MicheliSassaDO - FCFAR

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MICHELI FERNANDA SASSÁ
TÍTULO
Participação do Receptor “toll-like” 4 na resposta imune durante a
esporotricose experimental
DATA DA DEFESA: 18/11/2008
RESUMO
Os receptores “toll-like” (TLR) são importantes no reconhecimento de
patógenos por um hospedeiro e conseqüentemente para a
ativação da resposta imune inata. Evidências clínicas e
experimentais mostram que defeitos nesses receptores ou em suas
vias de sinalização deixam o hospedeiro suscetível a vários tipos de
infecção. Já foi demonstrado que o TLR2 e o TLR4 estão envolvidos
no reconhecimento de vários fungos, como Cândida albicans,
Aspergillus niger, Aspergillus fumigatus e Saccharomyces cerevisiae,
entretanto não há informações disponíveis sobre a participação dos
TLRs no reconhecimento do Sporothrix schenckii. O S. schenckii é um
fungo termodimórfico causador da esporotricose, uma infecção
micótica caracterizada pelo comprometimento da pele e tecidos
subcutâneos; em algumas ocasiões, como em pacientes
imunocomprometidos, pode induzir lesões em órgãos. Os
mecanismos de defesa, principalmente a imunidade mediada por
células, são importantes na resistência à infecção. O objetivo deste
trabalho foi verificar o papel do TLR4 na resposta dos macrófagos ao
S. schenckii, empregando camundongos defectivos na expressão de
TLR4 (C3H/HeJ) e camundongos controle (C3H/HePas), através da
avaliação de mediadores imunológicos produzidos pelas células
peritoneais dos camundongos, da expressão de proteínas acessórias
ao TLR4 e da avaliação da apoptose destas células durante dez
semanas. A produção dos intermediários reativos do oxigênio,
determinada através da técnica de redução do vermelho de fenol,
revelou que os camundongos defectivos na expressão do TLR4
produziram menores concentrações de H2O2 que os camundongos
TLR4 normais. Nestes, as maiores concentrações de H2O2 foram
induzidas pela presença do extrato lipídico da fase miceliar do S.
schenckii. No entanto, a produção de óxido nítrico (NO) e das
citocinas ocorreu em maiores níveis quando estimulados pelo
antígeno lipídico da fase leveduriforme, uma vez que quando o
fungo se instala no hospedeiro permanece na forma de levedura. A
produção de NO e das citocinas IL-1, TNF-10 secretadas nos
sobrenadantes das culturas celulares também foi menor nos
camundongos C3H/HeJ, sugerindo um papel para este receptor na
sinalização destas citocinas. Entretanto, a produção de IL-12p70 e
TGF-_ secretadas nos sobrenadantes das culturas celulares foi maior
nos camundongos C3H/HeJ, sugerindo que o TLR não medeia esta
via de sinalização ou que a célula dispõe de outros mecanismos
para estes mediadores, a fim de compensar a baixa produção de
NO, IL-1, TNF-_ e IL-10. Resultados diferentes, porém, foram
encontrados na determinação das citocinas intracelulares, em que
todos os mediadores testados (IL-1, IL-12, TNF-10 e TGF-_) foram
observados em menores concentrações nos camundongos
defectivos na expressão do TLR4, reforçando a participação deste
receptor no reconhecimento do S. schenckii. Concordando com
estes resultados, a determinação da translocação do NF-_B, que é o
fator de transcrição que sinaliza para a produção das citocinas,
também foi menor nos camundongos deficientes no TLR4. A
translocação para o núcleo e a ativação do NF-_B também são
resultados do reconhecimento de antígenos pelo TLR4. A expressão
das proteínas acessórias para a sinalização através do TLR4, o MD-2 e
CD14, também foi menor nos camundongos deficientes no TLR4,
como era esperado. Embora a expressão destas proteínas nos
camundongos TLR4 normais não tenha sido muito alta, foi
suficientemente maior para que houvesse uma maior produção dos
mediadores imunológicos nestes animais do que nos TLR4 deficientes.
Além das funções no sistema imune inato, a sinalização via TLR4
pode ativar também a apoptose dos macrófagos. Um agente
infeccioso pode induzir apoptose nas células de defesa do
hospedeiro a fim de minimizar os efeitos deletérios destas células
sobre ele. Assim, avaliamos a apoptose nas células peritoneais dos
camundongos durante o estudo e foi observado que as células dos
camundongos defectivos na expressão do TLR4 também sofrem
menos apoptose que as células dos camundongos controle, o que
pode ser devido à menor produção de H2O2, NO e TNFmediadores imunológicos com papel conhecido na indução de
apoptose. De forma geral, os resultados aqui apresentados sugerem
fortemente um papel do TLR4 no reconhecimento e indução de uma
resposta imune ao S. schenckii.
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