COLÉGIO INTEGRAÇÃO ANGLO ALUNO (A):_____________________________________________________________________ TURMA: ______ 2º ANO DO ENSINO MÉDIO Professor: Eduardo TR3 Valor: 40,0 pontos ROTEIRO / TRABALHO RECUPERAÇÃO FINAL - FILOSOFIA Atenção para os seguintes procedimentos: 1. 2. 3. 4. Anexe esta folha ao Trabalho, pois a correção será baseada nela. Faça, treine e deixe as resoluções no Trabalho, mas elas não terão valor de correção. Preencha todo o cabeçalho acima. Esta folha deverá ser resolvida somente À TINTA (azul ou preta), portanto, NÃO SERÃO aceitas marcações a lápis, datilografados, digitados e, principalmente, rasuradas. Aproveite este Trabalho para estudar para a recuperação, ou seja, as questões da prova serão baseadas nele e no Roteiro estabelecido. É NECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COM FOTO NO DIA DA PROVA Esta folha (anexada ao Trabalho) deverá ser entregue no dia da aplicação da prova em 2015, conforme quadro abaixo: 5. 6. 7. Ensino Fundamental 06/01 07/01 08/01 1º DIA 2º DIA 3º DIA Ensino Médio Atitude, Ciências e Redação. Espanhol, Inglês, Literatura e Português. Matemática, Geografia e História. 06/01 07/01 08/01 1º DIA 2º DIA 3º DIA Biologia, Física, Química e Redação. Espanhol, Inglês, Literatura e Português. Matemática, Filosofia, Geografia, História e Sociologia. O TRABALHO SERÁ CORRIGIDO SOMENTE PELO QUADRO DE RESPOSTAS ALTERNATIVAS QUESTÕES 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E Pré-socráticos: Heráclito e o Eterno Fluxo – Parmênides e a Imobilidade do Ser Platão e a Ética Socrática Platão e a Teoria das Ideias O Mito da Caverna Aristóteles e a Ciência: Substância, Quatro Causas, Primeiro Motor Santo Agostinho: a iluminação Divina e a Doutrina do Mestre Interior Tomás de Aquino: Os caminhos do Conhecimento e as Cinco vias que levam a Deus A querela dos Universais Descartes e o Racionalismo Hume e o Empirismo TRABALHO QUESTÃO 01 Leia o poema abaixo: Retrato Cecília Meireles Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E Eu não tinha este coração Que nem se mostra. ROTEIRO A B C D E Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida A minha face? Em seguida observe alguns fragmentos do filósofo présocrático Heráclito de Éfeso, que é conhecido por sua filosofia do movimento; Heráclito afirma, dentre outras premissas, que a realidade se constitui de uma eterna transformação, um Perene Devir. “O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido.” “Na circunferência, o princípio e o fim se confundem.” “O fogo se transforma em todas as coisas e todas as coisas se transformam em fogo, assim como se trocam as mercadorias por ouro e o ouro por mercadorias.” “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio. Dispersa-se, reúne-se; avança e se retira.” “Em nós, manifesta-se sempre uma e a mesma coisa: vida e morte, vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e reciprocamente.” (Pré-Socráticos, OS PENSADORES; Editora Nova Cultura.) Assinale a alternativa abaixo que melhor relaciona a temática do poema da Cecília Meireles com o pensamento de Heráclito. (a) O poema citado não pode ser interpretado a partir do pensamento dialético de Heráclito de Éfeso pois não encontramos elemento de movimento em seus versos. (b) “Eu não tinha este rosto de hoje” expressa um eu individual que está movimentando-se, um ser que se encontra em um processo de transformação. É evidente no poema que esse “perene devir” é percebido pela racionalidade da autora. (c) Quando Heráclito afirma que “a mudança de um da o outro”, está apresentando uma unidade, uma característica de imobilidade na natureza; proporcionalmente a poesia de Cecília apresenta uma unidade do imóvel, a estaticidade do mundo real. (d) A mudança desordenada é o princípio do pensamento de Heráclito; porém essa mudança, por ser caótica, resulta em uma imobilidade; na poesia acima esse pensamento é expresso quando a poetisa afirma que mesmo em transformação ela será a mesma, visto que ela se reconhece no espelho. (e) O textos citados não se relacionam pois o poema não trata da questão do movimento e sim da velhice. QUESTÃO 02 (UFU – Modificada) O trecho do fragmento seguinte constitui a mais célebre afirmação atribuída a Heráclito. Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição... HERÁCLITO. In: Os Pré-Socráticos. (PLUTARCO, De E apud Delphos, 8, p. 388 E.). São Paulo: Abril Cultural, 2000. p. 97. Col. Os Pensadores. A partir do fragmento, escolha a explicação correta para a questão do “fluxo” na Filosofia de Heráclito: (a) O fluxo do rio representa a condição mortal do homem e a metempsicose. Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois o homem, substância mortal, morre e renasce sucessivamente em vidas distintas. Só se pode entrar no mesmo rio uma única vez, na mesma condição, ou seja, com a mesma substância mortal. (b) O fragmento enfatiza o fato de que todas as coisas, representadas pelo rio, mudam de maneira caótica e desordenada, fazendo com que o conhecimento seja totalmente impossível. Como nada permanece o mesmo, pode-se inferir que nada é, nem pode ser dito e nem mesmo pode ser pensado, visto que o Logos não existe. (c) O fluxo, representado pelo rio, indica o parentesco de toda a Natureza com a substância mortal. Todas as coisas se tornam água, que, para Heráclito, é o princípio primordial no qual todas as coisas se convertem e que configura todas as mudanças. O fluxo do rio indica que a condição de todas as coisas é determinada pela água como substância mortal. (d) O fragmento enfatiza que a estrutura e, portanto, a identidade de um rio se mantém a mesma, embora sua substância esteja em contínua mudança. Um aspecto unitário é mantido, enquanto o conteúdo material é constantemente perdido e trocado. A imagem do rio expressa a coexistência de uma estrutura contínua num processo de fluxo. (e) Todo movimento caótico e aleatório da natureza é impulsionado pela guerra, isto é, todo ser que se movimenta condiciona esse fato para a multiplicidade caótica. 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 QUESTÃO 03 No poema Sobre a Natureza Parmênides afirma: "os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: oprimeiro que é e portanto que não é não ser, de Persuasão é caminho (pois à verdade acompanha); ooutro, que não é e portanto que é preciso não ser, este então, eu te digo, é atalho de todo incrível; poisnem conhecerias o que não é nem o dirias.". Pode-se daí inferir que (a) (b) (c) (d) (e) apenas o ser pode ser dito e pensado. o não ser de algum modo é. o ser e o pensar são distintos. o ser é conhecido pelos sentidos. O Ser é múltiplo e desconhecido. QUESTÃO 04 (UFU – Modificada) Parmênides (c. 515-440 a.C.) deixou seus pensamentos registrados no poema Sobre a natureza, do qual restaram apenas fragmentos cultivados pelos filósofos do mundo antigo, uma das passagens célebres preservadas é a seguinte: .Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar. Pois primeiro desta via de inquérito eu te afasto, mas depois daquela outra, em que mortais que nada sabem erram, duplas cabeças, pois o imediato em seus peitos dirige errante pensamento; (...). PARMÊNIDES. Sobre a natureza. Trad. de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 88. Coleção .Os Pensadores.. Analise as assertivas abaixo. (I) (II) (III) (IV) A opinião humana busca o que é (ser) naquilo que não é (ser). O mundo dos sentidos é (ser), portanto, o único digno de ser conhecido. Não se pode dizer .não-ser é., porque .não-ser. é impensável. Dizer .não-ser é não não-ser., é o mesmo que afirmar .não-ser não é.. Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. (a) (b) (c) (d) (e) I e III II e III II e IV I e IV I, III e IV QUESTÃO 05 Leia atentamente o trecho do diálogo platônico Apologia de Sócrates: Como se dá, caro amigo, (...) não te envergonhes de só te preocupares com dinheiro e de como ganhar o mais possível, e quanto à honra e à fama, à prudência e à verdade, e à maneira de aperfeiçoar a alma, disso não cuidas nem cogitas? PLATÃO, Apologia de Sócrates. Trad. de Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 130, 29d-e. A partir do texto acima, escolha a alternativa que melhor exprime a ética socrática. (a) Sócrates define a virtude a partir de um conjunto de ações que são ensinadas aos discípulos por meio de exemplos. Somente a ciência constitui o saber, pois não (b) (c) (d) (e) se pode conhecer a essência da virtude. O aperfeiçoamento da alma só acontece através do saber técnico, que permite ao homem voltar-se para a prática do bem. O exame da alma constitui, para Sócrates, simultaneamente uma investigação acerca da verdade e a escolha de um modo de vida virtuoso. Na investigação sobre a essência das virtudes são empregadas a refutação e a ironia, que expurgam as falsas opiniões acerca do bem e conduzem a razão para os verdadeiros valores. O objetivo da investigação filosófica é o exame da natureza e da cosmologia, pelo qual são delimitados os critérios racionais que permitem o abandono dos falsos valores e que conduzem ao aperfeiçoamento da alma pela ciência. A investigação socrática não se ocupa das questões éticas e políticas. O aperfeiçoamento da alma só ocorre pelo abandono das preocupações éticas e pela investigação racional do discurso lógico. O exame filosófico é propiciado pela refutação e pela ironia, que permitem a defesa de argumentos contrários e configuram as regras do discurso político persuasivo. O não saber socrático é fundamental para entendermos a postura cética do platonismo; como Sócrates afirma nada saber, inferimos que esse saber é incognoscível. QUESTÃO 06 O texto citado abaixo é extraído da obra platônica ‘Apologia de Sócrates’, nele encontramos elementos que demonstra um pouco da pessoa polêmica que foi Sócrates de Atenas; observe: “Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram de verdade; mas, ao contrário, eu vo-la direi em toda a sua plenitude. Contudo, por Zeus, não ouvireis, por certo, cidadão atenienses, discursos enfeitados de locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente com as palavras que me vieram à boca; pois estou certo de que é justo o que eu digo, e nenhum de vós espera outra coisa. Em verdade, nem conviria que eu, nesta idade, me apresentasse diante de vós, ó cidadãos, como um jovenzinho que estuda os seus discursos. E todavia, cidadãos atenienses, isso vos peço, vos suplico: se sentirdes que me defendo com os mesmos discursos com os quais costumo falar nas feiras, perto dos bancos, onde muitos de vós tendes ouvido, e em outros lugares, não vos espanteis por isso, nem provoqueis clamor. Porquanto, há o seguinte: é a primeira vez que me apresento diante de um tribunal, na idade de mais de setenta anos: por isso, sou quase estranho ao modo de falar aqui. Se eu fosse realmente um forasteiro, sem dúvida, perdoaríeis, se eu falasse na língua e maneira pelas quais tivesse sido educado; assim também agora vos peço uma coisa que me parece justa: permiti-me, em primeiro lugar, o meu modo de falar - e poderá ser pior ou mesmo melhor depois, considerai o seguinte, e só prestai atenção a isso: se o que digo é justo ou não: essa, de fato, é a virtude do juiz; a do orador - dizer a verdade.” Assinale a alternativa que melhor descreveria a postura que Sócrates adota em sua defesa frente ao tribunal ateniense. (a) O texto acima demonstra que na sua defesa Sócrates usará uma forma rebuscada e difícil de linguagem. 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 (b) Para Sócrates não seria cabível utilizar no tribunal os mesmos discursos que empregava nas praças e feiras. (c) O objetivo de Sócrates é se defender das acusações partindo de um discurso simples e direto. (d) Sócrates está condenado à pena de morte porque utiliza uma defesa fundamenta na tradição retórica. (e) Sócrates afirma que um postura simples em seu discurso, tal como ele costumava usar nas feiras, perto dos bancos, não seria lícito e por isso pede desculpas. QUESTÃO 07 Pois eu, Atenienses, devo essa reputação exclusivamente a uma ciência. Qual vem a ser essa ciência? A que é, talvez, a ciência humana. É provável que eu a possua realmente, os mestres mencionados há pouco possuem, quiçá, uma sobrehumana. PLATÃO, Apologia de Sócrates. Trad. de Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001 Esse trecho, retirado da Apologia de Sócrates, é uma ilustração frisante: (a) do caráter antropológico da reflexão socrática. (b) do ceticismo radical das especulações socráticas. (c) da identidade entre o pensamento socrático e a cosmologia de Tales. (d) da continuidade entre sua doutrina e o pensamento mítico. (e) do surgimento da ciência experimental. QUESTÃO 08 Na República, livro VII, apresenta-se a "alegoria da caverna", em que se diz que, quando o homem sai da caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem. De acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento: (a) está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim que se encontra a verdade. (b) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria é apenas ilusória. (c) está vinculado a uma maneira de viver, e a educação dialética oferece os meios para a alma voltar-se para o Bem. (d) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria mostra que o homem pode ser feliz. (e) é relativo e a ideia de bem não passa de uma construção lingüística. QUESTÃO 09 Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins na obra "Filosofando: introdução à Filosofia" desenvolvem um paralelo entre Sócrates e a própria filosofia, de onde advém as seguintes conclusões possíveis, exceto: (a) A filosofia de Sócrates não ocorre em um "gabinete" e sim na praça pública, de onde se pode deduzir que a vocação da filosofia é política, pois pública. (b) Sócrates é "subversivo" porque "desnorteia", perturba a "ordem" do conhecer e do fazer e, portanto, deve morrer. A filosofia pode ser assim "morta" quando tornada discurso do poder. (c) Sócrates guia-se pelo princípio de que nada sabe e, desta perplexidade primeira, inicia a interrogação e o questionamento do que é familiar retirando o caráter dogmático que destrói a filosofia. (d) Sócrates desperta as consciências adormecidas, mas não se considera um "farol" que ilumina; o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca criativa das soluções em que a filosofia apresenta-se como atitude diante de situações plurais. (e) O conhecimento de Sócrates não é livresco, mas sim vivo e em processo de se fazer; o conteúdo é a experiência cotidiana. À filosofia cabe o papel dogmático. QUESTÃO 10 Observe a poesia de Cruz e Souza: Cárcere das almas Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. imaterial; dessa mesma maneira Platão valoriza o conhecimento material frente ao conhecimento das idéias. (c) O corpo é uma prisão para a alma; essa metáfora é encontrada no mito da caverna de Platão e no poema simbolista, pois tanto o poeta quanto o filósofo mostram claramente a preferência pelo ideal, o imaterial é valorizado frente o sensível. (d) Platão, por ser um filósofo empirista, pensa a realidade sensível como a única e possível maneira de ser; por esse motivo não podemos aproximar o poema citado e a filosofia platônica. (e) O pensamento é controlado e criado pelas impressões; a busca pelo belo e pelo bem deve ser mediado pela matéria. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! QUESTÃO 11 Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?” Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo: para abrir-vos as portas do Mistério?! (I) Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. Observe agora um comentário de Marilena Chauí sobre O Mito da Caverna, de Platão: Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43. (II) O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela observação das coisas humanas. A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma. Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas, tocar no próprio real. Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o conhecimento e a virtude. “Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior. (...) Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda luminosidade possível é a que reina na caverna.” (III) Assinale a alternativa que melhor interpreta o poema simbolista a partir da teoria das idéias, de Platão. Agora imagine que por esse caminho as pessoas transportam sobre a cabeça objetos de todos os tipos: por exemplo, estatuetas de figuras humanas e de animais. Numa situação como essa, a única coisa que os prisioneiros poderiam ver e conhecer seriam as sombras projetadas na parede a sua frente. (a) O poema de Cruz e Souza faz referência a filosofia platônica, pois valoriza a matéria, afirmando que o pensamento é a prisão, o cárcere dos bens materiais e dos sentimentos carnais. (b) A palavra cárcere, que significa também “calabouço” ou “prisão subterrânea”, remete à condição de ignorância daqueles que vivem presos ao pensamento, ao 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 (IV) Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. (a) (b) (c) (d) (e) I e II são corretas. II e IV são corretas. III e IV são corretas. I, II e III são corretas I e IV São corretas. QUESTÃO 12 Leia o seguinte trecho da Alegoria da Caverna. CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 50. Com base na leitura do trecho acima e em seus conhecimentos sobre a obra de Platão (428 a.C. – 348 a.C.), assinale a alternativa incorreta. (a) Platão distingue o mundo sensível ou das aparências, onde tudo o que se capta por meio dos sentidos pode ser motivo de engano, e o mundo inteligível, onde se encontram as ideias a partir das quais surgem os elementos do mundo sensível. (b) Platão tinha como principal objetivo o conhecimento das ideias: realidades existentes por si mesmas, essências a partir das quais podem ser geradas suas cópias imperfeitas. (c) O pensamento de Platão deu origem aos fundamentos da ciência moderna graças ao seu método de observação e experimentação para o conhecimento dos fenômenos naturais. (d) A obra de Platão está fundamentada em um método de investigação conhecido como dialética cujo objetivo é superar a simples opinião (doxa) e atingir o conhecimento verdadeiro ou ciência (episteme). (e) Somente a dialética pode auxiliar a razão humana superar o conhecimento aparente e alcançar o conhecimento ideal. QUESTÃO 13 A Patrística é o primeiro momento da filosofia cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as seguintes afirmativas: (I) (II) (III) (IV) (V) (VI) a Patrística é um movimento de pensadores cristãos que procura justificar teórica e filosoficamente a concepção de vida e de mundo depreendida da Bíblia. Boécio não é considerado um pensador da Patrística. Plotino é um pensador considerado como participante da Patrística. a Patrística sempre rejeitou a filosofia grecoromana em seu todo. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da Patrística latina. um dos temas fundamentais da Patrística é a discussão do sentido da Santíssima Trindade. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento cartesiano, é correto afirmar: (a) Para Descartes, a proposição “penso, logo existo” não pode ser considerada como uma proposição indubitavelmente verdadeira. (b) Embora seja verdadeira, a proposição “penso, logo existo” é uma tautologia inútil no contexto da filosofia cartesiana. (c) Tomando como base a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que o que é necessário para que uma proposição qualquer seja verdadeira é que ela enuncie algo que possa ser concebido clara e distintamente. (d) Descartes é um filósofo cético, uma vez que afirma que não é possível se ter certeza sobre a verdade de qualquer proposição. (e) NDA QUESTÃO 15 A respeito daquilo que Santo Tomás de Aquino pensa sobre a relação entre fé e razão, através da correlação entre teologia e filosofia, assinale a alternativa correta. (a) A filosofia pode contestar a teologia. (b) A teologia, de acordo com a filosofia, determina Deus como uma ideia reguladora da razão. (c) A teologia tem de se subordinar à filosofia. (d) Não há nenhuma relação entre fé e razão. (e) A fé orienta a razão. QUESTÃO 16 David Hume, filósofo do século XVIII, partindo da teoria do conhecimento, sustentava que (I) (II) (III) Assinale a alternativa correta. (a) (b) (c) (d) (e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. Somente as afirmativas I, II, V e VI são corretas. Somente as afirmativas III, V e VI são corretas. Somente as afirmativas I, V e VI são corretas. Somente as afirmativas II, V e VI são corretas. QUESTÃO 14 Leia o seguinte texto de Descartes: [...] considerei em geral o que é necessário a uma proposição para ser verdadeira e certa, pois, como acabara de encontrar uma proposição que eu sabia sê-lo inteiramente, pensei que devia saber igualmente em que consiste essa certeza. E, tendo percebido que nada há no “penso, logo existo” que me assegure que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, pensei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos clara e distintamente são todas verdadeiras. (DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 57.) 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 o sujeito do conhecimento opera associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. as idéias nada mais são do que hábitos mentais de associações eimpressões semelhantes ou de impressões sucessivas. as idéias de essência ou substância nada mais são que um nome geral dado para indicar um conjunto de imagens e de idéias que nossa consciência tem o hábito de associar por causa das semelhanças entre elas. Assinale (a) (b) (c) (d) (e) se I, II e III estiverem corretas. se apenas I e II estiverem corretas. se apenas II e III estiverem corretas. se apenas I e III estiverem corretas. se nenhuma estiver correta. QUESTÃO 17 David Hume escreveu que “podemos, por conseguinte, dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade”. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 69. Assinale a ÚNICA alternativa, que apresenta estas duas classes de percepções: (a) as ideias e as impressões. (b) as idéias inatas e os dogmas religiosos. (c) as certezas evidentes e os hábitos sociais. (d) as superstições e as intuições intelectuais. (e) As ideias inatas e as sensações. (V) QUESTÃO 18 A fim de "estabelecer algo de firme e de constante nas ciências", o próprio Descartes sustenta nas páginas de suas Meditações que o ponto final de sua argumentação deve consistir na prova de que Das proposições feitas anteriormente, (a) a proposição "Penso, logo existo" é necessariamente verdadeira. (b) o homem é essencialmente uma criatura que pensa. (c) a ciência, e não Deus, é a fonte de todas as verdades. (d) Deus existe e não é enganador. (e) A certeza de Deus é superior a certeza do eu. QUESTÃO 19 “Embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, através de um exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limites muito reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e pela experiência.” (HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 36. Coleção Os Pensadores.) De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hume: (a) Os sentidos e a experiência estão confinados dentro de limites muito reduzidos. (b) Todo conhecimento depende dos materiais fornecidos pelos sentidos e pela experiência. (c) O espírito pode conhecer as coisas sem a colaboração dos sentidos e da experiência. (d) A possibilidade de conhecimento é determinada pela liberdade ilimitada do pensamento. (e) Para formar as idéias, o pensamento descarta os materiais fornecidos pelos sentidos. QUESTÃO 20 “Enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa [...], julguei que podia aceitála, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava”. (Descartes) Sobre a questão do conhecimento, seguem as seguintes afirmações: (I) (II) (III) (IV) Descartes, por meio da dúvida metódica, buscava uma primeira verdade para, a partir dela, fundamentar todo o conhecimento. a dúvida cartesiana mostrou que é impossível aos homens atingir o conhecimento verdadeiro. Descartes acreditava que devíamos conhecer primeiro o que era mais complexo para depois atingir as coisas mais simples. o “penso, logo existo” é a primeira verdade, para Descartes, porque é sempre verdadeiro que, mesmo quando duvido, eu penso e é preciso que eu exista para poder pensar. 3TRB2MFILOSOFIA_MAR_14 (a) (b) (c) (d) (e) as verdades mais evidentes e primeiras, para Descartes, dizem respeito aos objetos físicos ou materiais. I e IV são corretas. III, IV e V são corretas. I, III e IV são corretas. todas elas são corretas. todas elas são incorretas.