Final de entressafra enfraquece patamar de preço do - Cepea

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 17 de junho de 2010.
Cepea recomenda fundo de reserva contra riscos da tomaticultura
O vai-e-vem dos preços é uma situação típica da tomaticultura de mesa do País. Conforme pesquisas
da Equipe Hortifruti Brasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Cepea, da
Esalq/USP, em 2009, o preço do tomate ao produtor variou de R$ 10,00/cx a R$ 44,50/cx de 23 kg,
sendo que o custo médio por caixa ficou entre R$ 13,00/cx e R$ 16,50/cx. No mesmo ano, quando a
Equipe Custo/Cepea estimou a rentabilidade do produtor com base nos preços médios, custos e
produtividade, o lucro por hectare variou de um prejuízo de R$ 20.000,00 até um lucro de R$
100.000,00.
Tendo em vista a falta de políticas públicas de apoio à comercialização, elevado risco de rentabilidade
da cultura e o seu alto custo de produção, pesquisadores do Cepea defendem que o produtor crie um
fundo de reserva a ser feito em anos de boa rentabilidade para cobrir prejuízos em anos ruins. Tendo
essa reserva, o produtor evita sua inadimplência, que poderia limitar seu acesso ao crédito ou ter de
pagar juros muito elevados. Em alguns casos, após um ano ruim, o produtor pode mesmo ficar sem
condição de manter o nível de investimento na cultura e entrar num ciclo de pobreza. O fundo de
reserva evitaria ou ao menos amenizaria os impactos de uma safra amarga.
A estimativa de quanto o produtor deve provisionar em anos bons com vistas a cobrir prejuízos em
outras safras, segundo pesquisadores do Cepea, começa pela análise do histórico do seu fluxo de caixa.
Essa avaliação lhe apontará a freqüência de perda ou de ganho nos diferentes meses, ao longo de anos.
Com dados apurados em campo a partir de 2006, os pesquisadores observam que julho e agosto são os
meses de maior risco para a tomaticultura nacional, com mais de 40% de chances de o resultado do
produtor ser negativo. Por outro lado, março, abril e maio são os meses de menor risco de prejuízo,
sendo respectivamente de 11%, 6% e 13%.
O trabalho completo é apresentado na edição de junho/10 da revista Hortifruti Brasil (distribuição
gratuita) e inclui percentuais de riscos de prejuízo ou de chances de lucro para cada mês, para cada
região. Esse estudo aponta também de quanto foi, em média, a perda por hectare nos períodos em que
houve prejuízo para as diferentes regiões produtoras. Num dos cálculos, a equipe apresenta inclusive a
probabilidade de se ter prejuízo de até R$ 10 mil por hectare ou de lucro acima de R$ 10 mil/ha.
Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa, Dra. Margarete Boteon, João Paulo B. Deleo e Richard
Truppel, destacam que o ideal é que os tomaticultores avaliem o seu grau de exposição ao risco com
base no seu fluxo de caixa antes de planejar o plantio. Para o cálculo apurado do fluxo de caixa,
lembram, é importante uma contabilidade dos gastos e das receitas. “O risco de preços é inerente à
cultura do tomate e, independente da escala do produtor, todos estão expostos. A diferença é o modo
como gerenciam o ‘dinheiro do tomate’”, comenta a pesquisadora Margarete Boteon.
Custo de produção e sustentabilidade econômica da tomaticultura nacional são temas de palestra hoje,
na Hortitec, em Holambra. A apresentação faz parte do III Simpósio Econômico Hortifruti Brasil de
Frutas & Hortaliças que a equipe Hortifruti do Cepea realiza. Serão apresentadas também tendências
paras os mercados de frutas e hortaliças.
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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 17 de junho de 2010.
A matéria com o estudo completo está disponível em: http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/
A seguir, outros destaques da HF Brasil de junho/10.
Batata: Temporada das secas oferta produção de 60% da área em junho
Tomate: Inicia safra em São José de Ubá
Cebola: Importações de cebola argentina em alta
Melão: Plantio é intensificado no RN/CE
Cenoura: Maior produtividade eleva nacional
Citros: Boa parte dos produtores fecha contrato para 2010
Manga: Florada de junho deve determinar safra
Maçã: Produção do Sul do País aumenta mais de 10%
Mamão: Preço se mantém em alta desde o início do ano
Uva: Paraná reduz oferta em junho
Banana: Vale do Ribeira em entressafra
Acesse: http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/
Outras informações podem ser obtidas através do Laboratório de Informação do Cepea:
19-3429-8837 / 8836 e [email protected]
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