Formação docente

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EIXO TEMÁTICO I - Políticas educativas na América Latina: conseqüências sobre a formação e o trabal ho docente
FORMAÇÃO DOCENTE: A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA EDUCAÇÃO CIDADÃ NA
TRANSAMAZÔNICA.
FACULDADE IDEAL
Maria Natalina Mendes Freitas1
RESUMO:
O artigo focaliza a reflexão sobre a formação docente experienciada no
Programa Educação Cidadã na Transamazônica, de um município do Oeste do Estado do
Pará / Brasil. Objetivamos com o presente artigo desencadear reflexões teóricometodológicas, considerando as influências ocorridas no desenvolvimento do processo
formativo dos educadores de assentamento da reforma agrária. O Programa Educação
Cidadã na Transamazônica aposta em uma educação dialógica, por acreditar ser esta um
instrumento que possibilita a emancipação humana e a transformação social dos sujeitos,o
que contribuirá para melhoria de vida e a conquista da cidadania do homem e da mulher do
campo. Buscamos na fala dos educadores identificar os avanços e os limites da prática
educativa construída durante o processo de formação.
Palavras–chave: formação de professor, prática educativa, educação do campo,
transformação social.
Mestra em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará – UFPA, Professora das
Disciplinas Educação do Campo e Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos da Faculdade Ideal, Trabalha
na Rede Estadual e Municipal de Educação de Belém, Vice Coordenadora do Grupo de Estudo, Pesquisa, Ensino
e Extensão em Educação do Campo – GEPERUAZ.
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VI SEMINÁRIO DA REDESTRADO - Regulação Educacional e Trabalho Docente
06 e 07 de novembro de 2006 – UERJ - Rio de Janeiro-RJ
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EIXO TEMÁTICO I - Políticas educativas na América Latina: conseqüências sobre a formação e o trabal ho docente
TRAJETOS E TREJEITOS: REFLETINDO A FORMAÇÃO DOCENTE DE EDUCADORES
DE ASSENTAMENTO DA REFORMA AGRÁRIA.
O Brasil tem jeito, porque nunca aceitou o conformismo.
O Brasil é uma cultura rebelde. No Brasil os mais pobres
não desistiram de ser gente – os pobres querem ser
gente e isso é contagioso...
O futuro já chegou, este período de globalização está
morrendo, agora é o tempo de uma globalização por
baixo, uma globalização que vem de baixo para cima,
que vem com emoção e que vai incluir todas as minorias
e todas as minorias.
(Santos,Apud Regina Leite Garcia 2004)
A fala de Milton Santos nos remete para o momento em que iniciávamos o projeto
Educação Cidadã na Transamazônica, que logo depois, consolidou-se em Programa de
Educação Cidadã. Este programa alia ensino, pesquisa, extensão e formação de recursos
humanos tanto de alunos universitários, quanto dos educadores (as) dos assentamentos da
reforma agrária.
Esta experiência nos mostra que o “Brasil tem jeito, porque nunca aceitou o
conformismo¨, ou como nos fala os educadores do programa:
Pôxa, é o sonho de cada um que ta se realizando e eu to fazendo parte desse sonho.
(Adelano/Juruti)
... Eu tô fazendo parte do grupo. Tô gostando das aulas que a gente aprendeu e ta
aprendendo (...) coisas que a gente vê, mas não sabe. (João Paixão/Juruti)
... Eu vim antes de tudo, estudar, aprender mais e compartilhar conhecimentos.
(Edileide/Pacajá)
Estas falas refletem sobre a necessidade de um povo que vivem nos mais recôndito
lugarejos deste país, tarefa não tão fácil, principalmente se tratando de uma região como a
Transamazônica,onde o acesso aos centros das cidades,depende da chuva, do sol, das
condições de transportes entre outros.
O Programa de Formação docente para educadores de alfabetização, iniciou em 2003
e foi concluído em março de 2004, resultado de um convênio firmado entre o Incra e a
Universidade Federal do Pará, tendo como parceiros os movimentos sociais e as Prefeituras
de três municípios do oeste do Pará, região do Tapajós.
Para compor a equipe deste projeto, buscou-se educadores que já tivessem
experiências de alfabetização e educação de trabalhadores, e que também desenvolvessem
ações educativas, inspiradas na concepção freireana de educação. Formou-se, então, uma
equipe multidisciplinar, vindo do programa Vento Norte, da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), o Núcleo de Educação Popular, da Universidade Estadual do Pará (UEPA) e a
experiência MOVA Belém, que juntando-se aos educadores da UFPA ( Centro de Educação
e Sócioeconômico), organizaram e foram socializando as experiências que seriam
desenvolvidas no processo formativo dos 43 educadores/alfabetizadores, 05 alunos
Universitários e 06 coordenadores locais.
Um dos momentos importante deste projeto, foram as ¨oficinas de afinação¨.
Momento de construção coletiva dos conteúdos a serem trabalhados, bem como a
elaboração da proposta metodológica,pautados na realidade em que se encontram os
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sujeitos do campo. Momentos singulares de construir conhecimentos por uma equipe
multidisciplinar. Deste movimento elegemos os seguintes princípios políticos – pedagógicos:
 A formação de sujeitos deve estar articulada a um projeto de emancipação
humana;
 Valorização dos diferentes saberes que ocorrem no processo educativo;
 Compreensão dos tempos e espaços de formação dos sujeitos da aprendizagem;
 Formação vinculada à realidade dos sujeitos;
 Educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável;
 Autonomia e colaboração entre os sujeitos do campo e o sistema nacional de
ensino;
 Trabalho como princípio educativo.
A ação educativa do programa no contexto da transamazônica, implica (re) pensar
as matrizes constitutivas do itinerário formativo, daí que algumas temáticas significativas são
incorporadas e trabalhadas nos momentos de formação,tais como, gênero, etnia, meio
ambiente, direitos sociais e ética. Estes temas apontam para múltiplos olhares e dimensões
em que se encontram homens e mulheres do campo que articulados aos eixos temáticos,
perpassam em todos os conteúdos trabalhados.
A estrutura curricular do curso de formação dos educadores, organizou-se a partir
de um Tema Gerador central ¨Trabalho e Organização Social na Amazônia¨, o qual
procurou articular aos demais eixos temáticos:
 Amazônia Rural no contexto social contemporâneo, cujo enfoque esteve voltado
para Identidade, Desenvolvimento e Educação;
 Educação e Organização Social, enfocando a temática Trabalho, Educação e
Desenvolvimento, assim como, Linguagem, Cultura e Cidadania.
Este currículo pressupõe uma formação que (re) aproprie a cultura, os modos de
produzir a existência material e social dos sujeitos do campo. A formação que se deseja
requer que se (re) valorize o conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, que
compreenda o conhecimento, a ciência, cultura, técnica e a tecnologia, como partes
integrantes de uma totalidade, vinculado a um projeto de emancipação de homens e
mulheres, em particular do campo.
Importante elemento no desenho curricular é a definição do perfil de educador que
queremos formar. Assim, enunciamos a proposição que norteia o presente projeto, qual seja
um educador crítico – reflexivo que domine os conhecimentos científicos, didáticos,
metodológicos e organizativos referentes aos processos pedagógicos e a gestão
educacional; que seja capaz de atuar em espaços educativos formais e não formais; de
valorizar a pluralidade de culturas e saberes, a dimensão estética do fazer humano e do
trabalho docente, a dimensão política e ética no sentido de assegurar o princípio do respeito
e da solidariedade e comprometer-se com a construção da cidadania e emancipação dos
sujeitos do campo na perspectiva de um projeto sustentável para a região, como aponta os
documentos referentes a proposta do Programa Educação Cidadã na transamazônica.
Essas pessoas a se perceberem como sujeitos coletivos na busca por uma
sociedade mais justa, faz-nos lembrar Paulo Freire:
... gosto de ser gente porque, como tal, percebo afinal que a
construção de minha presença no mundo, que não se faz no
isolamento, isenta da influência das forças sociais, que não se
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compreende fora da tensão entre o que herdo geneticamente e o que
herdo social, cultural e historicamente.
(1996,p. 59)
Assim, a formação dos educadores foi sendo tecida levando-se em conta o ser
humano como ser integral, o saber acumulado e o resgate da cidadania desses educandos,
dando-lhes maiores condições de intervir na sociedade para buscar seus direitos e construir
uma nova sociedade onde a justiça, a solidariedade e a fraternidade possam ser motivo de
igualdade de direitos à todos os sujeitos do campo ou da cidade.
Quando iniciamos as formações, abrimos verdadeiros arquivos vivos da história, da
geografia, da política, da cultura e da religião e descobrimos como é fácil abrir os livros da
vida e ler, o visível, o invisível, o saber, por vezes pulverizados pelo tempo nos áridos
torrões, distantes e esquecidos pelo poder público e muitas vezes transparente ao olhar
comum, embaçado pela cegueira hodierna que impede homens e mulheres de apreciarem a
beleza do jardim que habitam. Aprendemos com esse movimento, que fazer educação do
campo é possível, quando temos boa vontade, oportunidade, políticas voltadas para atender
os anseios dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e podermos vislumbrar uma nova
realidade. Como afirma Freire, “Há uma relação entre a alegria necessária à atividade
educativa e a esperança. A esperança de que o professor e alunos juntos podemos
aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à
nossa alegria.” (1996, p.80).
Defendemos que um dos principais passos dados a construção desta proposta de
formação foi tomado a partir de uma revisão das teorias de aprendizagem, desvinculando-se
de um paradigma que tratava o ensino de forma comportamentalista, para uma postura na
perspectiva de construção. Nesta, não existe alguém que transmite conhecimento e sim
existe uma construção entre todos os sujeitos do processo e a aprendizagem é vista como
uma (re)construção de conhecimentos e saberes pelos próprios educandos. O educador,
nesta perspectiva, tem a função de criar condições para que os próprios educandos
levantem seus questionamentos, construam um ambiente estimulador e facilitador para que
ocorram a aprendizagem de seus educandos.
Compartilhamos com Weber (2001,p.59-60), quando afirma qual o sentido da
profissionalização da docência, não basta preparar o educador com técnicas-instrumentais,
ou encher-lhe de conteúdos descarnados de significados, temos que oferecer “uma
formação na qual, além dos conteúdos e das suas tecnologias, dê destaque às dimensões
política e social da atividade educativa”, tarefa que o Programa Educação Cidadã vem
tentando fortalecer, pois o educador do assentamento, lida em seu cotidiano com inúmeras
situações, onde ele precisa ser um agente articulador, uma liderança até certo ponto para
mobilizar a comunidade, tendo a escola como ponto de referência e lócus de produção de
saberes.
A existência de uma política de formação para os educadores do campo, requer
o estabelecimento de um diálogo com os saberes que são produzidos nas diversas
realidades, considerando as “dimensões da vida humana que recuperam o papel dos
sujeitos nas práticas educativas, o que é fundamental para o desenvolvimento crítico e
cidadão”, é o que nos afirma Oliveira (2001, p.182). E assim, vamos percebendo qual o
papel da educação para os trabalhadores e trabalhadoras do campo, uma vez que a luta por
educação é parte indissociável da luta por desenvolvimento.
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EIXO TEMÁTICO I - Políticas educativas na América Latina: conseqüências sobre a formação e o trabal ho docente
A Prática Educativa do Projeto Alfabetização Cidadã na Região do Tapajós
O caminho metodológico essencial utilizado por nós nos momentos da formação dos
educadores, partiu do resgate das narrativas destes, porque oriundas da leitura de mundo
dos mesmos, portanto, de suas expressões orais (antecessoras de suas expressões
escritas), enquanto forma de texto expresso no dia-a-dia.
Esta opção orienta-se pela referência teórica de Freire, porque se constrói na
perspectiva da pedagogia emancipatória alicerçada nas categorias da contradição, da
transformação, da reprodução, do trabalho, da práxis e traz como princípios norteadores
explicitados no projeto político-pedagógico do Programa Educação Cidadã (2003):
 Construção de um projeto de sociedade inclusiva, plural e democrática;
 Prática social como elemento estruturante do processo educativo;
 Construção coletiva do conhecimento;
 Valorização da pessoa humana e de seus saberes.
Estes princípios fortalecem as reflexões oriundas dos diversos sujeitos que vivem no
mundo do trabalho e da cultura, ajudando-os em sua reorganização, que exige não apenas
a mobilização de indivíduos, mas de coletividade. Acreditamos que o aprendizado dos
conteúdos das áreas do conhecimento quando articulado com a experiência de vida,
trabalho e luta social, possibilita a análise e compreensão da rede complexa que é a
realidade, que, ao ser compreendida, torna-se objeto da transformação social.
Os encontros de formação ocorreram em três módulos de 100 horas cada,
perfazendo um total de 300 horas. As atividades e reflexões que fizemos durante as
formações foram muito instigantes, por permitirem a relação teoria/prática e a construção de
conhecimento ao analisar a relação homem, trabalho e educação. Assim, conseguimos
fazer laboratórios e oficinas mais dinâmicas, ouvindo, olhando, gesticulando, falando, enfim,
envolvendo todos os sentidos, buscando a mesma motivação de ação-reflexão-ação.
Compreendemos a formação como um espaço essencialmente pedagógico, e
compartilhando com Freire (1996), “um espaço pedagógico é um texto para ser
constantemente lido, interpretado, escrito e reescrito”. Ou seja, ao invés de aplicar meros
conteúdos prontos e acabados, é importante criar condições para que o educador apresente
suas idéias, por meio das discussões e reflexões em torno dos conceitos trabalhados,
realizando, assim, trocas de aprendizagem entre si, e com o formador, negociando formas
diferentes de saber, uma vez que o educador do campo necessita encontrar formas
singulares para enfrentar o desafio epistemológico de articular dialeticamente conceito,
experiência e o lugar do sujeito nesse processo.
Acompanhando a sociedade da informação e do conhecimento que a cada dia sofre
constantes mudanças, a formação de educadores requer, então, sujeitos atualizados,
capazes de dialogar com as novas tecnologias, mas também com capacidade para refletir
sobre sua prática e dispostos a aprender sempre, daí constituir-se um grande desafio pela
intricada rede de implicações históricas, políticas, culturais, sociais e pedagógicas que
atravessam, de maneira muito significativa e singular, sobretudo se considerarmos o
contexto do campo que vive um silenciamento em grandes parcelas de sua população e de
ausência de ações para avançar na perspectiva do ensino, o que impede quebrar a lógica
de manipulação e mercantilização das pessoas.
Assim sendo, a formação desenvolvida no Programa Educação Cidadã na
Transamazônica entende como um processo permanente e sistemático, tendo sentido
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histórico, dialético, dialógico e coletivo, visando à transformação social. Constituiu-se ainda
em um espaço permanente de reflexão, troca, pesquisa, planejamento, sistematização,
avaliação e produção de novos conhecimentos, no qual os educadores contribuíram a partir
dos acúmulos individuais e coletivos, trazidos das realidades dos assentamentos em que se
encontram. Esses acúmulos serviram para reconstruir, coletivamente, um percurso formativo
que possibilitou a construção de um novo projeto de educação para o povo do campo.
Percebemos, a partir de um balanço das atividades desenvolvidas pelo projeto
alguns limites, avanços e desafios que precisam ser enfrentados no sentido de serem
superados, como aponta o Relatório Final do Projeto, os quais listamos abaixo:
LIMITES:
 Entendimento diferenciado por parte dos coordenadores locais sobre o papel de
mobilizadores/estimuladores das turmas e de observadores/estimuladores dos
processos organizativos e de infra-estrutura local;
 Acompanhamento restrito a visitas ao educador e às turmas em atividade (sem
possibilidade de visita aos educando com maiores dificuldades ou problemas
pessoais, familiares, econômicos, etc), devido o tempo que os estudantes
universitários dispunham em razão do processo formativo acadêmico, bem como
diante da limitação de diárias e passagens disponíveis a cada mês, acarretando alto
custo de deslocamento causado pelas distâncias em que se encontram/encontravam
os assentamentos;
 Resistência de alguns coordenadores locais e também de alguns educandos à
formação, o que demonstra/demonstrava ainda a existência de dificuldade de
domínio completo da metodologia por parte dos educadores;
 Incompatibilidade entre o número de turmas, as distâncias e a pequena
disponibilidade de tempo dos estudantes universitários para realização do
acompanhamento qualitativo;
 Dificuldade de integração entre os estudantes universitários para realização do
acompanhamento qualitativo;
 Dificuldade de integração entre os estudantes universitários e entre eles e os
educadores;
 Alto custo de deslocamento, grandes distâncias e estradas com difícil acesso. Isso
tem encarecido o custo final do projeto;
 Limitações do trabalho em parcerias com as prefeituras e o estado.
AVANÇOS:
 Participação ativa, construção coletiva e grande integração entre a equipe técnicopedagógica de formadores/educadores, de cunho interdisciplinar;
 Debate e construção do conhecimento sobre Amazônia e, em particular, sobre
trabalho, desenvolvimento e educação, fortalecendo a identidade da Amazônia
expressa em todas as atividades, profundamente articuladas às questões históricas,
geográficas, culturais, ambientais, econômicas e sociológicas com implicações sobre
o currículo.
 Reafirmação da importância da identidade cultural em experiências de formação do
(a) agricultor (a) familiar (a);
 Ratificação da importância da contribuição freireana de educação enquanto
possibilidade teórico-metodológica
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Reafirmação do sistema de avaliação diagnóstica e de aprendizagem;
Elaboração, debate e reelaboração dos projetos de sistematização;
Maior compreensão da metodologia pautada na teia do conhecimento, superando-se
a visão tradicional e passando-se a assumir a construção coletiva do conhecimento
de forma inter e trans disciplinar;
Articulação entre planejamento, avaliação e sistematização, bem como, entre a
formação de alfabetizadores (as) e escolarização;
Validação/certificação da experiência construída pelos sujeitos do processo
educativo (educadores, educandos e parceiros), no qual destaca-se a coordenação e
a equipe do Núcleo Pedagógico Integrado da UFPA;
Reafirmação da pesquisa como instrumento fundamental no processo formativo;
Afirmação da importância da educação semipresencial e acompanhada pelos
educadores em projetos de formação de trabalhadores (as).
DESAFIOS:
 Estabelecer um processo maior de formação inicial e continuada com foco nas
diretrizes operacionais da educação do campo e na prática pedagógica desenvolvida
por estudantes universitários, coordenadores locais e educadores, na perspectiva de
alcançar maior compreensão da metodologia e do próprio papel do educador do
campo;
 Definir um calendário semanal ou no máximo quinzenal para a formação continuada,
na forma de encontros e oficinas municipais, o que encarecerá o custo do projeto;
 Levar o debate para a equipe nacional sobre o custo regional da formação (custo
aluno) considerando as diferenças regionais compostas pelas distâncias, custos e
acesso.
O projeto contribuiu essencialmente para o debate sobre o projeto estratégico de
educação na Transamazônica, buscando articular a política de alfabetização e escolarização
(séries iniciais) proposta pelo Pronera. Além disso, despertou a universidade para a
importância do papel social que a mesma deve assumir diante do novo contexto brasileiro,
desafiando-a a ampliar sua atuação e sair dos muros do academicismo para desenvolver
seu verdadeiro papel social de educação, pesquisa e extensão.
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