FLÁVIA TRONCON ROSA TÍTULO ESTUDO DA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO INTESTINAL DE FERRO E ZINCO EM INDIVÍDUOS COM OBESIDADE GRAVE, ANTES E APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA DATA DA DEFESA: 20/06/2007 RESUMO A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e de prevalência crescente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Atualmente, têm sido realizadas diferentes técnicas cirúrgicas como tratamento da obesidade e tem-se verificado desenvolvimento de carências nutricionais em diferentes tempos de seguimento pós-cirúrgico. Apesar de o ferro e o zinco estarem incluídos entre as deficiências de nutrientes, pouco se sabe sobre alterações na absorção intestinal desses minerais em indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica. Com isso, o presente estudo teve como objetivo verificar alterações na resposta plasmática de ferro e zinco em indivíduos com obesidade grave, em pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica, após administração, via oral, de ferro e zinco. Para isso foram avaliados 9 indivíduos com obesidade grave, do sexo feminino, com idade média de 41±12 anos e IMC médio de 51±9 Kg/m 2. Antes e três meses após serem submetidos a cirurgia bariátrica, foram realizados: avaliação nutricional (anamnese alimentar, avaliação antropométrica e bioquímica, impedância bioelétrica e calorimetria indireta), determinação do nitrogênio urinário e o teste de absorção. Em cada momento, após jejum noturno de 8 horas, as voluntárias receberam uma cápsula de sulfato ferroso (15 mg de Fe elementar) e uma cápsula de sulfato de zinco (15 mg de Zn elementar) em doses únicas, em conjunto. A determinação das curvas de ferro e zinco plasmáticos foram realizadas a partir de cinco amostras de cada voluntária: uma basal (antes da administração das cápsulas) e as outras a cada 1 hora num período de 4 horas após a administração. As análises plasmáticas foram realizadas pelo método de espectrometria de absorção atômica e a comparação entre pré e pós-operatório avaliada pela medida da área sob a curva. Analisando os resultados, não foi verificada diferença significativa na concentração plasmática de ferro entre os tempos, tanto no pré como no pósoperatório, bem como na medida da área sob a curva. Em relação ao zinco, somente foi verificada diferença estatística no pré-operatório, quando se comparou a concentração média de zinco plasmático basal (87±17 μg/dL) com a concentração na primeira hora pós-ingestão (105±23 μg/dL). A comparação entre as medidas das áreas no pré-operatório (54±35 μg/dL/h) e no pós (23±20 μg/dL/h) mostrou que a resposta plasmática no pós-operatório estava diminuída em 7 voluntárias, com nível de significância p=0,06. Concluiu-se que não houve resposta plasmática à ingestão de ferro em nenhum momento. Em relação zinco, não houve resposta plasmática à ingestão somente no pós-operatório e a medida da área sob a curva apresentou-se diminuída, indicando uma possível redução na capacidade absortiva de zinco nesses indivíduos após a cirurgia.