HAMLETMACHINE

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HAMLETMACHINE
O texto Hamletmachine de Heiner Muller foi chamado do “textosinal do teatro pós-moderno”. Escrito em 1977 em conjunção com
a tradução de Hamlet feita pelo mesmo autor, o texto retrata uma
teia densa de referências políticas tecida com fios Shakespirianos.
Muller condensou quase 200 paginas de tragédia em 8 para formar
o que veio a considerar “a cabeça encolhida da tragédia de
Hamlet”.
Repleta de imagens fortíssimas com uma certa qualidade
intoxicante essa obra pode ser considerada um psico-drama pós
humano que empresta uma crítica impiedosa a sociedade atual do
século 21. Escrito no final de uma era de desepero, o texto articula
um esforço “desgraçado” numa tentativa de exorcisar todo esse
periodo de desesperança.
Se recontextualizarmos as referências políticas registradas na
época em que o texto foi escrito com a nossa consciência atual
(como por exemplo a desnecessária Guerra do Iraque e a invasão
do Afeganistão) veremos quão contemporânea essa obra é. Uma
uber-crítica ao capitalismo, ao individualismo e a falta de
espiritualidade que demarcam um periodo de moderno de
sofrimento e confusão no qual nos vemos ainda hoje. O texto
realça uma esperança petrificada e um grito de desepero do final de
uma era. O drama é a batalha de Hamlet em tentar encontrar a paz
num mundo novo com novas ordens onde ele não consegue nem
aceitar nem tão pouco ignorar.
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