VALE DO RIO MADEIRA: CADÊ A ÁGUA QUE “TAVA” AQUI? VALE DO RIO MADEIRA: CADÊ A ÁGUA QUE “TAVA AQUI”? Autores: Ariádne Joseane Félix Quintela E-mail: [email protected] IFRO, Campus Porto Velho Zona Norte Comunicação Área CNPq/CAPES: 90192000 - MULTIDISCIPLINAR Sociais e Humanidades I ntrodução: Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, encontra-se hoje na zona do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC, 2007) que visa o desenvolvimento infra-estrutural do país em três frentes. No caso de Rondônia a concentração das obras ocorre na construção das hidrelétricas nas mediações do Rio Madeira e tem trazido à comunidade local diversas mudanças, dentre estas, os movimentos migratórios, o êxodo e desalojamento de comunidades ribeirinhas para assentamentos e para a cidade, as demandas de mão de obra especializada, o inchaço populacional centrado na capital e distritos adjacentes a essas obras. Nesse sentido, o Projeto “Vale do Rio madeira” foi realizado por meio do fomento de Auxílio-Bolsa concedido pela Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal de Rondônia, no período de julho a dezembro de 2012 e coaduna o tripé ensino, pesquisa e extensão. Objetivo do trabalho: O principal objetivo foi analisar, comparativamente, mudanças ocorridas na região da Vila Candelária e bairro Triângulo após a construção das usinas, cooptando conteúdos dos componentes curriculares de História, Geografia e Física. Métodos: Os métodos apreendidos no projeto foram levantamento bibliográfico, elaboração de texto narrativo e roteiro literário para a produção do vídeo-documentário. Além de técnicas de observação para a coleta e registro das imagens, entrevistas e filmagem. Resultados e Discussão: Com base nos métodos aplicados foi possível obter a produção do vídeo-documentário curta metragem com depoimentos de atingidos pelas obras das usinas, demonstrando as mudanças que vêm ocorrendo na beirada do rio. As entrevistas revelaram que a maior mudança para os moradores dessas duas regiões não está simplesmente na paisagem natural que vai sendo alterada. Os relatos demonstram que a construção do complexo hidrelétrico empurrou as famílias instaladas nas adjacências do rio para as cidades ou para regiões mais distantes de sua origem. Apesar disso, o Relatório de Impacto Ambiental/RIMA das Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau mostrou que as obras são fundamentais para o desenvolvimento regional do município. Conclusões: O projeto propor- Campus Porto Velho Zona Norte | Comunicação cionou o conhecimento sobre as regiões pesquisadas que são as primeiras a serem habitadas em Porto Velho, tendo um cunho histórico muito relevante, considerando que nestas localidades habitam descendentes e herdeiros dos trabalhadores da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que sofreram para se fixar nesses lugares e agora sofrem por ter que deixá-los. Ademais, é possível concluir que a noção de desenvolvimento é diferente para quem constrói e para quem é atingido diretamente por essas construções. Palavras-chave: PAC; Vale do Rio Madeira; Vídeo-documentário. Referência: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL/RIMA DAS USINAS HIDRELÉTRICAS DE SANTO ANTÔNIO E JIRAU. Maio de 2005. Disponível em: http://www.santoantonioenergia.com.br/upload/ portal _ mesa/pt/usina _ santo _ antonio/licenciamento/RIMA%20-%20Relat%C3%B3rio%20de%20 Impacto%20Ambiental.pdf. Acesso em 04/09/2012. InfoEXT - Ano I - nº 01 - Outubro 2013 69