UNICAMP ‘’Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita’’ Texto: Modelos de letramento e as práticas de alfabetização nas escolas Autora: Angela B. Kleiman Objetivo do trabalho: realização de uma resenha Local: Campinas Data: 23 de agosto de 2009 O que é letramento? Angela B. Kleiman disserta sobre o conceito de letramento, sua autônomia que passam pelo desenvolvimento cognitivo, dicotomia da oralidade e escrita, qualidades intrínsecas da escrita, e até sua ideológia . Depois descreve sobre as práticas de letramento na escola desde as crianças pequenas até adulto no processo de alfabetização. No Brasil o letramento começou a ser utilizado numa tentativa de separar os estudos sobre alfabetização e o impacto social sobre a escrita, saber refletir o pensamento, desenvolvendo uma consciência critíca (competência individual no uso da escrita). Paulo Freire acredita que a alfabetização leva o individuo à desenvolver sua consciência crítica. Estas preocupações surgiram desde o século XVI com as “mudanças politícas, sociais, econômicas e cognitiva e relacionadas com o uso extensivo da escrita nas sociedades tecnológicas”(Heath, 1986; Rama, 1980). Utiliza-se metodologias que permitam descrever e entender as práticas do letramento. Defini-se o letramento, como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contexto específico, para objetivos específicos.(cf. Scribner e Cole, 1981). A escola se preocupa com o processo de aquisição de códigos (alfabéticos, numéricos) e não com o letramento prático social, se preocupando somente com um tipo de prática de letramento. Antes da crianças serem alfabetizadas elas já são letradas, possui oralidade, sendo que a mãe é 1º contato com o social. O modelo autônomo de letramento da ênfase no funcionamento regido pelo funcionamento lógico interno ao texto escrito, dentro as quais destacam: 1. correlação entre aquisição da escrita e o desenvolvimento cognitivo – resultado de comparação das estratégias para a solução de problemas, resulta que dependendo do tipo de “habilidade” que é desenvolvido o sujeito responde a uma prática social. 2.a dicotomização da oralidade e da escrita – a prática do letramento é aquela que leva a produção de texto que difere da oralidade (diálogo), nem toda escrita é formal e planejada (Tannen, 1980; Chafe,1984). A oralidade partilha de mais traços com a escrita quando o foco está no conteúdo.Contéudo é o mesmo, mas temos maneiras diferentes de se fazer entender. Segundo Bakhtin a linguagem, seja qual for a sua modalidade de comunicação incorpora o diálogo. A família, as instituições são essencial suporte para o processo da aquisição da oralidade. 3. qualidades intrísicas da escrita é a incorporação do poder transformador de nossas estruturas mentais como atributos intrísicos da escrita. A posse da escrita permite que o indivíduo caracterize estes processos, sendo que sua escrita é mais objetiva, inovadora, voltada para a vida psicológica interna. A autora argumenta que a oralidade e a escrita não dever ser vista pelas diferenças e sim pela igualdade, não deve se romper, tem que se dar continuidade ao processo do desenvolvimento da criança. Modelo ideológico de letramento Todas as práticas de letramento (Street 1984, 1993 )são aspectos da cultura, mas também das estruturas de poder numa sociedade. Os correlatos cognitivos da aquisição da escrita na escola devem ser entendidas em relação as estruturas culturais e de poder que o contexto representa. Práticas discursivas e eventos de letramento. As práticas discursivas de grupos socioeconômicos diferentes mudam segundo o seu contexto. O modelo de orientação letrada segundo um estudo realizado em pequenas comunidades no sul dos Estados Unidos. Heeath (1982, 1983) comparou os eventos de letramentos de nível de escolarização alta (universitário), e de baixa escolarização, mostrando as diferenças que as famílias e meio social social exerce nestas crianças. Na escola até a 3ª série as crianças não diferem, mas da 4ª série em diante as diferenças são marcantes. As práticas de letramento na escola. Os resultados do estudo de Heath acima, apontam o letramento ideológico que encaminha o aluno para sua classe social e etnia e não levam em conta sua inteligência e potencialidades. Acredito, que não é só o professor que não tem as ferramentas necessárias, mas de um modelo de letramento que é imposto e não desenvolve um cidadão, para uma transformação social. Letramento e alfabetização de adultos. O contexto da aula de alfabetização de adultos é reveladora porque o contexto de aprendizagem (formais ou informais) só da certo na medida que se estuda situações do real.O conflito da comunicação do professor e dos alunos pode ser o altamente transformador quando as práticas discursivas , reproduzem as práticas sociais. Foram explicitados no decorrer do texto modelos de letramento e as práticas de alfatização na escola, desde a família como primeiro adulto a mostrar a escrita para a criança até a alfabetização de adultos. A escrita determina o poder, as pessoas que são analfabetas, se sentim inferior, tem medo de ser passada para traz (enganadas). Depois de ver o filme”Leituras de um analfabeto”, entendi melhor as práticas de letramento de grupos não escolarizados. Ontem assistindo “criança esperança” na rede globo, fiquei pensando no texto e refletindo sobre as crianças menos favorecidas, falta de crechês, escolas onde o letramento deve refletir mudanças sociais. A escola não pode ser excludente, ela deve acolher, transformar a alfabetização existente em letramento.Segundo Kleiman, conjunto de práticas de uma escrita que abrange o desenvolvimento histórico da escrita refletindo outras mudanças sociais e tecnológicas. BIBLIOGRAFIA Kleiman, A. B. (org) Os significaddos do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: mercado das letras, l995.