Caso Clínico O Sr. Ambrósio, 50 anos de idade, fuma desde os 20 uma média de 50 cigarros por dia. A partir dos 35 anos, começou a apresentar aumento da pressão arterial (PA) fisiológica, passando a utilizar o propranolol para manter a PA em torno de 120:80 mmHg. Como ele é um pecuarista, frequentemente utilizava inseticidas organofosforados para combater as moscas-de-chifre e carrapatos que atacavam o rebanho bovino de sua propriedade. Certo dia, acidentalmente, o recipiente em que estava o inseticida estourou, com o Sr. Ambrósio ingerindo uma quantidade apreciável do organofosforado que manipulava e, como indicava no rótulo, ele procurou um serviço médico imediatamente. Muito nervoso com o acontecido, entre a sua fazenda e o hospital fumou 10 cigarros, agravando ainda mais o caso. Chegando ao hospital, o médico viu o rótulo do inseticida e imediatamente fez uma injeção endovenosa de sulfato de atropina, com o Sr. Ambrósio falecendo 1 hora depois decorrente de uma superestimulação do sistema cardiovascular, seguida de acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico devido à pressão arterial extremamente elevada. Pergunta-se: a) Qual a função da nicotina presente no tabaco no desenvolvimento da hipertensão? b) Qual o mecanismo de ação dos organofosforados e quais os efeitos farmacológicos decorrente dessa ação? c) O que levou o Sr. Ambrósio a desenvolver o quadro clínico apresentado após a injeção da atropina, já que este fármaco é utilizado como antídoto em casos de acidentes com organofosforados?