Popper vs. Kuhn (ii)

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POPPER VS. KUHN (II)
Aula 4 de filosofia da ciência
Pontos de convergência
• Rejeição da ideia de progresso por acréscimo
• Ênfase na substituição de antigas teorias por novas em função da
falha das primeiras em responder a problemas
• Ênfase na contaminação dos dados pelas teorias
• Ceticismo em relação à uma linguagem observacional neutra
• Teorias científicas não são instrumentos úteis para previsões, e
fornecem explicações reais dos fenômenos
Pontos de divergência
• Caracterização da atividade científica:
• Popper toma as características do período de crise como
características da atividade científica em geral; Kuhn ressalta a
importância da ciência normal para precisar o que conta como teste
bem-sucedido (ou um fracasso).
• Embora testes ocorram frequentemente na ciência normal, estes testes
são de um tipo peculiar, pois na análise final é o cientista individual e
não a teoria que é testado.
Pontos de divergência
• Critério de demarcação
• É o abandono do discurso crítico que marca a
transição para uma ciência; de maneira geral, Popper
julgava que o crescimento do conhecimento é
tornado possível pela tradição crítica; para Kuhn, isto
sem dúvida descreve a filosofia; mas só quando têm
de decidir entre teorias rivais os cientistas se
comportam como filósofos; o teste empírico não
determinara a decisão entre teorias rivais; a
importância da solução de enigmas.
Pontos de divergência
• Aplicação dos critérios: teste empírico e solução de enigmas
• A astrologia não pode ser barrada em função da forma de suas predições e nem em
função do modo como o fracasso dessas predições pode ser explicado pelos
astrólogos. A argumentação de Kuhn procede historicamente e por analogia dos erros
na astrologia com os erros médicos.
• A astrologia é barrada porque é uma prática, sem uma teoria rica o bastante para
gerar enigmas, e fundar uma tradição de pesquisa.
• Importância do teste empírico na ciência normal e no período de crise
• Kuhn nega o papel fundamental do teste empírico na revisão e abandono de teorias.
O teste empírico não é nem suficiente e nem necessário para a mudança de teorias.
Apostar no teste como a marca da ciência é perder de vista o que os cientistas mais
fazem e, com isso, o traço mais característico da sua empreitada.
Pontos de divergência
• O problema do “aprender com os nossos erros”
• Devemos reconhecer a diferença entre o erro na ciência normal (Kuhn)
e o erro de todo o sistema teórico (Popper). Também devemos
reconhecer que os termos “teste” e “erro” têm um uso razoavelmente
claro quando falamos da ciência normal, mas a sua aplicação é
problemática em relação a episódios de crise. O problema não é: o que
significa dizer que uma teoria está errada?, mas sim: quando podemos
dizer que uma teoria está errada?
Pontos de divergência
• Problemas do falsificacionismo
• O teste nunca é definitivo
• A noção de falsificação pressupõe que se possa classificar cada evento
como ou instância confirmadora ou falsificadora da teoria. Na prática
isso não funciona e nem é desejável. Kuhn apresenta a noção de
paradigma como sendo casos paradigmáticos de aplicação de teorias.
O exemplo dos cisnes brancos.
• Nenhum critério exclusivamente lógico pode ditar a conclusão que um
cientista deve tomar quando enfrenta casos problemáticos em sua
disciplina. Normalmente o critério distingue apenas o que adequa-se à
sua teoria ou o que é irrelevante.
Psicologia da pesquisa
• O critério que determina a validade de uma articulação ou de uma
aplicação de uma teoria existente não é suficiente para determinar a
escolha entre teorias rivais.
• Dificuldades para determinar o que leva a escolher uma teoria em
detrimento de outra. Embora não tenhamos todas as respostas, Kuhn
sugere que elas têm de ser psicológicas ou sociológicas.
• Kuhn concorda com as críticas de Popper ao psicologismo, mas
ressalta o aspecto institucional da ciência, indicando, pois, que as
discussões sobre demarcação e mudança de teoria devem considerar a
psicologia e sociologia das instituições científicas.
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