LUANA CARDOSO DE OLIVEIRA TÍTULO: CIPROFLOXACINO ENCAPSULADO EM LIPOSSOMAS REVESTIDOS COM ÁCIDO POLI LÁCTICO CO-GLICÓLICO OU VEICULADOS EM GEL DE COPOLÍMERO DE BLOCO ‘PLURONIC® F-127’.2006. 102p. Data da defesa: 04/08/2006 RESUMO: Administração subconjuntival tem sido utilizada para tratamento de patologias que acometem os segmentos anterior e posterior dos olhos. Entretanto, há dificuldade de se manter níveis terapêuticos adequados de fármacos devido aos mecanismos fisiológicos que os removem. Este tipo de administração possui algumas desvantagens, entre as quais o desconforto e o risco de lesões causadas pela freqüência das injeções. A administração sistêmica requer doses elevadas para proporcionar efeito terapêutico, evidenciando a toxicidade e provocando graves efeitos colaterais. A encapsulação de fármacos em sistemas de liberação modificada, como os lipossomas, pode reduzir a toxicidade do fármaco, através do prolongamento da liberação, proporcionando maior tempo de contato entre o fármaco e os tecidos locais. Os lipossomas apresentam elevado grau de biocompatibilidade e conseguem carrear e direcionar diferentes tipos de fármacos devido as suas características estruturais. Neste trabalho estudou-se a encapsulação do cloridrato de ciprofloxacino (CIPRO) em lipossomas revestidos de ácido poli-láctico-co-glicólico (PLGA) ou o copolímero termosensível Pluronic® F127 (PLU). Lipossomas unilamelares contendo 40 ou 50 mM de fosfatidilcolina de soja hidrogenada (FSH) foram preparados por Evaporação em Fase Reversa (REV) seguida de sonicação. A eficiência de encapsulação foi obtida a partir das frações contendo lipossomas carregados de CIPRO separadas por cromatografia de exclusão em gel de Sephadex G-50, e mostrou-se melhor para as amostras contendo PLGA e maior concentração de CIPRO (5 mg/mL). A determinação do diâmetro médio dos lipossomas foi realizada por espalhamento dinâmico de luz (Light Scattering) e demonstrou redução no tamanho das estruturas quando PLGA ou PLU estavam presentes nas preparações. A incorporação de CIPRO aos lipossomas provocou aumento do tamanho das estruturas quando comparadas com as preparações isentas de fármaco. Verificouse que o aumento na concentração de fármaco provocou a diminuição do diâmetro médio dos lipossomas. Experimentos de liberação in vitro mostraram que a liberação do CIPRO a partir dos lipossomas foi mais lenta em relação ao CIPRO não encapsulado. A liberação do CIPRO a partir de lipossomas revestidos com PLGA mostrou que a liberação foi mais lenta em relação aos lipossomas não revestidos. Os resultados demonstram que as preparações de CIPRO em lipossomas revestidos com PLGA ou PLU podem representar sistemas de liberação de fármacos antibióticos com grande potencial de utilização. O estudo de biodisponibilidade ocular demonstrou que lipossomas revestidos com PLGA e PLU mantiveram a MIC90 de CIPRO para os principais patógenos oculares por mais tempo que o CIPRO em solução no humor aquoso, quando administrados por via subconjuntival. Estes resultados demonstram que a associação de PLGA e PLU com lipossomas pode ser utilizada como um eficiente sistema de liberação ocular de fármacos.