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Web 2.0 é tudo isso e ainda mais um pouco
A web 2.0 consolida o que realmente funciona na internet, coloca a conversa das
pessoas em primeiro plano e muda o conceito de programação em busca de leveza
e simplicidade. Não é pouca coisa.
Dizem que não é fácil definir o que seja web 2.0. Bem, a melhor definição que eu
tenho é essa, inspirada na que se encontra na Wikipedia: web 2.0 geralmente se
refere à segunda geração de serviços disponíveis na internet que permite às
pessoas colaborarem e compartilharem informações online.
Diferentemente da primeira geração, marcada pelas páginas estáticas, a web 2.0
dá ao usuário uma experiência tão rica quanto a que ele teria se estivesse
utilizando um programa instalado no seu computador.
Cabem as seguintes perguntas: a web 2.0 é o resultado do amadurecimento da
internet como um negócio que realmente deu certo? É o resultado dos
conhecimentos adquiridos pelas empresas que resistiram à crise da internet de
2001 (a famosa bolha assassina)? É um apanhado de conceitos e técnicas que
devem ser levados a sério por quem quer ter resultado na internet? É a nova
geração da internet?
Ou seria o resultado de toda uma geração de pessoas que cresceram com o mouse
na mão, que desenvolveram seus melhores relacionamentos pela internet, que
encontraram seus empregos pela internet, que não saberiam como viver sem a
web, a internet da nova geração?
A resposta me parece óbvia: é tudo isso e mais um pouco.
Web 2.0: a nova geração de serviços de Internet
Ouço dizer por aí que web 2.0 está sendo desmistificada e não passa de um jogo de
marketing, um novo nome para coisas que já são feitas há muito tempo… É preciso
entender algumas coisas.
Primeiro, as mudanças na história se dão em termos de processo, não de evento. A
web 2.0 não aconteceu de uma hora para a outra, logo após uma conferência, ou
assim que foi escrito o artigo do Tim O’Reilly sobre o assunto.
Ela vem acontecendo, se transformando, num processo que acabou culminando na
eliminação de alguns conceitos antigos e na adoção de outros conceitos que
mostraram dar mais resultado quando se faz um projeto de internet. Ou seja, é
óbvio que muito − se não tudo − que se tem dito que é web 2.0 remete a projetos
antigos de internet que deram certo. O detalhe é que a web 2.0 é a internet que
aprendeu com seus próprios erros, que entendeu quem é, o que faz, para quê veio
ao mundo, que endenteu, por onde deve caminhar para chegar onde quer, enfim,
que amadureceu.
A web 2.0 é a nova geração da internet. É a consolidação de tudo que realmente
funciona na internet e a rejeição do que era desperdício de dinheiro e tempo, cópia
mal feita de outras mídias (como o jornal de papel) e mau uso da interatividade.
Web 2.0, essa nova geração de serviços na internet, é entender que internet é
gente. Ou como disse a revista Newsweek, “Web 2.0 é internet viva… O que faz a
internet ser viva é muito simples: nós”.
Exatamente, web 2.0 é entender que um site pode ter coisa muito melhor que
simplesmente audiência, um site pode desenvolver uma comunidade. A internet
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antiga, a web 1.0, era um lugar longe, onde nós íamos para buscar informação, a
web 2.0 é onde nós vivemos e nos relacionamos. Segundo Tim O’Reilly, a idéia
central é aproveitar a inteligência coletiva, a sabedoria das multidões. Ou seja, a
voz do povo é a voz de Deus.
Junto a essa idéia, com a web 2.0 vêm também novos modelos de negócio, novas
formas de se fazer publicidade online (interatividade e marketing de performance),
novas técnicas de programação (Ajax), novas formas de design (com foco maior na
usabilidade), novas formas de conteúdo (com participação do usuário), enfim, o
assunto é gigantesco, mas o principal é entender que internet é gente.
Web 2.0: a internet da nova geração
Até que ponto a web 2.0 é, na verdade, o modo de entender a internet da geração
que cresceu com ela? O jeito de pensar das pessoas que aprenderam a desenvolver
seus relacionamentos no MSN messenger é, claramente, diferente da geração
anterior. Não é à toa que a primeira coisa que se pensou em fazer com a internet
foi publicação. As pessoas não podiam conceber naquela época que a nova geração
ia se relacionar tanto pela internet e ia gostar disso. Não se podia imaginar que eu,
no meu trabalho, poderia conversar o dia todo com a minha esposa que está no
trabalho dela… Ninguém podia imaginar as mudanças na linguagem que a internet
faria. Quantas pessoas dizem “nem” em vez de “não” por que se acostumaram a
escrever assim para evitar o “til”?
É entendendo quem é esta nova geração que está crescendo na internet, que
entendemos melhor o que é a web 2.0. Uma empresa que tenta comunicar uma
mensagem a esta geração está perdida. Não é possível comunicar − no formato
“via de mão única”, emissor–receptor − uma mensagem a este pessoal. Eles estão
acostumados a interferir na mensagem, a responder instantaneamente, a interagir.
É essa possibilidade de interagir com a mensagem e com outras pessoas que
recebem essa mesma mensagem, é essa possibilidade de se relacionar que marca a
nova publicidade na internet, o novo conteúdo da internet, os novos modos de
programar na internet, os novos modelos de negócio na internet, enfim, a web 2.0:
a nova geração da internet e a internet da nova geração.
Fonte
ALVES JR., Gilberto. Web 2.0 é tudo isso e ainda mais um pouco. Webinsider, 03
maio
2006.
Disponível
em:
<http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/05/03/web-20-e-tudo-isso-e-aindamais-um-pouco/>. Acesso em: 27 jun. 2007.
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