Economia Brasileira – 2ª edição Editora Saraiva RESPOSTAS DAS QUESTÕES DE REVISÃO Capítulo 10 1. De uma maneira ampla, o objetivo do II PND consistia na superação do próprio subdesenvolvimento do País, buscando a eliminação dos estrangulamentos estruturais da economia brasileira e a retomada do crescimento econômico. Neste sentido, uma tarefa essencial era o desenvolvimento do departamento I (setor produtor de bens de produção), a fim de reduzir a dependência externa do País com relação a diversos bens do setor. As prioridades do plano foram atribuídas aos setores energético, siderúrgico, petroquímico e de bens de capital. O II PND representava, assim, uma tentativa de promover uma significativa transformação estrutural, completando o PSI e capacitando a indústria a produzir bens tecnologicamente mais sofisticados. 2. Os programas de investimento do II PND foram financiados, em sua maior parte, por empréstimos externos, em virtude das enormes dificuldades vivenciadas à época para o fechamento do balanço de pagamentos do País. Ademais, tal apelo aos capitais estrangeiros constituía um risco calculado para os formuladores do plano, apoiados no diagnóstico da transitoriedade da crise internacional e nas facilidades de captação de crédito no mercado externo. 3. As limitações enfrentadas pelo II PND estavam relacionadas, principalmente, ao caráter extremamente ambicioso dos objetivos propostos. Os prazos concedidos ao imenso conjunto de investimentos mostraram-se insuficientes para as possibilidades político-econômicas internas que vigoravam em um contexto de crise internacional. Por outro lado, de maneira mais específica, o esquema de financiamento adotado – baseado em grande parte na tomada de empréstimos do exterior – significou um crescimento substancial da dívida externa no período, sobre a qual incidiam taxas de juros flutuantes mais elevadas do que as cobradas na década de 60. Além disto, no curto-prazo, a onda de investimentos realizados traduziu-se também no aumento do déficit em transações correntes e no crescimento da inflação. 4. Na visão de A. Barros de Castro, as metas impostas pelo II PND – direcionadas para a superação dos estrangulamentos estruturais do departamento I da economia – constituíam uma decorrência lógica do êxito alcançado pelo PSI; sendo assim, mesmo um regime democrático teria optado pelo caminho desenvolvimentista trilhado pelo regime autoritário. Como conseqüência do II PND, o parque industrial brasileiro teria ultrapassado as barreiras do subdesenvolvimento (com Economia Brasileira – 2ª edição Editora Saraiva notável crescimento das indústrias de transformação e de bens de capital), mas a um ritmo de “marcha forçada” para a economia nacional. Adicionalmente, a complexidade e o longo prazo de maturação inerentes aos projetos implementados teriam feito com que os resultados desse conjunto de investimentos fossem aparentes apenas a partir de 1983: mesmo com a recessão do início dos anos 1980, o aparecimento de persistentes superávits comerciais nessa época seria uma conseqüência da diminuição estrutural da pauta de importações proporcionada pelo II PND.