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Abdome Agudo
Manuella Galvão de Oliveira
Definição
• A dor abdominal de aparecimento súbito e
intensidade variável, com sintomas associados
ou não é principal sintoma;
• Geralmente com duração de horas até quatro
dias, não ultrapassando sete.
• Em geral, necessita de intervenção médica
imediata, cirúrgica ou não.
• Dividido
em
4
tipos:
inflamatório,
hemorrágico, isquêmico e obstrutivo.
Epidemiologia
• A taxa de admissão em Urgências é de 18 a 42%
e 63% dos pacientes têm mais de 65 anos.
Anamnese
• Dor abdominal: tipo(súbita, localizada, cólica,
variável), intensidade, tempo de história.
• Vômitos: relação do vômito com o início da dor,
freqüência e volume.
• Função intestinal: parada de eliminação de gases
e fezes.
Anamnese
• Sintomas
urinários:
disúria,
polaciúria,
hematúria.
• História ginecológica: avaliação do ciclo
menstrual, uso de DIU e cirurgias prévias.
• Febre
• Sintomas associados: icterícia, colúria, acolia
fecal, hematoquesia, hematêmese e melena.
Subtipos de abdome agudo
Inflamatorio
perfurativo
obstrutivo
hemorragico
Vascular
Dor
abdominal
localizada
Subita e
forte
cólica
Subita e
fraca
Variavel
Tempo de
historia
12-36h
< 12h
24-72h
<6h
6h a 7 dias
Parada de
gases e
fezes
+
+++
++++
+
+++
vômitos
++
+
++++
+
++
febre
+++
+
+
+
+
Inflamatório
•
•
•
•
•
•
•
•
Inflamação do peritônio parietal;
Dor em caráter constante;
Localização exata;
A intensidade da dor depende do tipo e do volume do
material;
Dor é agravada por compressão; Sinal de Blumberg +
Paciente permanece quieto no leito;
Espasmo reflexo tônico da musculatura abdominal.
Abdome em tábua
Apendicite Aguda
Definição
• Inflamação do apêndice vermiforme.
Fisiopatologia
Multiplicação de bactérias
luminais causando
inflamação;
Obstrução do lúmen por
fecalito ou pelos linfonodos;
Perfuração/Abscesso
Apendicite Aguda
Quadro Clínico
• Dor inicialmente periumbilical (visceral) que
migra para o quadrante inferior direito
(parietal);
• Ponto de McBurney;
• Anorexia.
Tratamento
Apendicectomia
Úlcera Péptica Perfurada
Definição
• Úlcera duodenal: perfura para o pâncreas =
pancreatite;
• Úlcera gástrica: perfura para o fígado.
Fisiopatologia
• H. pylori;
• AINES;
• Mecanismo
estabelecido.
da
perfuração
ainda
não
Úlcera Péptica Perfurada
Quadro Clínico
• Dor abdominal difusa intensa;
• Náuseas e vômitos.
• Duodenal: paciente instável = fechamento da
perfuração com omento; estável = vagotomia
seletiva, vagotomia e piloroplastia ou vagotomia
e antrectomia;
• Gástrica: benigna = Billroth I ou II.
Úlcera Péptica Perfurada
•Gastrectomia
Pancreatite Aguda
Definição
• Doença inflamatória pancreática;
• Intersticial (forma leve e autolimitada);
• Necrosante.
Fisiopatologia
Cálculos biliares (lama biliar) e
Álcool – principais causas
Autodigestão por
ativação enzimática
(tripsina).
Pancreatite Aguda
Quadro Clínico
• Dor abdominal lancinante em epigástrio com
Manchas violáceas
Presença de manchas
irradiação
para
as
costas;
Dor
em
faixa
periumbilicais que ocorrem
violáceas nos flancos
abdominais, principalmente
• Alívio na
empancreatite
posiçãoaguda
de prece maometana;
necro-hemorrágica
à esquerda, na pancreatite
• Derrame pleural do lado esquerdo;
aguda necro-hemorrágica.
• Choque;
• Sinal de Cullen e de Turner = forma necrosante;
• Elevação dos níveis de amilase e lipase (3x
mais).
Pancreatite Aguda
Tratamento
• Analgésicos;
• Hidratação parenteral;
• Dieta oral zero;
―Necrosante: desbridamento cirúrgico + ATB
imipenem-cilastina 500mg 3x/d por 7 dias;
―Abscesso: drenagem percutânea;
―Pseudocisto: conduta expectante.
Diverticulite
Definição
• Inflamação de um divertículo;
• Divertículo verdadeiro: herniação sacular de
toda a parede intestinal;
• Pseudodivertículo: apenas a mucosa através da
muscular do cólon.
Fisiopatologia
• Cólon;
• Formação de fecalito;
• Perfuração/Sangramento.
Fisiopatologia da Diverticulite
Estrutural
• Parede cólica: mucosa, submucosa,
◦ muscular
- circular
- longitudinal - Teniae coli
◦ serosa
- Falsos divertículos
- Hipertrofia da camada muscular:
↑da elastina
Funcional
• Pressão intracólica aumentada
• Motilidade basal e propulsiva aumentada
• Lume estreito → contracções segmentares
Fisiopatologia da Diverticulite
•
Formam-se em zonas de menor resistência da
parede cólica.
► Zona compreendida entre uma taeniae antimesentérica e a taeniae mesentérica
► Locais onde as arteríolas penetram na parede
muscular para se dirigirem para a mucosa e
submucosa
Diverticulite
Diverticulite
Quadro Clínico
• Dor no quadrante inferior esquerdo;
• Febre, anorexia, obstipação;
• Abscesso/Perfuração = complicada.
• Dx preferencialmente por TC
Tratamento
• Antibióticos e repouso;
• Cirurgia após 2 crises: sigmoidectomia +
coloproctostomia;
• Complicada = Hartmann, Abscessos ≥ 5cm
devem ser drenados antes.
Diverticulite
•Tratamento
cirúrgico
Abscesso Hepático
Fisiopatologia
• As bactérias piogênicas chegam ao fígado por vários caminhos.
• A doença do trato biliar é responsável por grande porcentagem
dos casos, e pode ocorrer por obstrução maligna, benigna da
árvore biliar, com colangite.
• Antes do advento dos antibióticos, a disseminação, por via
portal, de bactérias, ocorria na diverticulite e apendicite.
• Na infância, ocorre mais freqüentemente por infecção na veia
umbilical.
• Disseminação via artéria hepática ocorre durante bacteremia
por endocardite, osteomielite ou outros.
• A disseminação por contigüidade permite o acesso bacteriano
ao fígado em abscessos subfrênicos ou pneumonias.
• Lesões penetrantes permitem a infecção direta.
Abscesso Hepático
Fisiopatologia
• Aporte sanguíneo das circulações sistêmica e
portal;
• Doenças do trato biliar são hoje as maiores
fontes;
• Infecções em órgãos da drenagem portal =
tromboflebite séptica;
• E. Coli e K. pneumoniae.
Abscesso Hepático
Quadro Clínico
• Febre;
• Dor em quadrante superior direito;
• Hepatomegalia.
Tratamento
• Drenagem percutânea (padrão) ou cirúrgica
(tratar causa base ou falha do anterior);
• Meropenem.
Doença Inflamatória Pélvica Aguda
Definição
• Acomete as estruturas do trato genital acima do
orifício interno do colo uterino.
Fisiopatologia
• Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis;
• Propagação ascendente de microorganismos.
Doença Inflamatória Pélvica Aguda
Quadro Clínico
• Manifesta-se após menstruação;
• Dor pélvica associada a dor à mobilização do
colo ou à palpação de anexo (critério mínimo)
• Se não tratada, causa aderências abdominais.
Tratamento
• Parenteral: Cefotetan ou Cefoxetina +
Doxiciclina ou Clindamicina + Gentamicina;
• Oral (após 24h de melhora clínica):
Ceftriaxone + Doxiciclina + ou – Metronidazol
Doença Inflamatória Pélvica Aguda
Seguimento
• Melhora clínica substancial em 3 dias após
terapia;
• Os parceiros devem ser tratados: risco de
reinfecção para as mulheres e risco de uretrite
para os homens.
Peritonite
Definição
• Infecção bacteriana do líquido ascítico;
• Primária: ou espontânea (translocação) =
cirróticos (E. Coli e K. pneumoniae);
• Secundária:
perfuração
de
víscera
(polimicrobiana).
Fisiopatologia
• Atividade motora reduzida;
• Distensão do lúmen intestinal;
• Rápida depleção volêmica intravascular.
Peritonite
Quadro Clínico
• Dor e hipersensibilidade abdominais agudas
com rigidez de rebote;
• Febre;
• Encefalopatia hepática (PBE).
Tratamento
• Cefotaxima ou ceftriaxona;
• PBS: acrescentar metronidazol;
• Laparotomia em forte suspeita de PBS.
Peritonite
Profilaxia
• PBE prévia: norfloxacina ou ciprofloxacina por
tempo indeterminado.
Cetoacidose Diabética
Definição
• Glicemia > 250mg/dL
• pH arterial ≤ 7,3
• Cetonúria fortemente positiva
Fisiopatologia
• Redução na secreção de insulina
• Aumento na secreção do glucagon
• Produção de corpos cetônicos
Cetoacidose Diabética
Quadro Clínico
• Dor abdominal (~pancreatite);
• Poliúria, polidipsia e perda de peso;
• Hálito cetônico e respiração de Kussmaul.
Tratamento
• Hidratação, insulinoterapia (cuidado com K+);
• Tratar fatores precipitantes (Infecção).
Bibliografia
• Harrison;
• Emergências Clínicas – USP;
OBRIGADA!
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