Aspectos Psicológicos da Lesão Medularpopular!

Propaganda
Anaí Machado de Rezende
Elizene dos Reis Oliveira
 Lesões traumáticas (80%): provocadas por ferimentos
com arma de fogo, acidentes de trânsito, mergulhos e
quedas;
 Lesões não traumáticas (20%): destacam-se os
tumores, doenças infecciosas, vasculares e
degenerativas.
 A lesão medular traumática tem sido considerada
um problema de saúde pública, tanto no Brasil quanto
no exterior, pois sua incidência vem aumentando nos
últimos anos.
Qualquer pessoa que sofre uma lesão medular seja qual for sua
causa (traumática ou não traumática), sofre o impacto da perda
física.
 Alguns
pacientes elaboram o trauma, outros
apresentam grande dificuldade de adaptação às
mudanças, e essa adaptação dependerá das
características de personalidade, história de vida,
dinâmica familiar entre outros fatores ambientais e
comportamentais
 O paciente com lesão medular passa por fases
comportamentais, que são as seguintes:
 choque,
 negação,
 reconhecimento,
 adaptação.

O contato com alteração irreversível do corpo
pode desencadear :
 ansiedade,
 tristeza,
 raiva e medo,
 sentimento de frustração,
 agitação,
 agressividade,
 choro e desespero,
 Autoacusação (culpa),
 ideias suicidas e regressão,
 quadros confuso-oníricos, com sentimento de
desrealização e impressão de pesadelo,
 sensação de anestesia global física e psíquica
(insensibilidade ).
 Pode haver grande oscilação do humor e do
comportamento do lesado medular, tendo a família
que observar essas mudanças atentamente,
encaminhando-o para acompanhamento psicológico
ou psiquiátrico se necessário.
Vivenciando o trauma
FASE DO CHOQUE
 A pessoa encontra-se desorientada e assustada, sem
consciência de sua real situação.
 Fica confusa e não tem noção da magnitude do
ocorrido. Suas funções psíquicas ficam “congeladas”,
interrompe o vínculo com o mundo externo como
forma de preservar-se.
 faz-se necessário que a equipe oriente a família sobre
cuidados e condutas.
FASE DA NEGAÇÃO
 A pessoa começa a perceber a realidade, porém a
distorce, mantendo a crença na recuperação total.
 É muito comum essa fase ser marcada pela frase: “Eu
voltarei a andar, estou paralisado apenas temporariamente”.
 Negação da família,=> é traumático e angustiante ver
alguém que era ativo e produtivo e agora “paralisado”. É
angustiante olhar para essa nova realidade.
Nesse momento, espera-se que a equipe compreenda o
paciente, respeite-o e forneça informações com dados reais
(lesão e prognóstico) que favoreçam a conscientização para
o processo de reabilitação.
Fase do reconhecimento
 A pessoa começa a tomar consciência de sua real
situação, podendo sentir-se ansiosa e/ou deprimida,
com ideias suicidas.
Essa é a fase onde o paciente deve ser estimulado a ter
participação ativa para desenvolver o máximo o seu
potencial residual.
 Nessa fase, a família é de extrema importância, para
estimular o paciente em sua possível superação.
 equipe clínica => porto seguro da família
 Espera-se que a equipe estimule a participação do paciente
em sua reabilitação e sobre as metas a serem alcançadas em
curto e longo prazo, valorizando seu potencial.
Fase da adaptação
 Essa é a fase que o paciente sente-se recompensado, põe
seus esforços utilizando ao máximo sua capacidade,
visualizando o processo de Reabilitação como facilitador
para sua reintegração biopsicossocial.
 A pessoa é colaborativa, se empenha em alcançar os
objetivos da reabilitação, e apresenta reestruturação da
autoimagem e autoconfiança.
 A lesão medular traumática exerce um grande
impacto sobre a autoestima e imagem corporal.
 Provoca um grande choque psicológico, pois gera
uma série de mudanças na aparência, no
funcionamento do corpo e no dia a dia da pessoa.
 A lesão medular altera o modo do sujeito perceber sua
realidade a partir dessa nova forma de vida.
 É angustiante o sentimento de perda e impactante o
dar-se conta da lesão :
 o sujeito depara-se com a dúvida entre querer viver ou
desistir definitivamente da vida.
Depoimento:
 “Assim, tudo que eu tinha, tanto que, de garra, de força,
de profissionalismo e também de bens materiais foi
tudo embora, não sobrou nada. Sobrou eu, a vontade de
viver ou não e uma cadeira de rodas. Tive que
recomeçar daí”. (S.E)
 A dependência é apontada como um forte obstáculo
vivenciado no cotidiano e de difícil aceitação.
 O sentimento e a percepção de que a vida mudou, se
dá também pelo fato de precisar de ajuda dos outros.
Depoimento:
 “Eu chorava bastante né, porque eu não conseguia
mesmo fazer nada, é a pior coisa que existe para
uma pessoa que era normal ter que depender de
pessoas pra tudo, pra mim era a pior coisa que
existia. Não tem nem explicação o que eu senti. É
complicado ter que depender dos outros pra tudo, a
gente tá na cadeira de rodas tem que depender de
ajuda pra te levar no colo, não foi fácil pra superar”.
(S.F)
Família e paciente
 O retorno para a casa é caracterizado por um
processo de adaptação à sua nova condição.
 Nesse momento, o apoio da família passa a ter
fundamental importância na reabilitação do
paciente, escutando-o e incentivando-o.
 Deve
ser incentivado e reforçado, a todo o
momento, o retorno às atividades diárias,
respeitando a autonomia e independência
do lesado medular, considerando também
o grau e o tipo da lesão.
A
cadeira de rodas, muitas vezes vista de
forma negativa, deve ser percebida como
um acessório facilitador da independência
e autonomia do indivíduo.
Sexualidade

A sexualidade é um dos aspectos
vivenciados de forma muito dolorosa
pelo lesado medular, principalmente por
pessoas do sexo masculino, uma vez
que traz um sentimento de impotência.
 As
alterações na função sexual dependem
do tipo e grau da lesão.
No homem, pode-se observar desde alterações
ou redução na sensibilidade, à dificuldade em
ter ou manter ereção.
Na mulher pode haver perda ou diminuição da
sensibilidade. Não há incapacidade de gerar
filhos.

Toda pessoa com mobilidade reduzida tem o
seus
direitos assegurados
pelas leis
brasileiras:




Assistência Social
Trabalho
Transporte
Educação -Vagas reservadas às pessoas com deficiência
• Serviços de apoio especializado para atender às suas
peculiaridades
• Adequação do ambiente (rampas, barras de apoio, etc)
POSSIBILITAR AO PACIENTE A
REESTRUTURAÇÃO DE SEU
PAPEL ATIVO NA SOCIEDADE,
EM TODOS OS ASPECTOS.
REFERÊNCIAS:

Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular. MINISTÉRIO

Staas Jr., W. E., Formal, C. S., Forrest, L. & Burkhard, B.
A.(1992). Reabilitação do paciente com traumatismo
raquimedular. Medicina de reabilitação. Princípios e prática.
São Paulo: Manole.
PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 1, pp. 37-45, jan./abr.
2006, “Enfrentamento e reabilitação de portadores de lesão
medular e seus cuidadores”.
Mendonça, M. Aspectos psicológicos. In: Greve JMD, Barros
Filho TEP. Diagnóstico e tratamento da lesão medular
espinhal. São Paulo: Rocca; 2001. p.167-78.


DA SAÚDE- Brasília-DF. 2013
Download