SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DESIGUALDADE SOCIAL

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SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E DESIGUALDADE SOCIAL
RESUMO
Pedro Demo faz uma análise sobre a sociedade do conhecimento, incluindo as
desigualdades sociais, destacando entre vários autores o trabalho de Castells sobre a
“network society”, nesta obra Castells afirma que a globalização proporcionou um avanço
na ciência, na economia e na sociedade em geral gerando o que ele chama de “modo
informacional de desenvolvimento”.Demo menciona ainda segundo Castells que a atual
fase capitalista é global e informacional; informacional porque a produtividade e a
competitividade dependem da geração e aplicação de informação baseada em conhecimento
eficiente, e global porque o centro da produção esta organizado em escala globalizada ,
diretamente ou através de conexões entre agentes econômicos, ainda destaca que a sua
“marca” é informacional devido a constante competição informativa em base do
conhecimento, sendo assim a lucratividade e a competitividade as determinantes atuais da
inovação tecnológica e do crescimento da produtividade, é o que ele chama de
“informacionalismo”, onde ciência e tecnologia são estendidas amplamente “conhecimento
e informação”.
De fato Demo diz que Castells afirma que a intensividade do conhecimento se trata
menos de economia baseada na informação do que informacional, pois agora os recursos
são intensivos penetrando por todos os cantos da sociedade inclusive em dimensões
culturais, a partir daí vê-se que essa atuação é global e não planetária, essa competitividade
globalizada necessita no entanto de quatro itens para se manter :

A capacidade tecnológica, incluindo assim a força da pesquisa e
desenvolvimento, a utilização adequada de novas tecnologias, o nível da sua difusão na
rede de interação econômica e ainda a importância de recursos educacionais para esse
sistema a fim de reunir ciência tecnologia e produção.

O acesso a um mercado amplo associado e tributário, a UE ,os Estados unidos
e o Japão, com a intenção de possibilitar a atuação das firmas livremente;grupo forte e
restrito.

Um diferencial entre os custos de produção local e preços de mercado, pois
não se reduz facilmente o custo da mão de obra, ainda ai incluídas vantagens procedentes
do custo de terras, das taxas, das regulamentações ambientais, levando o capital onde
encontra-se facilidades e não onde ele é realmente necessário.

A capacidade política das instituições nacionais e em maiores dimensões, de
dirigir a estratégia do crescimento de tais paises ou áreas sob jurisdição, assim como
vantagens que as firmas procuram eliminar mesmo causando prejuízos as populações
locais, logo pode-se convir que a globalização não visualiza novas oportunidades de melhor
divisão, mas sim novas diretrizes ainda mais ásperas.
A "empresa de rede” é a principal promotora, é aquela que transforma sinais em bens
através do processamento do conhecimento, esta é a tendência da tática de aplicação.Demo
diz que nessa relação Castells é dúbio e se rende ao neoliberalismo ate certo ponto primeiro
por que dá a entender que a produtividade é acima de tudo produção do conhecimento e
volta atrás ao afirmar que se trata de produtividade informacional, pois uma coisa é ter o
conhecimento como base e outra é tê-lo com objetivo, como causa, e em relação ao
neoliberalismo ele passa uma visão relacionada as condições norte-americanas indo contra
as obras da década de 1990 onde direcionava-se uma forte crise de emprego ressaltando o
caso Rifkin(o fim dos empregos),dentre outros criticando a flexibilidade destruidora das
relações trabalhistas; além de a sociedade e a economia intensiva do conhecimento abrir
imensos horizontes de produtividade, porém a marca com um mecanismo severo de
exclusão social, pois substitui com certa rapidez mão de obra por processo informatizados
desestruturando a sociedade desde as bases , “as massas” pois isso se reflete na totalidade.
Referindo-se a Castells Demo diz que ele aceita ainda que a crise não chegou de verdade e
que novos empregos surgiram porém com menor remuneração, esse é a marca da economia
informacional, com mais procura e mais trabalhadores preparados, ocorrendo assim uma
recolocação.
A economia intensiva do conhecimento destrói empregos; sim, mas os recria em
outra parte, porém devido a crise pela qual passam alguns paises fica difícil aceitar essa
visão,a própria intensividade do conhecimento tende a usar mais a inteligência do
trabalhador , mas nem todos tem a orientação necessária para adequar-se a tal situação, na
prática é a razão pela qual a economia competitiva globalizada aposta na educação básica
de qualidade, sendo seu intuito não a cidadania, mas sim a competitividade com base no
manejo do conhecimento (tecnologia).Conforme Demo, Castells se afasta de analises
baseadas na obra Marxista que recuperam a chamada “lei do movimento econômico da
sociedade moderna”, pois a economia intensiva de conhecimento representa a antevisão
marxista da mais-valia relativa,esta seria “um modo capitalista especifico de produção”,o
trabalho necessário é encurtado “através de métodos pelos quais o equivalente ao salário é
produzido em menor tempo”;é a chamada lógica da intensividade do conhecimento
dispensando custos de mão-de-obra e mesmo assim aumentando a produtividade. O
trabalho preso ao valor de troca e não de uso vira mercadoria, dispensável, substituída por
métodos capazes de produzir maior mais-valia diminuindo o tempo de trabalho e
precisando de menos trabalhadores.
A partir disso podemos observar que a economia intensiva de conhecimento contem
uma forte tendência de exclusão, proveniente de crises estruturais constantes.A idéia do
pleno emprego vem do capitalismo de origem Keynesiana, mas uma enorme camada de
trabalhadores sem qualificação se forma e fica estagnada porque essa idéia só beneficia os
que estão preparados, isto é qualificados de acordo com as exigências do mercado, pois
para inserir-se neste é necessário usar ,utilizar o “conhecimento” com autonomia, e além de
haver esta competitividade entre os “sem” e os “com” qualificação cresce ainda a
competitividade entre os com maior habilidade de manejar o conhecimento, ainda com
mais autonomia, barateando as competências.De acordo com o que diz Pedro Demo, no
entanto os socialistas reais inventaram uma economia mais presa a mais-valia absoluta,
incapaz de adequasse a base material o que levou Kurz a reconhecer que estes ainda
seguem o modelo capitalista, porque a teoria da mais valia teria resolvido a questão da
produção restando a da redistribuição,sendo que este prefere analisar a mercadoria do que
as classes sociais , mesmo se aplicando as condições atuais, no que concorda Castells, que
também usa desse conceito, sem descartes , a classe trabalhadora além de não majoritária se
tornou fragmentada, lembrando a analise do BID de desigualdade que mostra entre os ricos
um percentual de apenas 15% de empresários, a analise social mudou bastante pois não
inclui mais cortes em relação a mulher, confrontos culturais, modos diferenciados de
apropriação privada e assim vai; estando em recuo a categoria trabalho.
Piorando ainda mais questão social, torna-se mais critico o desafio da
sustentabilidade que se pode resumir em:
* De que não é possível disseminar as condições dos centros para todos os povos,
pois eliminaria as reservas de energia e de água, além de matéria prima etc., logo se vê que
é impraticável crescer no mundo capitalista sem destruir a natureza, já que o crescimento é
orientado pelos lucros não pelos direitos das novas gerações que merecem usufruir
condições adequadas do meio ambiente, e talvez não tenham esses recursos para utilizar
devido a utilização inconseqüente,assim pode-se convir que o preço do progresso, da
riqueza, não é só a exclusão social mas também “ a exclusão do projeto humano
planetário”;esta lógica capitalista não foi como quer o neoliberalismo ,capaz de criar e
recriar chances iguais através da globalização competitiva, pelo contrario reproduziu outro
mapa das desigualdades, ainda mais difíceis de analisar e amenizar , porque estão
diretamente relacionadas com o conhecimento.assim o mundo divide-se em a parte que
produz seu conhecimento e a que o copia; assim torna-se quase que impraticável manter e
formular um projeto próprio de desenvolvimento sem manejo adequado de conhecimento,ai
surge a nova face da pobreza, mais comprometedora do que a carência material é a pobreza
política, a capacidade de organizar o próprio destino com autonomia, sendo o mal maior
não a fome, pois tecnologicamente é fácil combate-la, mas a ignorância , a incapacidade de
gerar as próprias oportunidades.
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