Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SIRLENE MARIA NUNES ALMEIDA PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO POLITICA SOCIAL COMPENSATORIA NO MUNICIPIO DE JANIOPOLIS NO PARANÁ. Maringá 2011 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SIRLENE MARIA NUNES ALMEIDA PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO POLITICA SOCIAL COMPENSATORIA NO MUNICIPIO DE JANIOPOLIS NO PARANÁ. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Profº. José Cláudio de Freitas Cruz,Drº. Maringá 2011 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública SIRLENE MARIA NUNES ALMEIDA PROGRAMA BOLSA FAMILIA COMO POLITICA SOCIAL COMPENSATORIA NO MUNICIPIO DE JANIOPOLIS NO PARANÁ. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 Professor (a). José Cláudio de Freitas Cruz, Dr. / Me. [orientador ] Assinatura Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura RESUMO A política social que escolhemos, para abordar neste trabalho, é o programa Bolsa Família. A Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, voltado a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Ao receber esse beneficio as famílias tem que cumprir alguns compromissos com a saúde, educação e assistência social. Na saúde, as famílias beneficiárias têm que cumprir uma agenda da pesagem da criança e alguns outros atendimentos voltados à saúde da família; na educação, as crianças das famílias beneficiárias têm que ter a presença no ambiente escolar, ou seja, têm que estar na escola; e na assistência social, o compromisso de atualizar o cadastro único e participar de cursos que preparam a família para o mercado de trabalho e para a emancipação pessoal e social. Para as crianças são ofertadas atividades condizentes com a idade, como previsto no estatuto da criança e do adolescente. Mas, pergunto: será possível emancipar as famílias com um valor financeiro tão baixo, pago pelo governo, referente ao programa? E a capacitação para o trabalho, onde não tem oferta de trabalho para todos os que são capacitados através dos cursos? E esses cursos realmente capacitam às famílias? Estudos mostram o comparativo entre o antes e o depois do benefício a crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, se alguns objetivos estão sendo alcançados. Ex: freqüência escolar, evasão escolar e progresso na aprendizagem. Com relação à freqüência escolar, foi positivo, visto que a criança e o adolescente têm freqüentado muito mais a escola. Com relação à Evasão diminuiu significativamente. Já o progresso na aprendizagem foi negativo indicando menor aprovação de crianças e adolescentes. PALAVRAS-CHAVE: Bolsa Família; Programas sociais; Transferência de renda. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 6 2. O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ............................................................................. 7 2.1 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A ATUALIDADE........................................... 8 2.2 BOLSA FAMÍLIA E A POLÍTICA DE RESULTADOS ........................................... 11 2.3 ÁREA E POPULAÇÃO DE ABRANGÊNCIA ........................................................ 12 3 CONCLUSÃO.................................................................................................. 16 4 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 17 6 INTRODUÇÃO A pobreza existe quando um segmento da população é incapaz de gerar renda suficiente para ter acesso sustentável aos recursos básicos e essenciais que garantam uma qualidade de vida digna. Estes recursos são: água, saúde, educação, alimentação, moradia, renda e cidadania. Nosso país é um dos primeiros do mundo em desigualdade social. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Brasil, a renda de uma pessoa rica é 25 a 30 vezes maior que a de uma pessoa pobre e os 10% mais ricos da população concentram 75% da riqueza e da renda nacional. .Com este estudo não pretendemos fazer julgamento a favor ou contra o Programa Bolsa Família, mas contar um pouco da história de uma iniciativa que pretende mostrar que é possível enfrentar a chaga da fome, da pobreza e da desigualdade social no Brasil, buscando analisar se o Programa Bolsa Família e o conjunto de políticas que se articulam com ele têm um viés demasiadamente assistencialista, como dizem alguns de seus críticos. O presente trabalho abordará o estado liberal, o neoliberal e o social liberal, com o intuito de compreender o Estado brasileiro nos seus mais diversos tempos históricos. Na atualidade, como o Estado tem visto a questão social, suas responsabilidades frente à população que necessita de políticas sócias emancipa tórias. Assim sendo, atentaremos para o funcionamento do Programa Bolsa Família, propriamente dito, como política social, tomando como base a sua trajetória em nível de Brasil, chegando ao município de Janiópolis no Paraná. Desde 1930, vários países da Europa vêm desenvolvendo programas de transferência de renda, com o intuito de amenizar a questão pobreza e exclusão. Mundialmente, a partir dos anos 1980, os programas de transferência de renda vêm sendo vistos como possibilidades para o enfrentamento do desemprego e da pobreza. Nesse âmbito, esses programas são apontados como possibilidade de solução para a crise do emprego, e o enfrentamento da pobreza (SILVA; YAZBEK; GIOVANNI, 2008, p. 42). Conforme as autoras, se não é a solução, ao menos se tenta oferecer, de alguma forma, maneiras de amenizar esta faixa da população. 7 2. O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA. Neste artigo, acreditamos ser importante resgatar o contexto histórico onde nasce o Programa Bolsa Família, sua origem e sua importância. Para tanto, devemos primeiramente entender o Estado e sua ideologia no decorrer da historia, pois é o Estado que aplica e financia as políticas publicas, cabendo a ele propor ações preventivas, diante de situações de risco à sociedade. E é por meio de políticas públicas que se garante, ao cidadão, a sua cidadania, isto é, a satisfação de suas necessidades humanas básicas. A ideologia do estado, desde o século XVII, é a ideologia liberal, que tem como principio a defesa da propriedade privada, a liberdade econômica, mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação, igualdade perante a lei, com o estado de direito, isto é na ideologia liberal o Estado não tem o compromisso de investir recursos financeiros ao cidadão através de políticas sociais. A partir da década de 70, surgiu o neoliberalismo, que é a aplicação dos princípios liberais numa realidade econômica pautada pela globalização e por novos paradigmas do capitalismo, ou seja, um novo liberalismo, que veio para se adequar à nova realidade capitalista, com um Estado Mínimo. Deste modo, o Estado não tem o compromisso em atender a questão social através de suas políticas sociais de enfrentamento à pobreza. Segundo Machado, neste início do século XXI, entendendo que a globalização e os pressupostos neoliberais extinguiram por completo as possibilidades de ampliação da política social, retirando-lhe qualquer objetivo de atenuar, amenizar ou superar as desigualdades sociais”. (http://www.franca.unesp.br/Politica%20Social% 20e%20Desigualdade%20 Social.pdf) A política social tem sua origem no modo capitalista de produção da vida social, não como uma política do capital e, sim, como uma luta dos trabalhadores na ampliação do preço de sua força de trabalho. Acreditamos que a política social é uma política de garantia de direitos sociais e de estabelecimento de um sistema de proteção social, para que as pessoas possam se manter e sobreviver, usufruindo da riqueza socialmente produzida. 8 Avaliar os impactos da Política de Assistência Social, na vida dos cidadãos, é condição igualmente importante, em função da escassez de conhecimento e dados referentes à população que recorre a Assistência Social, para satisfazer suas demandas histórica e socialmente produzidas, pois “trata-se de uma população destituída de poder, trabalho, informação, direitos, oportunidades e esperanças” (YASBEK, 2004, p.22). A crise econômica global representou a "falência" do sistema neoliberal. No Brasil, essa crise representa, ao governo FHC, o aumento da questão social, automatimamente, um grave problema de onde o Estado tem a responsabilidade de amenizar a situação de exclusão, provocada pela prática neoliberal, não por bondade e sim por pressão por parte da sociedade civil. Foi com o governo FHC que se inicia o programa de transferência de renda, Bolsa escola, bolsa alimentação, vale gás e etc. Com a mudança de governo no ano de 2002, assume a liderança, o então esperado Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - o Lula, como uma personalidade que não provém de setores dominantes da sociedade brasileira e está vinculada a um longo processo de luta e mobilização da classe trabalhadora, à redemocratização do país, por parte da esquerda brasileira. 2.1 O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A ATUALIDADE Ao assumir a presidência, o governo de Lula realiza ações que representam interesses contrários no interior da sociedade brasileira. Quando falamos contraditórias, é porque o programa de governo apresentado pelo PT, nas eleições, contraria a tradição programada, destacando que esse é o maior partido de esquerda na América Latina. Assim sendo, o governo em pauta estava representando interesses contrários no interior da sociedade brasileira. No decorrer do mandato, o que podemos perceber é que não houve mudanças no cenário político, e sim a continuidade da política neoliberal do governo anterior. Alguns estudiosos acreditam que o governo somente pintou as paredes da casa, deixando-as com aparência de novo, mas tudo continuou igual. Fala-se de um governo de esquerda, com um programa econômico liberal, em continuidade à política econômica do governo FHC. 9 Devido às campanhas enormes, feitas pelo governo Lula, usando os meios de comunicação em torno dos programas sociais, esse governo ganhou uma popularidade e credibilidade frente à população, causando uma falsa ilusão de que era um governo que fazia pelo excluído e que estava mudando o rumo da historia do país. Quando falamos isso, dizemos que o governo pegou os programas que já existiam como: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Cartão alimentação, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Programa do Agente Jovem, Auxilio–Gás, mudou o nome de alguns itens e deu continuidade em outros programas, deixandoos com nova aparência, exemplo: Programa Bolsa Família, (PBF), Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida um programa habitacional do Governo Federal, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); etc. Diante do exposto percebemos que no governo Lula o modelo que temos de Estado é o de caráter social-liberal, que já ficou explícito na ausência de políticas públicas estruturantes, onde as políticas sociais são compensatórias, o que não o coloca como um governo puramente neoliberal, mas "social-liberal”. O programa Bolsa Família, aqui citado foi criado em 2004, pela Lei n. 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto n. 5.209, de 17 de setembro de 2004. O programa tem por objetivos combater a fome e promover as famílias mais pobres, com o intuito de tornar acessível, às famílias, a rede de serviços sociais públicos, promovendo a emancipação com sustentabilidade, àqueles que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza. Vale ressaltar, que tanto União, estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil organizada trabalham em parceria para que a Bolsa família e seus objetivos sejam alcançados, mas pergunto novamente, será possível combater a fome das famílias com o recurso recebido pelo programa? Podemos dizer que os três essenciais objetivos para superação da fome e da pobreza são: alívio imediato da pobreza via transferência direta de renda às famílias, cumprimento das condicionalidades, buscando contribuir para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza, entre gerações e promover ações que venham dar sustentabilidade na busca da superação da situação de vulnerabilidade e pobreza pelos beneficiários do PBF. 10 As principais ações voltadas para a superação do estado de pobreza são: alfabetização de adultos, educação de jovens e adultos, programas de qualificação profissional, de geração de trabalho e renda, de melhoria das condições de moradia, de fornecimento de registro civil e demais documentos e da isenção de taxas em concursos públicos federais, além da tarifa social de energia elétrica e baixa renda da águas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) executam o programa Bolsa Família, em âmbito federal, por meio da Secretaria Nacional de Assistência Social. Financeiramente, para os municípios, estados e o Distrito Federal, no desempenho de suas ações relacionadas ao PBF, o MDS criou um mecanismo de transferência de recursos vinculado ao Índice de Gestão Descentralizada (IGD) que avalia o desempenho de cada ente na gestão dos componentes do PBF. Assim sendo, o PBF é um programa que está vinculado e coordenado diretamente pela secretaria de assistência social. Para as famílias terem acesso ao programa, têm que estar inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). O cadastro único reúne informações sobre a família e seus membros, construindo uma base de dados, usando um sistema eletrônico, altamente competente, que permite que os governos federal, estadual e municipal conheçam a realidade de vida dos brasileiros em condição de pobreza facilitando um diagnostico das famílias. Apesar de o Bolsa Família ser um benefício decorrente de um programa governamental, que pode ser cessado a qualquer momento, a rigor não se pode compará-lo com as tradicionais políticas assistencialistas, porque é um programa que tem, teoricamente, buscado promover o cidadão, utilizando-se das demais políticas, exemplo: saúde e educação. O Órgão Gestor da Assistência Social conta com recursos próprios e cofinanciamento do governo federal para desenvolver os Serviços, Projetos e Benefícios. Os recursos federais resumem-se no Piso Básico de Transição – PBT e no Índice de Gestão Descentralizada – IGD. Já no que se refere a programas de transferência de renda direta, conta com o Programa Federal Bolsa Família – BF e com o Beneficio de Prestação Continuada – BPC. 11 Devemos registrar que os estudos citados evidenciam que os programas de transferência de renda vêm contribuindo, no Brasil, para a redução dos índices de desigualdade e pobreza, principalmente para a redução da pobreza extrema, minimizando as privações de vida das famílias beneficiárias, mas são insuficientes para tirá-las da pobreza, na maioria dos casos. 2.2 – BOLSA FAMÍLIA E A POLÍTICA DE RESULTADOS Avaliar a gestão do Governo Lula, entretanto, não é uma tarefa nada fácil. As frustrações estão mutuamente imbricadas. Esse deveria ter sido, em nossa perspectiva, um governo que pensasse e agisse pelos excluídos, até mesmo pela origem humilde, por saber o que passa aquele que não dispõe de recursos para a manutenção da vida individual e familiar. A trajetória de luta desse personagem, para chegar à presidência da República, as critica realizadas enquanto oposição de todos os governos anteriores torna o governo de Lula contraditório, pois a ideologia divulgada, no decorrer de sua historia foi outra, em que o carro chefe deveria ser a garantia de direitos sociais de um cidadão, e a criação e o fortalecimento de políticas sociais, que viessem dar conta das necessidades da população. Mas o governo de Lula somente deu novo formato aos programas sociais, como o exemplo claro do Programa Bolsa Família, mas não queremos discordar sobre a importância do programa para as famílias beneficiadas e para os municípios onde elas habitam e sim levantar a questão de que outros governos que vierem poderão interrompê-lo, somente pelo fato de ser um programa e não uma política social, respaldada em lei. Segundo Yazbek (2004, p. 112), “Apesar do avanço que significa a cobertura do Bolsa Família, vários são os problemas a ele associados. O primeiro deles diz respeito ao fato de ser um programa, não derivando disso um direito para a família beneficiária”. Logo concluímos que não se constituindo como um direito, sua continuidade fica a mercê da vontade do presidente de plantão. Acreditamos que o Programa 12 permaneça no dever moral e humanitário de prestar socorro aos pobres, atendendo o imediatismo, não se realizando como direito social. É evidente a importância de atender o imediato contra a fome, mas é também mais do que conhecida a necessidade de se enfrentar a pobreza e superá-la, no âmbito estrutural das relações sociais. Assim sendo O Programa Bolsa Família, é um benefício que surte efeitos, apenas paliativos, diretamente às famílias atendidas pelo programa. Temos que partir do pressuposto, que a realidade é dinâmica, portanto não é possível dizer que o referido estudo está concluído. Pelo contrario, devemos compreender que o principal objetivo é iluminar nossas ações, para que possamos ser condizentes com as necessidades de nosso município e para tanto, ele deve ser reconstruído, conforme as exigências da realidade de forma continuada e permanente. Assim sendo, o presente estudo deve ser compreendido como inicio de um processo de conhecimento da realidade e não o fim, porque através dele e que aproximamos da realidade social, que por sua vez, deve ser conhecida cotidianamente. Desta forma, para que se tenha um dado concreto da realidade da família e de quanto lhe é necessário para seu auxílio, criou-se uma tabela de base para equitativamente disponibilizar estes recursos às famílias que se enquadrem no contexto do programa. 2.3 ÁREA E POPULAÇÃO DE ABRANGÊNCIA. Valores dos Benefícios Os valores dos benefícios pagos pelo Programa Bolsa Família variam de R$ 32 a R$ 242, de acordo com a renda mensal, por pessoa da família e com o número de crianças e adolescentes de até 17 anos. O Programa tem quatro tipos de benefícios: o básico, o variável, o variável vinculado ao adolescente e o variável de caráter extraordinário. O Benefício Básico, de R$ 70, é pago às famílias consideradas extremamente pobres, com renda mensal de até R$ 70 por pessoa, mesmo que elas não tenham crianças, adolescentes ou jovens. 13 O Benefício Variável, de R$ 32, é pago às famílias pobres, com renda mensal de até R$ 140 por pessoa, desde que tenham crianças e adolescentes de até 15 anos. Cada família pode receber até três benefícios variáveis, ou seja, até R$96. O Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), de R$ 38, é pago a todas as famílias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos, freqüentando a escola. Cada família pode receber até dois benefícios variáveis vinculados ao adolescente, ou seja, até R$ 76. O Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) é pago às famílias nos casos em que a migração dos Programas Auxílio-Gás, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação, para o Bolsa Família, causem perdas financeiras. O valor do benefício varia de caso a caso. Entenda como é calculado o valor do benefício do Bolsa Família: Famílias com renda familiar mensal de até R$ 70 por pessoa Número de crianças e Número de adolescentes de até jovens de 16 e 15 anos 17 anos 0 0 1 0 2 0 3 0 0 1 1 1 2 1 3 1 0 2 1 2 2 2 3 2 Tipo de benefício Básico Básico + 1 variável Básico + 2 variáveis Básico + 3 variáveis Básico + 1 BVJ Básico + 1 variável + 1 BVJ Básico + 2 variáveis + 1 BVJ Básico + 3 variáveis + 1 BVJ Básico + 2 BVJ Básico + 1 variável + 2 BVJ Básico + 2 variáveis + 2 BVJ Básico + 3 variáveis + 2 BVJ Fonte: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/valores-dos-beneficios. Valor do benefício R$ 70,00 R$ 102,00 R$ 134,00 R$ 166,00 R$ 108,00 R$ 140,00 R$ 172,00 R$ 204,00 R$ 146,00 R$ 178,00 R$ 210,00 R$ 242,00 14 Famílias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa Número de crianças e Número de adolescentes de até jovens de 16 e 15 anos 17 anos 0 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 Tipo de benefício Não recebe benefício básico 1 variável 2 variáveis 3 variáveis 1 BVJ 1 variável + 1 BVJ 2 variáveis + 1 BVJ 3 variáveis + 1 BVJ 2 BVJ 1 variável + 2 BVJ 2 variáveis + 2 BVJ 3 variáveis + 2 BVJ Valor do benefício R$ 32,00 R$ 64,00 R$ 96,00 R$ 38,00 R$ 70,00 R$ 102,00 R$ 134,00 R$ 76,00 R$ 108,00 R$ 140,00 R$ 172,00 Fonte: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/valores-dos-beneficios Diante deste quadro podemos expor de modo estatístico e real os recursos recebidos por Janiópolis, no âmbito do Programa Bolsa Família. Janiópolis é um município que tem uma população de 6.532 habitantes, essencialmente agrícola e com um índice de desemprego formal elevadíssimo, com aproximadamente 400 famílias que vivem na informalidade. Temos cadastradas no cadastro único/CADUNICO 866 famílias, dentre essas, no ano de 2010, 73 famílias receberam o PETI e 504 famílias receberam do Programa Bolsa Família. Já no ano de 2011, 67 famílias recebem o PETI e 435 famílias estão recebendo do Programa Bolsa Família. Janiópolis - PR Recursos recebidos por Área Exercício: 2011 Total destinado à área Assistência Social: R$ 350.939,14 15 Ação Linguagem Cidadã TODAS 8442 - Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Condição de Pobreza e Extrema Pobreza (Lei nº 10.836, de 2004) Bolsa Família 8446 - Serviço de Apoio à Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família Indice de Descentralizada - IGD 8662 - Concessão de Bolsa para Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho Transferência de Renda - PETI Gestão Total em Agosto (R$) ▼ Acumula do no Ano (R$) 2.147,3 9 350.939,14 [Por Mês] 0,00 336.505,00 [Por Mês] [Por Beneficiário] 2.147,3 9 7.314,14 [Por Mês] [Por Favorecido] 0,00 7.120,00 [Por Mês] [Por Beneficiário] Detalhamen to Fonte: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/valores-dos-beneficios Para que possamos ir de encontro com as reais necessidades da população, devemos construir o processo de estudo da realidade, baseado na participação da população, que contribuirá com elementos essenciais para a elaboração de propostas que irão de encontro com as reais necessidades, porque o nosso desejo nem sempre é o que a população necessita e almeja. O ser social deve ser visto na sua totalidade e particularidade, portanto, para que possamos transformá-lo, devemos estar articulados com outras políticas públicas, porque somente a política da assistência social não irá de encontro com as reais necessidades. 16 Nesse momento, devemos colocar que a assistência social é uma política de inclusão social, onde seus atores sociais são protagonistas de sua transformação, portanto o poder de decisão é deles. Costumamos dizer que os programas devem ser elaborados, executados e avaliados, através da participação da população, porque não é suficiente que seja apenas inserida em programas, uma vez que a mesmo é protagonista da sua vida. Somente conseguiremos garantir direitos sociais se for pela via da transformação das relações sociais de opressão e dominação. Para isso, é necessária uma ampla, vigorosa e difícil, mas imprescindível organização da população. Este é o compromisso ético dos profissionais que atuam nas políticas públicas, caso contrário, a ação será sem o devido retorno. A construção do Sistema Único de Assistência Social tem um novo olhar teórico-metodológicos, onde o trabalho está voltado às famílias, buscando a emancipação do individuo e da comunidade. A trajetória de afirmação da Assistência Social, como política social, demonstra que as inovações legais estabelecidas na Constituição Federal-88, na LOAS, na Política Nacional de Assistência Social e na Norma Operacional Básica/SUAS, por si só, são incapazes de modificar de imediato o legado das práticas de assistência social sedimentadas na ajuda, na filantropia e no clientelismo. As mudanças propostas precisam ser compreendidas, debatidas, incorporadas e assumidas por todos os envolvidos no processo de gestão da Política de Assistência Social, em todos os níveis da federação. Obviamente, também dependem do contexto econômico e político e de movimentos de pressão e negociação permanentes. Esse processo é contraditório, lento e gradual e requer a coordenação dos Estados e da União. A investigação do processo de execução da Política de Assistência Social é uma medida importante, na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social, capaz de analisar, avaliar e construir conhecimentos sobre a área. Nesta direção pode-se questionar: Como os municípios se organizaram (ou se organizam) frente ao processo de implementação do SUAS? Qual a relação entre a execução e a regulação? Como a legislação federal disciplinou e como a legislação municipal organizou a dinâmica 17 local? Que mudanças organizacionais foram realizadas? Quais responsabilidades os municípios assumiram? Como transmutar a lógica de ajuda em lógica do direito à proteção social? Que desafios e dificuldades se impõem? Qual o nível de entendimento dos trabalhadores dessa política sobre o SUAS? De que forma ocorre a participação dos cidadãos e o financiamento dessa política social? 3. CONCLUSÃO A promoção da igualdade é um valor. Na medida em que esse valor é compartilhado por muitos brasileiros, justifica, por si só, que a agenda política e econômica do país esteja voltada para tornar sustentável essa queda de desigualdade. No entanto, conforme se apresentou, reduções na desigualdade são também instrumentos valiosos para combater a pobreza e principalmente a extrema pobreza. Essas últimas são reduzidas quando a renda dos mais pobres cresce. Em 2004, a renda per capita dos 50% mais pobres cresceu 8% e, conseqüentemente, a porcentagem de pessoas em extrema pobreza declinou 2,5 pontos percentuais. Um feito histórico! No passado, não investimos o suficiente para garantir uma política de inclusão no Brasil. Isso nos levou a uma dívida elevada e, por isso, nossos primeiros resultados, ainda que significativos, parecem pequenos. Nosso investimento ainda é para incluir milhões de brasileiros nos direitos mais elementares da cidadania e da dignidade humana, como o direito à alimentação, mas estamos no caminho certo e estamos construindo uma base sólida e nossas políticas sociais têm um horizonte claro, indicando para os sonhos de todos os brasileiros, que o objetivo final é a construção de uma sociedade que garanta a todos os seus cidadãos os direitos sociais. É um desafio sem prazo definido para se extinguir. Mesmo numa sociedade que, como queremos que num horizonte próximo seja o Brasil, promova justa distribuição de renda assegure condições de igualdade e garanta direitos elementares de cidadania, haverá sempre pessoas, famílias ou até comunidades inteiras que vão precisar de apoio maior do Estado. O estudo realizado nesta pesquisa nos fez compreender a importância da transferência de renda, através do programa social Bolsa Família, para as famílias 18 brasileiras, com um olhar especial para as do município de Janiópolis, como sendo a única renda de caráter continuado,e o único meio de sobrevivência, para muitas famílias. A necessidade do programa é fato, mas sua visão, para a maioria é como caridade de um governo para um povo. 4. REFERÊNCIA BRASIL.Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome / Secretaria Nacional de Assistência Social -Política Nacional de Assistência Social /. Resp. Técn. Denise Arruda Colin... [et al.]. Brasília: 2004. _____. Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Institui o Programa Bolsa Família, 2004. _____. Decreto 5.209, de 17 de setembro de 2004. Regulamenta o Programa Bolsa Família,2004. CEDEPLAR/UFMG. Avaliação de Impacto do Bolsa Família. Brasília: MDS, 2007 ÍNDICE DE EXPECTATIVAS DAS FAMÍLIAS (IEF) Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/IEF/110310_ief07.pdf. Acesso em 10.10.2011 LEITE JÚNIOR, Alcides Domingues. Desenvolvimento e mudanças no Estado brasileiro. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração-UFSC; [Brasília] : CAPES :-UAB, 2009.-90p. : il. MACHADO, Ednéia Maria.Política Social e Desigualdade Social. Disponível em: <http://www.franca.unesp.br/Politica%20Social% 20e%20Desigualdade%20Social.pdf> OLIVEIRA, Tatiana de. Bolsa Família e Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: integração entre plano interno e externo para a difusão de boas práticas. Rio de Janeiro – RJ. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.ipc-undp.org/publications/mds/36P.pdf> Acesso em: 10 out. 2011. 19 - YAZBEK, M. C. O Programa Fome Zero no contexto das políticas sociais brasileiras. São Paulo em Perspectiva,São Paulo, v. 18, n. 2, p. 104-112, 2004. -WIKIPEDIA, A Enciclopédia livre. Governo Lula. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_Lula . Acesso em 18 de OUT/2011; hora 13:28.