os múltiplos de mercado em que se baseia são calculados a partir da relação entre o
valor de mercado da empresa e os elementos de seu demonstrativo financeiro.
Para quem não conhece, o valor de mercado é calculado multiplicando-se a quantidade total de ações pelo
último preço. No caso de uma empresa com várias classes de ações (ON, PN, etc.), o valor de mercado é
obtido pela soma do valor de mercado de cada classe de ações.
É importante destacar que o valor de mercado, apesar do nome, pode não representar o que efetivamente
vale a empresa. O preço usado no cálculo reflete apenas o último negócio realizado, que pode ter ocorrido a
um preço bem diferente das expectativas dos demais acionistas da empresa.
Indicadores mais utilizados
Os indicadores fundamentalistas mais utilizados por analistas são o P/VPA, P/LPA, VE/EBITDA e o dividend
yield.
Preço/Valor Patrimonial por Ação (P/VPA) - indica quanto o mercado paga para cada real que os acionistas
investiram na empresa. Por exemplo, se o P/VPA da empresa é 1,5X isso significa que o mercado está
disposto a pagar R$ 1,50 por cada R$ 1,00 que os acionistas investiram na companhia. O mesmo raciocínio
vale para P/VPA inferiores a um, nesse caso o mercado aplica um desconto no capital investido pelos
acionistas.
Preço/Lucro Líquido por ação (P/LPA) - expressa o valor de mercado da empresa em termos de seu lucro
líquido. Assim como o P/VPA, quanto maior o indicador mais cara a ação está em relação a sua geração de
lucro. Geralmente é recomendável fazer uma análise comparativa do P/LPA da empresa com o de empresas
do setor.
Dividend Yield - é calculado como a divisão entre o dividendo pago por ação nos últimos 12 meses e a última
cotação da ação. Empresas que possuem um dividend yield alto tendem a ser as escolhidas por investidores
que preferem retorno garantido a ganhos de capital.
Usando o valor da empresa
O valor da empresa é calculado como a soma entre o valor de mercado e a dívida líquida da empresa. Assim,
reflete o valor total da empresa, com a soma do capital próprio (acionistas) com o de terceiros (dívida líquida).
Em geral, o valor da empresa é usado no cálculo de índices relativos a vendas, EBIT e EBITDA (todos eles
representam fluxos disponíveis a acionistas e credores).
VE/EBITDA - é o indicador mais utilizado dentre os que utilizam o valor da empresa, usando o EBITDA, que
é uma medida aproximada do fluxo de caixa operacional da empresa. Esse múltiplo relaciona valor da
empresa com a sua capacidade de geração de caixa (fluxo de caixa). Esse múltiplo não se aplica a empresas
financeiras, pois para essas empresas endividamento financeiro (e despesas financeiras) faz parte de suas
atividades normais.
Analise o setor
Para saber se o indicador fundamentalista de uma empresa está alto (empresa está cara no mercado) ou
baixo (empresa está barata) você precisa analisar o desempenho do indicador dessa empresa historicamente
e, principalmente, em relação ao de empresas do mesmo setor.
Mas atenção! Uma empresa não está necessariamente barata (ou cara), porque seus indicadores
fundamentalistas estão abaixo (ou acima) da média das empresas do mesmo setor! Liquidez da ação,
estrutura de capital, capacidade de geração de caixa e capacidade dos executivos, entre outros fatores,
podem explicar essa avaliação.
Recomendação de ações: conheça alguns dos termos mais usados pelos analistas
Por: Equipe InfoMoney
20/03/07 - 11h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Na hora de acompanhar os relatórios de analistas fundamentalistas sobre empresas listadas
em Bolsas, muita gente ainda mostra dúvidas em relação a alguns dos termos usados. Isso ocorre com
grande freqüência, já que não existe um padrão único adotado pelos analistas.
Além disso, considerando a importante participação dos investidores estrangeiros no mercado brasileiro,
muitos relatórios trazem termos em inglês, muitos dos quais não têm uma tradução direta para o português.
Análise relativa ou absoluta
A primeira distinção que deve ser feita é checar se a análise se refere ao comportamento absoluto ou relativo
do ativo. Algumas recomendações de COMPRA, por exemplo, são absolutas, ou seja, o analista espera que o
preço da ação irá subir em relação à cotação atual, com possibilidade de gerar ganhos ao investidor.
Por outro lado, alguns analistas utilizam uma metodologia diferente. Por exemplo, a classificação
OUTPERFORM indica que a cotação do ativo em questão, na opinião do analista, deve superar algum índice
de referência, como, por exemplo, o Ibovespa ou mesmo um índice setorial.
A melhor forma de identificar qual o critério adotado é, de posse do relatório, checar as últimas páginas da
análise, que, para a maioria das instituições que atuam neste mercado, traz uma descrição mais detalhada da
metodologia e dos critérios adotados.
Alguns termos em português
Os termos mais usados pela maioria dos analistas que publicam seus relatórios em português são os
tradicionais COMPRA, MANUTENÇÃO E VENDA. No entanto, é comum também a utilização de termos como
NEUTRA ou MANTER para ativos nos quais os analistas esperam um desempenho em linha nos próximos
meses.
Alguns analistas também usam a expressão ATRAENTE, muitas vezes dentro de uma conceito intermediário
entre MANUTENÇÃO e COMPRA. Já o termo FORTE COMPRA aparece em alguns relatórios, em geral
indicando os papéis "preferidos" pelos analistas ou com potencial de valorização significativo.
Outra expressão usada por muitos analistas é RESTRITO, que indica que o banco ou corretora não está
divulgando sua recomendação sobre o ativo. Isso geralmente ocorre quando a instituição está trabalhando
em algum projeto de finanças corporativas com a empresa, de forma que não seria ético à instituição revelar
sua recomendação pois pode estar de posse de informações confidenciais.
Expressões em inglês
Se alguns investidores encontram dificuldades em entender as recomendações em português, o problema se
agrava quando os relatórios usam termos em inglês. No entanto, assim como em português, boa parte dos
relatórios em inglês usa as expressões BUY, HOLD e SELL, referindo-se, respectivamente, à COMPRA,
MANUTENÇÃO E VENDA.
Outra forma bastante utilizada, principalmente quando a análise é relativa a um índice de mercado ou setor, é
a classificação que considera OUTPERFORM (previsão de desempenho acima do índice de referência),
NEUTRAL ou PEER PERFORM (em linha) e UNDERPERFORM (expectativa de desempenho inferior ao
indicador em questão).
Utilizando uma metodologia similar, bastante aplicada a carteiras recomendadas, muitos analistas usam
termos como OVERWEIGHT, NEUTRAL ou UNDERWEIGHT, indicando que o investidor deve aumentar sua
exposição, mantê-la inalterada ou reduzi-la, respectivamente.
Dentre os termos usados encontram-se também REDUCE, que geralmente equivale à VENDA, e também
FULLY VALUED, muitas vezes usado entre MANUTENÇÃO e VENDA.
Por fim, uma expressão muito usada, tanto em relatórios de instituições brasileiras como estrangeiras, é TOP
PICK. Ela equivale, de certa forma, ao FORTE COMPRA, indicando uma ação na qual o analista mostra uma
preferência, geralmente fazendo parte de uma carteira recomendada.
Conheça mais sobre as vantagens e limitações do indicador P/L
Por: Equipe InfoMoney
14/02/06 - 10h34
InfoMoney
SÃO PAULO - Um dos indicadores mais tradicionais usados na análise fundamentalista de ações é o P/L. O
indicador, que mede a relação entre o preço atual das ações e o lucro por ação acumulado nos últimos
quatro trimestres, é uma medida simples de avaliação de ações. Esta simplicidade, porém, pode trazer
vantagens e desvantagens.
De forma simplificada, o P/L indica o quanto o investidor está disposto a pagar por real de lucros. Ou seja, um
P/L de 10 indica que o preço atual da ação representa 10 vezes o lucro gerado pela empresa nos últimos
quatro trimestres. Vale lembrar que alguns analistas trabalham com o conceito de P/L esperado, que
considera a previsão de lucro dos próximos quatro trimestres.
Medida de valor
Em condições ideais, uma ação que negocia a um P/L de 15 pode ser considerada mais cara do que um
papel com P/L de 10. Esta análise, porém, pode levar a conclusões errôneas no dia-a-dia do mercado, já que
outras variáveis devem ser levadas em consideração. Existem limitações para esta forma de análise, de modo
que comprar uma ação somente porque o P/L é baixo pode ser uma estratégia arriscada.
Quando comparado aos indicadores de papéis do mesmo setor, um P/L elevado indica que o mercado está
adotando uma postura otimista em relação ao crescimento da empresa. Assim, uma companhia cujas ações
tenham P/L elevado terá que melhorar seus resultados no futuro, ou seu preço pode se ajustar para baixo.
Diferenciais
Ao comparar P/Ls de empresas diferentes, vale a pena ficar atento a alguns fatores que podem distorcer a
análise. Em primeiro lugar, empresas em trajetória de rápido crescimento tendem a mostrar P/Ls mais
elevados, refletindo a perspectiva do mercado de resultados crescentes.
Setores diferentes podem apresentar P/Ls diferentes. Assim como na utilização de outros indicadores
comparativos, é mais seguro comparar o P/L de uma ação com um papel de uma empresa do mesmo setor.
Por exemplo, O P/L de papéis de empresas de tecnologia, que contam com maiores perspectivas de
crescimento, tende a ser mais elevado que o indicador para o setor de energia elétrica.
Comparações entre empresas de países diferentes também podem trazer distorções. Economias com melhor
percepção de risco podem ter como reflexo P/Ls mais elevados para suas empresas. Isso explica, por
exemplo, parte da grande diferença entre P/Ls de empresas norte-americanas e latino-americanas, por
exemplo.
Cuidados e limitações
Mesmo levando os fatores acima em consideração, o P/L não deve ser o único fator a ser levado em
consideração quando analisando se uma ação está barata ou cara. Uma limitação importante diz respeito á
qualidade dos dados, mais especificamente os números referentes ao lucro por ação.
O lucro de uma empresa pode ser influenciado por diversos fatores, muitos deles extraordinários e que
podem não refletir o desempenho operacional da companhia. Muitas vezes o P/L de uma empresa pode
parecer baixo, mas o que ocorre é que os lucros foram impulsionados por fatores extraordinários e que não
irão se repetir, distorcendo a análise.
Também diferenças em padrões contábeis podem distorcer a análise comparativa entre empresas de países
diferentes. Assim, enquanto o preço pode servir como um indicador bastante relevante, o lucro muitas vezes
pode deixar a desejar como comparativo entre o desempenho de duas ou mais empresas.
Vale a pena analisar, mas com cuidado
O P/L, portanto, é um indicador que merece atenção, principalmente por sua simplicidade e divulgação, já que
segue como um dos indicadores mais utilizados, principalmente entre investidores de varejo. No entanto, ele
deve ser analisado dentro de um contexto, pois os números podem trazer distorções.
A conclusão é que, embora útil, o P/L não deve servir como única referência para a decisão de comprar ou
não uma ação. Vale sempre a pena analisar outros indicadores, principalmente referentes às perspectivas da
empresa, antes de arriscar seu dinheiro.
Ebitda: entenda o conceito e o cálculo desse importante indicador de desempenho
Por: Equipe InfoMoney
18/04/06 - 10h10
InfoMoney
SÃO PAULO - Em épocas de divulgação de resultados corporativos muitos investidores costumam analisar os
demonstrativos divulgados pelas empresas. Mesmo comparando com as projeções dos analistas, é difícil
entender se o resultado anunciado foi bom ou ruim, graças às contas tidas como confusas por aqueles menos
experientes.
Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o
chamado Ebitda, também conhecido como Lajida, cujo conceito ainda não é claro para muitas pessoas. A
sigla corresponde a Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", ou seja, lucro antes dos
juros, impostos, depreciação e amortização.
O que é o Ebitda
Em linhas gerais, o Ebitda representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a
empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos
financeiros e de impostos. Difere do Ebit, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à
depreciação e amortização. O Ebit considera estes efeitos contábeis.
A utilização do Ebitda ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou
prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já que
muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem mensurados. Confira as aplicações e limitações do
conhecido Ebitda.
Como calcular o Ebitda?
Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com o critério utilizado no Brasil, é obtido
como a subtração, a partir da receita líquida, do custo dos produtos vendidos (CPV), das despesas
operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens
financeiros). Vale lembrar que a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o resultado
financeiro.
Já para calcular o Ebitda, é preciso somar do lucro operacional a depreciação e amortização inclusas no CPV
e nas despesas operacionais. Isso porque essas contas não representam saída de caixa efetiva no período.
Em resumo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva graças ao uso
ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa perda, vale ressaltar, é econômica e não
financeira, ou seja, não há um desembolso efetivo de recursos no período.
Outra conta que deve ser acrescentada no Ebitda é a despesa financeira líquida, que foge do escopo de
análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Ou seja, para o cálculo do Ebtida,
adicionam-se os juros, depreciação e amortização ao Lucro Operacional Líquido antes dos impostos.
Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é de divulgação obrigatória
de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a análise, embora muitos analistas critiquem as
diferentes metodologias adotadas, principalmente em relação a itens extraordinários.
Aplicação do Ebitda
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por eliminar os efeitos
dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais precisão a produtividade e a eficiência do
negócio.
Como percentual de vendas, ou margem Ebitda, pode ser utilizado para comparar as empresas quanto à
eficiência dentro de um determinado segmento de mercado. Além disso, a variação do indicador de um ano
em relação a outro mostra aos investidores se uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua
produtividade.
Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o Ebitda pode dar uma falsa idéia sobre a efetiva liquidez da
empresa. Além disso, o indicador não considera o montante de reinvestimento requerido (pela depreciação),
fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta.
Assim, o Ebitda é um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com outros
indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da performance da empresa. Ainda
assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas e acaba ganhando bastante importância também
na análise de crédito e nos múltiplos de avaliação de empresas.
Entenda a diferença entre o rating e a recomendação dada por analistas
Por: Camila Schoti
22/07/05 - 11h30
InfoMoney
SÃO PAULO - É comum as pessoas ouvirem falar em recomendação de ações ou rating de empresas e
confundirem as duas coisas. Normalmente, a idéia que se tem é que tanto o rating como a recomendação
dizem respeito à mesma coisa: que decisão tomar a respeito das ações que possui, ou deseja possuir.
Entretanto, os dois termos se referem a informações distintas e têm funções diferentes. O rating, ou a
classificação de risco de uma empresa, é um mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma
empresa, enquanto que a recomendação, além de levar em consideração o risco, também considera o
retorno esperado do ativo.
Recomendação de ações
A recomendação é dada por corretoras e bancos de investimentos que analisam o risco e o retorno das
empresas e seus ativos, de forma que, além de considerar fatores de risco incluídos na análise de rating, a
recomendação também analisa se o ativo está caro ou barato e quais as possibilidades de retorno atribuídas
a estes ativos.
Entretanto, não existe um padrão de recomendações, porque cada corretora ou banco de investimento pode
possuir metodologia e nomenclatura própria para suas recomendações. No entanto, a maioria das instituições
atua com recomendações referentes a compra, venda ou manutenção dos ativos.
Compra ou outperform?
Dependendo da instituição que atribuiu a recomendação, a idéia de que um determinado ativo está caro ou
pode apresentar menor rentabilidade, pode ser dada através da recomendação de venda, ou underperform
que, para alguns bancos, significa que dentro de um universo analisado, e não necessariamente de todo o
Ibovespa por exemplo, estas ações devem ter um desempenho inferior à media deste universo.
Já quando o ativo é considerado barato ou que deve apresentar boa rentabilidade, a classificação pode ser de
compra ou outperform, que seria o oposto à underperform e, dentro de um determinado universo de análise, o
ativo deverá apresentar rendimento superior ao da média deste universo. Ativos que são considerados como
ótimas opções de compra podem também ser classificados como top pick.
Além disso, as instituições também podem recomendar a manutenção do ativo ou o market perform, que
indica que o ativo deverá apresentar um desempenho em linha com o do mercado, ou com o universo
analisado.
Rating classifica risco de inadimplência
O rating, por sua vez, é mensurado por agências de classificação de risco e busca medir a probabilidade de
uma empresa ou país de não ser capaz de cumprir com suas obrigações financeiras, incluindo-se a
probabilidade de atrasos.
Essa classificação fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito
do objeto analisado, sendo que neste segmento, as três principais organizações que prestam esse serviço em
escala global são as norte-americanas Moody's, Standard & Poor's (S&P) e a Fitch Ratings.
Não existe um padrão para denominar ratings
Também entre estas instituições não existe um padrão de classificação de risco, de forma que cada uma
delas possui sua própria escala. Por exemplo, enquanto que para a S&P uma empresa que apresenta
segurança máxima tem o rating AAA, para a Moody's a mesma classificação de risco é dada por Aaa.
No mesmo sentido, um investimento considerado especulativo pela Fitch Rating e é classificado por BB, a
Moody's o classifica como Ba2. Embora sejam "códigos" distintos, existe uma classificação semelhante que
vai de segurança máxima até alto risco de insolvência.
Guidance: empresas divulgando as perspectivas para seus negócios
Por: Equipe InfoMoney
26/12/05 - 16h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Um termo muito comum no mercado de ações norte-americano, e que agora começa a ser
utilizado mais freqüentemente no Brasil, é guidance. Para quem não conhece, guidance pode ser definido
como o conjunto de comentários que uma empresa faz a respeito das perspectivas para suas atividades.
Os comentários se referem às expectativas da empresa para diversas variáveis, principalmente focando em
receitas, indicadores operacionais e lucro. Também são comuns guidances para questões mais amplas,
relacionadas às perspectivas para a área de atuação da companhia ou mesmo para o desempenho da
economia.
Regra no mercado norte-americano
A popularização dos guidances, principalmente no mercado norte-americano, é um reflexo do
desenvolvimento do mercado de capitais. Nos EUA, o guidance é a única forma legal pela qual as empresas
podem comunicar suas perspectivas ao mercado. Com isso, fica garantida a igualdade no acesso aos dados
para todos os investidores, que podem receber simultaneamente as mesmas informações.
Este modelo substituiu o anterior, no qual estas informações eram repassadas em reuniões para os analistas
de mercado, que, portanto, tinham conhecimento de alguns dados antes do restante do mercado. No Brasil,
porém, esta é a forma mais comum, com muitas empresas ainda transmitindo informações para poucos.
Vantagens e desvantagens
O acesso democrático às informações é, certamente, a maior vantagem do guidance. Isso reduz a
possibilidade de uso privilegiado de informações, principalmente em mercados que sofrem com excessiva
concentração em poucos investidores institucionais.
Outra importante vantagem do guidance é em relação à divulgação das informações, uma vez que permite
que todos os agentes trabalhem com as mesmas premissas. Assim, as próprias previsões dos analistas, que
usam estas informações como ponto de partida, acabam mostrando menores diferenças entre si, o que reduz
a volatilidade do mercado.
Como desvantagens, caso o guidance não seja utilizado de forma adequada pelas empresas, isso pode gerar
desconfiança do mercado, penalizando as ações. Para as empresas, sobretudo no mercado norte-americano,
existe também o risco legal de ações na Justiça, caso as previsões não se confirmem. Isso, inclusive, tem
levado algumas empresas nos EUA ao abandono da prática de divulgação de guidance.
Divulgação de resultados: saiba como selecionar as variáveis mais relevantes
Por: Equipe InfoMoney
10/11/05 - 11h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Quem acompanha de perto o mercado de ações sabe a importância que a divulgação de
resultados de uma empresa pode ter sobre os seus papéis. Afinal de contas, os resultados servem como
importantes indicadores do desempenho da empresa, dando elementos para a avaliação do quanto vale a
companhia.
A análise dos resultados, no entanto, não é uma tarefa fácil. Em primeiro lugar, é fundamental determinar
quais são as variáveis mais importantes. Será que o mercado está olhando mais de perto o lucro, o
crescimento das receitas, da geração operacional de caixa, ou outra variável?
Outro ponto importante diz respeito à comparação dos resultados com trimestres anteriores ou com a
expectativa dos analistas. Como explicar que muitas vezes as ações caem após a divulgação de resultados,
mesmo com um lucro superior ao passado?
Variáveis mais importantes
Não existe uma opinião única sobre qual é a variável mais importante a ser analisada. Além disso, a análise
de empresas varia de setor para setor, com algumas variáveis, como a geração operacional de caixa, por
exemplo, não sendo calculadas para empresas que atuam no segmento financeiro, como bancos.
No entanto, em termos práticos, o mercado parece acompanhar mais de perto três variáveis: receitas líquidas,
lucro líquido e Ebitda, a mais utilizada medida de geração de caixa. Neste contexto, vale a pena analisar as
vantagens e desvantagens de cada uma.
Receita e lucro
A receita líquida pode dar uma boa idéia do que acontece com o faturamento da empresa, mas não traz
elementos para avaliar um quadro completo, já que todos nós sabemos que não adianta aumentar as receitas
em 50% se as despesas sobem o dobro disso. Porém, principalmente para empresas em fase de
crescimento, este é um indicador interessante a ser analisado.
Já o lucro (ou prejuízo) é certamente aquele que mais chama a atenção do público em geral. No entanto, este
é possivelmente o indicador mais difícil de ser previsto, pois surge como resultado tanto de elementos
operacionais como não operacionais, que muitas vezes podem afetar este indicador de forma significativa.
O lucro líquido pode trazer uma visão distorcida do que ocorre com a empresa, pois muitas vezes um
resultado operacional ruim pode ser "mascarado" por elementos não operacionais, como vendas de ativos,
reversão de provisões ou mesmo pelo resultado financeiro, sobretudo ganhos ou perdas cambiais.
Geração operacional de caixa: favorito dos analistas
Se existe um indicador preferido pelos analistas, embora seja importante ressaltar que não existe consenso,
este é o Ebitda, que mede a geração operacional de caixa. Também conhecido como Lajida, a abreviatura de
Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, este indicador se tornou muito popular nos
últimos anos, por excluir diversos itens não operacionais.
Embora também seja alvo de críticas, principalmente pela falta de padronização no seu cálculo por parte das
empresas, o Ebitda aparece como uma importante medida de desempenho operacional, ao medir
efetivamente o quanto de caixa a empresa gerou a partir de suas atividades operacionais.
Qual comparação?
O segundo ponto diz respeito ao desempenho relativo da empresa: saber que a companhia X gerou um
Ebitda de R$ 100 milhões pode indicar muito pouco, se este número não for comparado com o seu
desempenho passado e com a expectativa dos analistas. Daí valer a pena entender qual o melhor patamar de
comparação.
Dado que a grande maioria das empresas apresenta padrões sazonais de funcionamento, a comparação
mais utilizada em relação ao desempenho passado da empresa é a análise frente ao mesmo trimestre do ano
anterior. Assim, na maioria dos casos, vale a pena checar se o desempenho no terceiro trimestre deste ano
ficou acima ou abaixo do mesmo período do ano passado.
Porém, esta não é uma regra universal, já que muitas vezes é importante comparar os números com o
trimestre imediatamente anterior, principalmente no caso de empresas com forte crescimento ou que
passaram por alterações (fusões, aquisições, reestruturações, etc) nos últimos doze meses.
Expectativa dos analistas: eficaz, mas complicado
Embora a análise com trimestres anteriores seja importante, muitas vezes isso traz poucas novidades, pois
pode refletir fatos que já eram de conhecimento do mercado. Assim, a divulgação de um lucro ou Ebitda
menor pode não derrubar uma ação, pois isso já era esperado pelo mercado e os papéis já precificavam este
fato.
Como o mercado trabalha na hipótese de que todos os fatos conhecidos já estão precificados no preço da
ação, ganha muita importância comparar os resultados divulgados pelas empresas com as projeções feitas
pelos analistas. Estes profissionais de mercado, qualificados para a análise de empresas, acabam servindo
como referência e, com suas previsões, orientam o mercado.
Desta forma, qualquer desvio dos resultados em relação ao projetado pelos analistas deveria trazer
implicações sobre as ações, já que, na teoria, traz um fato novo que não era de conhecimento ou
entendimento do mercado, justificando uma queda ou alta nas ações.
Porém, mesmo esta comparação está sujeita à críticas. Em primeiro lugar, não é fácil obter uma medida
consistente de consenso de mercado, já que muitos analistas divulgam suas informações apenas para seus
clientes, dificultando a compilação dos dados. Além disso, mesmo que todos os analistas sejam consultados,
ainda existem diferenças na forma no qual o mercado precifica a opinião de cada analista, ou seja, a opinião
de alguns pode valer mais do que de outros.
Mesmo com todas estas dificuldades, vale sempre a pena acompanhar os principais indicadores divulgados,
com destaque para o Ebitda, e comparar estes dados com o previsto pelos analistas. Embora estas
comparações possam apresentar falhas, elas ainda servem como a forma mais prática para analisar de forma
rápida um resultado de empresa.
Resultados corporativos: entenda os impactos no comportamento das ações
Por: Equipe InfoMoney
18/07/05 - 09h45
InfoMoney
SÃO PAULO - Toda a safra de resultados trimestrais é bastante aguardada pelo mercado. E não podia ser
diferente, uma vez que com o demonstrativo de resultados, você consegue ver como anda o desempenho da
empresa.
Mas aí surgem algumas dúvidas: qual a importância desses números no comportamento das ações? Por que
algumas empresas conseguem um excelente lucro e mesmo assim suas ações caem? Ou então, por que
algumas empresas registram prejuízo e ainda assim suas ações sobem?
Uma pessoa menos experiente pode pensar que o mercado atribui pouca importância para os resultados
anunciados, o que não é verdade. A explicação para as ações se comportarem desse modo é que os
investidores reagem com base em expectativas.
Expectativa é o mais importante
A cotação atual da ação já incorpora o resultado que o mercado acredita que a empresa irá divulgar no futuro.
Por exemplo, é esperado um prejuízo de uma empresa que registrou perdas nos últimos anos, se não houve
nenhuma mudança significativa nesse período. Desse modo, se o resultado for realmente negativo, na
dimensão que o mercado esperava, nada ocorre com a ação.
Por outro lado, se o resultado vem positivo, a ação tende a subir, porque ela estava "precificada" com a
estimativa de prejuízo. Ainda que a companhia registre um resultado negativo no período, a ação pode
registrar alta, desde que essa perda seja menor do que a que o mercado esperava. Ou seja, o que vale é
comparar os números com a expectativa, e não com o resultado passado.
Traçar perspectivas
Ou seja, os resultados são sim importantes. Mas por quê? Você consegue entender a relação dos números
do passado com a cotação da ação?
A importância é que através deles o mercado consegue prever melhor o que acontecerá com a empresa no
futuro. Não é uma simples projeção do passado, até porque muitas variáveis não apresentam comportamento
linear, mas é um bom ponto de partida: feitos alguns ajustes, é possível estimar com uma certa precisão como
a empresa irá se sair.
Os próprios preços alvo sugeridos pelos bancos e corretoras passam por ajustes após o resultado corporativo
ter sido anunciado. Isso porque o preço alvo é calculado com base em um fluxo de caixa projetado da
empresa, descontado por uma taxa de risco.
Lucro às vezes não indica muito
Aqui vale uma observação: o resultado final (lucro ou prejuízo) não é necessariamente o mais importante.
Isso porque ele pode estar inflado ou desinflado por uma conta que foi característica apenas desse período,
ou seja, não irá se repetir. A idéia de olhar o demonstrativo é para prever o que acontecerá com a empresa no
futuro. Para isso, não adianta observar contas que não se repetirão mais.
Focar nas contas dentro do demonstrativo pode ser mais útil. Nesse sentido, um indicador muito observado
pelo mercado, por refletir a geração operacional de caixa da empresa, é o Ebitda. Em uma comparação, ele
consegue mostrar melhores tendências futuras do que o lucro final. O número, vale citar, não vem
apresentado dentro do demonstrativo, mas costuma estar incluído nos comentários da empresa que vêm
junto com os dados.
Em suma, não subestime a importância dos demonstrativos de resultados, sejam eles anuais ou trimestrais.
Os números mostram a situação atual da empresa, bem como sinalizam suas tendências. E atenção, porque
a safra referente ao segundo trimestre deste ano está começando!
Compre o rumor e venda o fato: porque as ações podem cair apesar de lucro recorde
Por: Equipe InfoMoney
16/11/05 - 12h35
InfoMoney
SÃO PAULO - Muitas vezes os investidores ficam surpresos com a reação do mercado após a divulgação dos
resultados de algumas das principais empresas brasileiras. Mesmo após divulgarem lucros elevados, algumas
vezes recordes históricos, os papéis das empresas fecham em queda na Bovespa.
O que ocorre nestes casos é que os resultados, mesmo muito positivos na comparação com períodos
anteriores, ficaram abaixo da expectativa média dos analistas. Embora o desvio possa muitas vezes ser
pequeno, com muitos analistas, inclusive, acreditando que os números ficaram em linha com suas projeções,
os papéis podem reagir negativamente.
Peso das projeções
Este comportamento exemplifica como os papéis estão sendo avaliados: pela sua projeção de resultados. A
partir de suas projeções de resultados futuros, os analistas conseguem obter uma estimativa de seu preço
justo para as ações, o que acaba orientando o mercado. Assim, todas as vezes que os resultados ficam
abaixo do esperado, caem as projeções de preço justo e, conseqüentemente, muitos investidores vendem
seus papéis.
Isso significa que o mercado trabalha mais com as expectativas do que com os fatos. Como, em uma situação
onde o fluxo de informações é eficiente, toda informação já se reflete no preço dos ativos, o que pode causar
grandes mudanças são surpresas, ou seja, fatos novos que não eram de conhecimento do mercado.
Compre o rumor, venda o fato
Este comportamento do mercado fica evidente também em situações onde outros fatos importantes, não
somente a divulgação de resultados, começam a afetar o mercado. Um exemplo são rumores a respeito de
fusões ou aquisições. É muito comum ver papéis subirem na bolsa em função de rumores de troca de
controle acionário.
Se os rumores ganham intensidade, os papéis sustentam a valorização, muitas vezes até o ponto onde,
quando ocorre o anúncio oficial da transação, o preço não muda. Isso indica que os investidores acreditaram
cada dia mais que a transação fosse verdadeira, até o ponto quando, no anúncio oficial, isso não fosse mais
novidade para ninguém.
Assim, o mercado não reagiu ao fato em si, mas muito mais aos rumores que precederam o anúncio oficial da
transação. Neste caso, ganhou dinheiro quem "comprou" o rumor e "vendeu" o fato, ou seja, comprou a um
preço mais baixo quando os rumores estavam começando e vendeu mais caro quando o fato foi confirmado.
O mesmo ocorre também em divulgações de resultados, ou seja, se os números não alcançam o esperado
pelos analistas, muitos acabam vendendo, pois surgiu um elemento novo, não esperado, que acabou
evitando que o rumor se tornasse fato. Neste caso, embora possa parecer muito estranho, o modo de
funcionamento do mercado justifica situações como as registradas por diversas empresas nos últimos
trimestres.
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