Atividade de Economia Brasileira – 4º Semestre de Economia Prof. Damaris Bento – ATIVIDADE EM SALA APLICADA NO DIA 26/2/2015. 1. Quais eram os principais objetivos do II PND O PND II foi anunciado no ano de 1974 no governo de Geisel, tratava-se de um ousado plano de investimento público e privados, a serem implementados ao longo do período de 1974-1979. O objetivo era a ampliação da malha ferroviária, da rede de telecomunicações e da infraestrutura para produção e comercialização agrícola, visando ampliar a oferta para o mercado interno e para exportação. No setor de bens de produção, o foco do II PND eram os segmentos siderúrgicos, petroquímica, fertilizantes e celulose. No que se refere aos bens de capital, pretendia-se “transformar o panorama da indústria de bens de capital”, com foco em maquinas mecânicas pesada. Dentre os projetos do II PND para elevar a capacidade geradora de energia elétrica destacam – se as usinas de Itaipu e de Tucuruí. Parte do esforço de substituição de importações visava viabilizar a expansão da produção de alumínio. No que se refere ao crescimento, o plano tinha como base manter um crescimento econômico equilibrado entre 10% a 12% ao ano. 2. Qual a importância do financiamento externo para o II PND? O financiamento externo foi utilizado amplamente para financiamento de programas ligados ao governo, enquanto a estrutura interna do país financiou o setor privado. A busca por recursos externos serviu para cobrir o hiato de divisas existentes na execução do plano. Iniciou-se com isto o processo de estatização da dívida externa. Assim quanto ao projetos estatais sem o financiamento externo o II PND não seria executado, pois os recursos internos do país não eram suficientes para amplos investimentos, apenas atendia o setor privado. 3. Em sua opinião qual a melhor proposta que foi apresentada para governo em 1974, a de expansão da demanda ou de contenção da demanda agregada? Justifique sua resposta. Existiam duas principais proposta pare resolver a crise causada pelo choque do petróleo na economia brasileira, a primeira ideia defendida por Mario Henrique Simonsen e os economistas de linha mais ortodoxas de governo, acreditavam que dever-se-ia acomodar a recessão externa. Com o choque do petróleo é um choque na oferta adversa; assim o aumento nos custos reduziria a oferta nacional, e a curva de oferta se desloca para esquerda e para cima, levando para um preço maior e uma quantidade (PIB) menor. Com este choque o governo poderia reagir de duas formas: Acomodar o choque: Reduzir a demanda para que o impacto na inflação seja mínimo, assim, vai haver impacto recessivo, o PIB vai cair, haverá geração de desemprego, mas poder-se-ia controlar o nível de preço. Assim o impacto sobre o nível de preços seria pequeno, mas isto tinha o custo de uma redução maior na quantidade produzida (PIB). Essa era a proposta de Simonsen, que era evitar que os problemas de inflação se perpetuassem ao longo do tempo. Evitar esse impacto tão alto sobre o nível de preço via política recessiva. Em síntese, ajuste recessivo diminuindo a demanda agregada para controlar a inflação. A segunda opção de reação frente ao choque do petróleo era a de continuar o crescimento econômico, continuar o milagre. Ou seja, realizar financiamento do crescimento, mantendo o crescimento elevado e fazendo um ajuste gradual dos preços relativos (alterados pela crise do petróleo), enquanto houvesse financiamento externo abundante. Supondo que a crise era passageira e de pequenas dimensões. (SOUZA, 2008, p. 125) No primeiro ano do governo Geisel ainda tinha-se a ideia de bons resultados de crescimento como vinha o Brasil em 1973 com 14% de crescimento do PIB, o que era uma ilusão. (GREMAUD et. al 2012, p. 401). 4. Qual o principal problema do Brasil utilizar de empréstimos estrangeiros? Abundancia de crédito externo parecia viabilizar, do ponto de vista deo seu financiamento, a execução do plano, diferentemente do que tinha acontecido com Vargas em 1937 e 1951, quando a carência de recursos externos inviabilizou o projeto de industrialização. Contudo, essa saída, que implicou em um endividamento externo elevado, se demonstraria desastrosa para o pais nos anos subsequentes, na medida em que, sendo os empréstimos concedidos a taxas de juros flutuantes, a elevação dessas taxas a partir de 1979, ampliou enormemente os custos de pagamento da dívida externa.(CORSI et. al, 2010, p. 212). Assim de acordo com Souza (2008, p. 146) de 1978 em diante, a taxa de juros internacional não parou de crescer, em consequência, o pagamento de juros pelo Brasil aumentou de US$ 2,7 bilhões para US$ 10,5 bilhões entre 1978 a 1982. (SOUZA, 2008, p. 146). 5. Qual o impacto da crise do petróleo na economia da época, represente graficamente este cenário. Em protesto os países da OPEP (cartel) reduzia a oferta de petróleo mundial e isto trouxe graves problemas para a economia brasileira. Com a crise os preços do petróleo quadruplicaram, onde passaram de U$$ 8,00 Para U$$ 32,00 dólares o barril. As consequências foram: – Inflação de custos; com o aumento do preço do petróleo por si só já geraria inflação, associado a crise do petróleo o Brasil vivia um período de transição política. Sairia um militar de chamada linha dura do governo (Médici) para a presidência de outro militar Geisel, que era ligado a uma política castilhista, ou seja, uma filosofia capelista que era uma linha mais moderada. Geisel no primeiro ano de governo já sinalizava que existia uma abertura política: “lenta, gradual e segura”, pois era um militar com a cabeça bem diferente do governo anterior. Oferta_2 Preço Oferta P2 P* Demanda Q2 Q* Quantidade Ocorre um deslocamento da oferta, dado que o preço do petróleo ficou mais caro e era a base de insumo para o setor produtivo no Brasil, isto gerou uma redução da oferta e aumento de preços consequentemente. 6. Em sua visão de economista, o II PND foi uma estratégia ousada de crescimento e de resposta à crise internacional. O II PND foi uma estratégia irresponsável motivada por causas políticas. O II PND pode ser visto como continuidade do processo de substituição de importações? Discorra sobre as afirmativas acima. Questão pessoal. Atividade de Economia Brasileira – 4º Semestre de Economia Prof. Damaris Bento – ATIVIDADE EM SALA APLICADA NO DIA 26/3/2015. 1. Faça um breve comentário sobre a situação da economia brasileira no início da década de 80. No início dos anos 1980, houve elevação do déficit comercial, puxado pelo aumento dos preços, principalmente do petróleo, ao mesmo tempo em que as despesas com juros cresceram. No quadro, a entrada de capitais se tornou insuficientes para financiar os déficits correntes, com significativa perda de reservas, diminuindo-as para apenas 3,6 meses de importação. Isto colocou o país na iminência de uma crise de Balanço de Pagamentos. A interrupção dos fluxos de capitais externos, em 1982, foi, portanto, fatal para a economia brasileira, dando inicio à Crise da Dívida. 2. Quais as principais medidas adotadas pelo ministro Delfim Neto a partir de agosto de 1970? As principais medidas foram: A expansão do credito para a agricultura, com vista em expectativas de uma supersafra para 1980, e contenção dos preços de alimentos; Criação da Secretaria especial das Empresas Estatais (Sest), para controlar as empresas estatais, e a aceleração de reajustes das tarifas (reeditando a inflação corretiva do Paeg), para melhorar a situação das empresas; Eliminação de alguns incentivos fiscais às exportações, do depósito prévio sobre importações, a revogação da lei do similar nacional, visando controlar o comércio externo por meio da política cambial tarifária; A maxidesvalorização de 30% do cruzeiro em dezembro de 1979; A prefixação da correção monetária e cambial em 50% e 45%, respectivamente, para o ano de 1980, visando combater a inflação com um golpe psicológico; A aprovação da nova lei salarial em novembro (lei nº. 6.708), que instituía a semestralidade dos reajustes salariais, bem como reajustes diferenciados por faixas de salários; 3. O superávit da balança comercial nos anos de 1983 – 1984 podem ser explicados pela retração da demanda interna. Comente. A economia brasileira gerou superávit na balança comercial durante a primeira metade da década de 1980, onde foi favorecido pela maturação de alguns dos projetos do II PND, ainda em 1984. Diminuiu em 1985, em comparação ao ano anterior, houve uma modesta retração do saldo da balança comercial, de US$ 13,0 bilhões em 1984 para US$ 12,5 bilhões, em 1985, basicamente em virtude da recuperação da economia. Os superávits foram favorecidos por desvalorização cambiais, como a grande desvalorização implementada em fevereiro de 1983, sendo que a desvalorização de fevereiro de 1983 foi um dos fatores que ajudou a recuperação do superávit comercial, na primeira metade da década. 4. Quais foram as principais medidas impostas pelo FMI para o Brasil. Em sua visão de economista quais impactos negativos e positivos destas medidas para o Brasil? As principais medidas foram: Redução do gasto público, representando pelo corte de 12% dos gastos da União e de 20% nos investimentos estatais; Redução do subsídio ao crédito agrícola, o que significou uma elevação dos juros agrícolas; Arrocho das emissões monetárias: depois de haverem crescido em mais de 100% em 1982, só deveriam faze-lo em 60% em 1983, o que significava, na pratica, um aperto no crédito; Maior arrocho salarial, principalmente dos salários mais baixos, de onde se pretendia retirar 10% acima do INPC (até três salários mínimos) ou deduzir 20% do INPC (na faixa de 7 a 10 salários mínimos); Aumento das tarifas e dos preços dos serviços públicos, dos derivados de petróleo, do trigo, do aço etc.; Aceleração da desvalorização cambial. 5. Qual era o cenário econômico internacional quando José Sarney assumiu o governo brasileiro? E qual o foco econômico principal das políticas apresentadas na Nova República. Falemos agora dos diversos planos heterodoxos da segunda metade da década de 1980 e início dos anos 1990, implantados com objetivo de controlar a inflação. Todos esses planos tinham por base o diagnóstico da inflação inercial, trazendo como principal elemento o congelamento de preços, sendo que a cada plano acrescentavam-se novas características, aperfeiçoando os planos anteriores, na tentativa de não incorrer nos mesmos erros. A economia brasileira parecia, em 1984, ter reencontrado a trajetória de crescimento que havia caracterizado por vários anos. De fato, em 1984, a economia atingira um crescimento de 5,4% do PIB e, em 1985, crescera nada menos que 7,8%. Tinha um cenário internacional favorável.