Lipossomas/Microemulsões/ Emulsões múltiplas Os lipossomas constituem, atualmente, um sistema muito empregado na área cosmética e farmacêutica para veicular princípios ativos fundamentais, além de promover o incremento de liberação de fármacos; São vesículas esféricas, constituídas de uma ou várias bicamadas concêntricas de lipídeos, que isolam um ou vários compartimentos aquosos internos do meio externo. Sua constituição oferece grande afinidade aos fosfolipídeos cutâneos; Apresenta como vantagens: - Elevada biocompatibilidade; - São sistemas altamente versáteis; - Têm sido amplamente utilizados como veículo em formulações farmacêuticas e cosméticas, pois em sua estrutura proporciona a encapsulação de substâncias ativas hidrofílicas e lipofílicas, visto serem constituídos por compostos anfifílicos. Lipossomas são vesículas constituídas de uma ou mais bicamadas fosfolipídicas orientadas concentricamente em torno de um compartimento aquoso e servem como carreadores de fármacos, biomoléculas ou agentes de diagnóstico. A estabilidade dos lipossomas pode ser afetada por fatores químicos, físicos e biológicos. Após administração intravenosa, lipossomas convencionais são rapidamente capturados pelo sistema fagocitário mononuclear. Para evitar essa captura, lipossomas furtivos foram desenvolvidos, os quais apresentam a superfície modificada com componentes hidrofílicos. Para permitir a liberação seletiva do fármaco nos sítios alvos, ligantes de reconhecimento específico são conjugados na superfície de lipossomas. Em geral, os métodos de preparação de lipossomas incluem hidratação de um filme lipídico seguida de sonicação ou extrusão para redução do tamanho das vesículas. Os lipossomassão caracterizados quanto ao tamanho e composição química das vesículas e conteúdo do material encapsulado. Constata-se que os lipossomas oferecem maior eficácia e segurança com relação aos tratamentos convencionais. Apesar de algumas formulações lipossomais serem comercializadas desde os anos 1980 para tratamento de infecções fúngicas sistêmicas e do câncer, problemas de ordem tecnológica e biológica fazem com que os lipossomas sejam ainda extensivamente estudados para desenvolvimento de formulações estáveis no organismo visando à terapia de várias doenças, principalmente do câncer. Porque Usar Lipossomas na Liberação de Fármacos? Mudança na absorção e biodistribuição; Resistência a multifármacos; Decréscimo dos efeitos colaterais; Proteje os fármacos. Afeta o tempo no qual o fármaco é liberado ; aumenta a duração da ação e diminui administração; Lipossomas auxilia na aplicação de fármacos com: Índice Terapêutico baixo; Rápido metabolismo; Farmacocinética desfavorável; Baixa solubilidade; Que apresentam problemas de Estabilidade; Ou sejam irritantes. Podem ser classificados em termos de tamanho, número de lamelas (e sua posição relativa), constituição lipídica (o que condiciona a sua carga), estabilidade e modo de preparação. A estabilidade dos lipossomas pode ser afetada por fatores químicos, físicos e biológicos. Após administração intravenosa, lipossomas convencionais são rapidamente capturados pelo sistema fagocitário mononuclear. Para evitar essa captura, lipossomas furtivos foram desenvolvidos, os quais apresentam a superfície modificada com componentes hidrofílicos. Para permitir a liberação seletiva do fármaco nos sítios alvos, ligantes de reconhecimento específico são conjugados na superfície de lipossomas. Para saber mais leia o texto: Lipossomas e suas aplicações terapêuticas: Estado da arte Em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v43n2/02.pdf Características estruturais dos vários tipos de lipossomas: convencionais - (A) fármaco hidrofílico no interior do lipossoma e (B) fármaco lipofílico adsorvido ou inserido na bicamada lipídica; catiônico (C); de longa circulação (Stealth®) – com polímero hidrofílico na superfície (D); sítio-específicos – (E), (F) com anticorpos ligantes e (G) com peptídeos e proteínas ligantes na superfície; virossomas – com envelope viral na superfície (H); (I) DNA-plasmídeo encapsulado em lipossomas catiônicos. A sua nomenclatura é baseada no seu número de bicamadas lipídicas (lamelas) e no seu tamanho; Para os lipossomas de preparação imediata, utilizados em todos os primeiros estudos, ficou consagrado o nome de vesículas multilamelares ou MLV; Para muitas das aplicações, torna-se importante a utilização de um sistema de interpretação mais simples e melhor definido em termos estruturais, tais como os lipossomas unilamelares; vesículas unilamelares grandes (LUV- “large unilamellar vesicles”) que são de diâmetro superior a 100nm; vesículas unilamelares gigantes (GUV- “giant unilamellar vesicles”) com dimensões de 1μm a 10µm. vesículas unilamelares pequenas (SUV- “small unilamellar vesicles”) que são de diâmetro entre 20 a 50nm; Além do tamanho e número de lamelas, outro fator essencial para a caracterização de um lipossoma é a constituição das bicamadas lipídicas; A composição fosfolipídica, a presença de esteróis, a proporção destes componentes e a inserção de outras moléculas nas bicamadas, vão condicionar vários parâmetros da membrana e do próprio lipossoma: a sua carga, estabilidade, curvatura da(s) bicamada(s), entre outros. Estas vesículas são constituídas basicamente por fosfolipídeos (podendo ser de natureza sintética ou natural), esteróis e um antioxidante. Os lipídeos mais utilizados nas formulações de lipossomas são os que apresentam uma forma cilíndrica como as fosfatidilcolinas, fosfatidilserina, fosfatidilglicerol e esfingomielina, que tendem a formar uma bicamada estável em solução aquosa. As fosfatidilcolinas são as mais empregadas em estudos de formulação de lipossomas, pois apresentam grande estabilidade frente a variações de pH ou da concentração de sal no meio. Diferentes métodos de preparação de lipossomas em escala laboratorial são propostos para obtenção de 1 a 10 mL de preparação, tais como redispersão de um filme lipídico, para produção de MLV, seguido de sonicação, extrusão e microfluidificação para obtenção de SUV ou LUV . Entretanto, os dois últimos métodos podem ser também utilizados em escala industrial. A microfluidificação é fundamentada nos princípios da dinâmica de fluidos para produção de lipossomas em processo contínuo, o qual é compatível com as boas práticas de fabricação de produtos farmacêuticos. Problemas relacionados ao custo de produção dos lipossomas: $$$$; Baixa ¨shelf life¨ (Instabilidade Física, Química e biológica) Baixa encapsulação (Fármacos Polares e sem cargas opostas, pode sofrer modificações) Estas vesículas são constituídas basicamente por fosfolipídeos (podendo ser de natureza sintética ou natural), esteróis e um antioxidante. Os lipídeos mais utilizados nas formulações de lipossomas são os que apresentam uma forma cilíndrica como as fosfatidilcolinas, fosfatidilserina, fosfatidilglicerol e esfingomielina, que tendem a formar uma bicamada estável em solução aquosa. As fosfatidilcolinas são as mais empregadas em estudos de formulação de lipossomas, pois apresentam grande estabilidade frente a variações de pH ou da concentração de sal no meio. Diferentes métodos de preparação de lipossomas em escala laboratorial são propostos para obtenção de 1 a 10 mL de preparação, tais como redispersão de um filme lipídico, para produção de MLV, seguido de sonicação, extrusão e microfluidificação para obtenção de SUV ou LUV . Entretanto, os dois últimos métodos podem ser também utilizados em escala industrial. A microfluidificação é fundamentada nos princípios da dinâmica de fluidos para produção de lipossomas em processo contínuo, o qual é compatível com as boas práticas de fabricação de produtos farmacêuticos. Problemas relacionados ao custo de produção dos lipossomas: $$$$; Baixa ¨shelf life¨ (Instabilidade Física, Química e biológica) Baixa encapsulação (Fármacos Polares e sem cargas opostas, pode sofrer modificações) Cinética de liberação em organismos vivos, os lipossomas interagem, no primeiro momento, com os componentes dos fluidos biológicos, o que pode alterar a permeabilidade de sua membrana e a velocidade de liberação da substância encapsulada. substâncias incorporadas nas membranas dos lipossomas, a quantidade de substância liberada dependerá do coeficiente de partição da substância entre a membrana e a fase aquosa, assim como dos componentes desta fase. substâncias incorporadas no compartimento aquoso, a criação de um gradiente de concentração da substância através da membrana faz com que esta atue como barreira, limitando a velocidade de difusão das substâncias para o meio externo. Substâncias de grande tamanho e elevada polaridade serão retidas com maior eficiência no compartimento aquoso interno dos lipossomas que as substâncias de pequeno tamanho e de baixa polaridade, respectivamente. a constante de difusão da substância é inversamente proporcional à viscosidade da membrana, podemos prever que membranas na fase gel reterão a substância encapsulada com maior eficiência que membranas na fase cristal-líquido. A pressão osmótica do meio interno dos lipossomas é um outro fator importante que vai influenciar a liberação do princípio ativo encapsulado. Deve-se evitar preparar lipossomas com pressão osmótica interna superior à externa, pois isto provoca a entrada de água nos lipossomas, podendo induzir um choque osmótico com conseqüente liberação da substância encapsulada. MACRO X MICROEMULSÃO As emulsões são conhecidas como sendo misturas relativamente estáveis de água e componentes oleosos ou graxos, na presença de um emulsionante. As emulsões são classificadas em 4 tipos, de acordo com o tamanho das partículas: Macroemulsões (400nm); Microemulsões (100nm); Miniemulsões (100 a 400nm); TIPOS DE MICROEMULSÕES Figura 2 - Tipos de microemulsões: A: Microemulsões óleo em água; B: Estrutura bicontínua rica em água; C: Estrutura bicontínua rica em óleo; D: Microemulsões água em óleo VANTAGENS: Facilidade de preparação Translucidez Estabilidade Possibilidade de filtração Veiculação de fármacos de diferentes polaridades Baixa viscosidade Vantagens farmacéuticas Proteção do fármaco solubilizado na fase dispersa Aumento da biodisponibilidade Solubilização assegurada Absorção por endocitose, micelação ou capilar linfático Sistema disperso termodinamicamente estável que simula o processo de absorção de lípidos do TGI DESVANTAGENS: Utiliza grandes quantidades de tensoativo e co-tensoativo. EXEMPLOS DE COMPONENTES EMPREGADOS NO SEU PREPARO: Fase apolar Óleos vegetais naturais e modificados Ésteres de ácidos graxos e seus derivados etoxilados Óleos de silicone. Fase polar Tampões, Soluções salinas, Misturas de solventes hidrofílicos. Surfactantes: Não iônicos: Derivados de ácidos e álcoois graxos etoxilados Zwiteriônicos: Fosfolípideos, lecitinas,diacilfosfatidilcolina Catiônicos: Alquilamônio quaternários Aniônicos: sulfosuccinatos CO-SURFACTANTES OU CO-TENSOATIVOS: Def: Qualquer componente que modifique as propriedades de empacotamento do surfactante. Exemplos Álcoois de cadeia média Aminas Propilenoglicol Aminoálcoois Funções Diminuir a tensão interfacial Particionar-se entre ambas fases (melhora solubilidade mútua) Diminuir as interações repulsivas Etapas da obtenção de microemulsões Para o preparo de uma microemulsão é necessário observar-se algumas etapas: Selecionar os componentes Definir a relação surfactante/cosurfactante Titular a uma relação definida de mistura de componentes Proceder à caracterização Construir o Diagrama de Fases. APLICAÇÕES: Administração transdérmica de fármacos: anestésicos locais, antifúngicos. Aumento da biodisponibilidade de fármacos lipofílicos: corticóides e hormônios sexuais. Fórmulas injetáveis: fármacos oncológicos (vantagem: tamanho, capacidade de esterilização por calor ou por filtração esterilizante) Administracção oral de peptídeos: insulina, vasopressina, ciclosporina. Colirios: pilocarpina Aerossol: salbutamol Produtos comercializados Extenso uso em cosmética: perfumes, protetores solares, produtos capilares. Administração de lípideos por vía intravenosa (Nutrição parenteral) Fármacos antivirais e imunosupressores em cápsulas e fórmulas líquidas SITUAÇÃO ATUAL: Desenvolvimento de microemulsões farmaceuticamente aceitáveis. O futuro é promissor para veiculação tanto de princípios ativos pouco solúveis em água como para fármacos peptídicos lábeis. Muito boas expectativas para formas orais, parenterais, transdérmicas, As microemulsões tem demonstrado melhoria dos parâmetros farmacocinéticos dos fármacos veiculados. EMULSÕES MÚLTIPLAS - DEFINIÇÃO Emulsão múltipla do tipo óleo-em-água-em-óleo como sistema carreador para a liberação controlada de substâncias terapeuticamente ativas. (Photo: Pharmaceutical Technology, University of Tübingen Emulsões Múltiplas podem ser consideradas como emulsões de emulsões. Emulsões múltiplas, ou emulsões que possuam estruturas ternárias, quaternárias ou mais complexas têm sido estudadas desde sua primeira descrição por Seifriz, em 1925. Emulsões Múltiplas - Tipos As emulsões múltiplas mais simples, também chamadas de emulsões duplas, são sistemas ternários compostos por uma estrutura água-óleo-água ou óleo-águaóleo. • A/O/A: são sistemas onde pequenas gotículas de água ficam dentro de gotículas maiores de óleo, que por sua vez estão dispersos em uma • fase contínua de água, ou seja, as fases aquosas, interna e externa, estão separadas por uma fase oleosa (REMINGTON, 1995). O/A/O: a fase aquosa está entre duas fases oleosas (REMINGTON, 1995). APLICAÇÕES: APLICAÇÕES: Adjuvantes em vacinas (antígeno + modificador de resposta imune) Substitutos para glóbulos vermelhos Direcionamento linfático de fármacos Sistemas de liberação prolongada Absorção de drogas em casos de intoxicação EMULSÕES MÚLTIPLAS – Sistemas Quaternários Por serem dispersões, as emulsões múltiplas são inerentemente instáveis. Esta instabilidade está associada à grande área interfacial existente em seu sistema. Desta forma, o sistema tende a que as gotículas se aglutinem, com isso reduzindo a energia e destruindo a emulsão. Para prevenir isso, um terceiro componente é adicionado, o tensoativo. No entanto, como uma emulsão múltipla é mais complexa que uma simples emulsão agua-óleo ou óleo-água, esta irá exigir, no mínimo 2 tensoativos: Um predominantemente hidrofílico, que irá estabilizar a emulsão o/a e um predominantemente lipofílico, que irá estabilizar a emulsão a/o. É importante observar que a pressão osmótica, em uma emulsão a/o/a, deve ser equilibrada entre as fases interna e externa, caso contrário haverá migração da água e perda da estabilidade. Desta forma, emulsões múltiplas que serão administradas por via endovenosa devem ter seu compartimento interno isotonizado. A fase oleosa intermediária serve como uma membrana semipermeável, desta forma, a liberação do fármaco pode ser controlada, desde que este seja colocado na fase mais interna. A Administração In vivo de emulsões a/o/a/, mostra que estas se decompõe em emulsões a/o, pois há a solubilização de sua fase externa nos fluidos biológicos. Já as emulsões o/a/o, mantém sua estrutura de múltiplas fases. Emulsões Múltiplas - Estabilidade A estabilidade de uma emulsão múltipla se baseia inteiramente na estabilidade dos filmes de tensoativo que se formam nas interfaces. Quanto mais estáveis estes filmes, maior a estabilidade da emulsão. As emulsões múltiplas A/O/A que contêm A/O e O/A simples, exigem pelo menos dois tensoativos presentes no sistema: Tensoativo hidrófobo: de baixo balanço hidrofílico – lipofílico (EHL) para estabilizar a emulsão principal A/O, sendo adicionado na fase oleosa. Fica presente tanto na interface principal (entre o interior da fase aquosa e fase oleosa) como também na fase externa aquosa. Tensoativo hidrofílico: de elevado EHL para estabilizar a emulsão secundaria O/A, sendo adicionado na fase externa aquosa. Fica presente somente na fase externa aquosa. O Tensoativo hidrófobo, presente na fase oleosa, é solubilizado e transportado para a fase exterior aquosa o que resulta numa diminuição da concentração de tensoativos hidrofóbicos na fase oleosa. • Importante determinar durante o desenvolvimento da formulação a melhor concentração mínima de tensoativos hidrofóbicos, evitando assim qualquer potencial de toxicidade. (JIAO, 2003). Se o Tensoativo hidrofílico excede a CMC, pode levar a ruptura do óleo e a perda das gotículas da camada interna aquosa, para evitar que isso ocorra é preferível uma elevada concentração de tensoativos hidrofóbicos. Emulsões Múltiplas Caso não haja quantidade suficiente de tensoativo, as gotículas se unirão por coalescência, levando à separação de fases. As emulsões podem ser estabilizadas, também, com o uso de proteínas, que tenham afinidade pela interface. PROCEDIMENTO DE OBTENÇÃO PREPARO As emulsões múltiplas podem ser preparadas da seguinte forma: Primeiramente, é preparada uma emulsão A/O, incorporando lentamente e sob agitação a fase aquosa na fase oleosa, esta contendo um emulsificante lipofílico (baixo EHL). Este procedimento é realizado a 80°C. Em uma segunda fase, a emulsão primária é incorporada vagarosamente em uma solução aquosa, contendo um emulsificante hidrofílico (alto EHL) O sistema é mantido a temperatura ambiente, sob agitação lenta (500 rpm). Emulsões Múltiplas PREPARO Podemos também preparar emulsões múltiplas com uso de capilares: APLICAÇÕES DAS EMULSÕES MÚLTIPLAS Estudos indicam um potencial na utilização sistema de liberação controlada com uma ação prolongada. Tem fácil aplicação cutânea e caráter de encapsulação de princípios ativos em três fases diferentes, podendo veicular substâncias incompatíveis entre si. Encobrimento de sabores desagradáveis, Melhor estabilidade, proteção contra o ambiente externo LIBERAÇÃO: Desempenha um papel de uma membrana dialisante em relação a um produto incorporado na fase interna que será liberado numa velocidade controlada para a fase externa. Adjuvantes que promovem aumento de viscosidade, estabilizam o sistema de emulsão e diminui a difusão promovendo uma liberação controlada do ativo. PROMOVE: Proteção de ativos Menor toxicidade Efeito prolongado do ativo. A instabilidade para tais sistemas múltiplos como forma de liberação controlada pode representar uma grande desvantagem, pois causará a liberação rápida do princípio ativo provocando efeitos indesejáveis .