PREPARO DE EMULSÕES CONTENDO PRINCÍPIOS ATIVOS DA PRÓPOLIS DE APIS MELLIFERA – MANIPULAÇÃO FARMACOLÓGICA DE USO HUMANO E VETERINÁRIO Patricia Bumiller Bini Domacoski [email protected] Valter Antonio de Baura [email protected] Shigehiro Funayama shigehiro.funayama@ utp.br A procura de novas formulações farmacêuticas que permitam a administração de fármacos de maneira segura, que tenham eficiente biodisponibilidade e que apresentem riscos mínimos de efeitos colaterais tem sido um dos principais objetivos permanentes das indústrias farmacêuticas. Na tentativa de atingir esse objetivo, muitos pesquisadores têm dando grande a atenção às emulsões e microemulsões, uma vez que elas favorecem o aumento da eficácia terapêutica dos fármacos possibilitando assim, a redução da dose a ser administrada e, portanto, diminuindo as possibilidades de manifestação dos efeitos colaterais. Estas preparações são capazes de compartimentalizar os fármacos nas microgotas da fase interna, as quais possuem propriedades fisicoquímicas diferentes do meio dispersante, alterando o comportamento biológico dos fármacos incorporados. As emulsões são sistemas termodinamicamente estáveis nos quais há mistura de dois líquidos imiscíveis, usualmente água e óleo, estabilizados por compostos tensoativos que se localizam na interface água-óleo. As emulsões podem se apresentam como líquidos opacos ou emulsões géis opacas que exibem viscosidade elevada, enquanto que as microemulsões se caracterizam por apresentarem aspectos translúcidos ou mesmos transparentes. As emulsões e micro emulsões do tipo O/A água engloba a partículas de óleo, sendo de água a fase externa elas não atuam como engordurantes e possuem efeito evanescente. Além disso, apresentam algumas vantagens como sistema liberadores de fármacos lipofílicos podendo ser utilizadas parenteralmente. As emulsões do tipo A/O a fase oleosa engloba a aquosa, são de uso externo e apresentam efeito engordurante deixando o ponto de aplicação brilhante. Neste trabalho foi obtida uma solução aquosa de compostos orgânicos extraídos da própolis de Apis mellifera que possui características físico-químicas de microemulsão e biológicas capazes de inibir a proliferação de bactérias gram negativas e gram positivas. O processo de extração está fundamentado naquele proposto por Funayama e colaboradores em 2006 com algumas modificações que se fizeram necessárias. As amostras de própolis verde e mista foram obtidas comercialmente da Cooperativa de apicultores de Ibaití-Apicampe da região norte do Estado do Paraná. As cepas de bactérias gram positivas Streptococcus mutans (ATCC 35668), Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e Streptococcus pyogenes (ATCC 19615), e de gram negativas Enterobacter aerogenes (ATCC13048), Salmonela typhimurium (ATCC14028) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC35032) foram adquiridas da Difco. A resina fresca e macia de própolis foi fragmentada manualmente em pequenos pedaços e macerada em dois litros de etanol a 75% por uma semana com agitação ocasional. Após esse período o macerado foi filtrado em papel de filtro e o etanol do filtrado resultante foi eliminado por evaporação. Nesta etapa do processo foram obtidas duas frações uma aquosa e outra resinosa. A fração resinosa foi submetida à hidrólise alcalina e os compostos liberados por este processo foram incorporados a fração aquosa. A fração aquosa assim obtida é estável a temperatura ambiente e possui acentuada atividade antibacteriana, podendo ser utilizada no preparo de formulações farmacológicas de uso humano e veterinário. Palavras-chave: extrato aquoso de própolis; emulsões; microemulsões; atividade antibacteriana.