1 EDUARDO HENRIQUE PEREIRA SANDIM PROJETO DE INTERVENÇÃO: CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA PROMOÇÃO À SAÚDE COM ÊNFASE NA DIBETES MELITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL ITAQUIRAÍ-MS 2011 2 EDUARDO HENRIQUE PEREIRA SANDIM PROJETO DE INTERVENÇÃO: CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA PROMOÇÃO À SAÚDE COM ÊNFASE NA DIBETES MELITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL Projeto de Intervenção apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão de Pós Graduação a nível de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família. Orientadora: Profª. Esp. Ethel Ebiner Eckert ITAQUIRAÍ-MS 2011 3 RESUMO O presente projeto de intervenção visa qualificar o processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família (ESF), tendo em vista a promoção em saúde é que se pensou numa cartilha para orientar profissionais e também usuários quanto à importância da promoção em saúde. Hoje são observadas inúmeras internações decorrentes da não adesão à terapêutica antihipertensiva, onde indivíduos têm sua qualidade de vida interrompa por agravos como AVE, IAM e outros de cunho cardiovascular. Quando abordamos um portador de diabetes, deparamo-nos com grandes dificuldades, pois as mudanças no padrão alimentar são severas e iminentes, o que requer dos profissionais inserido na atenção básica, em especial saúde da família um acompanhamento rigoroso do mesmo, de forma que o mesmo sinta-se sensibilizado a autocuidar-se evitando graves complicações, tanto as agudas como as crônicas. Após a análise de todo processo educativo/ de promoção em saúde da ESF, torna-se necessário um instrumento que venha nortear/ capacitar os profissionais inseridos neste contexto. DESCRITORES: Promoção à saúde, educação em saúde, hipertensão e diabetes. 4 SUMÁRIO 1 JUSTIFICATIVA DO PROJETO................................................................................ 5 2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA............................................................................. 7 3 OBJETIVO..................................................................................................................... 10 3.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 10 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.................................................................................... 10 4 METODOLOGIA.......................................................................................................... 11 5 CRONOGRAMA........................................................................................................... 12 6 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 13 7 CONCLUSÃO................................................................................................................ 14 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 15 ANEXO.............................................................................................................................. 16 5 1 JUSTIFICATIVA DO PROJETO Entendo que a estratégia de saúde da família nos permite vivenciar grandes oportunidades para o desenvolvimento de um SUS genuíno apesar das dificuldades e barreiras que são encontradas no cotidiano. Desafios são enfrentados diariamente, mas recompensas também podemos enxergar ante a realização de trabalhos com o intuito de prevenir os agravos de saúde, ao perceber que um hipertenso está com a PA controlada ou um portador de DM está com a glicemia capilar nos parâmetros preconizados. É de extrema importância o desenvolvimento de um projeto de intervenção no contexto da promoção em saúde, em especial no que se refere à pacientes portadores de hipertensão e diabetes melitus. Devido à mudança no perfil epidemiológico de saúde brasileira cada vez mais são notórias as doenças crônico-degenerativas, estas advém do novo modelo de vida dos brasileiros, onde o acesso a recursos tecnológicos, envelhecimento populacional, sedentarismo e outros hábitos de vida têm tomado acentuado espaço em nosso atual contexto de vida. Devido a estas mudanças a atenção primária à saúde necessita de uma nova reordenação dos serviços prestados aos usuários de saúde, são cada vez mais freqüentes pacientes com doenças de caráter crônico em nossas unidades de saúde da família, porta de entrada do SUS, o que a configura como grande responsável na resolutividade dos problemas neste nível. As conferências colocaram em evidência a discussão global da promoção em saúde com o foco na mudança de valores vivenciadas no mundo, em especial no Brasil estas atividades estimularam o surgimento da reforma sanitária brasileira. Através da implantação do SUS que, a partir de 1994 se inicia um novo modelo assistencial, A ESF (Estratégia de Saúde da Família) com a finalidade de trabalhar o preceito da promoção à saúde, sendo esta uma importante ferramenta adotada na política pública brasileira (LOPES et al., 2010). Devido à importância da atuação preventiva, será trabalhada a questão da promoção à saúde com ênfase nos portadores de HAS e DM, devido as inúmeras complicações advindas destas patologias (IAM, dislipidemias, AVE´s e amputações). Além destas conseqüências, são 6 observados vários agravos à saúde e estes estão intrinsecamente ligados ao padrão de vida e saúde da comunidade, onde a rotina destes indivíduos sofrem grandes mudanças devido a instalação da doença, o que reforça a iminência de projetos de promoção à saúde voltados para o público em questão. Caracterização da população: A área de cobertura da ESF Jardim primavera, abrange um grande número de população, fazendo cobertura a uma média de 1.335 famílias, a área de abrangência envolve oito micro áreas, sendo assim divididas: seis micro urbana e duas rurais, sendo estas últimas parte do cinturão verde e represa. Temos nas áreas diversos problemas: pobreza, violência física, doméstica e uso de drogas ilícitas, problemas estes mais comuns na área urbana. Sob a nossa cobertura temos igrejas evangélicas, católicas, uma escola situada no bairro Jardim Primavera, duas creches: uma na área central e outra no bairro Jardim Nova Era. Fazendo parte da área de abrangência temos o bosque, uma reserva urbana (Jardim Primavera) que tem sido utilizada para uso de drogas ilícitas segundo relatos dos moradores. Os bairros que estão sob a cobertura da estratégia são: Jardim Primavera, parte da área central, Jardim Nova Era e Jardim Nova Esperança, sendo estes os que apresentam maiores índices de violência e pobreza, onde também são encontradas sujeiras e entulhos. Caracteristicamente grande parte da população local trabalha em áreas de cultivo de cana de açúcar fazendo trabalho braçal, temos em Itaquiraí-MS a empresa frango belo, na qual grande parte da população da área de abrangência trabalha como auxiliar de produção, além dos trabalhadores rurais e a atividade da agricultura familiar, pois, como citado em tópico anteriormente temos áreas rurais sob a nossa cobertura. Outra pequena parte trabalho no comércio local e Prefeitura Municipal, uma parte da população feminina são as trabalhadoras do lar e grande parte das nossas crianças e adolescentes está nas escolas. Atualmente estamos com um número relevante de hipertensos, onde 334 pessoas portadoras desta patologia são atendidas na ESF Jardim Primavera, além de estarmos assistindo 59 diabéticos que assim como os hipertensos estão cadastrados nesta unidade. Estes recebem visitas domiciliares dos ACS e dos profissionais de saúde quando solicitado, os mesmos também recebem assistência durante o hiperdia. 7 2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA Atualmente o grande problema que enfrentamos no contexto do assunto que será abordado no projeto, é a resistência da população frente às ações preventivas e de promoção à saúde, vivenciamos ainda aquele processo em que a atenção curativa predomina em relação àquelas voltadas para um trabalho de promoção à saúde e prevenção de doenças. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) tem apresentado um papel preponderante para a ocorrência direta ou como fator de risco quando se pensa na morbidade e mortalidade no contexto das patologias do sistema cardiocirculatório. Numa revisão de 44 estudos em 35 países foi demonstrado que a HAS acometa em torno de 30% da população na faixa etária adulta, com apresentação de índices maiores nas pessoas do sexo masculino (HELENA; NEMES; NETO, 2010). Diante do exposto fica mais um desafio para nós trabalhadores da atenção básica que anseia ter a promoção de saúde como uma das ações fundamentais realizadas em nossas unidades de saúde da família, a participação e adesão efetiva da população do sexo masculino nas atividades promotoras de saúde, o que torna mais evidente ainda a importância de um projeto de intervenção que contemple de forma integral a promoção/ educação em saúde. Fica evidente este aspecto em nossa rotina de atendimento tanto de enfermagem quanto nas outras categorias profissionais, o problema passa a ter duas fácies, uma volta-se para a questão do processo de trabalho que ainda está condicionado às questões curativas e de resolução rápida e a outra envolve a falta de adesão da comunidade frente às ações de educação/ promoção em saúde, este fato pode ser observado, por exemplo, na dinâmica que envolve o hiperdia, grande parte dos pacientes querem apenas o medicamento e não se interessam em estar participando nas palestras de orientação. A enfermagem enquanto profissão possui uma variedade de conceitos pertinentes ao seu corpo de conhecimentos, estes envolvem o cuidar, ambiente, ser humano e a autonomia, sendo assim, são estes alvos de observação e análise. Conceitos ligados à promoção de saúde necessitam ser melhor compreendidos, eles são pertencentes à prática da enfermagem e a cada dia estas práxis vêm se incorporando como ação da enfermagem (LOPES et AL., 2010). 8 Novas ações precisam ser implementadas com a finalidade de se reorganizar a atenção aos portadores de hipertensão arterial e diabetes, desta maneira podemos alcançar um público que tem aumentado cada vez mais em nossas unidades de saúde da família, promovendo assim uma atenção mais qualificada para os mesmos. Diante do exposto fica evidente que existe uma articulação mandatória que envolve processo de trabalho em equipe versus vínculo com a comunidade para efetivação de um processo educativo em saúde eficaz. O programa saúde da família nasceu num contexto onde sofria críticas, estas o colocavam numa posição de atenção restritiva. Porém, seu crescimento nos últimos anos e sua evidente importância o elevou a uma estratégia de mudança nos moldes da atenção básica. O controle e detecção da hipertensão arterial têm sido atribuição fundamental na saúde da família, configurando-se desta forma ação imprescindível na saúde do adulto em seu estádio inicial, sendo também uma estratégia de trabalho após o pacto de defesa da vida, de 2005 (RABETTI; FREITAS, 2011). A preocupação com a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), não é de responsabilidade exclusiva da Atenção Primária à saúde (APS), todavia as oportunidades chaves de atenção ocorrem em nível primário de assistência à saúde. A doença hipertensiva pode se valer como um importante parâmetro na saúde da família, por ser um agravo com atenção prioritária na saúde do adulto, e por ser uma patologia específica, torna-se também um agravo que requer cuidado longitudinal, o que compreende uma ação da APS (BABETTI; FREITAS, 2011). O controle da HAS depende dos padrões de vida e alimentação do indivíduo (atividade física regular, redução do consumo de álcool, combate ao tabagismo, e se recomendado o uso de anti-hipertensivos). Porém, estima-se que um terço das pessoas que se tratam regularmente nos serviços de saúde mantêm seus níveis pressóricos adequados. A não adesão ao tratamento medicamentoso nesse momento toma um papel preponderante para a ocorrência desse problema (HELENA; NEMES; NETO, 2010). De acordo com Leavell e Clark a prevenção de doença pode ser definida como ação uma ação prévia, baseada no conhecimento da história natural com o propósito de dificultar o avanço da doença. Sendo assim as intervenções preventivas teriam a finalidade de coibir a manifestação de agravos específicos, o que denominamos prevenção primária, ou quando se 9 atua promovendo a cura, atenuando-se os danos, o que chamamos de prevenção secundária, até se atingir o nível de prevenção terciária, em que o propósito maior é a reabilitação do indivíduo com um quadro patológico instalado. Sendo assim a promoção da saúde torna-se um dos pilares da prevenção primária, e esta envolve um conjunto de práticas para aumentar a saúde e o padrão da qualidade de vida com o foco no paciente, seu ambiente e estilo de vida (FIGUEIRA et AL., 2009). Entende-se diante do exposto que o conceito prevenção obedece a etapas e paradigmas, onde diversas situações podem ser enquadradas de acordo com o estado e situação de saúde do indivíduo. Nesse momento a promoção da saúde toma grande importância configurando-se como item fundamental no processo da atenção primária à saúde, onde os profissionais inseridos na estratégia de saúde da família necessitam estar sensíveis aos hábitos de vida da comunidade sob sua responsabilidade. Aos atores envolvidos na atenção primária (profissionais e gestores), principalmente os que estão inseridos na estratégia saúde da família, resta o desafio de atuar com precisão propondo abordagens coletivas (grupos, campanhas e outros), além de ações individuais na rotina das unidades (consultas médica, de enfermagem), acrescentando-se nesse mesmo contexto uma atuação efetiva dos ACS nas visitas domiciliares, todo esse esforço precisa ter o foco na melhor adesão dos portadores de HAS à terapêutica prescrita (HELENA; NEMES; NETO, 2010). Diante de tudo o que foi explanado sobre o assunto promoção à saúde com ênfase na hipertensão e diabetes, fica muito claro a dimensão do problema, bem como a necessidade de atuação freqüente frente às necessidades de saúde deste público. A promoção à saúde realizada de forma eficaz pode minimizar grande parte dos problemas enfrentados no atual contexto da saúde pública, sendo um deles o alto custo das internações provenientes de complicações advindas da HAS e da DM, porém estes se enquadram apenas no que denominamos de valores tangíveis e os intangíveis? Estes cabem a nós enquanto profissionais de saúde pública inseridos na atenção básica e saúde da família, permitindo sempre a coresponsabilização da comunidade. 10 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL: Sensibilizar e proporcionar orientações para efetivação da promoção à saúde na estratégia de saúde da família jardim primavera com ênfase no público portador de hipertensão arterial e diabetes melitus. Construir uma cartilha com ênfase na promoção à saúde para melhor atuação dos profissionais na atenção ao portador de hipertensão arterial e diabetes, onde a comunidade também terá acesso aos diversos conhecimentos que envolvem estas patologias. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO: Promover impacto positivo nos hábitos de vida da população cadastrada no SIAB com diabetes e hipertensão por meio da qualificação do processo de trabalho da equipe de saúde da família Jardim Primavera - Itaquiraí - MS. 11 4 METODOLOGIA O presente projeto de intervenção consta das seguintes ações: primeiramente foi levantado o número de hipertensos e diabéticos cadastrados na área de atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Jardim Primavera, posteriormente foi observado juntamente com a equipe da unidade a dificuldade de realização de ações de promoção/educação em saúde com este público e analisado nosso contexto de atenção à saúde no que se refere ao assunto prevenção e promoção e que será construída uma cartilha com o propósito de fomentar as ações de promoção realizadas pela equipe de saúde voltadas ao público portador de HAS e DM, qualificando a atenção preventiva no que tange aos agravos advindos destas patologias de caráter crônico degenerativo. A ação será realizada por toda a equipe, onde cada um receberá uma cartilha que será confeccionada em gráfica, a metragem e a arte da mesma ainda será desenvolvida e estudada de forma a contemplar as necessidades da equipe e comunidade. O público alvo das ações de promoção será os hipertensos e diabéticos, porém a equipe protagoniza o projeto de intervenção porque a finalidade do mesmo é sensibilizar os profissionais inseridos na ESF a realizar mais ações promotoras/ educadoras em saúde. A cartilha estará disponível para a comunidade estar consultando e se informando dos aspectos que envolvem a promoção à saúde. A mesma contém nove tópicos, onde serão trabalhados tanto com a equipe como com a comunidade (público alvo) diversos aspectos, desde a importância da organização do processo de trabalho para promover saúde à necessidade de se avaliar o feedback da comunidade diante das ações desenvolvidas. A ação será avaliada mensurando-se o grau de participação do público alvo, tanto nas ações de hiperdia, como em outras de caráter educativo. Para avaliação das ações a unidade terá um caderno único para registro de ações de promoção à saúde voltada para hipertensos e diabéticos, onde serão colhidas as assinaturas dos participantes durante o desenvolvimento das atividades, permitindo o registro numérico da participação deste público nas ações de todos os profissionais, tanto as individualizadas, quanto as realizadas em grupo. 12 5 CRONOGRAMA ATIVIDADE Escolha do MÊS DE REALIZAÇÃO Abril - 2011 problema Construção Maio/ Junho/ Julho - 2011 do conhecimento Redação do Setembro/ Outubro - 2011 projeto de intervenção Entrega do Novembro - 2011 projeto para avaliação Aplicação do projeto de intervenção Dezembro – 2011 e 2012 (O projeto tem um caráter contínuo com aplicação gradativa de acordo com a realidade e a necessidade da comunidade) 13 6 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO Tendo em vista a formatação e característica do projeto de intervenção, a análise dos dados será de realizada de forma contínua e conforme previsto no cronograma pretende-se iniciar a implantação deste em dezembro de 2011 com seguimento do trabalho em 2012. Espera-se que a partir do projeto de intervenção, mudanças sejam realizadas de forma que a atenção ao portador de HAS e DM sofra importantes readequações, onde a comunidade possa ser mais bem assistida. É importante fomentar que a integralidade da assistência a estes pacientes torna-se ferramenta fundamental para a prevenção dos agravos advindos de quadros descompensados das referidas patologias. Hoje são observadas inúmeras alterações ligadas diretamente à HAS e DM, podemos incluir as complicações agudas e crônicas, como o próprio conceito diz doenças crônicodegenerativas, as mesmas apresentam-se na grande maioria das situações com início insidioso, onde quadros de cefaléia, náuseas, mal-estar geral podem estar presentes, assim como os sintomas discretos da DM: polidipsia, polifagia e poliúria, a clássica tríade da DM, que pode não ser discreta dependendo da intensidade do quadro clínico. Fica muito claro diante do exposto que este projeto pode ser inovador e ao mesmo confrontador devido à amplitude das ações requeridas à equipe de saúde da família frente às propostas sensibilizadoras constantes no mesmo. O impacto será positivo, caso haja adesão da equipe para execução de uma melhor atenção a estes pacientes, sendo fundamental para tanto o estabelecimento de mudanças no processo de trabalho da unidade no que tange à promoção de saúde para portadores de HAS e DM. 14 7 CONCLUSÃO O presente projeto visa construir uma atenção mais humanizada e qualificada ao portador de HAS e DM, onde profissionais inseridos na estratégia de saúde da família possa proporcionar o que chamamos de educação/ promoção à saúde visando a prevenção das várias complicações que acometem os portadores destas doenças. Conforme explanado em item anterior (6), o molde deste projeto não permite a avaliação de dados concretos e objetivos, visto que o mesmo será implantado de forma gradativa no processo de trabalho da unidade, sendo este quesito pertencente ao objetivo específico, onde qualificar o processo de trabalho na atenção aos portadores de HAS e DM é igual a melhorar o padrão das atividades promotoras em saúde para este público. Espera-se que com a implementação progressiva do referido projeto de intervenção, a comunidade possa provar de uma assistência integral, onde todos os princípios do SUS sejam respeitados e melhor ainda se cumpridos com dignidade no contexto de nossa estratégia de saúde da família. Todos os objetivos, tanto os gerais como o específico visam trazer mais qualidade de vida para a comunidade à qual está sob nossa responsabilidade de atuação. Não podemos nos esquecer que a vida moderna nos proporcionou não só benefícios e facilidades para o nosso cotidiano, mas também malefícios onde o padrão de atividade e condicionamento físico das pessoas sofreram mudanças, as facilidades como: carros, controle remoto, enfim a informatização ora é de extrema importância, ora é uma das responsáveis pela diminuição do padrão de exercícios das pessoas, visto que a rotina não requer tanto esforço durante a execução de trabalhos tanto extra como intradomiciliares. Nesse contexto a saúde da família tem a responsabilidade de fazer o resgate de um padrão de vida mais saudável, em que o indivíduo possa se responsabilizar por sua saúde e desenvolver o que denominamos autocuidado. Para tanto são esperadas ações sensibilizadoras que gerem a construção de uma consciência focada no cuidado à saúde, onde profissionais e comunidade façam um interação permanente com bases sólidas, promovendo desta forma a mudança nos moldes da atenção primária à saúde. 15 REFERÊNCIAS FIGUEIRA, T. R.; FERREIRA, E. F.; SCHALL, V. T.; MODENA, C. M. Percepções e ações de mulheres em relação à prevenção e promoção da saúde na atenção básica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 6, 2003. HELENA, E. T. S. de.; NEMES, M. I. B.; NETO, J. E. Fatores associados à não-adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 12, 2010. LOPES, M. S. V.; SARAIVA K. R. O.; FERNANDES, A. F. C.; XIMENES, L. B. Análise do conceito de promoção da saúde. Revista Texto e Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 19, n. 3, 2010. RABETTI, A. C.; FREITAS, S. F. T. de. Avaliação das ações em hipertensão arterial sistêmica na atenção básica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 2, 2011. 16 ANEXO 17 ALUNO ESPECIALIZANDO EDUARDO HENRIQUE P. SANDIM CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA PROMOÇÃO À SAÚDE COM ÊNFASE NA DIBETES MELITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL – PROJETO DE INTERVENÇÃO Objetivo Sensibilizar e proporcionar orientações para efetivação da promoção à saúde na estratégia de saúde da família jardim primavera com ênfase no público portador de hipertensão arterial e diabetes melitus, promovendo um impacto positivo na qualificação do processo de trabalho e conseqüentemente nos hábitos de vida dessa população. Para a comissão nacional sobre os determinantes sociais da saúde (CNDSS), os DSS são fatores sociais, econômico, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão harmônica da Organização Mundial de Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Fonte: Artigo A saúde e seus Determinantes sociais (PAULO MARCHIORI BUSS e ALBERTO PELLEGRINI FILHO). Defender a integralidade é defender antes de tudo que as práticas em saúde no SUS sejam sempre intersubjetivas, nas quais profissionais de saúde se relacionem com sujeitos e não com objetos. Práticas intersubjetivas envolvem necessariamente uma dimensão dialógica. Isso confere às práticas de saúde um caráter de prática de conversação, na qual nós, profissionais de saúde utilizamos nossos conhecimentos para identificar as necessidades de ações e serviços de saúde de cada sujeito com o qual nos relacionamos, para reconhecer amplamente os conjuntos de ações que podemos pôr em prática (incluindo ações como o aconselhamento e as chamadas práticas de educação em saúde) para responder as necessidades que apreendemos. Mais do que isso, defender a integralidade nas práticas é defender que nossa oferta de ações deve estar sintonizada com o contexto específico de cada encontro. Artigo: A Integralidade na Prática (ou Sobre a Prática da Integralidade)autor: Ruben Araújo de Mattos Justificativa Tendo em vista o número de hipertensos e diabéticos cadastrados na unidade de saúde em questão e lavando-se em conta as inúmeras complicações decorrentes destas patologias para os indivíduos, esta cartilha torna-se fundamental, sendo a mesma uma ferramenta norteadora 18 do processo de trabalho, além de configurar-se como instrumento útil na capacitação e orientação das estratégias de saúde da família. Tópicos constantes nesta cartilha 1 – Intervir no processo de trabalho das ESF (Estratégias de Saúde da Família); 2 – Sensibilizar os profissionais quanto à iminência de se implantar ações promotoras de saúde no que se refere à pacientes portadores de HAS e DM; 3 – Promover o feedback da população frente as ações de promoção à saúde (HAS e DM); 4 - Atuar junto à comunidade com o propósito de gerar mudanças permanentes nos hábitos de vida; 5 – Melhorar o acesso da população às ações de promoção à saúde, de forma que realidades e contextos de vida e família sejam respeitados; 6 – Efetivar o trabalho de promoção em saúde preconizado pelo MS (Ministério da Saúde), onde esta ferramenta configura-se como ação básica no processo da mudança no padrão de vida da população, sendo esta ação carro chefe na atenção primária à saúde juntamente com as demais ações estabelecidas. 7 – Utilizar meios de divulgação para efetivação do trabalho de educação em saúde/promoção; 8 - Implementar estratégias baseadas na análise da situação de saúde local; 9 – Resgatar as ações que já eram realizadas pela ESF, com uma nova ótica, voltando-se para as necessidades de saúde dos indivíduos sob sua área de atuação, de forma a qualificar o acolhimento em saúde, bem como a abordagem integral realizada pela equipe de saúde. 1 - INTERVIR NO PROCESSO DE TRABALHO DAS ESF (ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA) O processo de trabalho em saúde da família configura-se como eixo norteador do trabalho em equipe, sendo assim é de extrema importância a análise e reflexão do mesmo. No contexto da ESF o trabalho em equipe adquire fundamental importância, de forma que o mesmo torna-se um caminho sem volta, onde a abordagem multidisciplinar ganha ênfase, compreendendo-se que abordagem global da saúde do indivíduo implica: - Diversidade de conhecimento; - Capacitação profissional; 19 - Suporte de diversos profissionais (multidisciplinaridade); - Cooperação entre colegas de serviço; - Atenção básica qualificada. AÇÕES DE INTERVENÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO Manter um padrão na qualidade da atenção ao paciente (acolhimento); Organizar a agenda de unidade de saúde de forma que diversas necessidades de saúde sejam contempladas (programas de saúde); Realizar reuniões semanais para discussão e qualificação do processo de trabalho; Mobilizar os profissionais da ESF através de apoio nas atividades profissionais com ênfase nas ações coletivas/ educativas em saúde; Manter corporativismo profissional entre os diversos membros da equipe onde um fornece suporte a outro sempre que convier; Tornar mais humana e respeitosa a convivência entre os membros de uma equipe de saúde de forma que cada um reconheça a importância do outro no desenvolvimento das ações educadoras em saúde. 2 – SENSIBILIZAR OS PROFISSINAIS QUANTO À IMINÊCIA DE SE IMPLANTAR AÇÕES PROMOTORAS DE SAÚDE NO QUE SE REFERE À PACIENTES PORTADORES DE HAS E DM Levando-se em conta as graves conseqüências que a DM e HAS provocam na saúde do adulto, podemos pensar em ações simples de cunho preventivo. Embora um paradoxo se instale, evidencia-se a necessidade de agir frente tantas implicações às quais a DM e HAS estão ligadas, estas quando instaladas interferem diretamente no padrão da vida e saúde da comunidade e família do portador da doença, partindo então destas informações toma grande importância o desenvolvimento de ações educadoras em saúde para este público: 20 AÇÕES DE PROMOÇÃO/ EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSOS E DIABÉTICOS Realizar ações que se adéqüem a realidade de cada paciente; Promover uma interação de qualidade entre a equipe da ESF e comunidade através de visitas domiciliares e acolhimento na USF (UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA); Aproximar os usuários aos serviços já oferecidos pela unidade de saúde com ênfase em prevenção e promoção à saúde para o público em questão; Fornecer orientações claras e simples aos portadores de HAS E DM, onde a realidade cultural e grau de escolaridade tornam-se entraves para uma abordagem mais qualificada; Manter um padrão de acompanhamento para pacientes com descontrole freqüente de pressão arterial e glicemia capilar, com ênfase na prevenção das complicações advindas destas; Tornar evidente através de esclarecimentos simplificados a importância da tomada correta das medicações para o tratamento da HAS e DM, utilizando da criatividade para a promoção de um HIPERDIA mais didático, onde projetos podem ser desenvolvidos, estes devem contemplar a tomada correta dos medicamentos (horário, posologia) e sua importância, o que muitas se torna um importante obstáculo, principalmente para os idosos e aqueles indivíduos com baixa escolaridade; Trabalhar com toda a equipe da ESF para o desenvolvimento de um trabalho integral e bem articulado na abordagem ao indivíduo portador de HAS e DM, envolvendo a participação dos profissionais: - Médico - Dentista - Enfermeiro - Agente Comunitário de Saúde (ACS) - Nutricionista (NASF) Abordar de forma multidisciplinar com a finalidade de ampliar o conhecimento do portador destas patologias promove o estímulo ao autocuidado, ou seja, a responsabilização do indivíduo frente sua saúde e aspectos que a envolvem; Orientar sobre a importância das complicações agudas e crônicas da HAS e DM, dando destaque no caso da diabetes sobre o tema pé diabético, uma das maiores causas de 21 amputações, problema que compromete a funcionalidade do indivíduo, bem como suas atividades de vida diária (AVDs); Orientar sobre as doenças cerebrovasculares inseridas no contexto da HAS, onde pessoas têm sofrido acidentes vasculares encefálicos e infartos em decorrência da não adesão à terapêutica recomendada, bem como todas as medidas de cuidado que requer esta doença. 3 – PROMOVER O FEEDBACK DA POPULAÇÃO FRENTE AS AÇÕES DE PROMOÇÃO À SAÚDE (HAS E DM) Diante de todas as ações de saúde desenvolvidas espera-se que o resultado seja positivo. As ações são norteadoras para a mudança dos hábitos de vida da população, porém a responsabilização e o autocuidado fazem parte deste processo educativo, onde a comunidade (pacientes portadores de HAS e DM) adquira autonomia na execução de seu próprio cuidado. AÇÕES PROMOTORAS AUTONOMIA DE AUTOCUIDADO/ RESPONSABILIZAÇÃO E Estimular a participação da comunidade nas ações de educação em saúde, inclusive por meio de sugestões para o desenvolvimento de novas ações; Fortalecer o vínculo EQUIPE x COMUNIDADE com a finalidade de promover o autocuidado; Manter a vigilância das ações executadas atentando-se para as possíveis modificações; Realizar o monitoramento das atividades, bem como a observação do padrão de resposta da população através das mudanças nos hábitos de vida do grupo trabalhado (HAS e DM); Sensibilizar a comunidade a tomar para si o cuidado requerido para a manutenção de sua saúde através de técnicas de ensino e educação para o autocuidado envolvendo a participação de especialistas em saúde mental e educação; Fomentar a participação popular do grupo no que se refere aos atendimentos realizados na unidade, envolvendo-os no processo de tomada de decisão referente às atividades realizadas em serviço (consultas, ações de educação em saúde, palestras de orientação, entrega de medicamentos e etc). 22 4 – ATUAR JUNTO À COMUNIDADE COM O PROPÓSITO DE GERAR MUDANÇAS PERMANENTES NOS HÁBITOS DE VIDA A atuação da equipe frente às necessidades da comunidade é uma ação marcante e inerente ao processo que envolve a saúde da família. Tendo em vista o perfil da população e mais ainda o perfil epidemiológico dos indivíduos portadores de HAS e DM, ações fundamentadas na realidade são de caráter iminente, onde a resposta da comunidade diante da atuação da equipe deve ser analisada, a finalidade da observação das ações visa nortear e qualificar ainda mais a atenção aos portadores destas doenças. As mudanças no padrão de vida só acrescentam mais qualidade e longevidade à comunidade, pois estas promovem a correção de hábitos danosos à saúde da população. AÇÕES SENSIBILIZADORAS CUJA FINALIDADE É PROVOCAR NECESSIDADE DE SE MUDAR HÁBITOS PREJUDICIAIS À SAÚDE A Fazer constante reconhecimento das necessidades de saúde do público a ser assistido pelo projeto de intervenção; Levar à comunidade os diversos conceitos ligados às doenças hipertensão e diabetes; Informar a população sobre a necessidade de se mudar alguns costumes alimentares para manutenção de uma vida saudável; Fomentar a importância das atividades físicas com a finalidade de laser, onde o indivíduo por um mecanismo neuroquímico libera substâncias (serotonina) que atuam no controle da pressão arterial através do relaxamento das artérias, além da promoção do controle glicêmico; Fortalecer o vínculo com a comunidade através das ações de promoção à saúde (reuniões de grupo na unidade de saúde, visitas domiciliares, consultas de enfermagem, médica e odontológica, palestras informativas); Dar ênfase a gravidade das complicações crônicas da diabetes no intuito de alertar a população sobre o quanto estas podem influenciar negativamente no padrão da vida e saúde, se importando com os aspectos psicológicos e relacionais; 23 5 – MELHORAR O ACESSO DA POPULAÇÃO ÀS AÇÕES DE PROMOÇÃO À SAÚDE, DE FORMA QUE REALIDADES E CONTEXTOS DE VIDA E FAMÍLIA SEJAM RESPEITADOS. Compreensão do contexto onde se insere o indivíduo: ação crucial em todas as ações voltadas para hipertensos e diabéticos, lidar com estes pacientes envolve a compreensão de valores culturais e familiares, onde costumes e hábitos de vida muitas vezes prejudiciais são encontrados. A abordagem ao indivíduo portador destas patologias requer uma escuta qualificada, são necessárias entrevistas durante as consultas, observação da motivação do ato ao qual o paciente detém em sua rotina, realizando se necessário encaminhamentos para melhor adesão terapêutica. O acesso às ações precisa ser ampliado, a equipe deve se dirigir ao paciente, isso pode requerer da equipe: horário diferenciado na realização de atividades educativas, ir até postos de serviços localizados na comunidade/ município para alcançar este público que requer uma atenção integral. AÇÕES INTEGRAIS COM O PROPÓSITO DE AMPLIAR O ACESSO À PROMOÇÃO DE SAÚDE, ONDE O CONTEXTO DE VIDA DE CADA INDIVÍDUO DEVE SER ANALISADO Estruturar a equipe de forma que a mesma contemple as necessidades do grupo alvo das ações; Manter análise constante através de reuniões com equipe multidisciplinar sobre os temas a serem trabalhados com os hipertensos e diabéticos; Colher informações das famílias alvo das ações através de um instrumento adequado a cada realidade, em que dados sobre hábitos de vida estejam presentes, pois estes irão nortear parte do trabalho a ser desenvolvido; Promover atividades que alcance o público que trabalha em horário comercial, agendando a cada dois meses uma ação em local e horário apropriado, facilitando o acesso à promoção da saúde; Manter agenda de visita domiciliar com a finalidade de analisar o trabalho realizado nas famílias onde existam portadores de HAS e DM; Analisar o grau de escolaridade e capacidade de compreensão de cada paciente, pois esta informação será o ponto chave para adequação da abordagem que será realizada; 24 6 - EFETIVAR O TRABALHO DE PROMOÇÃO EM SAÚDE PRECONIZADO PELO MS (MINISTÉRIO DA SAÚDE), ONDE ESTA FERRAMENTA CONFIGURA-SE COMO AÇÃO BÁSICA NO PROCESSO DE MUDANÇA NO PADRÃO DE VIDA DA POPULAÇÃO, SENDO ESTA AÇÃO CARRO CHEFE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE JUNTAMENTE COM AS DEMAIS AÇÕES ESTABELECIDAS A estratégia saúde da família veio para reorganizar o processo de atenção primária a saúde, onde equipes de saúde composta por médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais de nível médio atendam as necessidades de saúde de uma área adscrita. É de extrema importância nesse contexto de atenção à saúde realizar o levantamento do perfil epidemiológico da comunidade. Através deste levantamento é possível a detecção das necessidades primordiais e secundárias de saúde da população, é nessa realidade que pode ser observado o padrão de saúde da comunidade ou por assim dizer estilo de vida, quesito determinante para construção de hábitos bons ou ruins, que interferem diretamente na qualidade de vida dos indivíduos. AÇÕES PARA CONHECER A ÁREA DE ATUAÇÃO DA ESF, TENDO EM VISTA UMA ABORDAGEM EFETIVA E TRANSFORMADORA DA REALIDADE DE SAÚDE DO PÚBLICO ALVO Construir o perfil epidemiológico da comunidade sob responsabilidade da ESF Jardim Primavera com o foco nos hábitos de vida de portadores de HAS e DM; Reavaliar o perfil construído estando atento às mudanças, no intuito de favorecer a mudança de ações de saúde já implementadas; Manter a equipe de saúde em constante atualização no que tange aos conhecimentos referentes à HAS e DM, fomentando desta forma a elaboração de planos de ação efetivos; Trabalhar durante as ações educativas a necessidade do reconhecimento da doença, facilitando a compreensão dos aspectos destas patologias, tornando o indivíduo/comunidade mais sensível ao seu problema, o que favorecerá mudanças no estilo de vida; Desenvolver e implementar projetos com ênfase nos benefícios gerados quando ocorre a adesão à mudanças nos hábitos alimentares, de práticas esportivas e laser, mostrando para a população que não basta apenas o tratamento medicamentoso; Trabalhar com a população a importância da tomada correta dos medicamentos, partindo da equipe de saúde uma orientação efetiva e responsável, onde a população tire todas as dúvidas 25 sobre a terapêutica medicamentosa, tendo o cuidado de elaborar estratégias didáticas para ensinar os idosos e seus cuidadores. 7 – UTILIZAR MEIOS DE DIVULGAÇÃO PARA EFETIVAÇÃO DO TRABALHO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE/PROMOÇÃO Os meios de divulgação são instrumentos de grande importância para um trabalho eficaz quando pensamos em educação em saúde/promoção. Vários são os meios de divulgar uma ação em nível de coletividade: informes expostos na unidade de saúde, convite para divulgação de atividades, apoio do departamento de comunicação da prefeitura municipal, utilização da rádio local e carro de som. Estas são apenas sugestões para se divulgar ações coletivas com o foco no público portador de HAS e DM. AÇÕES PARA DIVULGAR AS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO/PROMOÇÃO EM SAÚDE Manter a comunidade informada das ações de promoção á saúde com o apoio imprescindível dos agentes comunitários de saúde; Divulgar na unidade de atendimento todas as ações realizadas em nível local por meio do acolhimento a comunidade, onde a escuta qualificada tome lugar de destaque na rotina de atenção a demanda espontânea e agendada; Aproveitar os momentos de consulta para divulgar o trabalho desenvolvido com a população portadora de HAS e DM, explicando quais os direitos do paciente sobre a aquisição de medicamento, consultas agendadas e participação nas decisões de saúde local; Utilizar-se da intersetorialidade para divulgar as ações/projetos desenvolvidos na unidade de saúde onde o foco são hipertensos e diabéticos, através da mídia local (site da prefeitura municipal) e articulação com o serviço de comunicação da prefeitura para divulgação por meio de carro de som; Elaborar faixas e banners de educação em saúde informando a população alvo sobre a dinâmica de atendimento às mesmas, e estas devem estar disponíveis na recepção da unidade e no caso das faixas, a divulgação poderá ocorrer mantendo-as em pontos estratégicos da cidade; Pedir o apoio da rádio local quando do desenvolvimento de ações/ projetos para o público alvo (hipertensos e diabéticos), onde importantes informações podem ser divulgadas como ex: 26 horário da atividade, local onde será desenvolvida e o público à qual a atividade é direcionada, assim como os benefícios em participar destas. 8 - IMPLEMENTAR ESTRATÉGIAS BASEADAS NA ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE LOCAL A análise da situação de saúde permite a estratégia de saúde da família à construção de ações baseadas na realidade de saúde da área sob atuação da unidade, onde espaços como reuniões, discussão de caso, visita domiciliar e atualização constante da ficha permitem a observação acurada das mudanças do perfil epidemiológico da comunidade. Observando-se esta cartilha a ênfase dessa análise tem por finalidade conhecer o perfil de saúde dos portadores de hipertensão e diabetes, desta forma as atividades promotoras de saúde serão mais eficazes. AÇÕES FACILITADORAS E NORTEADORAS PARA A ANÁLISE DE SAÚDE LOCAL Realizar reuniões semanais com o propósito de discutir a realidade de saúde local, com a participação ativa dos agentes comunitários de saúde (elo entre a comunidade e equipe de saúde); Manter atualizado as fichas A, onde as características das famílias são traçadas, permitindo desta forma o conhecimento real da condição da comunidade sob atuação a ESF, com o foco no contexto de saúde dos hipertensos e diabéticos; Organizar visitas domiciliares de forma que semanalmente os profissionais de saúde possam conhecer e analisar com precisão a situação das famílias, dando atenção especial aos hipertensos e diabéticos em situação de vulnerabilidade social e descompensação clínica; Promover a discussão de casos de pacientes em risco de ser acometido por complicações agudas advindas da HAS e DM, onde cada profissional terá espaço para expor seu parecer quanto à situação analisada; Promover a participação da comunidade em espaços públicos, onde as famílias possam expor sua condição de vida e necessidades de saúde, fomentando a participação popular na construção das ações de saúde. 27 9 – RESGATAR AS AÇÕES QUE JÁ ERAM REALIZADAS PELA ESF, COM UMA NOVA ÓTICA, VOLTANDO-SE PARA AS NECESSIDADES DE SAÚDE DOS INDIVÍDUOS SOB SUA ÁREA DE ATUAÇÃO, DE FORMA A QUALIFICAR O ACOLHIMENTO EM SAÚDE, BEM COMO A ABORADAGEM INTEGRAL REALIZADA PELA EQUIPE DE SAÚDE Partindo dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS), podemos pensar numa atuação com responsabilização e autonomia enquanto ESF devido à capacidade de reconhecimento desta perante sua área de atuação (comunidade adscrita). Hoje quando se trabalha com acolhimento são pensadas as diversas formas de gerar resolutividade, de maneira que necessidades de saúde individual e coletiva sejam solucionadas. Ao se tratar de portadores de HAS e DM, diversos obstáculos são enfrentados, onde uma abordagem baseada na real condição de saúde com um caráter humanizado, respeitando valores e aspectos culturais torna-se iminente para que as ações desenvolvidas tenham um feedback positivo gerando a transformação dos hábitos de vida da população. AÇÕES DE CARÁTER INTEGRAL COM BASE NO ACOLHIMENTO EM SAÚDE Promover atenção humanizada aos portadores de hipertensão e diabetes, por meio da escuta qualificada, com a atenção voltada às necessidades de saúde; Realizar ações com o envolvimento de toda a equipe, onde cada profissional dê sua contribuição para sensibilizar o usuário quanto à necessidade da adesão terapêutica; Atender o portador de DM, deixando bem esclarecido quais as possibilidades de controle da doença, acrescentando informações sobre as complicações agudas e crônicas, bem como o impacto destas na qualidade de vida; Motivar o público alvo para contribuir no processo de construção das ações de saúde, colhendo dos mesmos idéias, efetivando desta forma o envolvimento da comunidade nas atividades de promoção à saúde; Atua junto com setores afins para a promoção da integralidade (educação, esporte) fazendo com que o indivíduo possa estar inserido em atividades que contribuam para a qualidade de vida, promovendo desta forma o controle das doenças hipertensão e diabetes.