Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Federais Sem energia nada se move, nada se transforma. Se um indivíduo necessita de alimentos energéticos, protéicos e lipídios que se transformam em 2500 calorias que lhe promovem equilíbrio físico e sustento psicológico. Assim também, a economia de um país precisa de algumas fontes de energia para fazê-la crescer forte, gerando riqueza e propiciando novas oportunidades de pontos de trabalho a todas as pessoas que desejam realizar seus sonhos de consumo. O Brasil, eu costumo afirmar é um continente, sem terremoto, sem maremoto e nem vulcão em erupção. É um fabuloso território de 8,17 milhões de quilômetros quadrados, onde habitam cerca de 180 milhões de pessoas abençoadas por Deus, que estudam, pesquisam, trabalham, ocupam-se, produzem, alimentam-se, abastecem-se e exportam. Faço, porém, uma advertência: se o país não analisar com a devida atenção o setor energético nos próximos dias, o apagão poderá retornar nos próximos meses; a agricultura competitiva de hoje, o parque industrial contemporâneo, o dinâmico comércio e o setor competente de serviços poderão ser comprometidos em um prazo muito curto. O resultado é previsível: recessão da economia que significa estagnação da atividade econômica generalizada, deflação, manutenção da concentração de renda na mão de poucos e grande distribuição de desempregos em todos os cantos do Brasil. Ofereço portanto, à consideração de meus ilustres pares, deste augusto Parlamento, a distribuição do sistema elétrico brasileiro por tipo de geração em megawatts: Usinas hidrelétricas – 64.964; Usinas termelétricas – 15.420; Usinas termonucleares – 2,007; pequenas usinas hidrelétricas – 87 e usinas eólicas – 22 MW. Mais de 80% da energia elétrica produzida neste continente, vêm da água. Mais duas perguntas: Como imaginar o crescimento do Brasil com segurança, investindo-se apenas em uma fonte de energia? Por que não aproveitar a energia do vento, do sol, do bagaço da cana-de-açúcar, de outros vegetais oleaginosos e outros biomassas? Ainda outra advertência: Se tudo a continuar nesse ritmo impróprio, chegará o dia em que se construirá barragem, mas não haverá água para encher o lago e nem o suficiente para tocar as turbinas das usinas hidrelétricas! E fica a grave conseqüência: barrageiros, construtores e proprietários das barragens tomam terras, casas, apropriam-se de ribeirões e rios, expulsam famílias ribeirinhas, tiram-lhes importantes meios de sobrevivência. Acredito que o Brasil precisa de uma definição transparente e conclusiva do novo modelo energético que se requisita hoje, pois a indefinição das autoridades econômicas paralisam aplicações financeiras; os investidores indagam do governo federal para quem será a venda de energia e quanto será o lucro com seus aportes. Sem diretrizes e informações, não há planejamento estratégico de negócios. Os avanços, na conquista da energia suficiente, não podem ser impedidos pela excessiva burocracia governamental e nem por ecologistas de carteirinha. É claro que o meio ambiente deva ser sempre preservado, mas não se pode admitir que fantasmas propiciem a estagnação do setor energético, pois as fontes da atual matriz energética implantadas são assenciais para o país, como petróleo, gás, recursos hídricos, nucleares, eólicos, lenha, solar e outros. Todas elas compõem cerca de 10% do Produto Interno Bruto de 2003, ou seja, um expressivo valor de R$ 130 bilhões! Senhor Presidente, Desejo formular um apelo: que o Ministério de Minas e Energia, comandado pela ministra Dilma Rousseff, competente pela política energética do país; o Conselho Nacional de Política Energética, indicador dos rumos do setor; a Agência Nacional de Energia Elétrica, responsável pela produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica; os Agentes Geradores – autorizatórios ou concessionários de geração de energia elétrica; os Agentes de Transmissão – que transmitem a energia da usina para os distribuidores; os Agentes de Distribuição – que entregam a energia nas moradias; os Procon’s – que defendem os consumidores; as ONG’s - que desejam preservar o meio ambiente e os usuários de possíveis danos; e, finalmente, os consumidores – diretamente interessados no pagamento de uma tarifa não escorchante reunamse, mais uma vez, nesta Casa Legislativa para debater a questão preocupante do setor energético que, realmente, deve adotar um planejamento estratégico e determinativo. Com seu cumprimento objetiva-se assegurar a oferta de energia necessária a um custo justo para o desenvolvimento nacional. Espera-se que isso aconteça o quanto antes para o bem do nosso país! Que divulgue em todos órgãos de comunicação da casa. Muito obrigado. DEPUTADO FEDERAL JEFFERSON CAMPOS PSB-SP